domingo, 3 de junho de 2012

TU ÉS O CRISTO

E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?E eles disseram: Uns, João Batista; outros, Elias, e outros, Jeremias ou um dos profetas. Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Mateus 16:13-16
A Bíblia é um livro de uma só visão, e esta visão é da pessoa de Cristo. Se lermos a Bíblia e não encontrarmos a Pessoa de Cristo, a nossa leitura é vã. De Gênesis ao Apocalipse podemos ver a Cristo, vamos encontrá-Lo nas parábolas, nos tipos, etc. Deus deseja que vejamos o seu Filho como também Ele o vê. A revelação dada por Deus a Pedro inclui quatro aspectos da Pessoa de Cristo: primeiro, quem é Jesus; segundo, qual o seu relacionamento com o homem; terceiro, o que Ele fez na cruz e o quarto, o seu relacionamento com o eterno propósito de Deus. O primeiro aspecto da revelação dada por Deus a Pedro se relaciona à Pessoa de Jesus. Ele é o Cristo. Quando as pessoas olhavam para o Senhor Jesus, eles viam a parte externa Dele. O que eles viam era um homem cheio de graça e de verdade, um homem especial. Uma pessoa extraordinária, mas ainda sim um homem. Eles não conseguiam ver o que estava ali dentro. Pedro conviveu com o Senhor Jesus durante três anos e não mentiu quando disse: E ele negou outra vez, com juramento: Não conheço tal homem. Mateus 26:72.
Aqueles que conviveram com o Senhor Jesus não conseguiam ver a glória do unigênito do Pai, que deveria ser revelada. Quando o Senhor se dirigiu aos líderes religiosos com esta advertência,examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam. E não quereis vir a mim para terdes vida. João 5:39 e 40, Jesus estava mostrando, não só a estes líderes religiosos mas a todos nós, que, além da letra, encontra-se uma Pessoa. A Bíblia inteira se ocupa em revelar Cristo. Não há outra revelação fora de Cristo. Este é o mistério de Deus, este é o seu segredo que estava oculto em outras gerações. Uma das artimanhas de Satanás é atacar a Pessoa de Cristo. Ele busca toda oportunidade para ocultar esta grande revelação: Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. 2Coríntios 4:3-4.
Uma pequena dúvida em relação à Pessoa de Cristo, ou um pequeno erro de palavras, nos deixará em grandes dificuldades.O inimigo das nossas almas não poupará esforços para nos desviar desta tão grande revelação da Pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo.Quem é Jesus? Ele é o Cristo, o Filho do Deus vivo. Este é o fundamento do testemunho. Todas as falsas e destrutivas doutrinas assaltam direta ou indiretamente este tema central das Escrituras Sagradas: atacam a Pessoa de Cristo. Horatious Bonar nos ajuda a ver a centralidade de Cristo com estas palavras: Não a Igreja, mas Cristo. Não doutrinas, mas Cristo. Não formas, mas Cristo. Não cerimônias, mas Cristo! Cristo, o Deus-homem, dando sua vida pela nossa. Selando a eterna aliança e nos dando paz através da Sua cruz!. Cristo, o depósito Divino de toda luz e verdade, em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão oculto. Cristo, o vaso infinito, cheio com o Espírito Santo, Aquele que ilumina, que todos nós temos recebido da sua plenitude, e graça sobre graça. Este, este somente, é o refúgio da alma aflita. A Rocha sobre a qual ela pode construir, o lar no qual ela pode habitar, até que o grande tentador seja preso, e todo conflito termine em vitória.
O segundo aspecto desta revelação é: Qual é o relacionamento de Cristo com o homem? O termo que pode ser usado para explicar e definir o seu relacionamento com o homem é a palavra representativo. Cristo realizou coisas que ultrapassam qualquer poder humano, pois eram impossíveis ao homem. Ele é Deus, portanto age como Deus. Contudo, Cristo faz todas as coisas para o homem. Ele se liga ao homem tornando-se carne. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. João 1:14.
O Senhor Jesus se fez homem, mas sem pecado algum, portanto pode ser nosso representante. Sua vida, obra, morte, sepultamento, ressurreição e ascensão e sua atual posição e obra no céu, todas são, por natureza, representativas. São representativas sob dois aspectos: O primeiro, houve uma substituição objetiva e outra subjetiva. No aspecto objetivo, o Senhor morreu por todos os homens e este é um fato que ocorreu na história há dois mil anos atrás. No aspecto subjetivo, a realidade histórica ou objetiva deve se tornar uma realidade espiritual subjetiva, isto é, o nosso Senhor, naquela cruz, representou cada um de nós, fato objetivo. Mas naquela mesma cruz houve uma substituição subjetiva, isto é, aconteceu uma substituição de vidas. A vida espiritual que herdamos de Adão, que na sua essência está condenada por Deus, precisa ser substituída pela vida de Cristo. Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim. Gálatas 2:19-20. E, por isso, o testemunho de Jesus Cristo inclui seu relacionamento com o homem em toda a Sua suficiência agora e em toda a eternidade.
O terceiro aspecto nos mostra que sem a revelação do calvário, não há salvação. Isto inclui sua morte, sepultamento, ressurreição e ascensão. Sua morte é toda inclusiva como também a sua ressurreição. A cruz é a porta de entrada para a vida. A vida que ele concede é uma vida que sai da morte. Morte e vida são inseparáveis. Toda a graça concedida por Jesus, o Salvador, é somente ministrada ao longo do caminho de comunhão com Jesus, o crucificado. Trazendo sempre por toda parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos. E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós, a vida. 2 Coríntios 4:11-12-13.
Podemos ser instruídos com relação a todas as coisas do Senhor Jesus. Mas tudo o que precisamos é de revelação da Pessoa de Cristo. Os nossos olhos precisam ser abertos para vermos o Seu Filho. O Seu ungido, aquele que foi enviado para este mundo para realizar a obra da redenção, fez uma obra que ninguém mais poderia realizar. Ele é muito mais do que um homem. Ele é o Filho do Deus vivo. Ele é o próprio Deus: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Esta é a revelação que nos coloca como membros da família de Deus.
O quarto aspecto da revelação de Deus com relação Seu Filho está vinculado ao propósito eterno. Podemos dizer que Deus ordenou na eternidade que o Senhor Jesus seja o Cabeça de todas as coisas. Ele é o Rei dos reis, Senhor dos senhores. E qual a sobreexcelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e pondo-o à sua direita nos céus, acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não sóneste século, mas também no vindouro. E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos. Efésios 1:19-23.
Enquanto o Senhor Jesus vivia na terra, era o homem perfeito, mas Ele viria a ser a cabeça da Igreja ao ressuscitar dentre os mortos. Depois que o Senhor ressuscitou é que a Igreja se tornou o Seu corpo. E assim Deus colocou todas as coisas em Sua sujeição, sob seus pés. Após a sua ressurreição, o Senhor se assentou à direita do Pai, acima de tudo e de todos. No coração de Deus Pai, há um Filho, e no coração do Filho a Igreja. O propósito eterno de Deus é a glória de Seu Filho. Tudo o que existe neste universo tem a impressão digital do nosso Senhor Jesus Cristo. Nosso Deus não tem outro compromisso neste universo, a não ser a exaltação de Seu Filho. E tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra. Efésios 1:10.
Este é o meu filho amado, a Ele ouvi
. Esta foi adeclaração de Deus no monte da transfiguração. Ouça-O. Não há lugar para mais ninguém. Não há lugar para Moisés, Elias, nem Pedro, nem Tiago e nem João. Ele é supremo, é absoluto. Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte. E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés e um para Elias. E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; escutai-o. E os discípulos, ouvindo isso, caíram sobre seu rosto e tiveram grande medo. E, aproximando-se Jesus, tocou-lhes e disse: Levantai-vos e não tenhais medo. E, erguendo eles os olhos, ninguém viram, senão a Jesus. E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão até que o Filho do Homem seja ressuscitado dos mortos. Mateus 17:1-9.
Pedro, surpreendido com esta aparição, esqueceu da revelação da glória da Pessoa de Jesus como Filho de Deus e propôs fazer três tendas, colocando Jesus no mesmo nível de Moisés e Elias. Mas a glória de Deus se manifestou e reivindicou imediatamente os direitos de Seu Filho. A voz de Deus proclama a glória da Pessoa de Seu Filho e a Sua relação com Ele mesmo, proclamando que Jesus é o objeto de toda a Sua afeição que e Nele está o Seu prazer. É a Ele que os discípulos devem escutar. Os discípulos receberam uma ordem: A ninguém contes a visão. Por que? A visão é fruto da revelação, e a experiência ou o encontro do homem com Deus em Cristo depende unicamente da revelação. Sem esta revelação é impossível tornar-se participante da natureza divina. E o grande perigo é transformar a revelação num assunto especulativo.
A revelação traz visão, e a visão traz governo.E o governo tem como princípio básico a operação contínua da cruz em nossas vidas. É interessante observar que Pedro passou a ser governado por esta visão da pessoa de Cristo. No capítulo 16 de Mateus ele confessa que Cristo é o Filho do Deus vivo. E sobre esta declaração o Senhor edificará Sua Igreja. Assim também na sua primeira epístola, ele fala de Cristo como a pedra viva, e os nascidos de novo, como pedras vivas. E, chegando-vos para ele, a pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo. 1 Pedro 2:4-5.
A revelação dada por Deus a Pedro lançou o fundamento da nossa experiência cristã: Tu és o Cristo. Em Cristo, estamos identificados em Sua morte e na Sua ressurreição. Em Cristo somos mais que vencedores. Que Deus nos dê revelação para vermos a beleza do nosso Senhor Jesus Cristo! Que tenhamos olhos abertos para contemplarmos o Senhor da glória. O Rei dos reis e Senhor dos senhores! AMÉM.

Solo Deo Glória.

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