domingo, 13 de maio de 2012

A EXALTAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS 7

Não tires jamais de minha boca a palavra da verdade, pois tenho esperado nos teus juízos. Salmo 119:43
Nos versos 41 e 42 do Salmo119 podemos ver claramente a Pessoa do Pai Celestial que Se revela àqueles que são invadidos e restaurados pelo Seu amor terno e cuidadoso. Dos versos 43 ao 48 há um desdobramento ou consequência natural da ação misericordiosa Divina no salmista e nas pessoas impactadas pelo Seu amor fiel, inabalável, benigno e curador, sendo capacitadas a suportar, as pressões internas e externas que enfrentam ao longo de suas vidas.
Não tires jamais de minha boca a palavra da verdade, pois tenho esperado nos teus juízos Salmo 119:43. No verso 43 temos a expressão de alguém que tem um “desejo profético” pela revelação pura, autêntica e sem misturas através da palavra de Deus. O salmista não quer perder o foco da mensagem profética. Não quer pregar e nem ensinar nada que não satisfaça a verdadeira fome do ser humano: as verdades sobre a Pessoa de Yahweh contidas em Sua palavra e reveladas num relacionamento de intimidade com Ele. Só quem tem experimentado os efeitos da misericórdia do Pai e confiado na realidade da Sua palavra, poderá ter o desejo de anunciá-la com autenticidade.
Ao fazer a afirmação não tires jamaiso salmista está dizendo que não quer, em hipótese alguma, ser “desvestido, privado, despojado ou separado” da capacidade dada por Deus para transmitir a Sua revelação. Este é um desejo eminentemente profético. A boca é o veículo profético responsável por proferir a revelação Divina. Aqui, o sentido da palavra boca é muito maior do que o de ser apenas o órgão responsável pela fala humana. É a boca da pessoa que é “tratada” pela misericórdia Divina e “calibrada” pelo Espírito que profere a revelação de Yahweh!
Assim observarei de contínuo a tua lei, para todo o sempre Salmo 119:44. É o Senhor quem coloca em nós a dimensão de eternidade ensinada pela Sua palavra. Guardar a palavra de Deus sempre e eternamente só poderá acontecer na medida em que o desejo de obedecê-la tiver uma proporção ou expectativa de “felicidade celestial” vivida na dimensão terrena.
Viver a palavra de Deus aqui na terra pode ser comparado a uma felicidade celestial experimentada de antemão. Porém, o assim observarei de contínuo é uma condição que só poderá ser cumprida na vida do salmista quando ele aprender a depositar “toda a sua esperança” na capacidade de Deus de cumprir as promessas reveladas em Sua palavra, pois tenho esperado nos teus juízos (v.43).
Aqui temos a ideia clara da obediência contínua ou da prática da palavra de Deus presente no cotidiano do salmista. A humanidade sempre demonstrou a sua incapacidade ao conseguir divorciar a teoria da prática. A Bíblia nunca apresentou sequer algum ensino que dê margem a este comportamento humano e incongruente.
O fato de não vivermos a palavra do Senhor vem da nossa natureza humana e inconstante. Somos especialistas em fragmentar na prática os ensinos de Deus em relação à coerência bíblica que há entre o crer, o ser e o fazer. Crer é O Pai revelando, ser é O Pai amando, curando e sustentando e fazer é O Pai capacitando para a Sua obra!
O salmista compreendeu que não tinha capacidade para cumprir por si mesmo a palavra de Yahweh. É impossível viver a palavra do Senhor sem que Ele mesmo a faça frutificar em nós. Trata-se da retenção da revelação de Deus, vista no cotidiano do salmista. Ou seja, o Espírito de Deus faz com que aquilo que cremos, mediante a revelação da Sua palavra, faça parte das nossas práticas cotidianas. A palavra de Deus só nos apresenta um tipo de teologia: a teologia prática. O salmista descobriu o que significa falar de Deus com a própria vida.
E andarei com largueza, pois me empenho pelos teus preceitos Salmo 119:45. Aqui não existe nenhuma troca ou negociação do tipo: “faça a minha vontade e será feliz”. Deus está ensinando ao salmista (e a nós também) que a dimensão da Sua largueza significa um “lugar espaçoso ou plenificado”, onde há verdadeiro descanso e cura para que possamos viver saudavelmente a Sua palavra.
É empenho operado pelo próprio Yahweh. Por nós mesmos jamais desejaríamos fazer qualquer coisa para satisfazê-LO. Quem passa pelo divã curador do Pai não se vê na obrigação de “fazer força” para agradá-LO. Antes, é uma disposição que Ele mesmo nos coloca para que tenhamos sede de fazer a Sua vontade soberana. Esta realidade só acontece quando desfrutamos sem reservas da pastoralidade Divina!
Esta é a dimensão de uma vida desbloqueada e facilitada pelo próprio Yahweh. Ao experimentarmos a largueza da liberdade Divina, jamais desejaremos experimentar a libertinagem que há no mundo e que é contrária à Sua vontade. Quando o Senhor escreve a Sua lei em nossos corações, nada poderá ser vivido ou feito por mera obrigação, mas, com leveza e alegria. Quando a plateia das nossas vidas for formada por uma só Pessoa, vamos poder ser quem Ele gostaria que fôssemos!
Isto é viver na alforria Divina sem que precisemos nos submeter ou viver condicionados às clausuras de nossos padrões pessoais, fruto de nossas formações ideológicas próprias, de ambientes familiares ou submetidos à pré-aprovação das demais pessoas. A largueza de Deus nos proporciona uma existência diante dos olhares do júri celestial, que está assentado no trono da Sua graça que é plena e está preparado para dar seu veredito final: aprovado pelo Pai, pela Vida e Obra do Filho e pelo convencimento operado pelo Espírito em nossos corações!
Não existe uma liberdade maior do que a de poder ser quem realmente somos diante do nosso Pai Celestial. De termos a certeza de que Ele já nos perdoou e nos ama de maneira pessoal e profunda! Ao salmista foi revelado que não há largueza maior do que saber que Yahweh jamais desistirá dele! O divã do Redentor é o lugar do descanso que Ele mesmo nos oferece e, ao mesmo tempo o Caminho da Sua cura pelo qual nos faz caminhar. O nosso Adonai sempre foi, é e será o Deus Terapêutico!
A verdadeira liberdade não é a realização das nossas vontades. Antes, a verdadeira liberdade é a capacidade concedida para busca da intimidade com Deus e a realização da Sua vontade em nós. Não há maior liberdade do que podermos experimentar a concretização da vontade Divina em nossas vidas E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de DeusRomanos 12:2. Só podemos experimentar algo libertador quando a ação vem do Senhor. Não existe nenhuma larguezaalém desta dimensão, que nos valha à pena.
Também falarei dos teus testemunhos na presença dos reis Salmo 119:46. É quando se fala da palavra com ousadia. A ousadia é o exercício da liberdade dada por Deus diante de qualquer situação, mesmo que adversa. É a coragem profética concedida pelo Espírito de Yahweh na proclamação da Sua palavra. A liberdade para falar da palavra de Yahweh só é concedida às pessoas que experimentam a libertação de si mesmas (v.45).
O salmista compreendeu a necessidade de se pregar ou ensinar sem negociação teológica para se adequar às pessoas ou às sugestões interpretativas mais influentes e convenientes de sua época. Ah se aprendêssemos tal qual o salmista, a não nos adequar aos modismos evangelicais de época ou aos “clichês teológicos” mais aceitos pela maioria das pessoas, seríamos pessoas mais libertas para anunciar a revelação Divina com mais coragem, pureza e inteireza!
Somente as pessoas que estão sendo libertas e curadas pelo Pai podem falar da Sua palavra sem se verem comprometidas com o modo e o mando deste sistema perverso que invade até os arraiais da formação teológica. Esta é uma intrepidez vinda do Deus que já nos perdoou e nos faz capazes de testemunhá-Lo diante de quem quer que seja ou de qualquer situação e sem o menor constrangimento causado pelas pressões externas que se nos tentam impor.
Testemunhar da palavra na presença dos reis é o mesmo que anunciar o Deus que está acima de qualquer cultura ou sistema humano. É falar ousadamente das verdades contidas na palavra Daquele que transcende as conveniências ideológico-culturais ou até mesmo as sócio-políticas em qualquer época. Testemunhar da palavra de Deus não pode ser feito com hipocrisia. Dar testemunho, baseados na palavra, é falar tão somente dos atos de Deus em nossas vidas. Não podemos dizer uma coisa e viver outra, dependendo das circunstâncias que nos cercam ou das pessoas a quem proclamamos a revelação da palavra de Deus.
Terei prazer nos teus mandamentos, os quais eu amo Salmo 119:47. O verdadeiro prazer é a felicidade produzida por Deus em nossos corações. A afirmação do salmista de que terei prazer é nada menos do que uma confissão de amor pela palavra do Senhor. É ter prazer na revelação de modo apaixonante. Ele ama esta palavra porque a sua procedência é Divina. Uma coisa está ligada à outra, isto é, nosso amor pela revelação de Deus deve ser proporcional à intensidade da nossa intimidade com a Sua Pessoa! O amor pela palavra revelada deve ser o reflexo da nossa relação com o Amado!
A alegria experimentada quando somos invadidos pela palavra de Deus faz com que amemos a mensagem que pregamos. Este prazer só pode ser concedido por Aquele a quem pregamos. Só poderemos ouvir, falar e praticar a palavra de Yahweh na medida em que somos “tocados” por ela.
Para os teus mandamentos, que amo, levantarei as minhas mãos e meditarei nos teus decretos Salmo 119:48. E, por fim, o salmista vê em sua vida uma atmosfera de adoração através da revelação da palavra do seu Deus. É um gesto de adoração a Deus e de quem não se cansa de receber constantemente o ensino transformador da Sua Pessoa. A revelação da palavra de Deus é marcada pela manifestação da autêntica adoração a Ele. Nisto também consiste a exaltação da palavra de Deus.
A ação do amor Divino nos credencia a falar de uma palavra que foi introjetada (por revelação) em nossos corações (na regeneração), é exemplificada em nossas vidas (pela santificação) e será vivida plenamente diante Daquele que Se revelou a nós (na glorificação)!
A mesma sede pela revelação profética da palavra de Deus deve nortear a pregação de nossa comunidade: “Conhecer a Cristo crucificado e torná-lo conhecido, em todo lugar por meio da graça!” Somos testemunhas vivas da revelação que O Pai nos comissionou para proclamar? Que possamos pregar a mensagem da cruz e viver como crucificados! Que o Senhor jamais tire da nossa boca esta palavra!

Solo Deo Glória

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