domingo, 24 de fevereiro de 2013

CRER APESAR DE...

Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque; estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas.
Hebreus 11:17.

Tomou Abraão a lenha do holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho; ele, porém, levava nas mãos o fogo e o cutelo. Assim, caminhavam ambos juntos.

E, mais adiante, lemos: Chegaram ao lugar que Deus lhe havia designado; ali edificou Abraão um altar, sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque, seu filho, e o deitou no altar, em cima da lenha; e , estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho. Gênesis 22: 6, 9 e 10.

Uma coisa é confiar em Deus, quando temos perante os nossos olhos o meio pelo qual a benção deve vir; outra muito diferente é quando este meio não existe. A fé consiste em acreditarmos no que não vemos; e , como recompensa, vermos aquilo em que cremos. Santo Agostinho. ...eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós. A fé nunca fala do que fará, mas faz o que pode, no poder do Senhor. Abraão mostrou que podia confiar em Deus. Ele considerou que Deus era poderoso, poderoso para até dos mortos o ressuscitar. Não era uma confiança apoiada em parte por Deus e em parte pela criatura. NÃO. Baseava-se no pedestal sólido, a saber: Deus. A fé nada realiza sozinha, nem por si mesma; mas todas as coisas são operadas sob Deus, por Deus e através de Deus. Stoughton.

Numa palavra, era com Deus que Abraão tinha que tratar, e isso era o bastante; mas não lhe foi consentido descarregar o golpe. Havia chegado ao extremo, tinha chegado ao limite, para além do qual Deus não podia permitir que ele fosse. Mas do céu lhe bradou o Anjo do Senhor: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui! Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho. Gênesis 22: 11 e 12. O Senhor Deus poupou o coração de Abraão da dor que Ele não poupou ao seu próprio coração, a dor de ferir ao Seu Filho. Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Romanos 8:32. Todavia, ao Senhor agradou moê-lo , fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará o seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. Isaías 53:10. Não se ouviu nenhuma voz do céu quando, no Calvário, o Pai ofereceu o seu Filho unigênito. NÃO! Foi um sacrifício inteiramente consumado.

Se Abraão não tivesse estendido a sua mão para imolar o seu filho, ele nunca teria conhecido as ricas e excelentes profundidades desse título que ele aqui dá a Deus, a saber: O Senhor proverá. Sem provação podemos ser apenas teóricos, e Deus não nos quer assim; Ele quer que entremos nas profundidades vivas que há nEle próprio: as realidades divinas de comunhão pessoal com Ele, na pessoa do Senhor Jesus Cristo. O grande princípio transmitido por este acontecimento é: Abraão mostrou que estava preparado para perder tudo, menos Deus; e além disso, foi este mesmo princípio que o constituiu e declarou um homem justificado. Deus levou Abraão ao fim de si mesmo, para ser o tudo nele. Está aqui o princípio do milagre da regeneração: é necessário um esvaziamento total do homem para que Cristo seja o tudo nele.

Fica evidenciado na parábola do fariseu e do publicano, narrada por Jesus, que o fariseu estava cheio de si mesmo, por isso saiu vazio de Deus. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. Lucas 18:11 e 12. O moralista mais culto, o mais devoto religioso, o maior filantropo, se não nascer de novo está tão longe do Reino de Deus como o filho pródigo era tão pecador e estava tão longe de seu pai, quando cruzava a porta da casa, como quando apascentava porcos num país distante. O publicano, vazio de si mesmo, saiu cheio da graça. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado. Lucas 18: 13 e 14. A fé crê no que Deus diz, se apóia na sua Palavra, compreende-O tal qual Ele se revelou na pessoa do Senhor Jesus Cristo. Isto é vida , justiça e paz. Conhecer a Deus como Ele é, é a súmula de toda a bênção presente e futura. Quando a alma encontra Deus, encontra tudo que possivelmente necessita nesta vida ou na vida por vir. Deus não só entregou seu Filho para ser sacrificado, mas também nos colocou nEle: fomos unidos no seu próprio corpo, o nosso pecado foi ligado a Ele no exato momento da sua crucificação. O pecado foi eficientemente tirado, aniquilando a dívida que era nossa e que o Senhor resgatou. Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz. Colossenses 2:14.
Cristo ressuscitou triunfantemente e juntamente com Ele nos ressuscitou para uma nova vida. Porque, se fomos unidos com Ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição. Romanos 6:5. O incrédulo é governado por aquilo que vê, é governado pelos seus sentidos. Contudo, os que confiam no Senhor são governados pela Palavra pura de Deus, inestimável tesouro neste mundo sombrio, quaisquer que sejam as aparências exteriores! A fé compreende o que é invisível; não está escravizada à fraqueza dos sentidos, ultrapassa os limites da razão humana, os hábitos da natureza e a extensão da experiência. São Bernardo. Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas. 2 Coríntios 4:18.
 
Soli Deo Glória.

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