domingo, 24 de junho de 2012

CHAMADOS À COMUNHÃO

Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor. I Coríntios 1:9.
De acordo com o original grego, ekkesia significa "aqueles que foram chamados para fora" e foram reunidos em torno do nosso Senhor. Deus chamou homens de entre todas as nações, tribos, línguas e povos, ajuntou-os em Cristo para glorificar o Seu nome. A palavra comunhão significa "participação em comum". Então, Deus chamou homens de todas as nações para participarem da comunhão do Pai, Filho e Espírito Santo. A Igreja, portanto, é uma comunhão viva, fundamentada na comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Na divindade há uma comunhão perfeita, o Pai compartilha tudo com o Filho, e o Filho compartilha tudo com o Pai, e tudo é compartilhado com o Espírito Santo. A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. II Coríntios 13:13.
O coração de Deus é amor; é Deus quem inicia o plano para nos redimir. O amor expresso é graça, e dentro da graça está o amor. A razão pela qual a graça do Senhor Jesus é mencionada em primeiro plano no versículo se deve ao fato da redenção ser realizada por Cristo. É Deus quem ama, e este amor segundo revelado por Cristo torna-se graça. O Espírito Santo nos comunica aquilo que Cristo realizou. O Espírito Santo de si mesmo nada tem para dar, Ele simplesmente nos comunica o que Cristo fez. A glória e o gozo da comunhão na divindade é algo que está além da nossa compreensão. Mas graças a Deus por causa do Seu grande amor, Ele estendeu essa comunhão através de Seu Filho para a humanidade. Este desejo de formar uma família, para este fim está revelado nestas palavras do apóstolo João: O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. I João 1:3.
Porém, temos que nos lembrar, que a comunhão entre o Pai e o Filho no Espírito era algo do qual nenhuma pessoa, depois da queda tinha o direito de participar. Por isso, não podemos reivindicar ou exigir para sermos aceitos nessa comunhão, pois somos totalmente desqualificados e completamente indignos. Entretanto, o Pai agradou-se em estender essa comunhão ao homem caído. Fomos chamados a compartilhar da comunhão do Filho de Deus, o nosso Senhor Jesus Cristo. Mas como essa comunhão pode se tornar uma realidade? Pelo amor de Deus. Deus Pai desceu até nós, na Pessoa de Seu Filho. O preço para Deus foi muito alto, custou a morte de Seu Filho. O plano exigiu que Deus Filho tomasse um corpo "preparado" para este fim, "em semelhança da carne do pecado, pelo pecado", para que, por esse meio, Ele pudesse realizar tal intento. Com um corpo humano, viveu a Sua vida de perfeita obediência e comunhão com o Seu Pai. E, pela sua morte nos reconciliou com Deus. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
"Ainda pecadores", descrevem aqueles que são por natureza e por inclinação desobedientes. "Inimigos" significam aqueles que odeiam a Deus. Assim, foi pelo homem sem ajuda e sem esperança, que Cristo morreu. A morte de Jesus pôs o homem numa nova situação, em uma nova posição diante de Deus; numa palavra, a morte de Jesus restabeleceu o relacionamento do homem com Deus. Não só separados da comunhão, mas inimigos de Deus. Era necessário restabelecer aquilo que foi perdido no jardim do Éden. O nosso Senhor Jesus se tornou homem; e como homem se humilhou, até a morte e morte de cruz. Ele morreu na cruz a nossa morte. O que era impossível para o homem, Deus o tornou possível. O que o homem não podia realizar Deus realizou. O que o homem não podia fazer Deus fez. Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados.
O chamado de Deus a essa comunhão se tornou possível, porque Ele se deu a Si mesmo por nós; e por meio da vida de Cristo implantada no nascido de novo, este pode responder à esse chamado. A resposta à esse chamado tem seu início na cruz, conforme o nosso Senhor disse: Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela. Mateus 7:13. O nosso Senhor usou duas figuras para explicar este fato: Porta e caminho.
Pela "porta" se dá o início da jornada cristã. Por ela, se entra e se sai de um ambiente para outro. A riqueza destas duas figuras é muito grande, a porta tipifica a nossa morte, a morte do velho homem. Não é possível "caminhar" ou ter-se comunhão sem primeiro morrer para o pecado. A porta antecede o caminho. A porta representa a nossa justificação e o caminho tipifica o nosso andar com Deus. Não se vive à vida cristã, sem a vida cristã para viver.
O propósito do nosso andar com Deus em Cristo é conhecê-Lo. À medida que caminhamos com Deus, aprendemos a reavaliarmos como criaturas caídas, não fortes e auto-suficientes como supúnhamos ser, mas fracas e totalmente dependentes. À medida que caminhamos com Deus em Cristo, descobriremos que Ele é a nossa suficiência – o nosso tudo – a nossa porção. Podemos expressar como Habacuque expressou diante da ruína econômica ou outra privação qualquer: Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação. O SENHOR Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas. Habacuque 3:17-19.
Não poderia ser diferente para aquele que anda com Deus, pois conhecendo-O se satisfará por completo, não precisando nem desejando coisa alguma além disso – O Senhor é a porção da minha herança e do meu cálice... No seu diário, Frank Laubach expressou assim, o seu sentimento da presença de Deus: A descoberta mais importante de toda a minha vida é que uma pessoa pode pegar uma cabana pequena e rude e transformá-la em um palácio, simplesmente inundando-a com a presença de Deus. Em 1695, Madame Guyon, foi aprisionada em Vinccennes, na França. Seu único crime era o de amar a Deus. Todavia, por causa da sua vida em Cristo, a prisão lhe pareceu um palácio. Ela comentou: As pedras de minha prisão se assemelhavam a rubis a meus olhos e eu as estimava mais do que todos os aparatos brilhantes de um mundo de vaidades.
Por que Deus nos chamou para andarmos com Ele? Porque Deus é um Deus de propósito. E o propósito de Deus é que seus filhos sejam semelhantes ao seu Filho, o nosso Senhor Jesus Cristo. Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor. II Coríntios 3:17-18.
Inicialmente fomos justificados pela fé em Cristo Jesus, isto é, passamos pela "porta", o nosso velho homem foi crucificado; depois, santificação e finalmente glorificação. De glória em glória estamos sendo transformados à imagem de Cristo. É dessa forma que crescemos. Não desejamos nos transformar em eruditos da Bíblia, não desejamos apenas que o Senhor responda nossas orações, desejamos ser transformados à imagem do nosso Senhor de glória em glória.Christian Chen. Os filhos de Deus não precisam se isolar para ter comunhão com Deus. Eles são os templos do Espírito Santo. E contemplando o Senhor, contemplando a glória do Senhor, por isso, são transformados à Sua imagem. Esse é o "caminho". Após a salvação, o espírito daquele que foi redimido nunca mais estará só; o Espírito Santo habita para sempre no espírito dos que são de Cristo.
No momento da salvação se estabelece uma união entre o Espírito Santo e o espírito do cristão. "Andai no Espírito" significa que o Espírito Santo é a esfera do andar do cristão. Os salvos em Cristo caminham segundo a orientação do Espírito Santo, caminham após o Espírito Santo, desejam estar constantemente em Sua presença. Os cristãos devem caminhar segundo a comunhão com seu Senhor e andam segundo a Sua orientação. Regozijamo-nos com o fato de não precisarmos ser eternos bebês; mas com o fato de que podemos prosseguir na expectativa de alcançar o alvo que foi posto diante de nós: Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. II Pedro 3:18. Nenhum pai ficaria satisfeito com o crescimento de seu filho se, dia a dia, ano após ano, ele permanecesse o mesmo bebê frágil dos primeiros meses de sua vida.
Deus nos chamou para Sua própria glória. Nós fomos chamados por Deus, não somente para termos os nossos pecados perdoados, ou simplesmente nos levar para o céu; Ele nos chamou para participarmos da Sua própria glória. Ele nos chamou de acordo com uma necessidade, Ele nos chama de acordo com uma necessidade. Ele nos chama de acordo com Sua glória. Nas Escrituras, a glória é algo indescritível, por outro lado, glória é sinônimo do próprio Cristo. Ele nos chamou de acordo com o que Ele mesmo é, para que possamos ser semelhantes a Ele. Portanto, o Seu chamamento é um grande chamamento, uma soberana vocação. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Filipenses 3:13-14.
Que premiação é esta? O nosso chamamento é para refletirmos a imagem de Seu Filho. Esse é o supremo "galardão". Nosso prêmio é para participarmos de Sua glória. Deus, em Sua grande misericórdia, nos trouxe à vida por meio da ressurreição de nosso Senhor Jesus, e por esta mesma vida nos conduzirá até o Seu propósito final. Amém.

Solo Deo Glória.

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