quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A ESPERANÇA DA VOCAÇÃO



Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis como é digno de vocação com que fostes chamados. Ef. 4:1

A chamada celestial não é um dogma vazio, uma teoria ineficaz, nem uma especulação louca. A oração do apóstolo Paulo revela este fato: " Por isso, também eu, tendo ouvido a fé que há entre vós no Senhor Jesus e o amor para com todos os santos, não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à Igreja." Ef. 1:15 a 22. "A esperança da vocação". Se formos conduzidos pelo Espírito Santo à compreensão da verdade de que somos chamados com uma chamada celestial; que o nosso lar, e nossa porção, a nossa esperança e a nossa herança são de cima, "onde Cristo está à destra de Deus", nunca poderemos ficar satisfeitos por manter um posição, buscar um nome ou ter uma herança na terra. Quer dizer, devemos procurar atingir em experiência, na prática e no caráter moral, o ponto para o qual Deus nos chamou, e esse ponto é a plena comunhão com Seu Filho - comunhão com Ele na sua rejeição neste mundo, e na sua aceitação no céu.
Por outro lado, como base do nosso andar, a cruz requer a nossa mais profunda consideração. A mesma cruz que me liga com Deus separou-me do mundo."Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo." Gl. 6:14 .Um homem morto acabou, evidentemente, para o mundo e, tendo ressuscitado com Cristo, está ligado com Deus no poder de uma nova vida, uma nova natureza. " Pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo." II Pe. 1:4. Estando assim inseparavelmente unido com Cristo. Ainda assim, devemos lembrar que Deus nunca nos arrastará ao longo do caminho. Isto não estaria de conformidade com a excelência moral que caracteriza todos os caminhos de Deus. Ele não nos arrasta, mas "nos atrai " para "O Caminho" que conduz à bem-aventurança inefável n'Ele próprio.

O legalismo põe o homem, com o fardo dos seus pecados, ao serviço de Deus, guardando a lei; por isso a alma é mantida em constante tortura, e aprisonada. "Assim, pois, a Palavra do Senhor lhes será preceito sobre preceito, preceito e mais preceito; regra sobre regra, regra e mais regra; uma pouco aqui, um pouco ali; para que vão, e caiam para trás, e se quebrantem, se enlacem, e sejam presos." Is.28:13. O que constitui a legalidade é o ato da velha natureza tomar os preceitos de Deus e procurar praticá-los. Tentar regular a natureza humana caída, por meio da lei pura e santa de Deus, é tão inútil e absurdo quanto ensinar urubu alimentar-se de alpiste.

O céu não tem encantos para a natureza humana, ela não tem gosto pelo céu, pelas suas ocupações ou pelos seus habitantes. Se fosse possível ao homem natural encontrar-se ali, sentir-se-ia miserável, como um peixe fora d'água. O legalista ensina que devemos deixar o pecado antes de podermos obter justiça.
O Evangelho revela-nos o próprio Deus em Cristo vindo ao mundo em graça perfeita e tirando o pecado pelo sacrifício da cruz; tirando-o da maneira mais absoluta, sob a base da justiça eterna, "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus. " II Co. 5:21. E não somente Deus é visto tirando o pecado do mundo mas dando também uma nova vida, a própria vida de ressurreição de Seu Filho, exaltado, e glorificado.


Esta natureza é guiada graciosamente pelos preceitos da Palavra de Deus, aplicada com poder pelo Espírito Santo. Ele anima-a também apresentando-lhe esperanças indestrutíveis: revela, à distância, " a esperança da glória" - "uma cidade que tem fundamentos" -, “uma pátria melhor, isto é, a celestial" - as muitas moradas da casa do Pai -, ligação eterna com Ele próprio, nessas regiões de glória e luz, onde a dor e as trevas nunca poderão entrar - e inefável privilégio de ser conduzido, através dos séculos incontáveis da eternidade, "às águas tranquilas, e verdes pastos" de amor redentor.


Em vez de me mandar educar e dominar, por meio de dogmas da religião sistemática, uma natureza irremediavelmente corrompida, de maneira que eu possa desse modo, renunciar ao mundo que amo, e alcançar um céu que detesto, Deus em graça infinita, e com base no sacrifício de Cristo, concedeu-me uma natureza que pode gozar o céu, e o céu para essa natureza gozar; e não somente o céu, mas Ele próprio, a fonte infalível de toda a alegria do céu.
 
Soli Deo Glória.


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