domingo, 24 de fevereiro de 2013

O MERCADOR DE IDÉIAS

Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a Palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus. 2 Coríntios 2-17.
Certa vez houve alguém que, como publicitário, se ofereceu para tornar o Senhor Jesus conhecido nas ruas. Para que todos o vissem e admirassem, queria conseguir uma bandeira e condecorações, enfim, promover sua publicidade. O sujeito que teve esta idéia... foi o diabo. Disse-lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. Lucas 4:6.

É interessante observar que o primeiro publicitário do mundo foi Satanás, quando tentou se autopromover (marketing pessoal) lançando assim a sua primeira campanha contra Deus, como está escrito: Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. Isaías 14: 13 e 14 . Contudo, para a sua própria desgraça passou de sua posição de um ser celestial, que deveria viver para a glória de Deus e tornou-se um ser infernal, vivendo para a sua própria glória e perdição. Primeiramente, a sua campanha foi dirigida com o intuito de destruir a Deus. Não conseguindo o seu objetivo, ele direciona agora o seu ataque para atingir o que Deus ama: a Sua criação. No jardim do Éden ele atinge em cheio o casal. E a estratégia do diabo foi criar uma necessidade, como Deus sereis. Gênesis 3:5. E o seu slogan é: "Não assista em preto e branco o que o seu vizinho vê em colorido."

Veio Jesus, e no deserto aparece o publicitário com sua estratégia, ele começou por tentar o segundo homem, para o desviar da posição da absoluta dependência de Deus, como lemos em Mateus 4 : 3 Já que tu és filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães. No original temos esta possibilidade de tradução deste versículo: ao invés de se tu és, para já que tu és. O diabo pediu-lhe para fazer isto, não como no caso do primeiro homem, (Adão) para se tornar naquilo que não era, mas para provar o que era. Provocou em Jesus uma necessidade de demonstrar aquilo que Ele era.

Os discípulos teriam regozijado, porque um pouco deste brilhantismo e desta visível e indubitável glória teria atingido também a eles. Ninguém mais ousaria desprezá-los como ministros de um senhor tão poderoso, como cidadãos honorários de uma teocracia. Mesmo derrotado, o diabo não desiste. Como mercador de idéias ele tenta novamente o Senhor Jesus, usando a visita dos gregos: Ora, entre os que subiram para adorar durante a festa, havia alguns gregos; estes, pois, se dirigiram a Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e lhe rogaram: Senhor, queremos ver Jesus. João 12: 20 e 21.

Por ser o berço da filosofia do mundo da época, acredita-se que estes gregos foram convidar o Senhor Jesus para ir a Atenas, pois em Jerusalém Sua morte era certa, e na Grécia Ele estaria vivo e seguro, fascinando os homens com os seus pensamentos profundos, formando assim uma sociedade de sábios, porém, sem a salvação.

Mas eis que Jesus preferiu ir por outro caminho. Veio ao mundo pela porta mais escondida que se possa imaginar. Viu a luz do mundo como pobre criança em um povoado do interior, na orla do mundo. E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. Miquéias 5:2. Antes de mais nada podemos constatar que o reino de Deus é oculto, e não pode ser visto com olhos naturais. Na realidade é este sempre o maior tropeço: que Deus faz tão pouca publicidade de si, que não se manifesta de maneira visível e impressionante. Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o Reino de Deus, Jesus lhes respondeu : Não vem o Reino de Deus com visível aparência. Nem dirão : Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o Reino de Deus está dentro de vós. Lucas 17:20 e 21. Sem dúvida alguma, a fé nasce no silêncio do coração e sempre deve também retornar ao diálogo com Deus, no silêncio". - Helmut Thielicke.

O mercado do diabo, sob a sua liderança, está cheio de novidades "evangélicas", pois, para muitos a velha cruz já não surte mais efeito, pois está desbotada e não tem mais brilho. No dizer de W.A. Tozer: A nova cruz não mata o pecador, mas dá-lhe nova direção. Ela o faz engrenar no modo de vida mais limpo e agradável, resguardando o seu respeito próprio. Para o arrogante ela diz: "Venha e mostre-se arrogante a favor de Cristo"; e declara ao egoísta: "Venha e vanglorie-se no Senhor". Para o que busca emoções, chama: "Venha e goze da emoção da fraternidade cristã". A mensagem de Cristo é manipulada na direção da moda corrente a fim de torná-la aceitável ao público. Por que escolheu morrer quando teve a oportunidade de apoderar-se do poder e de tornar-se famoso pela publicidade? Ter-lhe-ia sido possível, se protegido na condição de rei, na vanguarda daquelas doze legiões de anjos? Poderia ter feito isto trajado de púrpura? Cavalgando paradas pelas famosas avenidas, seguido da cadência retumbante das fileiras em marcha? Ou sendo um astro proeminente? Não! Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto. João 12:24. Jesus não visava estas coisas em absoluto. Ele não quer um cristianismo global das grandes massas. O que procura, sim, é um encontro pessoal e sincero com cada um de nós. Em simplicidade e silêncio, quer fitar-nos. E isto se evidencia em face de seu vulto
sereno. Notamos, ao mesmo tempo, que Ele (Jesus) desceu ao mais profundo do abismo, para nos auxiliar na travessia, e que sua cruz é posta como ponte sobre o precipício. Vemos que conosco sofre, morre e carrega nossos pecados e a nós mesmos, que em tudo se iguala a nós no sofrimento, morte e ressurreição. Porque, se fomos unidos com Ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição. Romanos 6 : 5.
 
Soli Deo Glória.

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