O fato de uma mulher poder parir, não a transforma em mãe. A
procriação é um ato puramente animal, que assegura a preservação da espécie, mas
a maternidade tem um sentido que vai além da reprodução. Ser fêmea não é a mesma
coisa do que ser mulher feminina, por isso, ser apenas uma matriz, não é ser
mãe.
A mãe é bem mais do que uma genitora. O seu papel supera em
muito as fronteiras da concepção no espaço uterino, e o lance da amamentação tem
proporções que excedem ao simples gesto animal do aleitamento.
A maior missão que a mulher tem nesse mundo é a prerrogativa de
ser mãe. Mas lembre-se das palavras de Goethe: o simples fato de ter
filhos não torna a mulher mãe. Uma fêmea pode gerar uma prole, e ainda assim
não ser uma mãe. Essa é uma função além do parto, que parte para a formação do
caráter.
O grande colapso na sociedade atual passa primeiramente pela
falência do desempenho materno. A função de mãe está em extinção. Temos até
muitas matrizes, porém faltam mães no mundo. Conceber uma cria não é o mesmo que
criar um filho.
O apóstolo Paulo não é muito bem visto pela ótica feminista
moderna, pois ele encara o encargo de ser mãe como o ministério fundamental da
mulher. Ele sustentava que a mulher não deveria se envolver com algo menor do
que a sua grande missão. E reitera: Todavia, será preservada através de
sua missão de mãe, se ela permanecer em fé, e amor, e santificação, com bom
senso. 1 Timóteo 2:14-15.
No mundo moderno a fé evaporou-se, o amor virou lixo, a
santificação sumiu do mapa e o bom senso, no consenso geral, foi transformado em
contra-senso.
A mãe, como o imã do lar, é um assunto fora de moda. Mas vale a
pena tecer alguns comentários. A história está cheia de pessoas que dão o maior
valor às suas mães. Abraham Lincoln dizia: tudo quanto sou ou espero
ser devo à minha mãe. Victor Hugo, que parece ser o autor desse
pensamento, afirmava: a mão que embala o berço governa o mundo, sendo
assim, arremata o provérbio português: Quem pariu Mateus que o embale.
O epitáfio sobre o túmulo da mãe do primeiro presidente
americano, George Washington, é o seguinte: Maria, a mãe de Washington.
Se ele foi quem foi, deve a Deus que o salvou e à sua mãe que o criou no temor
do Senhor.
O imperador Napoleão afirmou que a futura conduta,
boa ou má, de uma criança depende unicamente da mãe. Creio que há um pouco
de exagero nisso, mas há muito de verdade nessa afirmação. A Bíblia
freqüentemente relaciona a conduta adequada de alguns reis do povo israelita, ao
papel positivo dos pais, ressaltando de forma marcante, numa sociedade machista,
a figura materna.
Vou dar um exemplo, entre muitos que a Escritura apresenta:
Tinha Joás sete anos de idade quando começou a reinar e quarenta anos
reinou em Jerusalém. Era o nome de sua mãe Zíbia, de Berseba. Fez Joás o que era
reto perante o SENHOR todos os dias do sacerdote Joiada. 2 Crônicas
24:1-2. Aqui vemos uma mãe marcante confirmando essa tese influente e
conformando apropriadamente a conduta do seu filho no cenário político e social.
Theodore Cuyler pontuou de forma definida o tema em
questão: O progresso do Reino de Cristo depende mais da influência fervorosa,
sábia e piedosa das mães, que de quaisquer outros elementos. Talvez por
isso, o apóstolo Paulo se torna muito incisivo quando comenta a experiência da
fé genuína na vida espiritual do jovem Timóteo: pela recordação que guardo
de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e
em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti. 2 Timóteo 1:5.
Vemos claramente aqui uma corrida de revezamento; a fé passa de mãe pra mãe.
Lóide, a mãe de Eunice, foi um exemplo de fé sem falsidade.
Eunice, a mãe de Timóteo, seguiu o modelo da fé sem hipocrisia. As mães sem
máscaras não mascaram a vida dos filhos e com um padrão de vida transparente
influenciam gerações. Como insiste Eleanor L. Doan, o mundo está mais
ansioso em contemplar aqueles que mostrem a sua fé, do que aqueles que a
defendem.
Fala-se muito, hoje em dia, em mulheres empresárias e mulheres
executivas. Mas fala-se muito mais em filhos executores que acabam executados,
gente traumatizada e famílias esfaceladas. Será que há alguma relação estreita
entre uma coisa e outra?
A mulher, por séculos, foi um capacho numa sociedade tirana de
macheza alucinada. Durante esse tempo ela foi tratada como mero objeto de
consumo. Atualmente ela vem alcançando posição de destaque e ocupando lugares
relevantes no cenário social. Mas alguma coisa parece não estar totalmente
correta. Não sou daqueles que acham que o lugar da mulher é na cozinha e no
tanque, como dona de casa. Mas a questão é: quem vai fazer o papel da mãe? Quem
vai educar o filho? A babá? Os professores?
Espero que a associação feminista não venha babar de raiva, com
o que vou dizer. Sei que nessa época, ter uma baby-sitter para cuidar dos
filhos, muitas vezes, é imperioso. Mas, a bem da verdade, não coloque o bem mais
precioso que você tem aos cuidados apenas de uma babá. Uma ama-de-leite não pode
estimar o deleite que o seu filho causa ao coração, nem aprecia o valor do bebê,
que você tanto ama. Ninguém pode substituir a mãe na educação do filho. Não
basta dar presentes para o filho. Você, como mãe, precisa estar presente no
desenvolvimento emocional da criança.
Uma mãe vale mais do que dezenas de professores. Só ela é capaz
de ensinar os bons modos que o amor constrói. Um bom exemplo é mais importante
do que enxurrada de informações e esse investimento na educação significa
economia com psicólogos, casas de recuperação, advogados e outros instrumentos
usados para amenizar o Deus-nos-acuda da carência materna.
A ausência da mãe na educação dos filhos é uma das causas
principais da deformação familiar em qualquer época e principalmente nos dias
atuais. Nenhuma pessoa pode suprir a mãe na formação do caráter do seu filho, e
somente a verdadeira mãe tem as condições de compensar o amor e a firmeza, na
medida certa. Esse vazio da mãe no lar vem causando uma profunda crise de
identidade nas crianças.
A mãe é um modelo proativo que estabelece um padrão centrado em
princípios, para que seu filho possa imitar. A brecha causada pela falta da mãe
no desenvolvimento da criança é um drama que tem proporções de tragédia. Até
um fio de cabelo projeta a sua sombra, sendo assim, a maneira mais eficiente
de ensinar, é ser um exemplo no lar. Como disse Walter Knight, o
exemplo é um idioma que todos os homens podem compreender. Quando falta o
modelo da mãe na casa, a criança fica sem uma bitola estável.
Não é exagero: quase sempre, o equilíbrio da personalidade é
fruto de um lar compensado. E a harmonia do lar comumente cruza pela estrada de
uma mãe que tem a cabeça arejada e o coração aquecido. Um pouco de bom senso,
um pouco de tolerância e um pouco de bom humor, e você não imagina como poderia
tornar agradável a sua permanência neste planeta e como tornaria mais feliz o
relacionamento com os outros.
O modelo de mãe encontra-se na UTI, em estado terminal. Muitas
mulheres estão mais preocupadas com o sucesso profissional, do que a sua missão
de mãe. Porém, vale a pena tentar reanimá-lo, pois não há incumbência mais
significativa do que criar filhos, já que as mães têm nas mãos hoje, o destino
do futuro do mundo.
Joquebede, a mãe de Moises, não viu alternativa para salvar seu
filho, diante das atrocidades do Faraó, senão colocá-lo num cesto betumado, no
rio Nilo, para ser encontrado pela princesa. Teve também a precaução de deixar
Miriam, sua filha, como vigia, cuidando dos detalhes.
Quando a filha de Faraó encontra o menino, Miriam se apresenta
propondo uma criadeira para tomar conta da criança. Só que a ama era a própria
mãe, aquela que verdadeiramente ama o filho, de todo o coração. A princesa manda
chamar a mulher, e lhe oferece uma remuneração para criá-lo. Então, lhe
disse a filha de Faraó: Leva este menino e cria-mo; pagar-te-ei o teu salário. A
mulher tomou o menino e o criou. Êxodo 2:9.
O salário de uma mãe é o privilégio inexprimível de criar o
filho para a glória de Deus, cultivando um afeto profundo com a família, por
meio da saúde emocional favorecida pelo amor integral, e transformando-o num
instrumento de bênção na sociedade. Pena é, que este modelo está sendo
aniquilado. Deus, salve as mães!
Soli Deo Glória.
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O propósito deste blog na sua forma completa é capacitar seus leitores a entenderem a Bíblia. Apresenta instrução básica eficiente do ponto de vista bíblico. Procura remover todas as falsas pressuposições racionalistas, moralistas, antropocêntricas e idólatras que já infectaram,e, na medida desta infecção, cegaram todo homem e toda cultura deste mundo a partir da queda de Adão.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
O EXTERMÍNIO DE UM MODELO
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