sábado, 23 de fevereiro de 2013

O EXTERMÍNIO DE UM MODELO

O fato de uma mulher poder parir, não a transforma em mãe. A procriação é um ato puramente animal, que assegura a preservação da espécie, mas a maternidade tem um sentido que vai além da reprodução. Ser fêmea não é a mesma coisa do que ser mulher feminina, por isso, ser apenas uma matriz, não é ser mãe.
A mãe é bem mais do que uma genitora. O seu papel supera em muito as fronteiras da concepção no espaço uterino, e o lance da amamentação tem proporções que excedem ao simples gesto animal do aleitamento.
A maior missão que a mulher tem nesse mundo é a prerrogativa de ser mãe. Mas lembre-se das palavras de Goethe: o simples fato de ter filhos não torna a mulher mãe. Uma fêmea pode gerar uma prole, e ainda assim não ser uma mãe. Essa é uma função além do parto, que parte para a formação do caráter.
O grande colapso na sociedade atual passa primeiramente pela falência do desempenho materno. A função de mãe está em extinção. Temos até muitas matrizes, porém faltam mães no mundo. Conceber uma cria não é o mesmo que criar um filho.
O apóstolo Paulo não é muito bem visto pela ótica feminista moderna, pois ele encara o encargo de ser mãe como o ministério fundamental da mulher. Ele sustentava que a mulher não deveria se envolver com algo menor do que a sua grande missão. E reitera: Todavia, será preservada através de sua missão de mãe, se ela permanecer em fé, e amor, e santificação, com bom senso. 1 Timóteo 2:14-15.
No mundo moderno a fé evaporou-se, o amor virou lixo, a santificação sumiu do mapa e o bom senso, no consenso geral, foi transformado em contra-senso.
A mãe, como o imã do lar, é um assunto fora de moda. Mas vale a pena tecer alguns comentários. A história está cheia de pessoas que dão o maior valor às suas mães. Abraham Lincoln dizia: tudo quanto sou ou espero ser devo à minha mãe. Victor Hugo, que parece ser o autor desse pensamento, afirmava: a mão que embala o berço governa o mundo, sendo assim, arremata o provérbio português: Quem pariu Mateus que o embale.
O epitáfio sobre o túmulo da mãe do primeiro presidente americano, George Washington, é o seguinte: Maria, a mãe de Washington. Se ele foi quem foi, deve a Deus que o salvou e à sua mãe que o criou no temor do Senhor.
O imperador Napoleão afirmou que a futura conduta, boa ou má, de uma criança depende unicamente da mãe. Creio que há um pouco de exagero nisso, mas há muito de verdade nessa afirmação. A Bíblia freqüentemente relaciona a conduta adequada de alguns reis do povo israelita, ao papel positivo dos pais, ressaltando de forma marcante, numa sociedade machista, a figura materna.
Vou dar um exemplo, entre muitos que a Escritura apresenta: Tinha Joás sete anos de idade quando começou a reinar e quarenta anos reinou em Jerusalém. Era o nome de sua mãe Zíbia, de Berseba. Fez Joás o que era reto perante o SENHOR todos os dias do sacerdote Joiada. 2 Crônicas 24:1-2. Aqui vemos uma mãe marcante confirmando essa tese influente e conformando apropriadamente a conduta do seu filho no cenário político e social.
Theodore Cuyler pontuou de forma definida o tema em questão: O progresso do Reino de Cristo depende mais da influência fervorosa, sábia e piedosa das mães, que de quaisquer outros elementos. Talvez por isso, o apóstolo Paulo se torna muito incisivo quando comenta a experiência da fé genuína na vida espiritual do jovem Timóteo: pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti. 2 Timóteo 1:5. Vemos claramente aqui uma corrida de revezamento; a fé passa de mãe pra mãe.
Lóide, a mãe de Eunice, foi um exemplo de fé sem falsidade. Eunice, a mãe de Timóteo, seguiu o modelo da fé sem hipocrisia. As mães sem máscaras não mascaram a vida dos filhos e com um padrão de vida transparente influenciam gerações. Como insiste Eleanor L. Doan, o mundo está mais ansioso em contemplar aqueles que mostrem a sua fé, do que aqueles que a defendem.
Fala-se muito, hoje em dia, em mulheres empresárias e mulheres executivas. Mas fala-se muito mais em filhos executores que acabam executados, gente traumatizada e famílias esfaceladas. Será que há alguma relação estreita entre uma coisa e outra?
A mulher, por séculos, foi um capacho numa sociedade tirana de macheza alucinada. Durante esse tempo ela foi tratada como mero objeto de consumo. Atualmente ela vem alcançando posição de destaque e ocupando lugares relevantes no cenário social. Mas alguma coisa parece não estar totalmente correta. Não sou daqueles que acham que o lugar da mulher é na cozinha e no tanque, como dona de casa. Mas a questão é: quem vai fazer o papel da mãe? Quem vai educar o filho? A babá? Os professores?
Espero que a associação feminista não venha babar de raiva, com o que vou dizer. Sei que nessa época, ter uma baby-sitter para cuidar dos filhos, muitas vezes, é imperioso. Mas, a bem da verdade, não coloque o bem mais precioso que você tem aos cuidados apenas de uma babá. Uma ama-de-leite não pode estimar o deleite que o seu filho causa ao coração, nem aprecia o valor do bebê, que você tanto ama. Ninguém pode substituir a mãe na educação do filho. Não basta dar presentes para o filho. Você, como mãe, precisa estar presente no desenvolvimento emocional da criança.
Uma mãe vale mais do que dezenas de professores. Só ela é capaz de ensinar os bons modos que o amor constrói. Um bom exemplo é mais importante do que enxurrada de informações e esse investimento na educação significa economia com psicólogos, casas de recuperação, advogados e outros instrumentos usados para amenizar o Deus-nos-acuda da carência materna.
A ausência da mãe na educação dos filhos é uma das causas principais da deformação familiar em qualquer época e principalmente nos dias atuais. Nenhuma pessoa pode suprir a mãe na formação do caráter do seu filho, e somente a verdadeira mãe tem as condições de compensar o amor e a firmeza, na medida certa. Esse vazio da mãe no lar vem causando uma profunda crise de identidade nas crianças.
A mãe é um modelo proativo que estabelece um padrão centrado em princípios, para que seu filho possa imitar. A brecha causada pela falta da mãe no desenvolvimento da criança é um drama que tem proporções de tragédia. Até um fio de cabelo projeta a sua sombra, sendo assim, a maneira mais eficiente de ensinar, é ser um exemplo no lar. Como disse Walter Knight, o exemplo é um idioma que todos os homens podem compreender. Quando falta o modelo da mãe na casa, a criança fica sem uma bitola estável.
Não é exagero: quase sempre, o equilíbrio da personalidade é fruto de um lar compensado. E a harmonia do lar comumente cruza pela estrada de uma mãe que tem a cabeça arejada e o coração aquecido. Um pouco de bom senso, um pouco de tolerância e um pouco de bom humor, e você não imagina como poderia tornar agradável a sua permanência neste planeta e como tornaria mais feliz o relacionamento com os outros.
O modelo de mãe encontra-se na UTI, em estado terminal. Muitas mulheres estão mais preocupadas com o sucesso profissional, do que a sua missão de mãe. Porém, vale a pena tentar reanimá-lo, pois não há incumbência mais significativa do que criar filhos, já que as mães têm nas mãos hoje, o destino do futuro do mundo.
Joquebede, a mãe de Moises, não viu alternativa para salvar seu filho, diante das atrocidades do Faraó, senão colocá-lo num cesto betumado, no rio Nilo, para ser encontrado pela princesa. Teve também a precaução de deixar Miriam, sua filha, como vigia, cuidando dos detalhes.
Quando a filha de Faraó encontra o menino, Miriam se apresenta propondo uma criadeira para tomar conta da criança. Só que a ama era a própria mãe, aquela que verdadeiramente ama o filho, de todo o coração. A princesa manda chamar a mulher, e lhe oferece uma remuneração para criá-lo. Então, lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino e cria-mo; pagar-te-ei o teu salário. A mulher tomou o menino e o criou. Êxodo 2:9.
O salário de uma mãe é o privilégio inexprimível de criar o filho para a glória de Deus, cultivando um afeto profundo com a família, por meio da saúde emocional favorecida pelo amor integral, e transformando-o num instrumento de bênção na sociedade. Pena é, que este modelo está sendo aniquilado. Deus, salve as mães!
 
Soli Deo Glória.

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