quinta-feira, 10 de maio de 2012

ITENS NA AGENDA DO SERVO

Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim. Mateus 24:46.

Assim como? Esse texto está relacionado com uma pergunta na parábola do servo fiel e prudente que recebeu a responsabilidade de suprir as necessidades dos seus conservos. Quem é esse servo? Como é a sua rotina? Qual a motivação de suas tarefas? Quais são os temas de sua pauta de serviço? O que o torna tão feliz naquilo que faz, quando recisa fazer tudo o que o seu senhor manda?
A vida do discípulo de Cristo é uma vida de serviço significativo, traçada no mesmo exemplo do seu Senhor, que assim declarou: Pois o próprio Filho do homem, não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos. Marcos 10:45. Não há cristianismo autêntico sem o compromisso com a missão de servir. Mas como serve o servo que serve no serviço do reino de Deus? Essa é uma questão básica no expediente funcional de qualquer pessoa envolvida com a comissão do evangelho.
O protocolo do serviço cristão começa pela ordem. Não há autônomos na missão da igreja, nem free-lancer atuando por fora. O conselho mariano foi muito adequando para quem sabe o que é autoridade. Maria não se meteu a fazer o que não era de sua alçada, mas prudentemente ressaltou o papel principal na ocupação cristã. Então, ela falou aos serventes: Fazei tudo o que ele vos disser. João 2:5.

O servo fiel não é aquele que faz o que bem quer, mas aquele que faz bem o que o seu Senhor determina. O objetivo do servo honesto é cumprir com alegria a vontade do seu Senhor sem qualquer manipulação que assegure os caprichos de sua própria vontade. Li em algum lugar: A vontade do servo sincero, que ama o seu Senhor, é fazer com satisfação toda a vontade desse mesmo Senhor.

Há muita gente independente formalizando convenções que o Senhor jamais estipulou e vive exigindo um procedimento sem o aval da graça de Deus. O serviço cristão verdadeiro sempre adota o hábito de seguir a autorização competente de quem tem a autoridade, e nesse caso, só Jesus Cristo tem direito de comandar a sua igreja. O que conta prioritariamente no discipulado cristão é a obediência irrestrita à palavra do seu Senhor, sob o conselho sábio de Santo Agostinho: Senhor, concede-me o que exiges, e, a seguir, exige de mim o que queres. Em seguida, vemos no estilo da missão o alvo das tarefas. O que motiva de fato o desempenho obediente de um servo de Jesus Cristo é a glória de Deus. O homem natural busca a sua própria glória, mas o homem regenerado por Cristo vive para a glória de Deus. Alguém observou que aquele que procura a glória para si mesmo, não pode oferecer de maneira satisfatória glória a Deus. Porém, no reino de Deus, o servo leal é aquele que tudo faz com o objetivo preciso de glorificar ao seu Senhor. Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus. 1Coríntios 10:31.
No termômetro do coração pode-se perceber se o nosso ministério está voltado realmente para Deus, quando não reivindicamos qualquer reconhecimento pela nossa atuação pessoal, nem nos sentimos incomodados por qualquer falta de consideração. O teste íntimo que define a autenticidade do serviço cristão é o contentamento incondicional, enquanto toda a glória está sendo tributada, com alegria, ao Senhor.
O terceiro destaque do serviço no reino de Deus está relatando o caráter da ação. Se a glória de Deus é a meta singular da ocupação do servo, o amor é a atitude marcante de qualquer uma de suas iniciativas. Todo trabalho ordenado pelo Senhor precisa ser executado com o foco correto e do modo certo. Só o amor pode corresponder à metodologia da atividade cristã. O amor é a única medida capaz de calcular o diâmetro de um cristão autêntico e a única bitola que permite a sua evolução relacional. Todos os vossos atos sejam feitos com amor. 1Coríntios 16:14.
O servo só pode viver com significado quando for livre para obedecer e servir desobrigadamente, sem o menor medo do castigo e sem os ínfimos interesses das recompensas vantajosas, uma vez que é estimulado apenas pelo perfeito amor. O dever constrange o servo a fazer as coisas com dedicação e o prazer excita-o a fazê-las com animação, mas só o amor consegue harmonizar as duas ênfases, fazendo tudo com dedicação voluntária e entusiasmo contagiante, sem o mínimo sentimento de frustração pela falta de correspondência. Por isso os encargos no âmbito do evangelho são desempenhados sem lamúrias ou gemidos. O quarto item na lista do serviço cristão está configurado na expressão de contentamento que invade o coração do jornaleiro diligente. Um discípulo que vive de mau humor ou se queixando das condições na vida é um caluniador da salvação jubilosa que há em Cristo Jesus. O servo evangélico se distingue pela celebração viva com que executa sua missão, pois como disse Agostinho de Hipona, o cristão deve ser um "aleluia" da cabeça aos pés. Fazei tudo sem murmurações nem contenda, para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo. Filipenses 2:14-15.
Em quinto lugar, nessa agenda, encontra-se a integridade do servo ante às divergências pessoais. Há uma tendência muito forte pelas preferências personalizadas. Todos nós temos pessoas mais próximas e freqüentemente somos inclinados a proteger os prediletos. O primeiro cisma na história da igreja foi motivado pela primazia de algumas viúvas em detrimento de outras, por isso, é conveniente seguir o conselho do apóstolo Paulo no que diz respeito ao assunto: Conjuro-te, perante Deus, e Cristo Jesus, e os anjos eleitos, que guardes estes conselhos, sem prevenção, nada fazendo comparcialidade. 1Timóteo 5:21.
Fica claro que, se não devemos fazer nada com parcialidade, devemos fazer tudo com eqüidade e isenção de ânimo. O equilíbrio desapaixonado rende dividendo substancial para a unidade do corpo de Cristo, uma vez que a imparcialidade estabelece o limite entre o certo e o errado sem se envolver com os ardis da política ou meros joguetes da diplomacia. Para o servo de Jesus Cristo, a imparcialidade não é a melhor estratégia, é a única.
O sexto artigo na pauta do serviço cristão está vinculado ao objeto da ação. Para quem o serviço está sendo realizado? Aqui reina uma grande dificuldade, pois se não soubermos distinguir essa questão, acabaremos exigindo atenção das pessoas erradas, e ainda mais, fora do calendário estipulado. Muita gente procura servir a Deus olhando para a arquibancada onde estão os expectadores humanos, sem levar em conta o único que merece a sua estima.

A Bíblia mostra explicitamente que a labuta de quem serve a humanidade encontra-se voltada unicamente para o Senhor Jesus Cristo. Assim, todo serviço do servo de Cristo em prol dos outros é, de fato, dedicado de todo coração apenas para o seu Senhor. Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo coração, como para o Senhor e não para homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo. Colossenses 3:23-24.
A eficiência do servo de Cristo depende da suficiência de Deus em sua vida, vinculada ao alvo da ação. Ele nunca pode tirar os olhos da pessoa a quem está servindo. Não há nada sem importância no serviço de Deus, mas uma das coisas mais relevantes é a consciência de que todo o serviço cristão está diretamente voltado para o próprio Senhor Jesus Cristo. Sabe-se, perfeitamente, que Deus não se torna maior se você o serve, mas certamente você se torna um servo fiel se tão somente o serve de todo o coração.
Finalmente, o último ponto da agenda fixa o lance fundamental de toda a vida de um servo de Cristo. E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai. Colossenses 3:17. Como disse Matthew Henry, ninguém é permitido ir, em nome de Deus, a não ser aqueles que são enviados por ele, e acrescenta ainda: Se o trabalho é feito em nome de Cristo, a honra é devida ao seu nome. Ninguém que serve ao Senhor Jesus Cristo deve reivindicar qualquer glória pessoal, nem chamar atenção para o êxito desse serviço que realiza, com o fim de creditar alguma consideração que o torne renomado.
Todos os salvos por Cristo são recrutados para o serviço do reino de Deus, a fim de realizarem tudo aquilo que o Senhor tem ordenado na sua palavra, unicamente para a glória de Deus, com amor leal e generoso, sem murmuração nem parcialidade, fazendo tudo para o Senhor e não para as platéias, fazendo tudo em nome do Senhor Jesus Cristo, dando sempre graças a Deus Pai, por ter escolhido essa tropa que permanece no serviço do Senhor, considerando a coroa da glória e não os espinhos da estrada. Se o amor de Deus nos põe a trabalhar, o Deus do amor estipulará o salário. Toda a glória seja dada ao Senhor de toda a graça. Aleluia! Amém.

Solo Deo Glória

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