Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos
buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os
judeus, loucura para os gentios. 1 Coríntios 1:22-23.
O apóstolo Paulo mostra de que maneira a pregação do evangelho
é tida como loucura. "Os judeus", diz Paulo, querem ter a evidência ante seus
olhos na forma de milagres. "Os gregos" amam o que possuem de sutilezas e se
agradam da própria engenhosidade humana. Nós, na verdade, pregamos o Cristo
crucificado, e, à primeira vista, não há nisto nada de extraordinário senão
fraqueza e loucura.
Os judeus, neste contexto, tipificam os religiosos, que
copiaram o modelo adâmico de salvação; quando Adão perdeu pelo pecado a comunhão
com Deus, tentou a partir de si mesmo uma solução para reatar o que havia
perdido: Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam
nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si. Gênesis 3:7.
Em seguida, temos a história de Caim e Abel. Os dois nasceram de um
mesmo pai, herdaram uma mesma natureza e suas conseqüências. Não havia nenhuma
diferença entre eles no que se refere ao pecado. Onde estava a diferença?
Exatamente nos seus sacrifícios. Abel, por sua vez, apresentou o único
fundamento verdadeiro da sua aproximação com Deus. Mostrou que ninguém pode
chegar diante Deus apoiado em qualquer coisa que pertença à natureza humana, mas
pelo derramamento de sangue: Com efeito, quase todas as coisas, segundo a
lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão.
Hebreus 9:22. Caim pisou em um terreno falso quando apresentou a Deus um
sacrifício, fruto do seu trabalho; não só mostrou completa ignorância da sua
condição, como também do caráter divino; tratou o Senhor como se Ele fosse
inteiramente igual a si, aceitando, assim, o fruto manchado de pecado da terra
amaldiçoada. Não é de se admirar que milhões estão correndo por este caminho.
Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim. Judas 11.
O apóstolo Paulo escrevendo para os crentes de gálatas se
mostra "maravilhado" pela passagem tão rápida que estes fizeram da graça para
outro "evangelho". Admira-me que estejais passando tão depressa daquele
que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro,
senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.
Gálatas 1:6-7. Na revista " Fé para hoje" 1999, pg 27, tem um artigo de
A. W. Pink, que nos ajuda a entender este outro evangelho: O
"evangelho" de Satanás não é um sistema de princípios revolucionários, nem um
programa de anarquia. Não promove conflitos e guerras, mas almeja paz e unidade.
Não procura colocar a mãe contra a filha, nem o pai contra o filho, mas promove
um espírito fraterno por meio do qual a raça humana é tida como uma grande
"irmandade". Não procura arrastar o homem natural ao fundo do poço, e sim
melhorá-lo e enaltecê-lo. Advoga a educação, o cultivar e o apelar ao que "de
melhor existe dentro de nós". Almeja fazer deste mundo um habitat tão
confortável e apropriado, que a ausência de Cristo, neste habitat, não será
percebida, e Deus não será necessário. O "evangelho "de Satanás empenha-se por
ocupar o homem com muitas coisas deste mundo, de modo que ele não tem
oportunidade ou disposição para pensar no mundo vindouro. Esse " evangelho"
propaga os princípios do auto-sacrifício, caridade e benevolência, ensinando-nos
a viver para o bem dos outros e sermos bondosos para com todos. Apela fortemente
à mente carnal, tornando-se bastante popular entre as massas, pois ignora os
fatos solenes de que o homem, por natureza, é uma criatura caída, alienada da
vida de Deus, morta em delitos e pecados, e de que sua única esperança está em
nascer de novo.
Os gregos tipificam a classe "pensante" do mundo, que exigem
provas lógicas e filosóficas das idéias expostas. Alicerçados sobre a sabedoria
humana, ignoram a revelação de Deus. E, além do mais, não há dúvida de que a
razão humana não acha nada mais absurdo do que a notícia de que Deus se tornou
um homem mortal; que a vida está sujeita à morte. Nós pregamos a Cristo
crucificado. Era exatamente em torno deste ponto que tanto os gregos como os
judeus encontravam a sua grande dificuldade. A salvação é pela graça, não
depende dos esforços dos homens e nem de evidências (sinais), o que é escândalo
para os judeus (religiosos), e nem da inteligência humana, loucura para os
gregos (sábios).
O homem tem seu encontro com Deus em um terreno ou em um
princípio absolutamente novo, a saber, a fé. A fé não precisa ver uma coisa, não
precisa de evidências, ou de uma mente aguçada: Ora, a fé é a certeza de
coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem. Hebreus
11:1. A natureza humana é governada pelos seus sentidos. A fé é
governada pela palavra de Deus. Tudo o que precisamos saber é o que Deus
disse: Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus,
manda que estas pedras se transformem em pães. Jesus, porém, respondeu: Está
escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca
de Deus. Mateus 4:3-4.
A atmosfera que envolve a pregação está cheia de elementos de
uma religião tradicional, a qual rouba a plena salvação. Não é que as tradições
humanas neguem abertamente que existe a pessoa de Cristo ou a cruz de Cristo; se
o fizessem os olhos de muitos poderiam ser abertos. Mas, não é assim. Há uma
sutileza na linguagem: Pois certos indivíduos se introduziram com
dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para
esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso
Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo. Judas 4.
Para esses dissimuladores o pecador não é salvo somente em Cristo, mas por
Cristo e mais ordenanças. Desta maneira, os homens são completamente defraudados
de Cristo. Freqüentemente associamos a graça com mais alguma coisa. Assim, o
homem se torna um quase-salvo, porém está totalmente perdido. O apóstolo
Paulo decidiu nada saber, porquanto uma só coisa lhe importava: proclamar Cristo
com simplicidade. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo
e este crucificado. 1Coríntios 2:2.
Solo Deo Glória
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O propósito deste blog na sua forma completa é capacitar seus leitores a entenderem a Bíblia. Apresenta instrução básica eficiente do ponto de vista bíblico. Procura remover todas as falsas pressuposições racionalistas, moralistas, antropocêntricas e idólatras que já infectaram,e, na medida desta infecção, cegaram todo homem e toda cultura deste mundo a partir da queda de Adão.
domingo, 13 de maio de 2012
A LOUCURA DA CRUZ
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