domingo, 13 de maio de 2012

A EXALTAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS 5

Ensina-me, ó Senhor, o caminho dos teus estatutos, e eu o guardarei até o fim. Salmo 119:33
O Salmo 119 nos fala de “cento e setenta e seis” situações concretas da manifestação da graça de Deus revelada em Sua Palavra. Esta estrofe, dos versos 33 ao 40, nos ensina sobre qual deve ser a inclinação do coração das pessoas que O temem.
No v.33 do Salmo 119 lemos: Ensina-me, ó Senhor, o caminho dos teus estatutos, e eu o guardarei até o fim. O termo estatutos destaca a permanência e a autoridade das Escrituras inscritas no coração de alguém.
Este fato ocorre quando a Palavra é compreendida sem a menor necessidade do esforço humano. É quando Deus gera vida nas pessoas pela Sua Palavra. O ensino de Deus jamais foi, é ou será um peso para as pessoas que querem vivê-lo na Sua dependência.
Quando O Senhor ensina alguém por meio da Sua Palavra temos um relacionamento de natureza espiritual, estabelecido de maneira pessoal: é a Suficiência da Pessoa Divina perpetuando com autoridade as Suas verdades no coração carente da pessoa humana.
O Salmista se vê necessitado deste ensino porque foi O Senhor quem colocou isto em seu coração. Uma pessoa não pode saber da necessidade que tem do ensino de Deus até conhecê-lo pessoalmente.
Dá-me entendimento, para que eu guarde a tua lei e a ela obedeça de todo o coração Salmo 119:34. A tradução de “dá-me entendimento” poderia ser: ensina-me a entender. Para guardar (viver) a Palavra é necessário entendê-la à maneira de Deus. A conseqüência de entendê-la é praticá-la. Quando a Palavra não é praticada é sinal que não foi entendida da maneira como O Senhor deseja.
Só quem é impactado pelo ensino da Lei poderá guardá-la. O contrário disso é hipocrisia religiosa. Os judaizantes jamais entenderam a proposta da Lei de Deus: mostrar ou ensinar sobre o seu pecado e a sua incapacidade de cumpri-la sem a dependência Dele.
A palavra lei é originária de um verbo que significa “dirigir” ou “ensinar”. A Lei é a vontade de Deus revelada e os seus efeitos sobre a vida humana. Deus sempre quis dirigir Seu povo mediante a assinatura de um contrato de total incapacidade diante Dele.
Obedecer a Lei de Deus de “todo o coração” significa praticar os Seus ensinamentos sem esforço ou reservas. Sem auto-justificativas diante das próprias falhas. Só pode obedecer a Deus quem se considera incapaz de fazê-lo!
Dirige-me pelo caminho dos teus mandamentos, pois nele encontro satisfação Salmo 119:35. O verbo “dirige” acompanhado do sufixo pronominal “me” define muito bem uma questão importantíssima: Quem dirige a vida de quem? A resposta é óbvia: O Senhor só dirige a vida daqueles que são Seus dependentes!
Os mandamentos enfatizam a autoridade de Quem realmente tem condições de dar as ordens. É uma questão de princípio hierárquico no Reino de Deus. Só há um que dirige e governa a vida.
Tal fato provoca uma reação de rendição inequívoca e incondicional: a alegria de obedecer a Lei de Deus que só é experimentada por quem O conhece. Aqui não há nada imposto por obrigação ou coação. O “caminho dos teus mandamentos” não é uma questão de obediência legalista às leis passageiras. É um estilo de vida que reflete o impacto da revelação do Senhor.
Não se trata de uma satisfação efêmera por alguma “obrigação religiosa cumprida”. Antes, é uma manifestação de quem foi alcançado pela graça e está andando no caminho Daquele que o alcançou. No caminho de Deus encontramos descomplicada satisfação em satisfazê-Lo! Esta experiência pode ser chamada de: “o caminho da adoração”.
Inclina o meu coração para os teus estatutos, e não para a ganância Salmo 119:36. Inclinar o coração é encurtar a distância entre uma Pessoa e outra. A ação de Deus em nossos corações nos aproxima mais Dele. Ele nos ensina pessoalmente, nos santificando por meio do ensino da Sua Palavra. Quando O Senhor nos ministra utilizando a Sua Palavra para nos tornar mais próximos Dele.
Quando o meu coração é convertido à Palavra de Deus não preciso viver mais para mim mesmo. Uma vez que O Senhor inclina o meu coração para Si, jamais poderei ser escravo das minhas próprias paixões. Isso nos faz enxergar a nossa cobiça. Só O Senhor pode me afastar daquilo que me é próprio: meu egoísmo.
A ganância pode ser ilustrada como o “saco sem fundo” da vontade humana, jamais poderá ser saciada por ninguém ou por nada. Humanamente falando, nunca estamos contentes com o que temos. Só existe um remédio para a nossa ganância ou vontade de querer mais do que o suficiente: a suficiência de Yahweh!
A ganância colocada pelo salmista é equivalente a todo tipo de cobiça que a natureza humana pode produzir. É uma das grandes causas dos males sociais deste mundo. É fonte geradora de miséria sócio-econômica. É uma prova incontestável de que só Deus pode converter nossos corações de seus próprios interesses, nos livrando de viver para nós mesmo em detrimento do próximo.
Desvia os meus olhos das coisas inúteis; faze-me viver nos caminhos que traçaste Salmo 119:37. Será que nós podemos nos policiar em nossos olhares? Só o Senhor pode fazer com que possamos enxergar além das coisas que não edificam. A natureza humana pende para as futilidades. Nossos olhos são treinados, desde a queda no Éden, para desvirtuar os olhares para as coisas de Deus.
O salmista está pedindo que Deus o desvie das coisas que o trazem morte. Ele quer viver os seus dias dentro de uma rota traçada pelo seu Senhor. Seu pedido é que O Senhor lhe faça caminhar em conformidade com os Seus planos.
No entanto, somente a vida de Deus vai sendo reproduzida de acordo com a caminhada do salmista nas trilhas preparadas por Ele. Jamais podemos experimentar esta libertação testemunhada pelo salmista sem as marcas do caráter de Deus expressadas na caminhada ou estilo de vida das pessoas que O conhecem na intimidade.
Cumpre a tua promessa para com o teu servo, para que sejas temido Salmo 119:38. O salmista não está “cobrando” nada de Deus. É O Senhor quem respalda e cumpre a Sua Palavra. A promessa de Deus deve ser entendida como uma viva esperança da confirmação da Sua Palavra no coração no coração do salmista e nos nossos.
O salmista pede que O Senhor aja fidelizando a Sua Palavra para que ele tenha a oportunidade de testemunhar da ação de Deus às outras pessoas. A promessa de Deus é uma expectativa gerada no coração do salmista quanto à certeza da manifestação de Yahweh! A Promessa de Deus só pode acontecer na vida de quem O teme.
O que é o temor bíblico? É uma relação de respeito sem medo. O salmista, como servo do Senhor, quer testemunhar da sua relação com Ele às outras pessoas (para que sejas temido).
O temor a Deus só acontece como fruto de um relacionamento filial para com Ele. Então, o servo não é alguém distante, mas, alguém que caminha com Deus e quer que outras pessoas também O conheçam assim. É uma questão de dar um testemunho que seja confirmado por Deus.
Livra-me dos insultos, que me causam medo; os teus julgamentos são bons Salmo 119:39. O Espírito de Deus é quem nos dá a vitória em toda e qualquer situação de confronto sobre a nossa fé. Aqui o salmista parece expressar um medo das reações contrárias e hostis das pessoas que não conhecem a Deus. Será que precisamos ter medo de acusações que as pessoas possam fazer contra nós?
Ou será que precisamos ter receio daqueles que questionam a maneira como O Senhor governa este mundo. Os julgamentos (decretos) de Deus são bons porque servem para evidenciar a inconsistência e falibilidade dos critérios humanos que questionam a soberania Divina. Não precisamos nos defender em relação às acusações de pessoas e sim, nunca deixar de testemunhar sobre quem é Deus em nossas vidas.
Como anseio pelos teus preceitos! Preserva a minha vida por tua justiça! Salmo 119:40. Todas as primeiras partes dos versículos até aqui trazem os seus verbos imperativos na primeira parte. O verso 40 é diferente, pois, coloca o imperativo na segunda parte do verso.
Porque a mudança desta ordem? Porque o salmista já foi impactado e avivado pela Palavra. Pela graça de Deus ele já se encontra absolvido e liberto para desejar somente ao seu Senhor. Esta é uma indagação de quem já tem a consciência das coisas específicas que Deus lhe revela.
A sua sede por ser ensinado já foi satisfeita pela Palavra de Deus. Agora ele só pede ao Senhor para viver de acordo com a justiça Divina. A vida daqueles que foram impactados pela Palavra já não se adéqua mais a padrões que não sejam os de Deus. Quem tem a sede saciada pela Palavra de Deus não sabe mais viver em conformidade com outra justiça que não seja a Justiça de Yahweh! Viver pela justiça de Deus é abrir mão de viver por e para nós mesmos!
O assunto aqui neste Salmo é preciosíssimo. Fala-nos da manifestação da graça de Deus pela revelação da Sua Palavra! A revelação Divina é um ato da Sua graça! Por isso as pessoas que não se submetem à revelação de Yahweh não têm condições de ser ensinadas pela Sua Palavra. Só podemos ter entendimento da Palavra quando nos encontramos inseridos nos Seus ensinos e participantes deste processo de conseqüências eternas!

Solo Deo Glória

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