O extraordinário mensageiro do Evangelho, C. H.
Spurgeon, contou um fato marcante de um velho pregador que instruía um jovem na
arte da pregação. "Disse-lhe: Todos os caminhos levam a Roma. Este dito foi
apresentado no sentido de que todo sermão deve conter referências a Cristo. A
maneira de pre-gar bem é descobrir o caminho que leva desde o seu texto até o
Senhor Jesus e segui-lo. Da mesma maneira como todos os povos da antigüidade
ti-nham um caminho que se dirigia a Roma, assim também todas
as Escrituras levam a Cristo.
- Mas, disse o jovem - e se não há nenhuma ligação
entre o meu texto e Cristo? Que faço então?
- Meu amigo, nem deve pensar na possibilidade
disso; mas, na suposição que isto acontecesse, você
teria que fazer um caminho, ainda que tivesse de
cruzar valados e regos, pois é absolutamente
necessário chegar até Cristo antes de terminar o
sermão."
O tema central da Bíblia é Cristo, logo a sua
mensa-gem deve ser completamente cristocêntrica. Pregar o
Evangelho é anunciar Cristo de uma maneira enfá-tica e decisiva, sem qualquer
rodeio. Apresentar o senhorio de Cristo como opção deixa-o francamen-te na
categoria de acessório para um carro novo. Na verdade, pregar o Evangelho é
apontar para Jesus Cristo morto e ressuscitado como Senhor absoluto do Universo.
É proclamar a morte e ressurreição de Cristo e a nossa morte e ressurreição com
Cristo.
Paulo, depois do seu aparente fracasso em
Atenas, tomou uma decisão rigorosa em Corinto, que mudaria
por completo todo o seu esquema de pregação. O apóstolo não
foi preciso na sua exposição no Areópago, quando tratou da
ressurreição sem nada falar da morte. Talvez por isto sua
atitude radical chegando em Corinto: Porque decidi
nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este
crucificado. 1Coríntios 2:2. Focalizar Cristo
crucificado e ressurreto é a razão fundamental da mensagem
do Evangelho, pois é pela morte e ressurreição de Cristo que nós somos tratados
profundamente. Deus nos envol-veu no sacrifício de Cristo, a fim de recebermos
os resultados definitivos da eterna salvação.
A boa notícia do Evangelho é o anúncio de que
Jesus Cristo morreu a fim de nos levar a morrer juntamente com Ele, e
ressuscitou para nos dar uma nova vida. Esta é a mensagem da graça de Deus, para
atingir os corações pecadores. Certamente não teremos pregado o Evangelho se o
pecador não for confrontado com os efeitos permanentes da obra vicária de nosso
Senhor Jesus Cristo. Como dizia Oswald Chambers: Quando você se achar face a
face com uma pessoa com problema espiritual, lembre-se de Jesus Cristo na cruz.
Se aquela pessoa puder chegar a Deus de qualquer outro modo, então a cruz de
Jesus Cristo é desnecessária. Se você puder ajudar outros com a sua compaixão ou
compreensão, você é um traidor de Jesus Cristo... A única coisa que temos que
fazer é apresentar Jesus Cristo crucificado, levantá-lo o tempo todo. Toda
doutrina que não estiver baseada na cruz de Jesus levará o ouvinte para a
direção errada.
George Whitefield foi um pregador insistente com a
mensagem de Cristo morto e ressuscitado. Em todas as suas pregações ele fazia
questão de ressaltar o valor poderoso da obra de Cristo crucificado. Spurgeon
conta que havia um sujeito abominável que pertencia a um clube de ateus. Uma
noite foi escutar um sermão de Whitefield e, na próxima reunião do clube, pediu
a palavra para repetir ao pé da letra o que tinha escutado, com o fim de caçoar
da pregação. Enquanto falava imitando o tom da voz e os gestos de George
Whitefield, empalideceu, parou, sentou-se e logo confessou a seus amigos que,
enquanto "pregava," o sermão atingiu seu coração e foi convertido. O clube de
ateus se dissolveu. Spurgeon disse que este homem foi o irmão Thorpe de Bristol,
a quem Deus usou poderosamente para salvação de muitas almas.
Não importa se você está zombando de Cristo
crucificado, pois Ele é infinitamente poderoso para lhe perdoar e salvar dos
seus pecados. A grande evidência da mensagem do Evangelho é o poder
transformador de nosso Senhor Jesus Cristo.
Pregar a pessoa de Jesus Cristo é pregar a
mensagem da Bíblia. Richard Baxter dizia: Se conseguirmos pregar somente
Cristo para o nosso povo, teremos pregado tudo a eles, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude... porque
Cristo é tudo em todos. Colossenses 1:19 e
3:11b. Tudo
o que Deus tem para a humanidade perdida está
encerrado na pessoa de Jesus Cristo. Tudo que Deus preparou para a sua Igreja
está revelado em Cristo. Nada pode ser dado a nós se não for dado em Cristo.
Tudo o que somos na vida cristã é conseqüência da vida de Cristo em nossos
corações. Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo. Efésios 1:3.
J. J. Rousseau, racionalista francês, afirmou
certa feita: Se Cristo não existiu, os homens que
escre-veram os Evangelhos eram tão grandes quanto Ele. É impossível ao gênero humano imperfeito
criar um ser moral perfeito. Precisamos repetir como
Theodore Parker: Seria necessário um Jesus para forjar um Jesus. Só um Deus perfeito pode
revelar a perfeição tão perfeitamente, na pessoa de Jesus Cristo.
Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do Ser Divino, sustentando todas as coisas pela palavra
do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à
direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos
quanto herdou mais excelente nome do que eles. Hebreus 1:3-4. Jesus Cristo é o único na raça humana que encarna
toda a perfeição da divindade, a fim de manifestar a soberana expressão do amor
de Deus. Ele é o foco de toda a Bíblia e a ênfase de toda a
mensagem realmente bíblica.
A grande crise que acomete a igreja atual
vem configurada pela superficialidade na mensa-gem da pessoa
de Cristo. Não se pode negar que o nome de Jesus é muito
usado, mas Ele é apenas um figurante distinto no programa do
palco reli-gioso. Ele é tão somente um coadjuvante poderoso a serviço do egoísmo
mais deslavado. Fala-se de Cristo como auxiliar, servente, cooperador, ajudante.
Ele vem colaborar com os nossos projetos.
Porém, Agostinho foi muito marcante quando
sustentou: Não dá nenhum valor a Cristo quem não lhe dá valor acima de tudo. Ou Cristo é tudo
em nossa vida ou Ele não é nada para nós. Não há meio termo.
Um Cristo suplementado é um Cristo
suplantado. Ou Cristo é Senhor absoluto de nossas vidas
ou jamais será apenas salvador de insubmissos. Conhecer a Cristo não quer dizer
meditar profundamente sobre sua natureza e sua encarnação, mas sim conhecer os
benefícios que sua obra trouxe para nós e nos submeter totalmente ao seu
senhorio. A sua existência única e a sua obra invulgar nos fazem voltar
completamente para a sua pessoa, esperando o tudo que provém dela. Cristo é a
única pessoa que viveu antes de se encarnar no Jesus da história, e a única que
vive, depois de ter morrido. Ele é o centro da Bíblia e o centro da história.
Ele é a causa de nossa salvação e a razão de nosso culto, por isso,
Digno é o Cordeiro que foi morto
de receber o poder, e riqueza, e sabe-doria, e força, e honra, e glória, e
louvor... Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a
honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém. Apocalipse 5:
12-13b.
Soli Deo Glória.
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O propósito deste blog na sua forma completa é capacitar seus leitores a entenderem a Bíblia. Apresenta instrução básica eficiente do ponto de vista bíblico. Procura remover todas as falsas pressuposições racionalistas, moralistas, antropocêntricas e idólatras que já infectaram,e, na medida desta infecção, cegaram todo homem e toda cultura deste mundo a partir da queda de Adão.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
O FOCO DAS ESCRITURAS
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