domingo, 3 de junho de 2012

ANULANDO A HISTÓRIA DA CRUZ

Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o Evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo. 1Coríntios 1:17.
O apóstolo Paulo não está negando a importância do batismo, mas está ressaltando a ênfase do seu ministério. A sua vocação foi definida como a pregação do Evangelho e Paulo não queria se envolver com outros temas. Ele mostra que foi enviado com um propósito estabelecido: pregar o Evangelho de modo claro. Sem muita lengalenga. Sem se impressionar com a sabedoria humana. Sem o uso de palavras filosóficas. E neste ponto, ele mostra o perigo: a sabedoria das palavras acaba por anular a mensagem da cruz de Cristo. A grande sutileza dos inimigos da cruz é torná-la um assunto denso e erudito demais para a compreensão das pessoas mais simples. A sofisticação dos pensamentos elaborados freqüentemente acaba por diluir o significado da cruz. Em nada queremos simplificar esta mensagem. A cruz não é um assunto banal. Ela não é simplória. Há um grande mistério em toda a sua expressão, que carece da revelação do Espírito Santo, mas a cruz não deve ser tratada com uma argumentação filosofada e cheia de sofismas e preciosismos teológicos.
A Bíblia mostra, em 1Coríntios 15:1-4, que a pregação do Evangelho se concentra na proclamação da morte e ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. A grande mensagem do Evangelho está contida nestes dois tópicos fundamentais. Já vimos, no estudo anterior, que omitir um destes pontos é deixar de pregar o Evangelho. Sabemos que a boa notícia do Evangelho visa anunciar aos pecadores que eles foram mortos para o pecado juntamente com Cristo e que, pela graça de Deus, eles foram vivificados e ressuscitados juntamente com Cristo, a fim de viverem para Deus. Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, para que frutifiquemos para Deus. Romanos 7:4. Aqui temos uma síntese da obra do Evangelho. Fomos incluídos no corpo de Cristo na cruz e lá nós morremos com Ele. Fomos identificados com Ele na ressurreição e ganhamos a sua vida. Esta é a boa nova do Evangelho.
A salvação de Deus se resume na suficiência do Calvário e na eficiência da ressurreição. Quando anunciamos a morte de Cristo na cruz, devemos anunciar a morte do pecador na mesma cruz. Quando notificamos a ressurreição de Cristo, precisamos comunicar a ressurreição do salvo em novidade de vida. Fomos, pois, sepultados com Ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Romanos 6:4. O apóstolo que se recusa a ser um mero batizador faz alusão ao batismo de modo peculiar. Creio que este batismo não é propriamente em águas. O batismo nas águas apenas tipifica o que aconteceu no Calvário. Fomos mergulhados no corpo de Cristo. Fomos sepultados na sua morte. Este é um ato verdadeiramente de fé. A fé não se vê. O batismo das águas é uma ilustração visível daquilo que aconteceu na cruz com Cristo. É um testemunho público da nossa experiência de fé com a morte de Cristo. Morremos com Cristo, para vivermos com vida nova.
A grande proclamação do cristianismo é a abastança da graça na plenitude do Evangelho. Através do Evangelho da graça, Deus realiza tudo o que é necessário para a salvação completa do pecador. Por meio da graça do Evangelho, Deus dá tudo o que é necessário ao pecador para torná-lo mais do que vencedor. Alguém já disse que a mensagem cristã destina-se àqueles que fizeram o melhor que podiam e falharam. Por isso, o Evangelho não é um debate, mas uma dádiva divina oferecida gratuitamente pelos efeitos eternos de Cristo crucificado. O Evangelho tem em si a marca registrada da cruz. Ele só pode ser anunciado do cume do Calvário, para aqueles que passam pelo vale da sombra da morte. Sendo assim, é preciso clareza na pregação do Evangelho da cruz.
Podemos facilmente ofuscar a mensagem do Evangelho roubando a ênfase da cruz. Podemos inconsideradamente anular o recado da cruz, recheando com a sublimidade das palavras. Nada pode ser mais desastroso para a pregação do Evangelho do que a confusão originada pela complexidade da sabedoria humana. Um homem inculto foi ouvir um pregador muito culto, que procurava esnobar seu conhecimento com afirmações elevadas de sua grandeza teológica. Quando chegou em casa sua esposa perguntou como foi a pregação. Ele respondeu que foi muito bonita. E o que foi que o pregador disse? Eu não sei o que ele disse, mas ele dizia as coisas com palavras muito bonitas. Foi por esta causa que o apóstolo se tornou enfático: A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana e sim no poder de Deus. 1Coríntios 2:4-5.
No contexto do dom de línguas, Paulo chama a nossa atenção para a necessidade de se falar palavras bem compreensíveis. Assim, vós, se, com a língua, não disserdes palavra compreensível, como se entenderá o que dizeis? Porque estareis como se falásseis ao ar. 1Coríntios 14:9. Falar palavras ininteligíveis é tornar a mensagem obscura. Ele mostra que o conteúdo fica estranho para aquele que não o entende. Não estamos sustentando a vulgarização da pregação, mas a clareza na proclamação. É preciso explicar a realidade dos fatos com objetividade penetrante. A mensagem da cruz deve ser partilhada com transparência bíblica. Ainda que haja erudição, deve haver perceptibilidade por aqueles que a ouvem. Sabemos que a verdade do Evangelho somente o Espírito Santo pode revelar, mas é bom não complicá-la com um enredo excessivamente grandioso. Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento. 1Coríntios 1:26. Aqueles que são cultos podem entender as coisas mais simples, mas aqueles que são singelos não podem entender uma exposição muito culta. Anular a cruz de Cristo é pregar com empolação arrogante de sabedoria humana. A comunicação da mensagem da cruz deve ser precisa e com uma linguagem apropriada.
Já vimos que a omissão da cruz na pregação é desvirtuamento do Evangelho. Não há evangelização quando se oculta a mensagem da cruz com os seus efeitos permanentes na experiência do crente. Também já vimos que pregar a cruz com o envolvimento da sabedoria humana emaranhada na sublimidade das palavras é anulação da essência da cruz. Por outro lado, pregar a cruz de Cristo sem a união compartilhada do pecador torna-se uma atitude indigna e ilusória. A loucura da cruz exige a morte do réu. É uma traição para com o pecador pregar a morte de Cristo sem incluí-lo no mesmo funeral. Jesus foi para a cruz porque o pecador precisava ser crucificado. A mesma Bíblia que afirma a morte de Jesus na cruz anuncia a nossa morte juntamente com Ele. Porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Colossenses 3:3. É desonestidade espiritual notificar a morte de Jesus na cruz e não noticiar a morte do pecador juntamente com Ele. Com certeza, esta é uma das táticas do inferno para invalidar o significado completo da mensagem da cruz. O resumo legítimo da teologia da cruz pode ser fixado nestas palavras: Cristo morreu em meu benefício, para me fazer morrer juntamente com Ele. Suprimir a importância de nossa inclusão é eliminar a natureza radical da cruz em nossa experiência de fé. Não podemos ficar apenas com um lado da mensagem. É preciso ressaltar a morte de Cristo na cruz, mas é urgente salientar a nossa morte com Cristo na mesma cruz. Se não queremos anular a pregação da cruz de Cristo, não podemos omiti-la de nossa comunicação, nem envolvê-la com a sabedoria de palavras e nem apresentá-la de modo parcial. Bem-vinda seja a pregação da cruz, em que Cristo e o pecador foram crucificados nela. Fora disto, estamos num terreno perigoso que propõe anular a história da cruz.

Solo Deo Glória.

Um comentário:

  1. Em SUA palavra o PAI nos oferece 5 pérolas de sua sabedoria que nos encaminham a NASCER DE NOVO.
    DEUS deseja ardentemente que SAIBAMOS sobre estas verdades, para que CREIAMOS em seu evangelho e assim ENTENDAMOS a SUA salvação.

    Nascemos no pecado – Salmo 51:5
    “Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.”

    Deus nos atraiu – João 12:32
    E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim.

    Deus nos Crucificou – Gálatas 2:20
    Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.

    Deus nos fez morrer – II Coríntios 5:14
    Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram.

    Deus nos Ressuscitou – Efésios 2:6
    E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;

    Essa é a realidade do Evangelho de CRISTO que irá lhe proporcionar uma nova vida, a SUA VIDA, vida esta que você e nenhuma religião poderão produzir, mas é Cristo vivendo em você.
    É uma vida que vence o pecado em íntima comunhão com Deus.
    Desistir de si mesmo e deixar Cristo viver em seu lugar pela revelação da obra da Cruz lhe trará esta plenitude.

    Omitir que fomos injetados em Cristo na cruz, onde nosso velho homem foi morto, sepultados pelo batismo na morte e pregar meio evangelho, para a Nova Vida se manifeste.

    A mensagem certa, produz o resultado eficaz.

    Graça e Paz.

    JB

    https://www.facebook.com/AHORADAPALAVRA

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