sábado, 28 de janeiro de 2012

A SANTIDADE DE DEUS

A Santidade de Deus - A Raiz da Separação Eclesiástica-

 

“Ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus” Levítico 20.26


 

Para compreendermos com exatidão o Deus triuno, é fundamental aceitarmos um aspecto básico da sua natureza. Deus é Santo, separado de toda corrupção e distinto em sua pureza. Dentre suas infinitas qualidades, a sua santidade é suprema. Dentre todas as coisas, Ele deve ser reconhecido como Aquele que é separado do mundo por nós conhecido, separado para a perfeição por nós desconhecida. Ele é e tem de ser visto pelo homem como Aquele que deve se manter separado.

Deus é separado e distinto em seu poder. “Ó Senhor, Deus dos Exércitos, quem é poderoso como tu és, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti?! Dominas a fúria do mar; quando as suas ondas se levantam, tu as amainas” (Salmos 89.8-9)

Deus é separado e distinto em sua moralidade. “Justiça e direito são o fundamento do teu trono; graça e verdade te precedem” (Salmos 89.14).

Os atributos de Deus são manifestações do seu caráter santo. Por exemplo, a santidade de Deus é demonstrada através do seu amor por aqueles que pela fé Ele torna justos. “O Senhor abre os olhos aos cegos, o Senhor levanta os abatidos, o Senhor ama os justos” (Salmos 146.8). “ Pois tu não és Deus que se agrade com a iniqüidade, e contigo não subsiste o mal. Os arrogantes não permanecerão à tua vista; aborreces a todos os que praticam a iniqüidade” (Sl 5.4-5)

Visto que toda qualidade de Deus manifesta sua santidade, considerar qualquer atributo à parte desta santidade significa distorcer seu caráter. Em nenhum outro lugar essa distorção é tão evidente quanto nas concepções populares a respeito do amor de Deus. Raro é o homem que compreende conscientemente que o amor de Deus é apenas uma manifestação da sua santidade.

O evangelicalismo moderno tem imaginado um deus que personifica o amor supremo separado da santidade, um deus que possui a santidade como um efeito secundário. No pensamento popular, a santidade de Deus está erroneamente subordinada ao seu amor. Tal pensamento cria a imagem de um vovozinho impotente, incapaz de manter seu próprio padrão. Esta atitude reduz o amor santo de Deus a um nível sentimentalista, desprovido de justiça e juízo, que constituem a base do seu trono. Esta concepção produz um entendimento frívolo e trivial daquele a quem serafins, com faces cobertas, clamam: “Santo,santo,santo é o Senhor dos Exércitos” (Isaías 6.3).

Consequentemente, Aquele que faz os demônios tremerem nada mais é do que “o cara lá de cima”, o copiloto da vida. Ao participar de competições, times de desportistas oram pedindo vitória Áquele em cuja presença “ninguém” deve se vangloriar (1Cor 1.29). Essa petição visa receber de Deus a vanglória da carne. Em contraste, as Escrituras dizem: “Levanta-te, Senhor; não prevaleça o mortal. Sejam as nações julgadas na tua presença. Infunde-lhes, Senhor, o medo; saibam as nações que não passam de mortais” (Sl 9.19-20).

A santidade identifica Deus como independente de tudo. Esta separação divina foi manifestada quando o monte Sinai fumegou, porque “o Senhor descera sobre ele em fogo” (Ex 19.18). Por ordem divina, o monte tinha sido demarcado por limites invioláveis; traspassar estes limites significava morte certa. Sobre todas as coisas, Deus será reconhecido pela sua separação, sua santidade. O tabernáculo era a habitação de Deus, onde o homem encontrava-se com a Divindade. Somente no Santo dos Santos, podia ser feita a expiação pelos pecados. Mas ali ninguém podia entrar, exceto o sumo sacerdote, apenas uma vez por ano. E mesmo naquele dia de expiação, ele não podia entrar confiando em seus próprios recursos, e sim no recurso ordenado por Deus - o sangue de um sacrifício prescrito por Ele.

Na expiação, aquele sacrifício que mais revela seu amor, Deus lembra aos homens que, acima de todos os outros atributos, Ele é um Deus santo, destituído de qualquer corrupção. Deus nos outorga repetidas afirmações sobre sua santidade, para que o coração humano, “enganoso” e “desesperadamente corrupto” (Jr 17.9), não esqueça essa característica áurea. “Eu sou o Senhor, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque eu sou santo” (Levítico 11.45); “Ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus” (Levítico 20.26).


Quando Deus escolheu Abraão para ser recipiente da sua graça especial, Ele o separou de sua família e de seu país, porque seu propósito era tornar a descendência de Abraão um povo distinto. Mesmo a libertação do povo de Israel da escravidão do Egito mostrou o propósito de Deus em separá-los para Si mesmo, tornando-os uma nação santa. A santidade de Israel era confirmada por serem eles separados do estilo de vida e de adoração dos pagãos. A morte, a separação crucial, era prescrita àqueles que mantinham crenças e práticas pagãs entre o povo de Deus.

A observância da separação por parte do povo de Deus continua no Novo Testamento: “Segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento” (1Pedro 1.15).Esta ordenança não é um ritual ou um preceito ético estabelecido por algum líder religioso, e sim uma manifestação do Deus santo: “Sede santos, porque eu sou santo” ( 1Pedro 1.16). Ele não deixa seu povo sem recursos ou auxílio para se manterem separados - “pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas... que conduzem à vida e à piedade... pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo” (2Pedro 1.3-4). Não há dúvidas quanto à ordenança de que os cristãos devem se manter separados do pecado e da apostasia. A presença do Espírito Santo é um testemunho contínuo para que se cumpra este mandato de separação. Como resultado, os cristãos sensíveis à sua presença sofrem com o pecado. Pelo poder do sangue de Cristo e pela obra do Espírito Santo, eles desejam ardentemente confessar, abandonar e se manterem separados do pecado.

A santidade de Deus é a raiz incontestável da separação pessoal e eclesiástica. Pregadores, igrejas, denominações... e outros grupos pseudo-religiosos, que negam e distorcem as Escrituras, são profanos e estão em rebeldia contra Deus. Obedecê-los significa separar-se dos que praticam tais pecados, pois estão violando a própria natureza de Deus. Os verdadeiros crentes estabelecem marcas bem visíveis de separação entre eles e os falsos e desobedientes empreendimentos religiosos,” porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?Que ligação entre o santuário de Deus e os ídolos?” (2Cor 6.14-16).

Devemos nos manter separados por meio de um padrão essencialmente bíblico, unido-nos àqueles que praticam e sustentam esse mesmo padrão. Precisamos fazer isso para agradar a Deus, cuja santidade inclui separação da desobediência e da incredulidade. Portanto, para agradar e glorificar a Deus, temos de nos separar de religiosos que negam a Bíblia e de cristãos rebeldes. Agindo assim, honramos a Palavra de Deus, a qual nos instrui: “Retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei; serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso” (2Cor 6.17-18).

Que promessa maravilhosa! A aliança com o mundo jamais poderá rivalizar com a bênção experimentada pelos crentes que, em obediência, mantêm-se separados para o Pai.


Solo Deo Glória.

                                     

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