domingo, 13 de maio de 2012

A LOUCURA DA CRUZ

Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios. 1 Coríntios 1:22-23.
O apóstolo Paulo mostra de que maneira a pregação do evangelho é tida como loucura. "Os judeus", diz Paulo, querem ter a evidência ante seus olhos na forma de milagres. "Os gregos" amam o que possuem de sutilezas e se agradam da própria engenhosidade humana. Nós, na verdade, pregamos o Cristo crucificado, e, à primeira vista, não há nisto nada de extraordinário senão fraqueza e loucura.
Os judeus, neste contexto, tipificam os religiosos, que copiaram o modelo adâmico de salvação; quando Adão perdeu pelo pecado a comunhão com Deus, tentou a partir de si mesmo uma solução para reatar o que havia perdido: Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si. Gênesis 3:7. Em seguida, temos a história de Caim e Abel. Os dois nasceram de um mesmo pai, herdaram uma mesma natureza e suas conseqüências. Não havia nenhuma diferença entre eles no que se refere ao pecado. Onde estava a diferença? Exatamente nos seus sacrifícios. Abel, por sua vez, apresentou o único fundamento verdadeiro da sua aproximação com Deus. Mostrou que ninguém pode chegar diante Deus apoiado em qualquer coisa que pertença à natureza humana, mas pelo derramamento de sangue: Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão. Hebreus 9:22. Caim pisou em um terreno falso quando apresentou a Deus um sacrifício, fruto do seu trabalho; não só mostrou completa ignorância da sua condição, como também do caráter divino; tratou o Senhor como se Ele fosse inteiramente igual a si, aceitando, assim, o fruto manchado de pecado da terra amaldiçoada. Não é de se admirar que milhões estão correndo por este caminho. Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim. Judas 11.
O apóstolo Paulo escrevendo para os crentes de gálatas se mostra "maravilhado" pela passagem tão rápida que estes fizeram da graça para outro "evangelho". Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Gálatas 1:6-7. Na revista " Fé para hoje" 1999, pg 27, tem um artigo de A. W. Pink, que nos ajuda a entender este outro evangelho: O "evangelho" de Satanás não é um sistema de princípios revolucionários, nem um programa de anarquia. Não promove conflitos e guerras, mas almeja paz e unidade. Não procura colocar a mãe contra a filha, nem o pai contra o filho, mas promove um espírito fraterno por meio do qual a raça humana é tida como uma grande "irmandade". Não procura arrastar o homem natural ao fundo do poço, e sim melhorá-lo e enaltecê-lo. Advoga a educação, o cultivar e o apelar ao que "de melhor existe dentro de nós". Almeja fazer deste mundo um habitat tão confortável e apropriado, que a ausência de Cristo, neste habitat, não será percebida, e Deus não será necessário. O "evangelho "de Satanás empenha-se por ocupar o homem com muitas coisas deste mundo, de modo que ele não tem oportunidade ou disposição para pensar no mundo vindouro. Esse " evangelho" propaga os princípios do auto-sacrifício, caridade e benevolência, ensinando-nos a viver para o bem dos outros e sermos bondosos para com todos. Apela fortemente à mente carnal, tornando-se bastante popular entre as massas, pois ignora os fatos solenes de que o homem, por natureza, é uma criatura caída, alienada da vida de Deus, morta em delitos e pecados, e de que sua única esperança está em nascer de novo.
Os gregos tipificam a classe "pensante" do mundo, que exigem provas lógicas e filosóficas das idéias expostas. Alicerçados sobre a sabedoria humana, ignoram a revelação de Deus. E, além do mais, não há dúvida de que a razão humana não acha nada mais absurdo do que a notícia de que Deus se tornou um homem mortal; que a vida está sujeita à morte. Nós pregamos a Cristo crucificado. Era exatamente em torno deste ponto que tanto os gregos como os judeus encontravam a sua grande dificuldade. A salvação é pela graça, não depende dos esforços dos homens e nem de evidências (sinais), o que é escândalo para os judeus (religiosos), e nem da inteligência humana, loucura para os gregos (sábios).
O homem tem seu encontro com Deus em um terreno ou em um princípio absolutamente novo, a saber, a fé. A fé não precisa ver uma coisa, não precisa de evidências, ou de uma mente aguçada: Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem. Hebreus 11:1. A natureza humana é governada pelos seus sentidos. A fé é governada pela palavra de Deus. Tudo o que precisamos saber é o que Deus disse: Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus. Mateus 4:3-4.
A atmosfera que envolve a pregação está cheia de elementos de uma religião tradicional, a qual rouba a plena salvação. Não é que as tradições humanas neguem abertamente que existe a pessoa de Cristo ou a cruz de Cristo; se o fizessem os olhos de muitos poderiam ser abertos. Mas, não é assim. Há uma sutileza na linguagem: Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo. Judas 4. Para esses dissimuladores o pecador não é salvo somente em Cristo, mas por Cristo e mais ordenanças. Desta maneira, os homens são completamente defraudados de Cristo. Freqüentemente associamos a graça com mais alguma coisa. Assim, o homem se torna um quase-salvo, porém está totalmente perdido. O apóstolo Paulo decidiu nada saber, porquanto uma só coisa lhe importava: proclamar Cristo com simplicidade. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. 1Coríntios 2:2.

Solo Deo Glória

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