Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para
pregar o Evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz
de Cristo. 1Coríntios 1:17.
O apóstolo Paulo não está negando a importância do
batismo, mas está ressaltando a ênfase do seu ministério. A sua vocação foi
definida como a pregação do Evangelho e Paulo não queria se envolver com outros
temas. Ele mostra que foi enviado com um propósito estabelecido: pregar o
Evangelho de modo claro. Sem muita lengalenga. Sem se impressionar com a
sabedoria humana. Sem o uso de palavras filosóficas. E neste ponto, ele mostra o
perigo: a sabedoria das palavras acaba por anular a mensagem da cruz de Cristo.
A grande sutileza dos inimigos da cruz é torná-la um assunto denso e erudito
demais para a compreensão das pessoas mais simples. A sofisticação dos
pensamentos elaborados freqüentemente acaba por diluir o significado da cruz. Em
nada queremos simplificar esta mensagem. A cruz não é um assunto banal. Ela não
é simplória. Há um grande mistério em toda a sua expressão, que carece da
revelação do Espírito Santo, mas a cruz não deve ser tratada com uma
argumentação filosofada e cheia de sofismas e preciosismos
teológicos.
A Bíblia mostra, em 1Coríntios
15:1-4, que a pregação do Evangelho se concentra na
proclamação da morte e ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. A grande
mensagem do Evangelho está contida nestes dois tópicos fundamentais. Já vimos,
no estudo anterior, que omitir um destes pontos é deixar de pregar o Evangelho.
Sabemos que a boa notícia do Evangelho visa anunciar aos pecadores que eles
foram mortos para o pecado juntamente com Cristo e que, pela graça de Deus, eles
foram vivificados e ressuscitados juntamente com Cristo, a fim de viverem para
Deus. Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por
meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que
ressuscitou dentre os mortos, para que frutifiquemos para Deus. Romanos
7:4. Aqui temos uma síntese da obra do Evangelho.
Fomos incluídos no corpo de Cristo na cruz e lá nós morremos com Ele. Fomos
identificados com Ele na ressurreição e ganhamos a sua vida. Esta é a boa nova
do Evangelho.
A salvação de Deus se resume na suficiência do
Calvário e na eficiência da ressurreição. Quando anunciamos a morte de Cristo na
cruz, devemos anunciar a morte do pecador na mesma cruz. Quando notificamos a
ressurreição de Cristo, precisamos comunicar a ressurreição do salvo em novidade
de vida. Fomos, pois, sepultados com Ele na morte pelo batismo; para que,
como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também
andemos nós em novidade de vida. Romanos 6:4. O
apóstolo que se recusa a ser um mero batizador faz alusão ao batismo de modo
peculiar. Creio que este batismo não é propriamente em águas. O batismo nas
águas apenas tipifica o que aconteceu no Calvário. Fomos mergulhados no corpo de
Cristo. Fomos sepultados na sua morte. Este é um ato verdadeiramente de fé. A fé
não se vê. O batismo das águas é uma ilustração visível daquilo que aconteceu na
cruz com Cristo. É um testemunho público da nossa experiência de fé com a morte
de Cristo. Morremos com Cristo, para vivermos com vida nova.
A grande proclamação do cristianismo é a abastança
da graça na plenitude do Evangelho. Através do Evangelho da graça, Deus realiza
tudo o que é necessário para a salvação completa do pecador. Por meio da graça
do Evangelho, Deus dá tudo o que é necessário ao pecador para torná-lo mais do
que vencedor. Alguém já disse que a mensagem cristã destina-se àqueles que
fizeram o melhor que podiam e falharam. Por isso, o Evangelho não é um
debate, mas uma dádiva divina oferecida gratuitamente pelos efeitos eternos de
Cristo crucificado. O Evangelho tem em si a marca registrada da cruz. Ele só
pode ser anunciado do cume do Calvário, para aqueles que passam pelo vale da
sombra da morte. Sendo assim, é preciso clareza na pregação do Evangelho da
cruz.
Podemos facilmente ofuscar a mensagem do Evangelho
roubando a ênfase da cruz. Podemos inconsideradamente anular o recado da cruz,
recheando com a sublimidade das palavras. Nada pode ser mais desastroso para a
pregação do Evangelho do que a confusão originada pela complexidade da sabedoria
humana. Um homem inculto foi ouvir um pregador muito culto, que procurava
esnobar seu conhecimento com afirmações elevadas de sua grandeza teológica.
Quando chegou em casa sua esposa perguntou como foi a pregação. Ele respondeu
que foi muito bonita. E o que foi que o pregador disse? Eu não sei o que ele
disse, mas ele dizia as coisas com palavras muito bonitas. Foi por esta causa
que o apóstolo se tornou enfático: A minha palavra e a minha pregação não
consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do
Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana e
sim no poder de Deus. 1Coríntios 2:4-5.
No contexto do dom de línguas, Paulo chama a nossa
atenção para a necessidade de se falar palavras bem compreensíveis. Assim,
vós, se, com a língua, não disserdes palavra compreensível, como se entenderá o
que dizeis? Porque estareis como se falásseis ao ar. 1Coríntios
14:9. Falar palavras ininteligíveis é tornar a
mensagem obscura. Ele mostra que o conteúdo fica estranho para aquele que não o
entende. Não estamos sustentando a vulgarização da pregação, mas a clareza na
proclamação. É preciso explicar a realidade dos fatos com objetividade
penetrante. A mensagem da cruz deve ser partilhada com transparência bíblica.
Ainda que haja erudição, deve haver perceptibilidade por aqueles que a ouvem.
Sabemos que a verdade do Evangelho somente o Espírito Santo pode revelar, mas é
bom não complicá-la com um enredo excessivamente grandioso. Irmãos,
reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios
segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento.
1Coríntios 1:26. Aqueles que são cultos podem
entender as coisas mais simples, mas aqueles que são singelos não podem entender
uma exposição muito culta. Anular a cruz de Cristo é pregar com empolação
arrogante de sabedoria humana. A comunicação da mensagem da cruz deve ser
precisa e com uma linguagem apropriada.
Já vimos que a omissão da cruz na pregação é
desvirtuamento do Evangelho. Não há evangelização quando se oculta a mensagem da
cruz com os seus efeitos permanentes na experiência do crente. Também já vimos
que pregar a cruz com o envolvimento da sabedoria humana emaranhada na
sublimidade das palavras é anulação da essência da cruz. Por outro lado, pregar
a cruz de Cristo sem a união compartilhada do pecador torna-se uma atitude
indigna e ilusória. A loucura da cruz exige a morte do réu. É uma traição para
com o pecador pregar a morte de Cristo sem incluí-lo no mesmo funeral. Jesus foi
para a cruz porque o pecador precisava ser crucificado. A mesma Bíblia que
afirma a morte de Jesus na cruz anuncia a nossa morte juntamente com Ele.
Porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em
Deus. Colossenses 3:3. É desonestidade espiritual
notificar a morte de Jesus na cruz e não noticiar a morte do pecador juntamente
com Ele. Com certeza, esta é uma das táticas do inferno para invalidar o
significado completo da mensagem da cruz. O resumo legítimo da teologia da cruz
pode ser fixado nestas palavras: Cristo morreu em meu benefício, para me fazer
morrer juntamente com Ele. Suprimir a importância de nossa inclusão é eliminar a
natureza radical da cruz em nossa experiência de fé. Não podemos ficar apenas
com um lado da mensagem. É preciso ressaltar a morte de Cristo na cruz, mas é
urgente salientar a nossa morte com Cristo na mesma cruz. Se não queremos anular
a pregação da cruz de Cristo, não podemos omiti-la de nossa comunicação, nem
envolvê-la com a sabedoria de palavras e nem apresentá-la de modo parcial.
Bem-vinda seja a pregação da cruz, em que Cristo e o pecador foram crucificados
nela. Fora disto, estamos num terreno perigoso que propõe anular a história da
cruz.
Solo Deo Glória.
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O propósito deste blog na sua forma completa é capacitar seus leitores a entenderem a Bíblia. Apresenta instrução básica eficiente do ponto de vista bíblico. Procura remover todas as falsas pressuposições racionalistas, moralistas, antropocêntricas e idólatras que já infectaram,e, na medida desta infecção, cegaram todo homem e toda cultura deste mundo a partir da queda de Adão.
domingo, 3 de junho de 2012
ANULANDO A HISTÓRIA DA CRUZ
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Em SUA palavra o PAI nos oferece 5 pérolas de sua sabedoria que nos encaminham a NASCER DE NOVO.
ResponderExcluirDEUS deseja ardentemente que SAIBAMOS sobre estas verdades, para que CREIAMOS em seu evangelho e assim ENTENDAMOS a SUA salvação.
Nascemos no pecado – Salmo 51:5
“Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.”
…
Deus nos atraiu – João 12:32
E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim.
Deus nos Crucificou – Gálatas 2:20
Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.
Deus nos fez morrer – II Coríntios 5:14
Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram.
Deus nos Ressuscitou – Efésios 2:6
E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;
Essa é a realidade do Evangelho de CRISTO que irá lhe proporcionar uma nova vida, a SUA VIDA, vida esta que você e nenhuma religião poderão produzir, mas é Cristo vivendo em você.
É uma vida que vence o pecado em íntima comunhão com Deus.
Desistir de si mesmo e deixar Cristo viver em seu lugar pela revelação da obra da Cruz lhe trará esta plenitude.
Omitir que fomos injetados em Cristo na cruz, onde nosso velho homem foi morto, sepultados pelo batismo na morte e pregar meio evangelho, para a Nova Vida se manifeste.
A mensagem certa, produz o resultado eficaz.
Graça e Paz.
JB
https://www.facebook.com/AHORADAPALAVRA