quinta-feira, 10 de maio de 2012

O EFEITO DA JUSTIÇA DE CRISTO

Sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fossemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado. Gálatas 2:16.

Hugh Latimer sustenta: Precisamos ser feitos bons antes de poder fazer o bem; precisamos ser feitos justos antes que nossas obras possam agradar a Deus – somente depois de sermos justificados pela fé em Cristo é que as boas obras vêm. A Bíblia mostra que o ser humano no pecado, de fato, não é bom. Isso é uma abordagem muito radical, mas é absolutamente verdadeira. Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão um, que é Deus. Lucas 18:19.
Segundo Jesus, o ser bom é um atributo exclusivo de Deus. A bondade humana é apenas um jogo fascinante de interesses pretensiosos. No humanismo há uma forte pretensão de extrair a bondade real de um ser efetivamente egoísta, por isso, a conduta aparentemente bondosa se manifesta sempre repleta de conveniências insinuantes. Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem. Mateus 7:11.
Uma pessoa má pode agir com uma suposta bondade, visivelmente proveitosa, pois na apuração desse negócio sempre vigora uma certa troca que exige alguma restituição. A bondade humana reclama qualquer recompensa, por mais dissimulada que pareça. Mesmo a abnegação dos pais sofre de um achaque contaminado com um certo vírus de compensação. Contudo, é impossível um ser substancialmente bom ocasionar frutos maus, nem um ser essencialmente mau produzir frutos bons. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Mateus 7:18.
Precisamos ser feitos bons antes de poder fazer o bem; precisamos ser feitos justos antes que nossas obras possam agradar a Deus.
Não há outro meio capaz de resolver esse assunto, senão a transformação radical realizada, em nosso favor, através de Cristo Jesus. Só Cristo pode converter uma pessoa ímpia numa pessoa justificada, e só ele pode fazê-la produtiva do que é efetivamente bom. Ou fazei a árvore boa e seu fruto bom, ou a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore. Mateus 12:33.
O velho homem, contaminado pelo pecado, não realiza nenhuma boa obra, ainda que realize muitas obras, de justiça própria, providas de valor humano. Todas as obras efetuadas por uma pessoa não regenerada, mesmo que sejam moralmente corretas, são, do ponto de vista bíblico, inerentemente egoístas e particularmente malignas. Todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nenhum sequer. Romanos 3:12.
Antes de alguém se tornar um praticante das boas obras precisa ser justificado pela graça em Cristo. Thomas Watson disse que a justificação é o eixo e o alicerce do cristianismo. Não se trata da justificação com base no mérito da pessoa, em que se admite algo da conduta decente do infrator. A justificação no evangelho é rigorosamente a absolvição graciosa do indigno, pela justiça de Cristo. Pois, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para a condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Romanos 5:18.
Ninguém é justificado nesse mundo pelas suas boas obras tão alegadas; Deus, contudo, justifica o pecador infame através da justiça de Cristo imputada a ele graciosamente. Sendo assim, a justificação cristã nunca resulta das obras de justiça própria praticadas pelo pecador, mas ela sempre resulta nas boas obras que Deus preparou para que os justificados pela fé as pratiquem. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas. Efésios 2:10.
O Cristianismo é a única opção espiritual nesse mundo, em que a salvação é outorgada graciosamente, sem levar em conta o menor requisito positivo da pessoa que está sendo salva. Qualquer tentativa de arranjar uma justificativa, para fazer a justificação depender das obras de justiça praticadas por nós, é roubar da graça de Deus a sua gratuidade, e acrescentar nossos merecimentos à graça salvadora. Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou... Não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos. Tito 3:5a, e 1 Timóteo 1:9b.
Nenhum pecador foi salvo pela prática das obras
de justiça, mas todos os salvos pela graça são praticantes das boas obras. Deus justifica graciosamente o pecador através da obra suficiente de Cristo, para que os justificados pela graça sejam diligentes na prática das boas obras que Deus preparou para que andássemos nelas. (Jesus Cristo) a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade, e purificar para si mesmo um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras. Tito 2:14.
A justificação é aquilo que Deus faz por nós, mediante a obra perfeita de Cristo realizada na cruz, para nos isentar de toda condenação do pecado, imputando a sua justiça graciosamente ao pecador; enquanto a santificação é aquilo que Deus faz em nós, isto é, nas novas criaturas, através da vida de Cristo implantada em nosso ser, a fim de produzir frutos de boas obras que glorifiquem a Ele mesmo. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. Mateus 5:16.
Só os filhos de Deus, ou sejam, as novas criaturas, conseguem produzir os frutos das boas obras, uma vez que somente os regenerados pela graça em Cristo são expressões vivas da vida de Deus agindo no seu interior. Só Deus é bom e exclusivo na realização das boas obras. Todas as obras do homem natural não podem ser consideradas boas obras, pois são realizadas pela energia vaidosa de um indivíduo autocentrado. As obras da velha criatura até podem ser nobres e honestas no entendimento humanista, porém nunca devem ser estimadas como uma boa obra na acepção teológica. O homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. 2 Timóteo 3:17.
A justiça de Cristo torna o mais torpe dos pecadores perfeitamente justificado de todos os seus pecados, e a bondade de Deus faz com que os justificados pela graça executem graciosamente, pela ação do Espírito Santo, as boas obras que Deus preparou para que eles as realizassem. O efeito da justiça de Cristo na vida dos regenerados é o cultivo das boas obras em que apenas Deus deve ser glorificado. ...Observando as vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação. 1 Pedro 2:12b.
Tudo o que Deus proporciona para a salvação plena da velha criatura é mediante a obra finalizada por Cristo. Tudo o que Deus realiza por meio da nova criatura, ocorre por intermédio do Espírito Santo ao externar o poder da vida Cristo no seu interior. Só a justiça de Cristo Jesus assegura a justificação do pecador. Só a vida de Jesus Cristo repleta de bondade pode se responsabilizar pela frutificação das boas obras. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira; assim nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. João 15:4b.
Nenhuma pessoa pode atestar a sua salvação argumentando em favor de sua eficiência pessoal, pois tudo o que a nova criatura é, depende da abastança de Cristo, e tudo que ela faz, decorre do poder soberano, manifesto pela graça de Deus. A vida produtiva da nova criatura é o resultado de sua dependência permanente na suficiência do Senhor Jesus Cristo, justificando o réu do pecado e qualificando os salvos a frutificar as boas obras que Deus gera em seus corações. Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. João 15:5.

Solo Deo Glória

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