sábado, 28 de janeiro de 2012

VOCÊ JÁ NASCEU DE NOVO?

Esta é uma das questões mais importantes do cristianismo. Jesus mesmo disse:"Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus"(João 3.3)
Não é suficiente responder:"Eu pertenço a uma igreja cristã; portanto, suponho que já nasci de novo".Milhões de cristãos nominais não manifestam nenhuma das características e sinais de serem pessoas nascidas de novo, os sinais e características que as Escrituras nos apresentam. Você gostaria de conhecer as marcas distintivas e as características de alguém que nasceu de novo? Preste atenção; eu as mostrarei utilizando a Primeira Carta de João.


Primeiramente, João afirma: "Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado..todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado"(1João 3.9;5.18)
Uma pessoa nascida de novo, ou seja, regenerada, não comete o pecado como um hábito. Não peca mais com seu coração, sua vontade e toda a sua inclinação natural, como o faz a pessoa não-regenerada. Havia um tempo em que ela não se preocupava com o fato de que suas atitudes eram pecaminosas ou não, um tempo em que não se entristecia após fazer o mal . Não havia qualquer luta entre ela e o pecado; eram amigos. Agora a pessoa nascida de novo odeia o pecado, foge dele, combate-o, considera-o sua maior praga, geme sob o fardo da presença dele em seu ser, lamenta quando cai diante da influência do pecado e deseja intensamente ser completamente liberta dele. Em resumo, o pecado não lhe causa mais satisfação, tampouco é algo para o que ela se mostra indiferente. O pecado tornou-se para a pessoa nascida de novo uma coisa abominável, que ela detesta. Ela não pode evitar a presença do pecado. Se disser que não tem pecado, não haverá verdade em suas palavras(1João 1.8). Mas a pessoa regenerada pode afirmar com sinceridade que odeia o pecado e que o grande desejo de sua alma é não mais cometê-lo, de maneira alguma. O indivíduo regenerado sabe, conforme o disse Tiago, que "todos tropeçamos em muitas coisas"(Tg 3.2). Todavia, ele pode afirmar com sinceridade, diante de Deus, que tais coisas lhe causam tristeza e aflição diariamente e que toda a sua natureza não as aprova.

Em segundo, João afirma: "Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus"(1João 5.1).
Uma pessoa nascida de novo, ou seja, regenerada, crê que Jesus Cristo é o único Salvador por intermédio de quem sua alma pode ser perdoada; crê que Ele é o ser divino que Deus, o Pai, designou para este propósito e que, além dele, não existe outro Salvador. Em si mesmo, o indivíduo regenerado não vê nada, exceto indignidade; mas em Cristo a pessoa nascida de novo contempla o fundamento para a mais plena confiança e, confiando nEle, ela crê que seus pecados foram todos perdoados.A pessoa regenerada crê que, por causa da obra e da morte de Cristo consumada na cruz, é considerada justa aos olhos de Deus e pode aguardar a morte e o juizo sem ficar alarmada. Ela pode ter suas dúvidas e temores. Ás vezes, ela nos revelará seus sentimentos como alguém que não possui a verdadeira fé. Mas, perguntemo-lhe se suas esperanças de vida eterna estão fundamentadas em sua própria bondade, suas realizações, suas orações, seu ministério, sua igreja, observemos o que ela responderá.Pergunte-lhe se ela abandonará a Cristo e colocará sua confiança em qualquer outro caminho. Esse indivíduo responderá que, embora esteja realmente sentindo-se fraco e mau, ele não desistirá de Cristo, em troca de todo este mundo. Dirá que em Cristo encontra preciosidade e doçura para sua alma, uma preciosidade e doçura que não pode ser encontrada em nenhuma outra pessoa, e que, portanto, ele tem de se apegar a Cristo.

Em terceiro,João afirma:"Todo aquele que pratica a justiça é nascido dele (1João 2.29). A pessoa nascida de novo, ou seja, regenerada, vive em santidade.Esforça-se para viver de acordo com a vontade de Deus, praticar aquilo que O agrada e evitar aquilo que Éle odeia. O objetivo e desejo da pessoa regenerada é amar a Deus, com todo o seu coração,alma,entendimento e força, e amar o seu próximo como a si mesmo. O regenerado deseja estar continuamente olhando para Jesus como seu exemplo, bem como seu Salvador, e demonstrar que é amigo dEle por praticar aquilo que Ele ordena. Sem dúvida, o indivíduo regenerado não é perfeito. Ele mesmo dirá isso, mais rápido do que qualquer outra pessoa. Ele geme sob o fardo da corrupção intima que o aflige. A pessoa nascida de novo encontra em seu intimo um princípio mau que constantemente luta contra a graça, procurando afastá-la de Deus. Mas o regenerado não concorda com este princípio, embora não possa evitar sua presença. Apesar de todas as suas falhas, a santidade é a inclinação e a propensão normal de seu ser - suas realizações, seus interesses e seus hábitos são santos. Apesar de todos os seus balanços e viradas, assim como um navio lutando contra um vento contrário, o curso geral de sua vida tem apenas uma direção - por Deus e para Deus. E, embora ele às vezes sinta-se tão abatido, a ponto de questionar se é realmente um cristão, ele sempre será capaz de afirmar, assim como John Newton:"Não sou o que deveria ser; não sou o que espero ser no mundo por vir,mas,apesar disso, não sou mais o que costumava ser e,pela graça de Deus,sou o que sou". 

Em quarto, João afirma:"Sabemos que já passamos da morte para a vida,porque amamos os irmãos"(1João 3.14).
Uma pessoa nascida de novo,ou seja,regenerada,tem um amor especial por todos os discípulos de Cristo. Assim como seu Pai,que está no céu,o indivíduo regenerado ama todos os homens com um grande amor geral,mas possui um amor especial por aqueles que têm o mesmo entendimento dele. Assim como seu Senhor e Salvador,o regenerado ama os piores pecadores e pode até chorar por eles;mas ele tem um amor especial por aqueles que são crentes.A pessoa nascida de novo nunca se sente tão feliz quanto ao estar entre os santos e os excelentes da terra.Outros talvez valorizem a cultura,a esperteza,a riqueza ou a posição na sociedade em que vivem. O homem regenerado valoriza a graça de Deus.Aqueles que mais desfrutam da graça divina e mais se assemelham a Cristo,são estes os que o regenerado ama com mais intensidade. Ele percebe que tais pessoas,assim como ele,são membros da mesma família;sente que são soldados do mesmo exército,companheiro de jornada,viajando pelo mesmo caminho. O indivíduo regenerado entende tais pessoas,e elas o compreendem. O regenerado e tais pessoas talvez sejam diferentes em vários aspectos - nacionalidade,posição social e bens. O que importa? Eles constituem o povo do Senhor Jesus  Cristo.São filhos e filhas de Deus.Portanto,o regenerado não pode deixar de amá-los.

Em quinto, João afirma: "Todo o que é nascido de Deus vence o mundo" (1João 5.4).
Uma pessoa nascida de novo,ou seja,regenerada,não torna a opinião do mundo seu padrão do que é certo ou errado. Ele não se preocupa em andar na direção contrária aos caminhos,opiniões e costumes do mundo."O que os outros dirão?"não será uma questão importante para ele. O regenerado vence o amor ao mundo. Ele não encontra prazer nas coisas que muitos ao seu redor chamam de felicidade. A pessoa regenerada não pode alegrar-se nas alegrias das pessoas mundanas; tais alegrias a fatigam, ela as considera coisas vãs,inúteis e indignas de um ser mortal. O regenerado vence o temor do mundo. Ele se contenta em fazer muitas coisas desnecessárias no conceito de muitos que vivem ao seu redor. Estes zombam do regenerado,mas ele não se abala. As pessoas do mundo o ridicularizam,porém ele não desanima. A pessoa nascida de novo deseja muito receber louvor da parte de Deus e não dos homens. O regenerado receia ofender a Deus,mais do que ofender os homens. Ele já calculou o preço; a ofensa da parte dos homens é algo insignificante para o regenerado,não importando se ele será elogiado ou acusado. Ele não é mais um escravo da moda e dos costumes do mundo. Agradar o mundo é uma consideração secundária para o nascido de novo. Seu primeiro objetivo é agradar a Deus.

Em sexto, João afirma: "O que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo"(1João 5.18).
Uma pessoa nascida de novo,ou seja,regenerada,é muito cuidadosa a respeito de sua própria alma. Ela se esforça não somente para manter-se limpa do pecado,mas também de tudo que possa induzi-la a praticá-lo. É cuidadosa a respeito de suas companhias.Sente que más conversações corrompem o coração e que é mais fácil apegarmo-nos ao mal do que ao bem. O nascido de novo é cuidadoso no que se refere ao uso de seu tempo;seu maior desejo é utilizá-lo com proveito. Também é cuidadoso a respeito das amizades que estabelece;para ele,não basta que as pessoas sejam bondosas,amáveis e moderadas.Tudo isto é muito bom,mas tais pessoas abençoarão a sua alma? O regenerado é cuidadoso a respeito de seu comportamento e hábitos cotidianos.Procura lembrar-se de que seu coração é enganoso,que o mundo está repleto de impiedade e que o diabo se esforça para prejudicá-lo. Portanto,a pessoa nascida de novo estará sempre em vigilância. Deseja viver como um soldado no campo do inimigo,estar continuamente vestido com sua armadura e preparada para as tentações. Descobre,por experiência própria,que sua alma está constantemente entre inimigos e estuda meios para ser uma pessoa de oração,vigilante e humilde.

A SANTIDADE DE DEUS

A Santidade de Deus - A Raiz da Separação Eclesiástica-

 

“Ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus” Levítico 20.26


 

Para compreendermos com exatidão o Deus triuno, é fundamental aceitarmos um aspecto básico da sua natureza. Deus é Santo, separado de toda corrupção e distinto em sua pureza. Dentre suas infinitas qualidades, a sua santidade é suprema. Dentre todas as coisas, Ele deve ser reconhecido como Aquele que é separado do mundo por nós conhecido, separado para a perfeição por nós desconhecida. Ele é e tem de ser visto pelo homem como Aquele que deve se manter separado.

Deus é separado e distinto em seu poder. “Ó Senhor, Deus dos Exércitos, quem é poderoso como tu és, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti?! Dominas a fúria do mar; quando as suas ondas se levantam, tu as amainas” (Salmos 89.8-9)

Deus é separado e distinto em sua moralidade. “Justiça e direito são o fundamento do teu trono; graça e verdade te precedem” (Salmos 89.14).

Os atributos de Deus são manifestações do seu caráter santo. Por exemplo, a santidade de Deus é demonstrada através do seu amor por aqueles que pela fé Ele torna justos. “O Senhor abre os olhos aos cegos, o Senhor levanta os abatidos, o Senhor ama os justos” (Salmos 146.8). “ Pois tu não és Deus que se agrade com a iniqüidade, e contigo não subsiste o mal. Os arrogantes não permanecerão à tua vista; aborreces a todos os que praticam a iniqüidade” (Sl 5.4-5)

Visto que toda qualidade de Deus manifesta sua santidade, considerar qualquer atributo à parte desta santidade significa distorcer seu caráter. Em nenhum outro lugar essa distorção é tão evidente quanto nas concepções populares a respeito do amor de Deus. Raro é o homem que compreende conscientemente que o amor de Deus é apenas uma manifestação da sua santidade.

O evangelicalismo moderno tem imaginado um deus que personifica o amor supremo separado da santidade, um deus que possui a santidade como um efeito secundário. No pensamento popular, a santidade de Deus está erroneamente subordinada ao seu amor. Tal pensamento cria a imagem de um vovozinho impotente, incapaz de manter seu próprio padrão. Esta atitude reduz o amor santo de Deus a um nível sentimentalista, desprovido de justiça e juízo, que constituem a base do seu trono. Esta concepção produz um entendimento frívolo e trivial daquele a quem serafins, com faces cobertas, clamam: “Santo,santo,santo é o Senhor dos Exércitos” (Isaías 6.3).

Consequentemente, Aquele que faz os demônios tremerem nada mais é do que “o cara lá de cima”, o copiloto da vida. Ao participar de competições, times de desportistas oram pedindo vitória Áquele em cuja presença “ninguém” deve se vangloriar (1Cor 1.29). Essa petição visa receber de Deus a vanglória da carne. Em contraste, as Escrituras dizem: “Levanta-te, Senhor; não prevaleça o mortal. Sejam as nações julgadas na tua presença. Infunde-lhes, Senhor, o medo; saibam as nações que não passam de mortais” (Sl 9.19-20).

A santidade identifica Deus como independente de tudo. Esta separação divina foi manifestada quando o monte Sinai fumegou, porque “o Senhor descera sobre ele em fogo” (Ex 19.18). Por ordem divina, o monte tinha sido demarcado por limites invioláveis; traspassar estes limites significava morte certa. Sobre todas as coisas, Deus será reconhecido pela sua separação, sua santidade. O tabernáculo era a habitação de Deus, onde o homem encontrava-se com a Divindade. Somente no Santo dos Santos, podia ser feita a expiação pelos pecados. Mas ali ninguém podia entrar, exceto o sumo sacerdote, apenas uma vez por ano. E mesmo naquele dia de expiação, ele não podia entrar confiando em seus próprios recursos, e sim no recurso ordenado por Deus - o sangue de um sacrifício prescrito por Ele.

Na expiação, aquele sacrifício que mais revela seu amor, Deus lembra aos homens que, acima de todos os outros atributos, Ele é um Deus santo, destituído de qualquer corrupção. Deus nos outorga repetidas afirmações sobre sua santidade, para que o coração humano, “enganoso” e “desesperadamente corrupto” (Jr 17.9), não esqueça essa característica áurea. “Eu sou o Senhor, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque eu sou santo” (Levítico 11.45); “Ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus” (Levítico 20.26).


Quando Deus escolheu Abraão para ser recipiente da sua graça especial, Ele o separou de sua família e de seu país, porque seu propósito era tornar a descendência de Abraão um povo distinto. Mesmo a libertação do povo de Israel da escravidão do Egito mostrou o propósito de Deus em separá-los para Si mesmo, tornando-os uma nação santa. A santidade de Israel era confirmada por serem eles separados do estilo de vida e de adoração dos pagãos. A morte, a separação crucial, era prescrita àqueles que mantinham crenças e práticas pagãs entre o povo de Deus.

A observância da separação por parte do povo de Deus continua no Novo Testamento: “Segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento” (1Pedro 1.15).Esta ordenança não é um ritual ou um preceito ético estabelecido por algum líder religioso, e sim uma manifestação do Deus santo: “Sede santos, porque eu sou santo” ( 1Pedro 1.16). Ele não deixa seu povo sem recursos ou auxílio para se manterem separados - “pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas... que conduzem à vida e à piedade... pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo” (2Pedro 1.3-4). Não há dúvidas quanto à ordenança de que os cristãos devem se manter separados do pecado e da apostasia. A presença do Espírito Santo é um testemunho contínuo para que se cumpra este mandato de separação. Como resultado, os cristãos sensíveis à sua presença sofrem com o pecado. Pelo poder do sangue de Cristo e pela obra do Espírito Santo, eles desejam ardentemente confessar, abandonar e se manterem separados do pecado.

A santidade de Deus é a raiz incontestável da separação pessoal e eclesiástica. Pregadores, igrejas, denominações... e outros grupos pseudo-religiosos, que negam e distorcem as Escrituras, são profanos e estão em rebeldia contra Deus. Obedecê-los significa separar-se dos que praticam tais pecados, pois estão violando a própria natureza de Deus. Os verdadeiros crentes estabelecem marcas bem visíveis de separação entre eles e os falsos e desobedientes empreendimentos religiosos,” porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?Que ligação entre o santuário de Deus e os ídolos?” (2Cor 6.14-16).

Devemos nos manter separados por meio de um padrão essencialmente bíblico, unido-nos àqueles que praticam e sustentam esse mesmo padrão. Precisamos fazer isso para agradar a Deus, cuja santidade inclui separação da desobediência e da incredulidade. Portanto, para agradar e glorificar a Deus, temos de nos separar de religiosos que negam a Bíblia e de cristãos rebeldes. Agindo assim, honramos a Palavra de Deus, a qual nos instrui: “Retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei; serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso” (2Cor 6.17-18).

Que promessa maravilhosa! A aliança com o mundo jamais poderá rivalizar com a bênção experimentada pelos crentes que, em obediência, mantêm-se separados para o Pai.


Solo Deo Glória.

                                     

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

NÃO JULGUEIS


                              
Há alguma parte das Escrituras tão popular e tão erroneamente citada como as palavras de Mateus 7.1 (“Não julgueis, para que não sejais julgados.”)? Estas palavras têm sido adotadas como um fundamento para uma abordagem permissiva e sem criticismo da vida, de uma mentalidade “tudo é aceitável”, que nunca forma, e muito menos expressa, uma opinião desfavorável das coisas ou das pessoas.
Pessoas que nunca têm tempo para Jesus estão prontas a citar estas palavras -a fim de silenciar aqueles que são antiquados demais por usar termos como “pecado” e “erro”.”Não julgueis” é o porrete que ataca os padrões éticos e os transforma em confusão improdutiva. Até os crentes sentem-se frequentemente intimidados, ao pensar que o Senhor nos está proibindo, com estas palavras, de formular vereditos morais. Durante casos de disciplina na igreja local, há poucas ocasiões em que este versículo não é mencionado, como forma de protesto da parte de uma das ovelhas.

JULGAMENTO - BOM OU MAU
Um momento de reflexão deve nos mostrar que tal interpretação é absurda. Nesta passagem, o próprio Cristo exige que façamos julgamentos. “Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas... Acautelai-vos dos falsos profetas..Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.6,15,16).
Ele nos ordena que julguemos “pela reta justiça”(Jo 7.24). E Paulo esperava que os membros da igreja julgassem “os de dentro” (1Cor 5.12). As pessoas hoje estão à deriva, sem bússola, nos mares do “não fazer julgamentos”.
Precisamos mais do verdadeiro julgamento nos tribunais, mais de fibra moral nos governos e, acima de tudo, mais discernimento crítico entre o povo de Deus. Nosso Senhor certamente não estava nos exortando à ingenuidade. O que Ele queria dizer? Estava nos advertindo a respeito do julgamento errado - um espírito insensível e condenador que incorre na ira de Deus. É uma tentação particular para aqueles que realmente se preocupam com o certo e o errado, que têm padrões éticos elevados e aceitam com seriedade a chamada à santidade.Ao nosso redor, existem muitas coisas dignas de condenação. Algumas coisas devem ser condenadas, por amor ao nosso próximo e por causa da glória de Deus. Mas temos de acautelar-nos de julgar da maneira que Cristo proíbe.

SINAIS DE ADVERTÊNCIA

Podemos identificar o julgamento pelas seguintes características. Devemos concluir se esta advertência de Cristo se aplica ao nosso julgar:
 Quando é habitual.           
O Senhor estava falando a respeito de uma atividade contínua. “Não continueis. Não crieis o hábito de julgar.” Frequentemente, você mais critica do que elogia? As pessoas esperam que você sempre diga algo negativo? Você tem medo de usar sua língua? Você é um inveterado descobridor de erros?          
  Quando é desnecessárioCom que freqüência nos pronunciamos a respeito de assuntos que não nos competem! Se não lhe pediram, por que ofereceu uma opinião desfavorável? Sede diligentes “por viver tranquilamente, cuidar do que é vosso e trabalhar com as próprias mãos, como vos ordenamos”(1Ts 4.11).
Quando está alicerçado em informações incompletas. Em geral, os nossos julgamentos são assim. Apresso-me em proferir uma crítica? Conheço todos os fatos? “Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha”(Pv 18.13).
Quando está cheio de presunção. Podemos ver o que as pessoas fazem, mas temos pouca ou nenhuma idéia quanto ao motivo por que o fazem. Portanto, não ousemos imputar motivos, embora o façamos com regularidade. “Eu, o Senhor, esquadrinho o coração” (Jr 17.10).
Quando não há misericórdia. Somos tolerantes? Demonstramos o benefício de duvidar das informações recebidas? Tentamos dar a melhor interpretação às informações? Cremos na máxima de que “todos são inocentes, até que se prove o contrário”?
Quando traz satisfação. O amor “não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade” (1Cor 13.6). Aqueles espasmos íntimos de satisfação que sentimos, quando recontamos, com piedosas expressões de pesar, a queda de alguém no pecado, vêm diretamente do inferno.
Quando é trivial. “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados” (Cl 2.16). Quantos conflitos existem, nas igrejas, a respeito de assuntos insignificantes e duvidosos.
Quando é incoerente. “Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas...porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas” (Rm 2.1)Quando é destrutivo. Ataca as pessoas (“E quem lhe chamar: Tolo”- Mt 5.22); destrói a auto-estima; ousa pronunciar um veredito final sobre o ser humano. “O próprio Deus” é juiz(Sl 50.6).
AUTODESTRUTIVOA tendência de sempre julgar é autodestrutiva. É claro que pode causar danos àqueles contra os quais é dirigido - às vezes, de um modo severo e duradouro. Disfarçado de interesse ou de espiritualidade sincera, este espírito cruel se infiltra como um ácido corrosivo na membresia de muitas igrejas, prejudicando vidas e causando feridas. E esta tendência prejudica também a pessoa que faz o julgamento. Condenar os outros pode ser uma atividade agradável para os incrédulos, oferecendo o que John Stott chama de “o prazer da justiça própria, sem a dor do arrependimento” . Mas a atitude de julgar nos impede de perceber qualquer necessidade de mudança. Enquanto pudermos achar um argueiro no olho de nosso irmão, não nos preocuparemos com a trave que está em nosso próprio olho. Por conseguinte, o crítico persistente tem um interesse firme em achar falhas nos outros. Se não tiver um motivo de acusação, procurará outro imediatamente. E essa estratégia de autoproteção condena sua vítima à miserável prisão dos padrões de comportamento mundanos.
       NEGAR MISERICÓRDIA : Contudo, existe uma implicação ainda mais séria: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também” (Mt 7.1-2). Você e eu gostaríamos de ser julgados de acordo com nossos próprios padrões? Suportaríamos ouvir nossos juízos serem recompensados e medidos por esses padrões? Condenar significa negar misericórdia. Aqueles que condenam habitualmente os outros fazem uma declaração terrível a respeito de si mesmos - não sabem o que é misericórdia. É o fardo da culpa interior que os torna propensos a fazer julgamentos? 
Solo Deo Glória.
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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

RICHARD BAXTER

A vida longa e febril de Richard Baxter (1615-1691) foi caracterizada por condições precárias de saúde. Mesmo assim, ele produziu material (mormente nas áreas da teologia prática ou pastoral) suficiente para encher 23 volumes, numa edição de suas obras publicada no século dezenove. Viveu num período da história da Inglaterra caracterizado igualmente por destruição e criatividade e, de certo modo, a sua vida retratou a tumultuosa colisão dessas forças.
Seu maior empreendimento não foi de escala nacional, mas local. Em 1641 foi nomeado pastor de Kidderminster, em Worcestershire, que na época tinha uma população em torno de 2.000 habitantes. Quando começou seu ministério ali, encontrou, nas palavras dele mesmo, "um povo ignorante, rude e libertino". Poucas famílias iam à igreja. Além de pregar aos domingos e às quintas-feiras (uma hora cada vez!),Baxter iniciou um incansável programa de visitação, aconselhamento pessoal, e ensino, visitando casa por casa, dia após dia. Ele ensinava individualmente os membros de sua igreja, catequizando-os (isto é, pelo método de pergunta e resposta) sistematicamente no cristianismo básico. Gradativamente, uma notável mudança se observou em toda a cidade, de maneira que quando partiu, 20 anos depois, foi difícil encontrar uma família numa rua que não tivesse sido espiritualmente transformada. Na maioria dos domingos, 1.000 pessoas lotavam o templo (cinco galerias tiveram que ser construídas para acomodá-las). Seis anos após sua partida, ele não tinha ouvido falar de um só convertido que tivesse se desviado. Como pastor, Richard Baxter era incomparável. O que ele deixou feito e registrado em Kidderminster é talvez uma das maiores realizações pastorais da história da igreja. Conquanto ordenado na Igreja Anglicana, tornou-se mais tarde um não conformista, vindo a ser expulso do ministério que exercia em Kidderminster. Baxter foi para Londres, para continuar pregando, e ali foi preso, quando estava com setenta anos de idade; esteve preso durante vinte e um meses. Morreu cinco anos depois.Uns 135 artigos de sua lavra publicados durante sua vida, e 5 obras póstumas foram impressas posteriormente. Ele é melhor conhecido por três livros em particular. O primeiro, The Saints" Everlasting Rest (O Repouso Eterno dos Santos), publicado pela primeira vez em 1650, é um livro sobre o céu, reconhecido como um clássico no assunto. O segundo, The Reformed Pastor, publicado pela primeira vez em 1656, é talvez o mais desafiador livro escrito para pastores. O terceiro grande livro de Baxter é A Call to the Unconverted (Um Chamado ao Não Convertido),publicado pela primeira vez em 1658,e considerado por muitos como o melhor livro já escrito acerca da conversão.

Solo Deo Glória.

Deus é a Dádiva Suprema e Presente em Todas as Outras Dádivas

Os redimidos têm todo o seu bem objetivo em Deus. O próprio Deus é o grande bem, e os crentes são trazidos, por meio da redenção, á posse e gozo deste grande bem. Ele é o sublime bem, a soma de todos os bens que Cristo comprou; Ele é o quinhão de nossa alma. Deus é a riqueza e o tesouro, a comida, a vida, a habitação, o ornamento, o diadema, a glória e a honra eterna dos redimidos. Eles não têm qualquer outro no céu, exceto Deus. Ele é o grande bem no qual os redimidos são recebidos quando morrem e para o qual ressuscitarão no final do mundo. O Senhor Deus, Ele é a luz da Jerusalém celestial; é o "rio da água da vida" que corre e a árvore da vida que cresce "no paraíso de Deus". As gloriosas excelências e beleza de Deus serão o que entreterão para sempre a mente dos santos, e o amor de Deus será a eterna alegria deles. Os remidos desfrutarão realmente de outras coisas; desfrutarão dos anjos e de uns aos outros. Mas o que os redimidos desfrutarão nos anjos, ou uns nos outros, ou em qualquer outra coisa, que lhes trará deleite e felicidade, será o que contemplarão de Deus neles,

Solo Deo Glória.

AS COISAS PEQUENAS

Somos incapazes de realizar o mais humilde ato da vida

Cristã,se não recebemos de Deus o vigor do Espírito Santo.Com certeza,meus irmãos,é nestas coisas pequenas que geralmente percebemos, acima de tudo, a nossa fraqueza. Pedro foi capaz de andar sobre a água, mas não pôde suportar a acusação de uma criada. Jó suportou a perda de todas as coisas, porém as palavras censuradoras de seus falsos amigos(embora fossem apenas palavras) fizeram-no falar mais amargamente do que todas as outras aflições juntas. Jonas disse que tinha razão em ficar irado, até à morte, a respeito de uma planta.
Você não tem ouvido, com certa freqüência, que homens poderosos, sobreviventes de muitas batalhas,foram mortos por um acidente trivial? John Newton disse: “A graça de Deus é tão necessária para criar no crente a atitude correta diante da quebra de uma louça valiosa como diante da morte de um parente querido” . Estes pequenos vazamentos precisam dos mais cuidadosos tampões. Nas coisas pequenas, bem como nas coisas grandes, o justo tem de viver pela fé!
Crente, você não é suficiente para nada! Sem a graça de Deus, não pode fazer coisa alguma. Nossa força é fraqueza - fraqueza até para as coisas pequenas; fraqueza para as situações fáceis, bem como para as complexas; fraqueza nas gotas de tristeza, como também nos oceanos de aflição. Aprenda bem o que nosso Senhor disse aos seus discípulos: “ Sem mim nada podeis fazer” (João 15.5).

Solo Deo Gloria

                     

A Solene Responsabilidade Pastoral



Tremenda e solene é a responsabilidade que estás prestes a receber.A obra que está diante de ti é pesada e importante. A conseqüência, tanto para ti mesmo quanto para os teus ouvintes, deve ser levada a sério e haverá de ser feliz ou triste, à medida em que fores fiel ou infiel diante desta obra, à medida que fores achado ou não um pastor de acordo com o coração de Deus. Portanto, permite-me admoestar-te e rogar que, na linguagem do apóstolo em 1Timóteo 4.16, tenhas “cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes”. A obra que tens diante de ti é grandiosa, árdua e muito importante. Tu foste chamado para fazê-La em uma época e lugar em que podes esperar grandes dificuldades e talvez provações incomuns. Mantém teus olhos fixos em Cristo. Permite que as seguintes promessas e declarações dEle sejam o teu encorajamento: “ Eis que estou convosco todos os dias; A minha graça te basta”.
Querido irmão, chegará o momento em que nós dois teremos de comparecer numa assembléia imensamente mais solene e augusta, perante Deus e Cristo, e seremos examinados para determinar se fomos pastores de acordo com o coração de Deus ou não. Que o bom Senhor permita que tu e eu obtenhamos misericórdia e graça para sermos achados fiéis; e que, quando o Supremo Pastor vier, recebamos a imarcescível coroa de glória. Amem.


SOLO DEO GLÓRIA

                                           

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A SANTIDADE DE DEUS A RAIZ DA SEPARAÇÃO ECLESIÁSTICA

Ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus. Lv 20.26

um aspecto básico da sua natureza. Deus é Santo, separado de toda corrupção e distinto em sua pureza. Dentre suPara compreendermos com exatidão o Deus triuno, é fundamental aceitarmos
as infinitas qualidades, a sua santidade é suprema. Dentre todas as coisas, Ele deve ser reconhecido como Aquele que é separado do mundo por nós conhecido, separado para a perfeição por nós desconhecida. Ele é e tem de ser visto pelo homem como Aquele que deve se manter separado
Deus é separado e distinto em seu poder. “Ó Senhor, Deus dos Exércitos, quem é poderoso como tu és, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti?! Dominas a fúria do mar; quando as suas ondas se levantam, tu as amainas” (Salmos 89.8-9)

  Deus é separado e distinto em sua moralidade. “Justiça e direito são o fundamento do teu trono; graça e verdade te precedem” (Salmos 89.14).
Os atributos de Deus são manifestações do seu caráter santo. Por exemplo, a santidade de Deus é demonstrada através do seu amor por aqueles que pela fé Ele torna justos. “O Senhor abre os olhos aos cegos, o Senhor levanta os abatidos, o Senhor ama os justos” (Salmos 146.8). “ Pois tu não és Deus que se agrade com a iniqüidade, e contigo não subsiste o mal. Os arrogantes não permanecerão à tua vista; aborreces a todos os que praticam a iniqüidade” (Sl 5.4-5)
Visto que toda qualidade de Deus manifesta sua santidade, considerar qualquer atributo à parte desta santidade significa distorcer seu caráter. Em nenhum outro lugar essa distorção é tão evidente quanto nas concepções populares a respeito do amor de Deus. Raro é o homem que compreende conscientemente que o amor de Deus é apenas uma manifestação da sua santidade.
O evangelicalismo moderno tem imaginado um deus que personifica o amor supremo separado da santidade, um deus que possui a santidade como um efeito secundário. No pensamento popular, a santidade de Deus está erroneamente subordinada ao seu amor. Tal pensamento cria a imagem de um vovozinho impotente, incapaz de manter seu próprio padrão. Esta atitude reduz o amor santo de Deus a um nível sentimentalista, desprovido de justiça e juízo, que constituem a base do seu trono. Esta concepção produz um entendimento frívolo e trivial daquele a quem serafins, com faces cobertas, clamam: “Santo,santo,santo é o Senhor dos Exércitos” (Isaías 6.3).
Consequentemente, Aquele que faz os demônios tremerem nada mais é do que “o cara lá de cima”, o copiloto da vida. Ao participar de competições, times de desportistas oram pedindo vitória Áquele em cuja presença “ninguém” deve se vangloriar (1Cor 1.29). Essa petição visa receber de Deus a vanglória da carne. Em contraste, as Escrituras dizem: “Levanta-te, Senhor; não prevaleça o mortal. Sejam as nações julgadas na tua presença. Infunde-lhes, Senhor, o medo; saibam as nações que não passam de mortais” (Sl 9.19-20).
A santidade identifica Deus como independente de tudo. Esta separação divina foi manifestada quando o monte Sinai fumegou, porque “o Senhor descera sobre ele em fogo” (Ex 19.18). Por ordem divina, o monte tinha sido demarcado por limites invioláveis; traspassar estes limites significava morte certa. Sobre todas as coisas, Deus será reconhecido pela sua separação, sua santidade. O tabernáculo era a habitação de Deus, onde o homem encontrava-se com a Divindade. Somente no Santo dos Santos, podia ser feita a expiação pelos pecados. Mas ali ninguém podia entrar, exceto o sumo sacerdote, apenas uma vez por ano. E mesmo naquele dia de expiação, ele não podia entrar confiando em seus próprios recursos, e sim no recurso ordenado por Deus - o sangue de um sacrifício prescrito por Ele.
Na expiação, aquele sacrifício que mais revela seu amor, Deus lembra aos homens que, acima de todos os outros atributos, Ele é um Deus santo, destituído de qualquer corrupção. Deus nos outorga repetidas afirmações sobre sua santidade, para que o coração humano, “enganoso” e “desesperadamente corrupto” (Jr 17.9), não esqueça essa característica áurea. “Eu sou o Senhor, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque eu sou santo” (Levítico 11.45); “Ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus” (Levítico 20.26).
Quando Deus escolheu Abraão para ser recipiente da sua graça especial, Ele o separou de sua família e de seu país, porque seu propósito era tornar a descendência de Abraão um povo distinto. Mesmo a libertação do povo de Israel da escravidão do Egito mostrou o propósito de Deus em separá-los para Si mesmo, tornando-os uma nação santa. A santidade de Israel era confirmada por serem eles separados do estilo de vida e de adoração dos pagãos. A morte, a separação crucial, era prescrita àqueles que mantinham crenças e práticas pagãs entre o povo de Deus.
A observância da separação por parte do povo de Deus continua no Novo Testamento: “Segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento” (1Pedro 1.15).Esta ordenança não é um ritual ou um preceito ético estabelecido por algum líder religioso, e sim uma manifestação do Deus santo: “Sede santos, porque eu sou santo” ( 1Pedro 1.16). Ele não deixa seu povo sem recursos ou auxílio para se manterem separados - “pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas... que conduzem à vida e à piedade... pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo” (2Pedro 1.3-4). Não há dúvidas quanto à ordenança de que os cristãos devem se manter separados do pecado e da apostasia. A presença do Espírito Santo é um testemunho contínuo para que se cumpra este mandato de separação. Como resultado, os cristãos sensíveis à sua presença sofrem com o pecado. Pelo poder do sangue de Cristo e pela obra do Espírito Santo, eles desejam ardentemente confessar, abandonar e se manterem separados do pecado.
A santidade de Deus é a raiz incontestável da separação pessoal e eclesiástica. Pregadores, igrejas, denominações... e outros grupos pseudo-religiosos, que negam e distorcem as Escrituras, são profanos e estão em rebeldia contra Deus. Obedecê-los significa separar-se dos que praticam tais pecados, pois estão violando a própria natureza de Deus. Os verdadeiros crentes estabelecem marcas bem visíveis de separação entre eles e os falsos e desobedientes empreendimentos religiosos,” porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?Que ligação entre o santuário de Deus e os ídolos?” (2Cor 6.14-16).
Devemos nos manter separados por meio de um padrão essencialmente bíblico, unido-nos àqueles que praticam e sustentam esse mesmo padrão. Precisamos fazer isso para agradar a Deus, cuja santidade inclui separação da desobediência e da incredulidade. Portanto, para agradar e glorificar a Deus, temos de nos separar de religiosos que negam a Bíblia e de cristãos rebeldes. Agindo assim, honramos a Palavra de Deus, a qual nos instrui: “Retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei; serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso” (2Cor 6.17-18).
Que promessa maravilhosa! A aliança com o mundo jamais poderá rivalizar com a bênção experimentada pelos crentes que, em obediência, mantêm-se separados para o Pai.

Solo Deo Glória.

                      
   

RICHARD BAXTER E A PREGAÇÃO REFORMADA



Por que Richard Baxter? A teologia dele não era completamente sã. O desejo de Baxter promover a unidade da igreja às vezes o traía, ao ponto de tentar estabelecer consenso com aqueles que se encontravam distantes da fé bíblica. Embora Richard Baxter tenha sido um controversialista hábil, ele confessou: “Sinto-me bastante inclinado a dirigir palavras de controvérsia em meus escritos e propenso a provocar a pessoa contra a qual eu escrevo” . Na “época clássica da literatura evangélica”, não existem outros modelos ou exemplos mais seguros de pregação?
A resposta se encontra no valor especial de Richard Baxter para a nossa necessidade atual. Na providência de Deus, estamos vendo um renovado interesse pela fé reformada e um conseqüente aumento do número de homens que têm sido impulsionados a pregar as doutrinas da graça. Mas qualquer novo progresso pode chegar a extremos; e sempre existe o perigo de um homem, no primeiro ímpeto de entusiasmo em favor daquilo que descobriu, se tornar, em seus esforços para ser completamente reformado, uma caricatura daquilo que ele admira. É exatamente nisso que Baxter pode ajudar-nos, pois, naquilo em que ele foi vigoroso, muitos são fracos em nossos dias. Consideraremos três características da pregação de Baxter que fala à nossa situação contemporânea.
1. A Pregação de Baxter era Caracterizada por Instrução Clara e Notável.
Ele acreditava que um pregador deve argumentar com seus ouvintes. “Devemos estar munidos com todo tipo de evidência, de modo que cheguemos com uma torrente ao entendimento de nossos ouvintes; e munidos com todos os argumentos e postulações, para que envergonhemos as suas objeções vãs e vençamos todas elas, para que eles sejam forçados a renderem-se ao poder da verdade.” Ainda que Baxter estava bem consciente das trevas da mente não-regenerada, ele sempre se preocupou em esclarecer todos os mal-entendidos possíveis e em explicar aquilo que dizia. Os sermões de Baxter tinham uma estrutura lógica: primeiro, a “introdução” do texto bíblico; em seguida, a explicação das dificuldades; depois, “as aplicações” e a exortação. Mesmo estando em meio à mais comovente argumentação, Baxter recorreria ao auxílio da razão. Após implorar com grande ternura e poder, com o propósito de “fazer Cristo e a salvação resplandecerem “, Baxter terminava enumerando nove falsos fundamentos da certeza de salvação, seguidos pelos oito testes pelos quais seus ouvintes poderiam comprovar sua própria sinceridade. Um orador erudito consideraria um desperdício o não utilizar esse”impacto emocional”, mas Baxter se propunha em deixar que a verdade causasse seu próprio impacto; e ele pregava não primariamente para mover os homens, e sim para ensiná-los.
As verdades que ele proclamava eram fundamentais. “Durante todo o nosso ministério, temos de insistir principalmente sobre as verdades primordiais, as verdades mais seguras e as verdades mais necessárias; e temos de ser mais escassos e esparsos nas demais verdades. Há muitas outras coisas que são desejáveis de conhecermos; algumas, porém, têm de ser conhecidas, pois, de outro modo, o nosso povo ficará despreparado para sempre. “Isso é muitíssimo diferente da pregação que elabora um exame superficial de algumas passagens muito usadas ou, mais habitualmente, um exame de alguns versículos das Escrituras e da pregação que descarta qualquer outra coisa como algo que não “faz parte do evangelho”. Baxter fazia uma abordagem profunda e argumentava com um conhecimento íntimo do texto bíblico. Ele apresentava as verdades fundamentais em toda a plenitude de seu inter-relacionamento, bem como em toda a plenitude de sua aplicação. Todavia, ele acreditava que a pregação deve alcançar as necessidades das pessoas; que se comete um erro quando as grandes necessidades delas deixam de ser alcançadas; e que a “questão das necessidades” deveria estar sempre à frente.
As grandes verdades fundamentais eram ensinadas em linguagem simples, pois “não existe maneira melhor de fazermos uma boa causa prevalecer do que por meio de torná-la bastante clara”. Visto que o propósito do pregador é ensinar, ele tem de falar de maneira que seja entendido. Naqueles dias em que havia os provadores de sermões, Baxter era criticado pela clareza de sua linguagem e teve de lutar contra o orgulho de seu coração, que o pressionava a utilizar um estilo mais polido de linguagem. “Deus nos mandou ser tão claros quanto pudermos, a fim de que os ignorantes sejam instruídos.... mas o orgulho permanece ao nosso lado e contradiz tudo, produzindo suas trivialidades e suas brincadeiras. Ele nos persuade a pintar a janela, para que a luz se torne menos brilhante.”
Isto certamente nos desafia, queridos irmãos.Nós temos como alvo o oferecer exposição argumentada da verdade para o nosso povo. No entanto, em nossa preparação, procuramos esclarecer qualquer dificuldade possível e fornecer argumentos que convencem as mentes de nossos ouvintes? Ou temos nos tornado negligentes por causa de sua aprovação sem críticas? Nos sentimos tão receosos de ser rotulados como “ fundamentalistas” , que gastamos maior parte de nosso tempo nos cantinhos menos conhecidos das Escrituras? É possível um homem adquirir a reputação de administrador de um restaurante para gourmets reformados, produzindo raridades teológicas que são obtidas em algum lugar - enquanto muitas das ovelhas famintas de seu rebanho olham para elas e não são alimentadas. É um erro trágico concentrar-se naquilo que “desejamos conhecer” e negligenciar aquilo que “temos de conhecer”. O nosso povo realmente entende as verdades centrais a respeito das alianças de Deus, da
pessoa e obra de Cristo, do pecado, da regeneração, do arrependimento e da fé? Até que os fundamentos da fé dos membros de nossa igreja não estejam firmemente estabelecidos, faremos bem se atribuirmos menos ênfase sobre a imensa estrutura doutrinária das Escrituras. Pregamos em linguagem simples? Sem dúvida, procuramos evitar expressões superacadêmicas. É verdade que muitos dos vocábulos poderosos das Escrituras nunca podem ser omitidos de nosso vocabulário. Sem dúvida, eles têm de ser explicados e, depois, incorporados à mente e à conversa de nossos ouvintes. Apesar disso, fazemos conscientemente todo o esforço necessário para evitar os chavões hipnóticos e paralisadores do pensamento, a fim de apresentarmos a verdade com uma roupagem nova e contemporânea? Baxter nos convida a realizarmos um ministério de pregação no qual os fundamentos da fé são apresentados com atratividade e clareza.
2. A Pregação de Richard Baxter era Caracterizada por Um Ardente Apelo Evangelístico.    
A grande realidade que moldava seu ministério era o fato de que todos comparecerão diante do tribunal de Cristo. Sua extrema fraqueza física aumentava sua consciência de que havia apenas um passo entre ele mesmo e a morte, que Baxter chamava de sua “vizinha”. Todos os deveres tinham de ser cumpridos, todos os sermões deveriam ser pregados à luz daquele grande Dia. “Todos os dias, eu sei e penso que está se aproximando a hora” - dizia Baxter. Sua congregação foi descrita como “um grupo de pecadores carnais, miseráveis e ignorantes, que tinham de ser transformados ou condenados. Parece que posso vê-los entrando na condenação final! Parece que eu os escuto clamando por socorro, pelo socorro mais urgente!”
Essa consciência da eternidade tornou Baxter um pregador emocional.”Se você deseja conhecer a arte de apelar, leia Richard Baxter”, disse Charles Spurgeon. Entretanto, a emotividade de Baxter não era indisciplinada; era motivada por uma compreensão da verdade, pois ele não tinha tempo para um “fervor simulado”. “Primeiramente, a luz; depois, o calor” - este era seu moto: em primeiro lugar, a exposição da verdade; em seguida, as pungentes palavras de apelo, resultantes da verdade. No final de seu livro “Uma chamada ao Não-Convertido, Para que se Converta e Viva” resumido por John Blanchard e publicado pela Editora Fiel”, Baxter apelou aos seus ouvintes com uma seriedade tão amável que podemos quase ver as lágrimas em sua face.
“Meu coração está perturbado em pensar como deixarei vocês, para que eu não os deixe como os encontrei, até que acordem no inferno.... Hoje, entre vocês sou um pedinte tão ardoroso, por causa da salvação da alma de vocês, como se estivesse pedindo algo para satisfazer minha própria necessidade e estivesse obrigado a vir como mendigo às portas das casas de vocês. Portanto, se vocês pretendem me ouvir, ouçam-me agora. E, se vocês querem demonstrar piedade para comigo, suplico que nesse momento tenham piedade de vocês mesmos. Ó senhores, creiam: a morte e o julgamento, o céu e o inferno se tornam outra coisa quando nos aproximamos deles, diferentes daquilo que pensávamos quando deles estávamos distantes. Quando deles se aproximarem, vocês ouvirão a mensagem que lhes estou apresentando, com corações mais despertos e atenciosas”.
O assunto central da pregação de Baxter era um urgente convite para que o ouvinte recebesse a Cristo. Richard Baxter pregava esperando um veredicto; ele procurava “levar ao pecadores a perceberem que tinham de ser, inevitavelmente, convertidos ou condenados”. As palavras finais de Baxter em seu livro “Desprezando a Cristo e a Salvação” são poderosas e pungentes: “Quando Deus remover de seus corpos aquelas almas descuidadas, e você, leitor, tiver de responder, em seu próprio nome, por todos os seus pecados; então, o que você não daria por um Salvador? Quando você perceber que o mundo o abandonou, que seus companheiros de pecado iludiram a si mesmos e a você e que todos os seus dias de felicidade se acabaram; então, o que você não daria por Cristo e pela salvação que você agora não considera ser uma coisa digna de se esforçar por ela? Você que não menospreza uma pequena enfermidade, uma necessidade ou a morte natural, não, nem mesmo uma dor de dente, mas lamenta como se estivesse arruinado; como você despreza a fúria do Senhor, que arderá contra aqueles que condenam a sua graça? Agora posso reconhecer qual será a sua determinação para os dias futuros.O que você tem a dizer? Você pretende continuar desprezando a Cristo e a salvação, como o tem feito agora, e, apesar disso, ser o mesmo homem? Espero que não.”
O gume afiado estava sempre presente nas mensagens de Baxter - uma decisão tinha de ser tomada, um veredicto precisava ser dado, e uma oferta de misericórdia, aceitada ou rejeitada.No entanto, isso está bem longe de corresponder ao divisionismo superficial. O pregador arminiano tem receio do que a mente pode dizer ao coração, depois que terminar o culto; por isso, ele tenta compelir os ouvintes a uma decisão da vontade, antes que pensamentos posteriores deles os afastem de Cristo. Baxter não somente se mostrava corajoso em lidar com os pensamentos posteriores, mas também contava com tais pensamentos, esperando que seus ouvintes refletiriam profundamente sobre aquilo que havia sido pregado. Assim, vemos Baxter plantando bombas-relógios nas mentes de seus ouvintes, aplicações que continuariam a falar, depois que a voz de Baxter silenciasse. “Não posso acompanhá-los até suas casas, para aplicar a Palavra às necessidades diárias de vocês. Oh! que eu possa transformar a consciência de vocês em um pregador, e que ela pregue para vocês mesmos, pois está sempre acompanhando-os! Da próxima vez que forem deitar-se ou dirigirem-se ao trabalho, sem haver orado, que a consciência de vocês grite bem alto: Você não se preocupa mais com Cristo e com a salvação de sua alma? Da próxima vez que se apressarem para a prática de um pecado conhecido, que a consciência de vocês clame:A salvação e Cristo não são mais dignos, para que você os despreze ou os arrisque por causa de suas concupiscência? Da próxima vez que vocês passarem o dia do Senhor em ociosidade ou esportes vãos, que a consciência lhes diga o que estão fazendo.” Baxter tomava cada um dos aspectos da vida e os arregimentava como um pregador, de modo que os pecadores ficassem cercados por um ambiente em que cada parte declarasse as reivindicações divinas.
Quer com justiça, quer não, em muitos lugares os pregadores reformados têm uma reputação de serem restritos e impessoais em suas mensagens. Isso pode ser uma reação contra os excessos de nossa época, contra o zelo sem discernimento, o calor sem a luz, a sã doutrina sem o bom senso. Não tem sido esta uma reação excessiva? Nós, que vemos Deus em todos os aspectos de nossa vida, poderíamos ser mais profundamente impressionados pela realidade das coisas eternas. Compreendendo a miséria da depravação humana e a maravilha da graça soberana, deveríamos nos sentir profundamente comovidos, quando essa verdade nos envolvesse. A evolução de nossa mente atrofiou de tal modo nosso coração, que nos leva a suspeitar das emoções autênticas? Hesitamos em pregar com insistência o evangelho aos homens, por medo de sermos considerados arminianos? Um pregador reformado pode considerar os cinco pontos do calvinismo como um campo minado pelo qual ele anda na ponta dos pés; e isto pode levá-lo a sentir-se tão temeroso de explodir em meio a uma expressão mal-utilizada, que ele não chega a almejar a conversão de seus ouvintes. O poder e o impacto de um sermão se perdem no emprego de milhares de termos qualificativos utilizados na mensagem. Nossa pregação será uma caricatura, se faltar um apelo sincero para que os homens recebam o Cristo todo-suficiente, que se oferece livremente a todos os que vierem a Ele. As verdades do calvinismo não são barreiras que têm de ser ultrapassadas, antes que o evangelho seja pregado; antes, elas são uma plataforma da qual pregamos com mais poder. É exatamente porque a graça é soberana e livre, que podemos proclamá-La com mais paixão; porque a redenção adquirida por Cristo é completa e certa, podemos recomendá-la com muito brilho; porque Deus, de acordo com sua própria vontade, escolheu alguns homens para a salvação, podemos pregar confiantemente. Se os pastores reformados têm de permanecer em harmonia com as Escrituras, temos de gravar esse elemento da pregação de Baxter.
3. A Pregação de Baxter Era Acompanhada por Aconselhamento Pastoral Sistemático.
Ele não fazia qualquer divisão, como a que existe hoje, entre pregação e trabalho pastoral, pois ele entendeu o que Paulo quis dizer, quando recordou aos crentes de Éfeso, que lhes havia ensinado “publicamente e de casa em casa”. A tarefa do pastor é uma só - a mesma verdade comunicado ao mesmo povo, tendo o mesmo propósito: a glória de Deus, por meio da salvação ou da condenação. Talvez nisto Baxter se mostre mais útil aos pastores de nossos dias - em estabelecer uma forte ligação entre o púlpito e o pastorado..Baxter esperava que conversões resultassem de sua pregação. Ele aconselhou seus colegas de ministério: “ Se vocês não desejam ardentemente ver a conversão e a edificação de seus ouvintes, se não pregam nem estudam com esta esperança, provavelmente vocês não obterão muito sucesso”. Baxter dependia completamente do Senhor para obter sucesso em sua pregação; ele atacava com todo o vigor a abominável atitude de um pregador utilizar a soberania de Deus, em conceder ou não a salvação, como uma desculpa para a negligência. O pregador tem de desejar muito a conversão de seus ouvintes e encher-se de se eles não responderem ao convite do evangelho. “Sei que um pastor fiel pode consolar-se, quando lhe falta sucesso.... mas o pastor que não empenha-se por ser bem sucedido em seu trabalho não pode ter qualquer consolo, porque não é um trabalhador fiel.”Esse desejo intenso por resultados levou Baxter a visitar as casas de seus ouvintes e fazer a obra de catequização pessoal. Ele procurava descobrir quanto os seus ouvintes haviam entendido da pregação, que efeito a pregação tivera sobre eles e se haviam ou não recebido a oferta de misericórdia por meio do evangelho. A semente que ele havia plantado precisava de cultivo posterior? As ervas daninhas precisavam ser arrancadas daquele solo? Essas perguntas poderiam ser respondidas somente através da conversa pessoal. A princípio, Baxter esquivou-se da obra - “Muitos de nós temos uma vergonha tola que nos faz recuar em começar a obra com os ouvintes e conversar claramente com eles”. Mas, à medida que ele ganhou experiência, esse aconselhamento pastoral se tornou “a obra mais confortável, exceto a pregação pública, na qual eu já coloquei minhas mãos a realizarem”. Devemos ressaltar que foi a seriedade de Baxter como pregador que o tornou um pastor tão diligente. Sua visitação aos lares serviu-lhe de instrumento para explicar e aplicar posteriormente aquilo que havia dito no púlpito. Na verdade, ele descobriu que as pessoas não receberiam a sua pregação com a devida seriedade, a menos que ela fosse reforçada por uma abordagem pessoal e achegada.
Em uma passagem clássica de seu livro O Pastor Aprovado,Baxter disse: “Os seus ouvintes lhe darão oportunidade de pregar contra os pecados que eles cometem, assim como clamar do púlpito em favor da piedade, se você não os confrontar depois, ou em contato pessoal posterior for favorável ou demasiadamente amigável com eles... Eles consideram o púlpito como um palco, um lugar onde os pregadores têm de apresentar-se e realizar o seu papel; onde você tem a liberdade de falar, durante quase uma hora, sobre o que você escreveu em seu esboço; e o que você pregou eles não levam em consideração, se não lhes mostrar, por falar-lhes face a face, que você estava pregando com seriedade e realmente pretendia dizer o que pregou em sua mensagem”. A obra pastoral de Baxter não somente reforçava o que ele havia pregado, mas também o ajudava a pregar com mais pungência e relevância no futuro. “Conversar uma hora ou mais com um pecador ignorante e obstinado lhe fornecerá, tão bem quanto uma hora de estudo no escritório, assuntos úteis a serem apresentados em seus sermões; pois você saberá sobre que assunto precisa insistir e quais objeções desses pecadores você terá de repelir.” Baxter conheceu o seu povo - a personalidade, os problemas, as tentações, a maneira de viver deles. Ele se assentava onde eles se assentavam; assim foi capacitado a pregar sermões elaborados para as necessidades particulares deles. Para um homem ser um verdadeiro pregador, ele tem de ser um verdadeiro pastor. Temos de reconhecer a centralidade da pregação, mas será que não utilizamos isso como desculpa para a covardia e a indiferença pastoral? O fato de que pregamos publicamente contra os pecados dos homens nos absolve da responsabilidade de confrontá-los, em seus lares, a respeito dos mesmos pecados? Somos chamados para ser estudantes diligentes, para trabalhar na Palavra, para estar em nosso lugar secreto. No entanto, o estudo pode se tornar um refúgio conveniente para fugirmos da realidade, e podemos facilmente por meio da leitura de mais um livro tranqüilizar nossa consciência no que diz respeito a uma visita não realizada. Muitos de nós temos descoberto, para nossa vergonha, que a coragem com que temos pregado pode evaporar-se durante o trajeto até à porta da casa da pessoa para a qual estamos nos dirigindo, a fim de visitá-la. Havendo trovejado, com ousadia, contra o pecado, nos encontramos procurando conciliar-nos, por meio de um sorriso e de um aperto de mãos, com aquelas mesmas pessoas cujas consciências estáva-mos procurando ferir; “ estamos procurando ser amigos e nos alegrarmos com eles”; estamos preferindo que Deus fique irado com eles, ao invés de eles ficarem irados conosco.
Na tentativa de ressaltarmos a importância da pregação, é possível reagirmos de maneira errônea, por minimizarmos a obra pessoal. O aconselhamento pessoal não pode ser um substituto para a Palavra pregada, mas, como um instrumento de reforçar e aplicar a Palavra à consciência do indivíduo, o aconselhamento pastoral cumpre uma função singular. Além disso, serve também para nos tornar pregadores melhores, e não piores. Quando visitamos de casa em casa, a neblina de nosso estudo será desfeita e voltaremos a fim de preparar sermões de acordo com a vida e na linguagem do povo. Este foi Richard Baxter de Kidderminster, um pregador que trabalhou muito para tornar clara a verdade de Deus, que falava com um coração ardente, enquanto apelava ao seu povo que se aproximasse de Cristo; um pastor que conhecia suas ovelhas por nome, que falava com elas pessoalmente a respeito das grandes preocupações de sua alma, Richard Baxter não é simplesmente uma curiosidade histórica, um fóssil para ser admirado; ele é um estímulo, uma reprovação, um encorajamento.
“ Meu Senhor, não tenho nada a fazer neste mundo, exceto buscar-Te e servir-Te; não tenho nada a fazer com o coração e suas afeições, exceto amar-Te intimamente; não tenho nada a fazer com os lábios e com a caneta, exceto falar sobre Ti, a favor de Ti, e publicar a tua glória e a tua vontade.



                                         SOLO DEO GLÓRIA

                             


TOME A SUA CRUZ



Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-à; quem perder a vida por minha causa, esse a salvara.(Lucas 9.23-24)
          

Só existe uma entrada para o reino de Deus. Há uma porta estreita no início do caminho para a vida. “Porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” (Mt 7.14). Ninguém que tenha um ego enfatuado pode forçar passagem por essa porta. Tem de haver auto-anulação, auto-repúdio e auto-renúncia, para que alguém se torne um discípulo (um aluno) de Cristo.
Nosso Salvador deixou bem clara a sua exigência, ao ordenar explicitamente o negar-se a si mesmo. Depois, Ele enfatizou novamente o seu argumento, utilizando uma ilustração vívida do negar-se a si mesmo - uma ilustração que Ele selaria, em breve, com o seu sangue: “A si mesmo se negue.... Tome a sua cruz” (Lc 9.23). Seis vezes, nos evangelhos, nosso grande Profeta recomendou aos seus discípulos o tomar a cruz. Essa era uma das ilustrações favoritas de Jesus a respeito do negar-se a si mesmo. Em outras ocasiões, Ele falou sobre vender tudo ou perder a própria vida. “Cruz” é uma palavra que de início traz á mente o quadro de nosso Senhor no Calvário. Pensamos sobre Ele derramando seu sangue, enquanto pregado em um instrumento destinado a infligir uma morte agonizante.Talvez possamos expandir a idéia de tomar a cruz ao pensarmos sobre Estêvão, que foi apedrejado até á morte, ou sobre Pedro e João, que foram açoitados e presos, ou sobre qualquer outro mártir, através dos séculos. Á luz desses sofrimentos físicos corajosos, o crente que desfruta de quietude pode dizer”. “Não tenho qualquer cruz para levar”. Talvez esta exigência de Cristo alarme a sua consciência, enquanto você a lê freqüentemente nas Escrituras. Alguns que chamam a si mesmos de “crentes” nunca tomaram realmente a sua cruz. Ignorando a experiência da auto-execução, da auto-renúncia, eles são necessariamente estranhos para Cristo. O próprio Senhor Jesus tencionava que sua exigência alarmasse profundamente tais pessoas. Se esta é a sua condição, não haverá qualquer alívio para a consciência, exceto por meio do tomar a sua cruz e seguir a Jesus. No entanto, outros são verdadeiros servos de Cristo, porém, sentem desânimo por entenderem de modo errado a exigência de nosso Senhor. É possível tomar a cruz e não o saber. Uma análise cuidadosa do significado das palavras de nosso Senhor será um encorajamento. Em qualquer dos casos, este assunto é vital para você. A vida do seu Senhor foi dominada por uma cruz. Ele também o chamou para uma vida que inclui uma cruz. Esta verdade clara do evangelho é facilmente esquecida na débil sociedade ocidental. Com um grande coro de costumes, anúncios e tentações, este mundo está chamando você a uma vida de auto-satisfação. Sua carne é atraída a este apelo e cairá com as sugestões do mundo. Mas o Senhor da glória o tem chamado para uma vida de auto-renúncia, para uma cruz. A exigência de levar a cruz é universal. É dirigida a todos os que seguem a Cristo, sem exceção. Nosso Senhor proferiu estas palavras “ a todos”, não apenas a um grupo seleto que andava mais perto dEle. Marcos 8.34 indica que esta ordem não foi emitida somente para os doze. Foi dita quando Ele chamou” a multidão e juntamente os seus discípulos”. A cruz é exigida de qualquer pessoa que quer vir após Jesus. Não há casos peculiares isentos desta necessidade.Várias vezes, nosso Senhor enfatizou que ninguém poderia ser considerado seu discípulo se não tomasse a cruz - “Quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim” (Mt 10.38). Em Lucas 14.27, nosso Salvador voltou-se a uma multidão que O seguia e insistiu: “E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo”. Ser um crente sem negar-se a si mesmo é uma impossibilidade absoluta. Quer você viva em um país cristão,quer viva em uma cultura hostil à Palavra de Deus, você tem de levar a cruz. A única maneira de evitar a cruz é seguir o mundo até ao inferno. Conforme explica Mateus 8.35: “ Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á A palavra “pois” indica uma conexão com o versículo anterior. O cristianismo sem auto-renúncia não suportará o juízo. Este aspecto óbvio do ensino de nosso Senhor tem sido esquecido ou ignorado pelo evangelismo moderno. Ansiosos por trazer pecadores á vida, á paz e á alegria no Senhor, os evangelistas têm falhado em mencionar que Cristo insiste, desde o início, na renúncia do “eu” . Falhando em transmitir esta exigência de nosso Senhor e esquecendo-a eles mesmos, os evangelistas nunca questionam se os seus “ convertidos” que têm vidas egocêntricas são verdadeiros seguidores de Cristo. Supondo que é possível a alguém buscar a auto-satisfação e ao mesmo tempo estar certo do céu, aqueles que ensinam a Bíblia procuram um meio de trazer homens egocêntricos a um nível espiritual mais elevado. Por isso, o negar a si mesmo é ensinado como uma exigência para uma segunda obra da graça. Mas o texto de Lucas 9.23-24 nos mostra que, se uma pessoa não tem uma vida de negação de si mesma, não recebeu uma fundamental obra da graça. Aqueles que guardam textos bíblicos sobre a exigência de uma cruz, para usá-los no ensino de “uma vida mais profunda”, enganam seus ouvintes no que diz respeito a evangelizá-los.Sem a cruz não existe qualquer seguir a Cristo! E, sem seguir a Cristo, não há vida,de maneira alguma! Hoje existe a impressão de que muitas pessoas entram na vida por meio da porta larga de crer em Jesus. Consequentemente, poucos buscam a porta estreita da cruz para um serviço espiritual mais profundo. Pelo contrário, o caminho largo, sem o negar a si mesmo, leva à perdição. Todos os que são salvos entraram na fraternidade da cruz. A chamada de Cristo referente à cruz é perpétua. O negar-se a si mesmo não é uma taxa de matrícula, paga uma única vez e, depois, esquecida para sempre. Os crentes mais velhos, assim como os novos convertidos, têm de levar a cruz. A cruz de um crente não é um item descartável da vida cristã, e sim um fardo que temos de levar por toda a vida neste mundo.  A conversa de Jesus, expressa nesta passagem de Lucas, aparentemente aconteceu em Cesáreia de Filipe. Ocorreu próxima ao final do ministério terreno de Jesus. Quase três anos antes, Jesus havia chamado os discípulos. Em Lucas 5, encontramos um relato parcial dessa chamada. Quando os discípulos começara a seguir o Messias, houve o preço doloroso de uma cruz a ser considerado. Este preço, no caso de Pedro, foi o ter de deixar seu amado pai e um bom negócio de pesca, em uma vila tranqüila. No caso de Mateus, o preço envolveu o deixar para trás a lucrativa agência de cobrança de impostos que ele dirigia. Durante mais de dois anos, houve a dolorosa experiência de pobreza, tumulto e desgraça ao seguirem o Mestre. Agora, quando se aproximavam da conclusão de seu treinamento, nosso Senhor colocou diante deles a expectativa de uma cruz. Quer você tenha andado com Cristo um ano ou quarenta anos, ainda tem de negar a si mesmo. Podemos observar que a passagem usa a expressão “dia a dia”. Para um verdadeiro crente, a cruz é vitalícia, presente em todos os aspectos de nossa vida, um fardo diário. Existe apenas um lugar onde podemos largar a cruz - o cemitério. Não podemos levar o sofrimento da auto-renúncia à cidade celestial. Mas nosso Senhor não apresentou qualquer esperança de que a cruz cessará de nos afligir nesta vida. A cruz é tomada “ dia a dia” e por “qualquer pessoa”. Você tem de perguntar a si mesmo: “ Estou levando a cruz hoje?” Conforme já sugerimos, a cruz é dolorosa. A palavra “ cruz” perde todo o significado, se removermos o terrível sofrimento. Nosso Senhor suportou as dores mais cruéis já infligidas a um homem. Temos de reconhecer que a cruz representava dores internas, bem como dores externas. Para o nosso perfeito Senhor, a tortura exterior. Hebreus 12. 2 nos ensina que Jesus “suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia”. A ignomínia era muito mais dolorosa à sublime dignidade dEle do que o eram os cravos e o sangue vertendo de seu corpo. Alguns têm falhado em avaliar o que a cruz era para Jesus: a vergonha de ser feito pecado, diante do Pai, e a ignomínia de ser julgado por um Deus justo, diante de seus inimigos. A vergonha de se identificar abertamente com as sujas transgressões dos ímpios, diante dos homens, dos anjos e de Deus, feriu profundamente a alma sensível de nosso Senhor. O sofrimento íntimo tem de ser o foco do ensino de nosso Senhor, nesta passagem de Lucas 14. Nossa cruz não significa apenas sofrimento físico. Estêvão não foi apedrejado “ dia a dia”, mas o Salvador disse que temos de levar a cruz todos os dias. Nem mesmo nos piores tempos, os apóstolos foram aprisionados “dia a dia”. Existe uma cruz para levarmos nos melhores dias, assim como nos piores. Pedro levou a cruz durante a paz civil, bem como em tempos de conflitos. Deixar de entender que o sofrimento intimo é a pior parte da cruz tem levado alguns crentes a compreenderem erroneamente a exigência de nosso Senhor a respeito de tomar a cruz, todos os dias. Esta compreensão errônea pode levar a alarmes desnecessários e ao desânimo, quando os verdadeiros crentes lêem esta exigência de nosso Senhor. Você pode levar uma cruz invisível para todos, exceto para o seu Pai celestial. Quão freqüentemente um pastor é surpreendido ao aprender sobre a cruz levada pelos membros de sua igreja, que passam por tribulações que ele nunca imaginou. Os sofrimentos mais profundos da cruz não são visíveis publicamente. Além disso, tomar a cruz é um ato intencional. Em cada passagem que apresenta o Senhor mencionando a cruz para os discípulos, Ele ordena que eles a tomem. O Senhor não impõe a cruz sobre uma pessoa contra a vontade dela. Ele não amarra a cruz nas costas de uma pessoa. Existem grandes aflições para o povo de Deus que lhe são impostas pela providência . Sofrimentos irresistíveis podem ser a mão da disciplina ou da misericórdia aprimoradora. Tais sofrimentos são provações e não cruzes. Uma cruz tem de ser tomada por aquele cujo ego tem de ser negado dolorosamente. Foi uma submissão voluntária da parte de Cristo que O levou ao Calvário. “Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou” (João 10.18). Soldados armados não poderiam prender a Jesus. O Filho de Deus se entregou à custódia deles. Assim também é a cruz diária que os discípulos dEle têm de levar. É uma escolha consciente de uma alternativa dolorosa, motivada por amor a Cristo. Pode ser precedida por uma luta íntima, semelhante áquela que nosso Senhor experimentou no Getsêmani. Mas é uma escolha voluntária.   Por último, o tomar a cruz é mortal. É letal. A morte na cruz pode ser muito lenta, mas a cruz tem um objetivo - tenciona trazer, de modo cruel, o “eu” á morte. Duas idéias paralelas, nos versículos 23 e 24, nos mostram que nosso Senhor tinha isto em mente. “ A si mesmo se negue. ”Mortifique a auto-importância, a auto-satisfação, a autodedicação, a autoprosperidade, a autodependência. “Quem perder a vida por minha causa”. É isto mesmo! Morte aos interesses pessoais, porque você serve à honra de Cristo! . Inclui a rendição daquelas coisas que os homens chamam de interesses legítimos para a glória de Deus! Agora, torna-se evidente que a figura de levar a cruz é um aprimoramento da exigência de Jesus acerca da auto-renúncia. Levar a cruz é uma das escolhas conscientes e diárias que o crente faz dentre aquelas que agradarão a Cristo, entristecerão o “eu” e terão como alvo a mortificação própria. Levar a cruz é um ensino para o recruta, não apenas para o soldado amadurecido. É uma exigência para alguém entrar no exército de Deus, não apenas uma chamada para a elite de super-santos que têm uma vida mais profunda. Todavia, o levar a cruz é o segredo para a maturidade profunda em Cristo. Cada etapa do crescimento espiritual exige mais auto-renúncia, mais golpes dolorosos no “eu”, mais ousada determinação de servir ao Senhor Jesus Cristo, com o conseqüente abandono da própria vida do crente. A sombra da cruz cai sobre todos aqueles aspectos vitais da experiência cristã a respeito dos quais os crentes verdadeiros se encontram desorientados. Se a cruz fosse entendida, muitas queixas que se levantam contra a providência de Deus seriam silenciadas. Muitas sessões de aconselhamento no escritório da pastor seriam interrompidas pela aplicação do significado da cruz. O significado da cruz responde a muitas questões, não de modo superficial, e sim profundo. Se você tem se esforçado para adorar o Altíssimo, já aprendeu que não há comunhão satisfatória com Ele sem a cruz. Nosso Salvador se levantava antes do amanhecer para ter comunhão com o seu Pai. Visto que Ele não tinha um aquecedor central, não é um exagero imaginar que o Senhor Jesus tremia de frio, enquanto o seu metabolismo ainda se mostrava lento naquelas primeiras horas da manhã. Talvez Ele sentisse a dor do esforço para manter seus olhos abertos, pois Ele era um verdadeiro homem que havia gastado longos dias e noites ensinando os incultos, convencendo os que se opunham a Ele e curando os enfermos. Ele não tinha boas noites de sono antes de suas horas secretas de adoração. Talvez o Senhor Jesus tivesse de ficar em pé, para não cair de sono. Essas lutas provavelmente causaram a simpatia dEle para com seus discípulos no jardim. Quando eles dormiram, em vez de vigiarem em oração, Ele lhes disse cordialmente: “ O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” ( Mt 26.41). Oh! Ele sentiu a fraqueza da carne humana! Uma cruz confronta o crente que está decidido a levantar cedo para encontrar-se com seu Deus. Começa com o despertador. O “ego” deseja mais uma hora de sono. É razoável permanecer na cama, quando o bebê acordou duas vezes na noite passada. Mas, se o amor de Cristo arde em sua alma, você preferirá causar dores em si mesmo a lançar-se às exigências das atividades do lar ou do escritório e terminar o dia com o triste reconhecimento de que não esteve com o Senhor, em momento algum. Além disso, para levantar cedo, a cada dia, você tem de negar a si mesmo o prazer de encontros sociais que tendem a demorar até altas horas. E, quando você organizar sua vida de modo a dedicar-se às suas devoções, o “eu” rebelde ainda se intrometerá. Pensamentos sobre os seus afazeres exigem a atenção da sua mente, de modo que a contemplação honesta da glória de Deus é impedida. Milhares de interesses egoístas impedem a ocorrência da verdadeira oração, desde o seu início. Nosso Senhor nos ensinou que a oração começa quando o coração clama: “Santificado seja o teu nome” (Lc 11.2). A verdadeira oração não pode ser proferida enquanto o “eu” não é cruelmente arrancado da alma, como um dente é arrancado da mandíbula. Isto é doloroso e angustiante!. Os pregadores encontram rostos tristes que gostariam de ouvir a recomendação de um bom livro sobre devoções. “Eu quero algo para revigorar meu espírito abatido.” O lugar de reclusão secreta se tornou monótono e pouco gratificante. Frequentemente, por trás desse pedido há um desejo de encontrar um novo segredo para se aproximar da presença de Deus, um pequeno artifício ou um retorno fácil ao lugar de alegre comunhão com Deus e o Cordeiro. Não há tais livros ou artifícios. Você tem de levar uma cruz! Tenha o “eu” como alvo. Focalize-se em mortificar o “eu”. Negue-se a si mesmo! Rápido! Acorde cedo! Clame com uma nova união de todas as suas energias, tendo o propósito de conhecer ao Senhor. E amanhã? A cruz estará ali novamente. E, se você não escolher infligir sofrimento ao “eu”, cairá outra vez em frieza. Você se retrairá para grande distância do Senhor. Algumas pobres criaturas têm parado de buscar as alegrias da presença de Deus. Talvez você suponha que Deus não lhe mostrará a sua glória. Pelo contrário, Ele se deleita em tornar-se conhecido. Mas existe uma cruz na entrada do lugar secreto do Altíssimo. Para ficar à sombra do Todo-Poderoso, você precisa trazer o “eu” a uma morte lenta e agonizante. Uma cruz pode ser vista em todas as áreas da vida cristã. Nosso Senhor não estava falando com hipérbole, quando colocou diante de nós uma cruz diária. Virar as costas para a cruz significa retornar ao caminho largo que conduz à perdição.

Solo Deo Glória


                               

O LUGAR DA PREGAÇÃO NA ADORAÇÃO


“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção,para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra,insta,quer seja oportuno,quer não,corrige,repreende,exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário,cercar-se-ao de mestre segundo as suas próprias cobiças,como que sentindo coceira nos ouvidos;e se recusarão a dar ouvidos à verdade,entregando-se às fábulas.” 2Timóteo 3.16-4.4


Por que a Palavra de Deus é Tão Proeminente na Adoração Coletiva da Igreja?



Nessa mensagem a respeito de adoração, precisamos fazer essa pergunta. Quase a metade do tempo de um culto é gasto na pregação da Palavra. Essa é uma proporção notável e exige uma explicação.
Por que eu devo gastar tempo ensinando-os sobre a pregação, se nem todos estão em um seminário preparando-se para serem pregadores? Há três respostas simples. Primeira: vocês saberão melhor o que fazer com a pregação, se entendem, de acordo com a Bíblia, porque a pregação ocupa esse lugar no culto. Segunda: vocês serão capazes de avaliar se estão realmente ouvindo o tipo correto de pregação, se compreendem, de conformidade com a Bíblia, o que deve ser uma pregação correta. Terceira: se vocês sabem o que é a verdadeira pregação, serão capazes de discernir e escolher o tipo certo de pregador, quando tiverem de convidar um pastor para ocupar o púlpito da igreja de vocês. Consequentemente, haverá implicações importantíssimas para a vida e para as famílias de vocês, bem como para o futuro de sua igreja - e de todas as igrejas -, se o povo de Deus souber o que é a verdadeira pregação bíblica e por que ela é tão proeminente na adoração coletiva.
Consideremos a pergunta: por que a Palavra de Deus é proeminente em nossa adoração coletiva?
Ora, essa pergunta, na realidade, está constituída de duas partes.
Primeira: por que a Palavra de Deus é tão proeminente? Segunda: por que essa maneira de apresentar a Palavra possui tão grande relevância? Qualquer crente poderia simplesmente ler a Bíblia por meia hora, ao invés de ouvir a pregação da Palavra, e isto com certeza tornaria proeminente a Palavra de Deus. Ou alguém poderia apenas dirigir uma discussão sobre a Bíblia por meia hora. Ainda, outro poderia realizar uma análise acadêmica sobre o vocabulário, a gramática e as circunstancias históricas da Bíblia. Portanto, não devemos apenas perguntar por que a Palavra de Deus é tão proeminente, mas também por que a pregação é tão relevante.
Deus se revela a Si mesmo como a Palavra e Através da Palavra
A primeira razão é por que Deus decidiu revelar a Si mesmo como a Palavra e através da Palavra. O apóstolo João disse “No princípio era o Verbo [a Palavra]” (João 1.1). No princípio, não era a música, nem o teatro. Deus identifica seu Filho, que é Deus, como a Palavra. Isso é tremendamente importante. “No princípio, era o Verbo [a Palavra].” O Filho de Deus é a Palavra de Deus. Ele é a comunicação de Deus para o mundo; Ele é a Palavra de Deus.
Deus não somente decidiu revelar a Si mesmo como a Palavra, mas também através da Palavra. Considere nosso texto-base: “Toda a Escritura é inspirada por Deus” (2Tm 3.16). Isto significa que Deus resolveu falar-nos, revelar a Si mesmo e interpretar suas realizações na História por meio da inspiração de palavras escritas. Isso é exatamente o que o vocábulo “escritura” significa - “escritos”. Toda a Escritura - todos os escritos do cânon judaico-cristão - é inspirada, ou seja, soprada por Deus; ou, conforme 2Pedro 1.21 afirma: “ Nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”. As Escrituras do Antigo e do Novo Testamento são a revelação de Deus mesmo para nós. A primeira resposta à pergunta por que a Palavra é tão proeminente na adoração pública é esta: porque Deus revelou a Si mesmo como a Palavra e através da Palavra. Se tem o alvo de ser uma comunhão espiritual com Deus e causar uma reação amorosa e reverente para com Deus, estão a revelação de Deus mesmo tem de estar no âmago da adoração; e Ele determinou tornar-se conhecido principalmente por meio de sua Palavra.

Deus realiza suas obras através de sua Palavra
Poderíamos dizer mais: a adoração é uma resposta à obra de Deus, e a Palavra de Deus é o instrumento pelo qual Ele age no mundo. Esta foi a maneira pela qual Ele agiu no princípio, quando criou o mundo por intermédio de sua Palavra (Hb11.3). E esta tem sido a maneira pela qual, desde então, Deus realiza suas grandes obras - através de sua Palavra. Por exemplo, sabemos que Jesus simplesmente falou e as ondas se aquietaram (Mc 4.39), a febre retirou-se (Lc 4.39), demônios foram expulsos (Mc1.25), pecados foram perdoados (Mc2.10), cegos recuperaram sua visão (Lc18.42) e mortos foram ressuscitados (Lc7.14). Deus agiu por intermédio de sua Palavra!
Também sabemos que Deus continua agindo no mundo por intermédio de sua Palavra. Considere novamente 2Tm3.16-17: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. Em outras palavras, é por meio da Palavra que Deus realiza as boas obras de seu povo. Essa é a razão por que Jesus disse que os homens verão nossas boas obras e glorificarão ao nosso Pai, que está no céu (Mt 5.16). Deus age por intermédio de sua Palavra, para realizar sua obra, através de seu povo, no mundo. Você pode ver isto frequentemente na Bíblia. Por exemplo, o salmo 1 afirma: o homem que medita na Palavra de Deus, de dia e de noite, será “como árvore plantada junto a correntes de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido” . Assim, a Palavra de Deus produz fruto e torna a pessoa bem sucedida na vontade dEle. Considere também Hebreus 4.12: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”. A Palavra de Deus é o grande agente na grandiosa obra de julgamento e convicção. Recorde, também, João17.17, quando Jesus orou ao Pai: “Santifica-os na verdade ; a tua palavra é a verdade”. A grande obra de santificação, Deus a realiza por meio de sua Palavra. E nossa listagem poderia continuar. O fato mais importante é que adoração significa conhecer, admirar e desfrutar de Deus, por intermédio de suas obras. Todas essas obras são vistas em sua Palavra e realizadas por meio dela. Portanto, a Palavra de Deus é proeminente na adoração.
Deus ealiza o novo nascimento através de sua Palavra
Preciso mencionar outra razão por que a Palavra é tão proeminente na adoração. A adoração depende completamente do milagre espiritual do novo nascimento e da obra contínua de vivificação da fé. Esses milagres Deus realiza por meio de sua Palavra. Por exemplo, citamos 1Pe 1.23: “Fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente”. O novo nascimento é realizado por Deus através de sua Palavra. Isto significa que a vida de que necessitamos para adorar a Deus com autenticidade surge por intermédio da Palavra. Se não há vida espiritual, não há adoração. Se não há pregação da Palavra, não há vida espiritual. E não somente isto; o contínuo reavivar da fé, domingo após domingo, se realiza por intermédio do ouvir a Palavra de Cristo (Rm 10.17) - não apenas uma vez, e sim por repetidas vezes. A Igreja Protestante colocou a Palavra de Deus no lugar de maior proeminência na adoração coletiva, porque a adoração contempla e desfruta de Deus mesmo; e Ele se revela como a Palavra, por intermédio da Palavra. Em particular, Deus realiza sua obra no mundo através da sua Palavra; e por meio dela, outorga vida nova e aviva a fé. Sem a Palavra de Deus, não haveria vida, nem fé, nem obra, nem revelação, nem adoração. A Palavra significa para a adoração o que o oxigênio significa para a respiração.

Por Que Pregação é Tão Proeminente na Adoração Coletiva?

Nossa segunda pergunta deve ser: Visto que a Palavra de Deus deve ser tão proeminente na adoração, por que esse ministério especifico da Palavra, chamado “pregação”, é tão importante?
Observe o que vem logo em seguida às palavras afirmativas de que toda a Escritura é inspirada por Deus (2Tm 3.16-17). Paulo disse, com notável solenidade e elevada seriedade: Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: Prega a palavra”(4.1-2). É claro que para este jovem ministro da Palavra (ver 2Tm 2.15) a pregação tinha de ser uma atividade proeminente. E o contexto do capítulo 3 (vv. 16-17) parece transmitir a idéia de que a pregação não serve apenas para evangelizar nas praças ou nas esquinas; ela serve também para os crentes que necessitam de correção, repreensão,exortação e doutrina (conforme afirma 2Tm 4.2). Portanto, poderíamos dizer: nós pregamos porque 2Tm 4.2 afirma que devemos fazê-lo. Gostaria de ir mais além e perguntar: Por que é tão adequado, no plano de Deus, que a pregação seja proeminente na adoração?

Os Precedentes do Antigo e do Novo Testamento  

Uma resposta é que existe precedentes bíblicos para esclarecer o lugar das Escrituras na adoração. Por exemplo, Neemias 8.6-8 afirma: “ Esdras bendisse ao Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu:Amém! Amém! E, levantando as mãos, inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra. E...os levitas ensinavam o povo na Lei; e o povo estava no seu lugar. Leram no livro, na Lei de Deus, claramente, dando explicações, de maneira que entendessem o que se lia”. Não houve apenas a leitura da Lei, houve também homens designados que davam “explicações, de maneira que entendessem o que se lia”. Tudo isso aconteceu em um contexto de louvor e de adoração ao Senhor. No Novo Testamento, a sinagoga dos judeus era uma continuação desse modelo. Em Lucas 4.16 e os versículos seguintes, vemos Jesus dirigindo-se a Nazaré, entrando na sinagoga, no sábado, e lendo na profecia de Isaías um texto que se referia à vinda dEle mesmo. Em seguida, Jesus assentou-se e apresentou sua interpretação: “Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir” (Lc 4.21). Este era o esquema habitual praticado na sinagoga: a Palavra de Deus era lida, e, em seguida, havia a sua interpretação e a sua aplicação.
Vemos isso também no livro de Atos dos Apóstolos. Conforme o relato neotestamentário, Paulo e seus colegas missionários chegaram à Antioquia da Pisídia e, “indo num sábado à sinagoga, da leitura da lei e dos assentaram-se. Depois da leitura da lei e dos profetas, os chefes da sinagoga mandaram dizer-lhes: Irmãos, se tendes alguma palavra de exortação para o povo, dizei-a” (At 13.14-15). Paulo se levantou e pregou a Palavra (vv.16-31). Por conseguinte, a primeira razão por que a Palavra de Deus se tornou central na igreja é esta: esse foi o padrão estabelecido no Antigo Testamento e na sinagoga do Novo Testamento.

Os dois Aspectos Essenciais da Adoração

Há duas razões que justificam, ainda mais profundamente, o proeminente lugar da pregação na adoração. Essas duas razões estão relacionadas aos aspectos essenciais da adoração: compreender a Deus e deleitar-se nEle. Jonathan Edwards explicou o objetivo de Deus na adoração, utilizando as seguintes palavras:
“Há duas maneiras pelas quais Deus glorifica a Si mesmo para com suas criaturas: 1) por manifestar-se ao entendimento delas; 2) por comunicar-se ao coração delas, quando elas se regozijam, se deleitam e desfrutam das manifestações que Ele faz de Si mesmo. Deus é glorificado não somente por sua glória ser contemplada, mas também por nos regozijarmos nela. Quando aqueles que vêem a glória de Deus se deleitam nela, Deus é mais glorificado do que se eles apenas a contemplassem. Deste modo, a glória de Deus é recebida por toda a alma, ou seja, tanto pelo entendimento quanto pelo coração”.
Portanto, há sempre duas partes na verdadeira adoração. Podemos dizê-lo assim: existe o contemplar a Deus e existe o provar da pessoa de Deus. Não podemos separá-las. Temos de vê-Lo, para que dEle provemos. E se não provarmos dEle, quando O contemplarmos, estaremos insultando-O. Outra . maneira de afirmar isso seria a seguinte: na adoração existe sempre o entender com a mente e o sentir no coração. O entender tem de ser sempre o alicerce do sentir, pois, do contrário, o que teremos será apenas emocional ismo sem fundamento. O entendimento de Deus que não resulta em sentimentos para com Deus torna-se em mero intelectualismo e apatia. Esta é a razão por que a Bíblia, por um lado, nos convida constantemente a pensar, a meditar, a ponderar, a lembrar; e, por outro lado, ela nos convida a temer, a lamentar, a esperar, a nos deleitarmos e nos alegrarmos. Essas duas atitudes estão na essência da adoração. A pregação é a forma que a Palavra de Deus assume na adoração, porque a verdadeira pregação é o tipo de discurso que une, de maneira consistente, esses dois aspectos da adoração, tanto na maneira como a pregação é realizada quanto em seus objetivos.
Quando Paulo disse a Timóteo: “Prega a palavra”, o vocábulo grego traduzido pelo verbo pregar é uma palavra que significa “ser o arauto”, “anunciar”, “proclamar” (khêruxon). Não é apenas um vocábulo com a idéia de ensinar ou explicar. Significava o que o arauto da cidade clamava: “Ouvi! Ouvi!Ouvi! O Rei tem uma proclamação de boas-novas para todos os que prometerem fidelidade ao seu domínio. Seja conhecido que a vida eterna será dada a todos os que confiam e amam o Filho dEle”. Essa proclamação, eu a chamo de “exultação”. A pregação é uma exultação pública a respeito da verdade que ela anuncia. Não é algo desinteressante, frio ou neutro; é apaixonante naquilo que ela anuncia. No entanto, essa proclamação contém ensino. Perceberemos isso, se considerarmos novamente 2Tm 3.16 - a Escritura (que suscita a pregação) é proveitosa para o “ensino”. E podemos ver isso quando olhamos adiante e consideramos o restante de 2Tm 4.2: “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina”. Assim, verificamos que a pregação é expositiva; ela aborda a Palavra de Deus. A verdadeira pregação não é a expressão de opiniões de homens; é uma fiel exposição da Palavra de Deus.

Exultação expositiva.

Em uma frase, a pregação é uma “exultação expositiva”. Em conclusão, dizemos : a razão por que a pregação é tão proeminente na adoração é por que esta não consiste apenas do entender, mas também do sentir. Adoração não é apenas contemplar a Deus; é também provar dEle. Não é apenas uma resposta de nossa mente; é também uma resposta do coração. Por isso, Deus ordenou que a forma que sua Palavra deve assumir na adoração não seja apenas uma explicação à mente, nem apenas de uma simulação ao coração. Pelo contrário, a pregação da Palavra tem por objetivo ensinar a mente e alcançar o coração; tem de mostrar a verdade de Cristo e provar a glória dEle; tem de expor a Palavra de Deus e exultar no Deus da Palavra. Isto é o que significa a pregação. Esta é a razão por que ela é tão proeminente na adoração. A pregação não é uma simples obra de um homem; é um dom e uma obra do Espírito Santo. Portanto, a pregação se realiza melhor quando os crentes estão orando e se encontram espiritualmente preparados para ela. Orem por vocês mesmos e pelos pastores de sua igreja. Procuremos nos tornar pessoas que vivem e adoram no poder da Palavra de Deus - lida, memorizada, ensinada e pregada.

         Solo Deo Glária