domingo, 13 de maio de 2012

A EXALTAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS 3

Trata com bondade o teu servo para que viva e obedeça à tua palavra. Salmo 119:17
Esta unidade textual (dos versos 17 a 24) é um verdadeiro "clamor" pela Revelação e a intervenção Divina. Tal Revelação de Deus irá produzir a paz interior e o crescimento necessários na vida do salmista. Mesmo em meio às fortes oposições causadas por pessoas que demonstram temor a Deus. A orientação da Palavra de Deus produz em nós o crescimento espiritual verdadeiro e o desenvolvimento de uma maturidade que agrada a Deus! Mesmo em meio às adversidades da vida o aprendizado de Deus se torna possível mediante a confiança em Sua Palavra.
v.17 Trata com bondade o teu servo para que eu viva e obedeça à tua palavra. Neste primeiro verso existe uma conexão muito clara entre as expressões "teu servo" e "Tua Palavra". Tais expressões trazem uma idéia de intimidade ou até mesmo possessão entre ambos os sujeitos: o servo do Senhor e o próprio Senhor. A ação amorosa de Deus é a causadora do desejo do salmista de obedecer a Deus e vivenciar de forma dinâmica a Sua Palavra. Toda a ação graciosa de Yahweh gera em nós a vida e as atitudes necessárias para agradá-lO!
Aqui temos um profundo desejo deste servo do Senhor de experimentar da Sua bondade e misericórdia mesmo em meio às provações. É uma súplica muito forte pela ação cuidadosa de Deus sobre a vida do salmista para que ele possa vivenciar a Palavra de maneira dinâmica e não de forma "acomodada" ou "costumeira". A experiência da intervenção amorável de Yahweh em nossas vidas precede às nossas atividades ministeriais ao serviço Dele. Na dinâmica de Deus, e o salmista captou muito bem isto, o ser ministrado por Deus vem antes de ministrar em nome Dele. Experimentar o cuidado pastoral de Yahweh deve sempre ser o objetivo de quem é impactado pela Sua Palavra! O salmista encerra este verso falando de uma vida de felicidade, segurança e crescimento em sentido pleno e diante de Deus, ou seja, algo que só o senhor pode dar a realizar em nós.
v.18 Abre os meus olhos para que eu veja as maravilhas da tua lei. Abrir os olhos é uma ação de Deus específica e sobrenatural que só o Senhor pode operar através da Sua Palavra. A expressão "para que eu veja" nos dá o sentido de que é somente Yahweh quem torna possível a Revelação da Sua Palavra e faz com que ela seja assimilada pelas pessoas que crêem Nele! A absorção das verdades de Deus não depende do esforço e das capacidades intelectuais humanas. É desta maneira que o Senhor "abre os nossos olhos". Em nenhum momento ou circunstância o salmista deixa de "querer aprender" de Deus. Trata-se de um anseio profundo pela revelação do Eterno que alimenta a vida deste seu servo! Ver as maravilhas de Deus equivale a observar e destacar os seus atos redentores em nosso favor, dentre os quais está a Sua própria Lei revelada!
v.19 Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos. As pessoas que temem a Deus jamais se sentirão à vontade ou descansadas em estruturas governadas por princípios humanos. Como cidadãos do Reino de Deus somos totalmente peregrinos neste mundo "supostamente" dirigido por pessoas. Nossa caminhada é sempre peregrina e incerta aos olhos humanos. No entanto, como cidadãos de "outro Reino", nossa condição é esperançosa, só nos restando crer nas certezas do caminho proposto por Deus.
O desejo de saber o que o Senhor tem para a minha vida é uma forma de desprendimento das incertezas que este mundo nos oferece. A expressão "não escondas de mim" não é uma incerteza do salmista quanto à possibilidade da Revelação Divina. É antes uma manifestação consciente da brevidade e fragilidade da vida humana em relação às coisas do porvir. É mais um sintoma da sede pela pessoa de Deus através da Sua Palavra!
v.20 A minha alma consome-se de perene desejo das tuas ordenanças. O desejo do salmista aqui é interno, intenso e racionalmente inexplicável, no entanto é inspirado pelo próprio Senhor de sua vida. O coração confiante em Yahweh sempre sofre, de maneira esperançosa, pelas respostas encontradas em Sua Palavra. Porém, apesar destas expectativas, há uma alegria indizível pelas decisões que vêm de Deus a cada instante. A satisfação pela realização da vontade soberana do Eterno é uma marca "inconfundível" da pessoa que foi verdadeiramente transformada por Ele.
A vida da alma é o próprio Deus, sendo assim, nada melhor do que se satisfazer na realização da Sua vontade! Esta é somente uma das muitas possíveis definições da verdadeira adoração centrada na Pessoa de Deus.
v.21 Tu repreendes os arrogantes; malditos os que se desviam dos teus mandamentos! A vida vivida na independência de Deus faz aflorar naturalmente a arrogância humana, com todas as suas conseqüências. O salmista pede a intervenção de Deus na forma de repreensão aos arrogantes. Os arrogantes são pessoas prepotentes em relação a Deus e ao próximo, especialmente em relação ao Seu povo. Pessoas assim são consideradas por Deus como malditas e que atraem os efeitos de seus atos sobre si mesmos. Estar sob a repreensão Divina é estar na pior posição ocupada por um ser humano. "Bater de frente" com Yahweh e intentar contra os que são Seus é pedir a derrota por antecipação.
A atitude de arrogância aqui é manifestada na opressão exercida sobre os servos de Deus. O ministério da destruição do povo de Deus é executado por aqueles que se opõem diretamente à Sua Palavra. Muitas destas ações opressivas são vistas e representadas por pessoas que se dizem nobres ou que exercem uma autoridade abusiva sobre as pessoas mais simples e humildes. Tais ações são fruto da discordância declarada às orientações da Lei do Senhor. A voz da arrogância sempre tenta e sempre tentará perturbar a calma, a sobriedade e a serenidade daqueles que encontram seu contentamento e paz nas orientações na Pessoa e Revelação de Deus.
v.22 Tira de mim a afronta e o desprezo, pois obedeço aos teus estatutos. Nada nos dá mais "confirmações e certezas" do que sermos praticantes da Palavra do Eterno! Os livramentos de Deus também acontecem pela obediência à Sua Palavra. Aqui o "tirar" traz-nos a idéia de que o salmista solicita que Deus jogue para longe dele o insulto e o desprezo das pessoas arrogantes. Não quer dizer medo das afrontas ou humilhações que ele possa vir a sofrer. É um pedido pela paz trazida pela libertação Divina! Esta paz é decorrente do fato de o salmista estar alicerçado na Palavra do Senhor. Trata-se de um pedido de livramento dos perseguidores arrogantes destacados no verso anterior. O cuidado ou livramentos de Deus em meios às adversidades nos dão a certeza de que vivemos em atitude de obediência à Sua Palavra.
v.23 Mesmo que os poderosos se reúnam para conspirar contra mim, ainda assim o teu servo meditará nos teus decretos. A perseverança do salmista é um verdadeiro milagre produzido por Deus. Diante das maquinações e perseguições humanas só nos resta ter a firmeza no nosso Deus Único e em Sua Palavra. Ainda que pessoas poderosas ou influentes se reúnam para deliberar coisas contra nós, devemos crer totalmente na intervenção Divina. O fato de estarmos diante da conspiração das pessoas deve ser encarado como uma oportunidade para a nossa identificação enquanto servos do Altíssimo! Considerar a Deus como o nosso Único Conselheiro, através dos ensinamentos da Sua Palavra, é uma forma incontestável de testemunhá-lO diante das pessoas que não crêem Nele.
Quando o salmista diz "teu servo", fala num tom muito pessoal e de intimidade produzida pela vivência da Palavra do Eterno. É uma questão de identificação concreta e de confiança irrestrita na Pessoa Divina.
v.24 Sim, os teus testemunhos são o meu prazer; eles são os meus conselheiros. A Palavra de Deus é o verdadeiro manual dos conselheiros e dos aconselhados. Somente quando a Bíblia é fonte de prazer e o fundamento prático na vida uma pessoa é que se pode "começar a conversa" sobre o que é a espiritualidade autêntica. O amor de Deus, a alegria que vem de Dele e a nossa plena satisfação pessoal só poderá ser experimentada pela intimidade como O nosso Deus e a vivência da Sua Palavra. O salmista fala do "gosto verdadeiro" pela Lei de Yahweh. Este "amor" pela Palavra é fruto da ação de Deus! Não se trata de uma obsessão ou um gosto pessoal disciplinado pelo estudo das Escrituras. Aqui existe uma "convergência totalmente satisfatória" entre duas pessoas e vontades: o servo e seu o Senhor! É felicidade por agradar a Deus. Quando cumprimento das "exigências" de Deus agradam ao nosso coração, encontramos o verdadeiro sentido para as nossas vidas!
Que maravilha de Deus: o "sabor e o prazer" produzido pela Revelação da Palavra de Yahweh! O amor pela Palavra do Eterno mostra a verdadeira inclinação das pessoas que se dizem Seu povo. Neste salmo a Lei de Deus é personificada como conselheira das pessoas que buscam o seu "apoio" somente Nele! O salmista nos dá aqui uma forma inconfundível da operação da Graça de Deus através da Sua Lei no Antigo Testamento! O que o nosso Deus possa operar em nós este mesmo prazer e alegria pela Revelação da Sua Palavra em Cristo, mesmo em meio às provações da nossa vida cristã!
Experimentar o amor e a bondade de Deus vem antes da compreensão das situações que nos rodeiam e atingem.

Solo Deo Glória

Nenhum comentário:

Postar um comentário