Mas Jesus respondeu: Os impossíveis dos homens são possíveis
para Deus.Lucas 18:27.
O ser humano aspira ao poder e à grandeza, mas
trabalha com os seus próprios limites. O pecado fez do homem um alpinista, que
busca escalar os picos da notoriedade querendo o reconhecimento, mas esbarra na
finitude da vida. Os grandes do mundo são escravos de sua grandeza e
insatisfeitos com a falta de plena realização dos seus intentos aparentemente
absolutos. Por mais impetuosas que sejam as aspirações do coração humano, há
coisas que são impossíveis, e isto torna insuportável o governo da vida.
O homem deseja ser o senhor de sua existência, mas
isto é impossível. Ninguém pode dirigir a sua vida plenamente. Não somos
senhores da vida, somos meros reféns da morte. Todo homem nasce com a sina da
morte, porque a sua vida física tem um limite, além do qual não passará.
Nascemos sob o signo da morte: não nascemos para viver, apenas vivemos para
morrer. A régua que nivela a humanidade mede os limites da existência com um
ponto final. A morte exclui a diferença entre o aristocrata e o plebeu, entre a
criança e o ancião, entre o douto e o ignorante, entre o sadio e o doente.
Quando ela desce determinada sobre alguém, não há quem possa fazer nada. Se ela
vem disfarçada, às vezes conseguimos empurrá-la por mais um tempo. A ciência tem
ganho algum terreno
em adiar a hora da morte. Muitas vezes a medicina
alcança vantagens e impede por mais um tempo seu espetáculo. Porém, se ela vier
sem máscara, não há remédio que possa afugentá-la. Tantos quantos são os
poros da pele, tantos são as janelas pelas quais a morte pode entrar. A sua
estatística é fatal: de cada pessoa que nasce, uma morre, por isso, é
impossível ao homem vencer a tirania imperiosa da morte.
Porém, os impossíveis dos homens são
possíveis para Deus. A grande mensagem do
cristianismo parte da boca de uma sepultura. Quando as mulheres foram ao túmulo
de Jesus, na madrugada do primeiro dia da semana, encontraram o sepulcro aberto
e dois varões, com vestes resplandecentes, anunciando, em primeira mão:
Por que buscais entre os mortos ao que vive? Ele não está aqui, mas
ressuscitou. Lucas 24: 5b-6a. No reino de Deus não
há mensagem de coveiro. O cristianismo de Jesus não deixa débito com as
funerárias da religião, pois a fé do Evangelho não se envolve em mortalha. As
melhores notícias que o mundo já ouviu vieram de um túmulo. O berço da
Igreja é a tumba de Cristo, vazia. A vítima da cruz triunfa livremente sobre os
domínios da morte. O cemitério tornou-se o palco do regozijo universal. Em vez
de lágrimas de tristeza, vivas de júbilo. As sombras da Sexta-feira foram
dissipadas belo brilho radiante da manhã de Domingo. A história do homem Jesus
não termina com um funeral, mas sim com a celebração do festejo radiante da
ressurreição. O túmulo do Senhor da Vida escancara a esperança para uma
humanidade oprimida pela morte. Agora já não há mais carcereiro na prisão da
morte, pois o Senhor da vida tem o chaveiro que destrancou a fechadura do
inferno e da morte. Não temas; Eu sou o primeiro e o último e aquele que
vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as
chaves da morte e do inferno. Apocalipse 1:17b-18. O
cristianismo é essencialmente a mensagem vitoriosa da ressurreição. C. S. Lewis
bradou com confiança:
Jesus abriu à força a porta que estava fechada
desde a morte do primeiro homem. Ele encontrou, enfrentou e derrotou o rei da
Morte. Tudo é diferente porque Ele fez isso. Visto, pois, que os
filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também Ele, igualmente,
participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte,
a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à
escravidão por toda a vida. Hebreus 2:14-15. Aquele
que vive com a esperança da vida eterna, nunca mais temerá a morte, pois a fé
radiante, estribada na realidade da ressurreição, se expressa através de um
coração pleno de alegria.
Tudo aquilo que é impossível ao homem é possível a
Deus. Não é possível ao homem vencer a morte, mas foi possível a Cristo triunfar
sobre a morte. Não é possível ao homem se salvar do pecado, mas graças a Deus
que Jesus Cristo já realizou uma salvação capaz de nos libertar da condenação do
pecado e nos tornar vencedores sobre o poder do pecado. Nenhum homem pode se
salvar, mas qualquer homem pode ser salvo pela graça de Deus, em Cristo Jesus.
Não há esforço humano que seja apto para conquistar os favores de Deus. A nossa
salvação é uma dádiva inteiramente gratuita de Deus, que não pressupõe outros
requisitos, senão o pecado. A única coisa com a qual o homem pode contribuir
para a sua própria redenção é o pecado do qual ele precisa ser redimido.
Alguém já disse que a graça está especialmente associada com os homens em seus
pecados e a misericórdia está geralmente associada com os homens em sua
miséria. Nenhum pecador jamais foi salvo por ter dado o coração a Jesus. Não
somos salvos por termos dado, mas sim pelo que Deus deu, afirma,
categoricamente, A. W. Pink. Quando, porém, se manifestou a benignidade de
Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça
praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, Ele nos salvou mediante o
lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós
ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados
por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna. Tito
3:4-7. A salvação é um dom da graça de Deus que não
pode ser obtida pelos méritos das obras humanas. Nenhuma criatura que mereça
redenção precisa ser redimida.
A graça de Deus não encontra ninguém habilitado
para a salvação, mas habilita a todos os que são salvos a recebê-la. Nenhum
homem pode se salvar, mas qualquer homem pode ser salvo pela graça de Deus.
Watchman Nee disse, no contexto de que nenhum homem pode se salvar, que, para
uma pessoa ser salva, ela precisa primeiramente confessar que não é capaz de
salvar a si mesma. E, nós só confessamos realmente quando, pela graça de
Deus, chegamos ao fim de nós mesmos. Quando fizemos tudo o que era possível e
fracassamos. Só quando reconhecemos totalmente a nossa inteira incapacidade para
a nossa salvação e nossa completa incompetência para alcançar vitória na vida
espiritual é que podemos nos render de fato à absoluta dependência da graça de
Deus. "Senhor, desisto de tentar, porque sou incapaz de fazer qualquer coisa que
resulte em salvação ou vitória." Esta é a oração de abandono diante da soberana
graça de Deus. Quando chegamos ao fim da linha e renunciamos todas as tentativas
de aceitação e todos os mecanismos de negociação, então acaba a luta e nos
rendemos à suprema vontade de Deus. A salvação e a vitória de Deus são dádivas
ofertadas aos arruinados que fizeram o melhor que podiam e falharam
redondamente, e, estando frustrados em seus intentos, desistiram por completo de
tentar conquistar qualquer favor, rendendo-se inteiramente. "Ó Deus, nunca
poderei ser bom. De agora em diante não vou mais tentar fazer o bem para ser
aceito. Desisto e abandono toda tentativa de recompensa ou aprovação. A partir
de hoje não é mais problema meu a minha salvação ou vitória sobre o pecado.
Desisto de meus esforços e deixo tudo em tuas mãos. Amém." Os impossíveis
dos homens são possíveis para Deus. O reino de Deus
é habitado por aqueles que desistiram de tentar qualquer coisa para sua
salvação, abandonando-se por completo à suficiência de Cristo crucificado e
ressurreto dentre os mortos, como expressão de sua morte e ressurreição com
Cristo.
Soli Deo Glória.
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O propósito deste blog na sua forma completa é capacitar seus leitores a entenderem a Bíblia. Apresenta instrução básica eficiente do ponto de vista bíblico. Procura remover todas as falsas pressuposições racionalistas, moralistas, antropocêntricas e idólatras que já infectaram,e, na medida desta infecção, cegaram todo homem e toda cultura deste mundo a partir da queda de Adão.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
OS IMPOSSÍVEIS SÃO POSSÍVEIS
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