sábado, 23 de fevereiro de 2013

JESUS, SENHOR E CRISTO

A manifestação da graça na vida cristã liga-se a um Cristo que se humilhou. Um Cristo humilde que, tendo a forma de Deus, deixa-a para Se humilhar até à morte e morte de cruz. O meio dessa união entre os santos, e o meio para a manifestação e permanência desse amor, está na identificação com Cristo. Foi esta humildade que tão perfeitamente se manifestou em Cristo, em contraste com o primeiro homem Adão. Este tinha procurado tornar-se semelhante a Deus por usurpação e elevar-se em detrimento de Deus, sendo ao mesmo tempo desobediente até a morte. E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás. Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si. Gênesis 2:16-17 e 3:6-7.
O Senhor Jesus Cristo, quando em forma de Deus, aniquilou-se, por amor, de toda a Sua glória, da forma de Deus, e tomou a forma de homem, e em forma de homem se humilhou. Como Deus, humilhou-Se até a morte, e morte de cruz. Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.
Que perfeito amor, que gloriosa verdade, que preciosa obediência. Um Homem, pelo justo julgamento de Deus e pelo Seu ato foi elevado à direita do trono da majestade divina. Em Jesus Cristo, temos a plena manifestação do amor de Deus aos homens. Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas. Hebreus 1:1-3.
O nosso Senhor revelou Deus para nós de maneira plena. Se quisermos saber como Deus é, basta olharmos para o Senhor Jesus. Deus é amor e nós vemos esse amor em Jesus Cristo. Deus é luz e nós vemos esta luz em Cristo. Em Cristo vemos Deus plenamente, em outras palavras, pode-se dizer que não há maneira de conhecer a Deus, senão no conhecimento que encontramos na pessoa de Jesus Cristo.
Que maravilhosa verdade é a Pessoa de Cristo! Que sublime verdade é esta descida e esta ascensão pela qual Ele enche todas as coisas como Redentor e Senhor da glória! Deus descido em amor; o Homem assunto ao Céu segundo a Justiça! Agora, Ele que foi digno, em toda eternidade, quanto à Sua Pessoa, de estar assim à direita de Deus, é, como Homem, elevado por Deus à Sua direita. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. Colossenses 1:17-20.
Todos os conhecimentos encontram-se em Cristo, todas as sabedorias residem Nele, tudo está Nele. Porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude. Se olharmos para a criação, Ele é o primogênito; se olharmos para a nova criação, Ele é o princípio; se olharmos para a Igreja, Ele é o cabeça; se olharmos para o universo, Ele é o Senhor. O pleno conhecimento da vontade de Deus é simplesmente Cristo.
A justiça de Deus foi plenamente satisfeita. Os nossos corações podem tomar parte, alegres, na glória do Senhor, alegres por também ali terem parte pela graça do Senhor. Que extraordinário amor! Que amor perfeito! Só Deus podia esvaziar-se de Sua glória em favor de criaturas caídas. O Senhor Jesus agiu por amor. Cristo tomou o lugar mais baixo para nos elevar e nos fazer assentar nos lugares celestiais.
Mas é Nele, em Cristo, que o apóstolo pensa, e não em nós, frutos dessa humilhação. Paulo se alegra no pensamento da exaltação de Cristo. Deus O elevou soberanamente e Lhe deu um nome que está acima de todo o nome, de sorte que todo o ser nos céus e na terra, e mesmo todo o ser infernal deve dobrar os joelhos diante deste Homem exaltado por Deus, e toda a língua deve confessar que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus Pai. A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis. Porque Davi não subiu aos céus, mas ele mesmo declara: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés. Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo. Atos 2:32-36.
O Senhor Jesus desceu até a morte, e morte de cruz e ressuscitou para ser Senhor de tudo e conhecido de toda a Criação, de uma à outra extremidade do cosmos, como Senhor absoluto. Não é a nós próprios que glorificamos quando contemplamos a Cruz de Cristo; pelo contrário, somos desse modo despojados de nós mesmos, mas Aquele que foi pregado na Cruz é o assunto e o centro do universo.
Cristo é Cabeça da Igreja sobre todas as coisas. Será Seu gozo, em toda a eternidade, exibir a Igreja na glória e beleza com que Ele a dotou, pois a sua glória e beleza serão apenas o Seu reflexo. Os anjos e os principados verão na Igreja a manifestação maravilhosa da sabedoria, do poder, e da graça de Deus em Cristo. E qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir, não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos pés, e para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas. Efésios 1:19-23.
Deus ressuscitou o Senhor Jesus dentre os mortos e lhe deu a glória e um lugar acima de todas as coisas, lugar de que Ele era, sem dúvida, pessoalmente digno, mas que recebe e devia receber das mãos de Deus, que O estabeleceu como Chefe sobre todas as coisas. Unindo-se à Igreja como sendo o Seu corpo, e ressuscitando os membros desse corpo da sua morte em pecados pelo mesmo poder que ressuscitou e exaltou o Cabeça, vivificando-os juntamente com Cristo e fazendo-os assentar nos lugares celestiais Nele, pelo mesmo poder que O exaltou. Assim a Igreja, o Seu corpo, é a Sua plenitude.
O senhor Jesus enche o Universo da Sua glória; mas a Cabeça não está isolada, deixada, por assim dizer, incompleta como tal, sem o Seu corpo. Este corpo a completa nessa glória como um corpo natural completa a cabeça. A vontade de Deus e o Seu propósito é reunir sob a mão de Cristo tudo o que está criado.
Nós herdamos a nossa parte em Cristo; somos herdeiros de Deus, co-herdeiros com Cristo, para louvor da Sua glória. Que maravilhoso privilégio é sermos colocados nesta posição, associados com Ele na mesma glória, sendo nós Seus companheiros na glória celestial, como objetos dos eternos desígnios de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados. Romanos 8:17.
O apóstolo Paulo pede aos crentes de Éfeso para que eles conheçam o poder, já manifestado, que tinha já operado a fim de que eles tivessem parte nesta bendita e gloriosa posição. Porque do mesmo modo como eles eram introduzidos pela soberana graça de Deus na posição de Cristo perante Deus, Seu Pai, assim também a obra que foi operada em Cristo, e o desenvolvimento do poder de Deus que teve lugar elevando-O desde o túmulo até à direita de Deus Pai, acima de todo o nome que se nomeia, são a expressão e o modelo da ação desse mesmo poder que opera em nós que cremos. E este mesmo poder nos eleva do nosso estado de morte no pecado, para nos fazer tomar parte na glória desse mesmo Cristo.
Esse poder é a base da posição da Igreja na sua união com Ele, e a base da revelação do mistério de Deus. O mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória. Colossenses 1:26-27.
O propósito de Deus é glorificar o Senhor Jesus Cristo, Aquela gloriosa pessoa que Se tornou homem para realizar a vontade de Deus, e que, enquanto estava na terra, podia dizer: Faço sempre o que lhe agrada, e a minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra; que no fim da Sua carreira na terra, trasladando-Se em espírito para além da cruz, pôde dizer: Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer:
Quem poderá sondar o gozo que Deus achou em Seu Filho? Aquele que crescia em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens! Aquele sobre o Qual o céu se abriu no começo do Seu serviço na terra, enquanto uma voz do céu dizia: Tu és meu Filho amado; em quem me comprazo; e de Quem o Pai pôde dizer, no final do Seu serviço na terra: Este é meu Filho amado; a ele ouvi! Ele pôde dizer: Por isso, o Pai me ama, porque dou a minha vida.
Quanta honra para Deus quando esta gloriosa Pessoa foi voluntariamente para a cruz a fim de ali glorificar a Deus. E não tem o Senhor Jesus o direito de que toda a criação Lhe esteja sujeita? Não O constituiu Deus, como Seu Filho, herdeiro de todas as coisas, e, como Filho do homem, não pôs todas as coisas debaixo de Seus pés? O Pai dá posse da herança ao Filho. Cristo é o centro e o objetivo de todos os desígnios, caminhos e atos de Deus. E entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação. Apocalipse 5:9.
 
Soli Deo Glória.

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