Disse, pois,
Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra,
sois verdadeiramente meus discípulos; e
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. João
8:31-32.
Muitos
contemporâneos de Jesus creram nele. Segundo a Bíblia, a filiação divina começa
com a fé na pessoa de Jesus, isto significa que, alguém só é filho de Deus, se
nascer de novo. Veio para o que era seu, e os seus não o
receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos
filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do
sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. João
1:11-13.
Todos os seres
humanos são criaturas de Deus, mas só os que crêem em Cristo são seus filhos.
Isto é radical, mas é a única alternativa bíblica. Sei que esta posição não é
politicamente correta neste mundo ecumenista, entretanto é o que a Bíblia
ensina. Por isso, prefiro chocar com o radicalismo bíblico a negociar acordos
para sair bem na foto. Pois todos vós sois filhos de Deus mediante
a fé
Aqueles
religiosos judeus que haviam crido em Cristo certamente se tornaram filhos de
Deus, pois a Bíblia não pode se contradizer. Antes desta experiência de fé eles
eram apenas judeus religiosos, mas não eram regenerados. Eram pessoas moralmente
justas, mas não salvas. Então foram vivificadas pela graça e creram em Cristo,
sendo, portanto, feitas filhas de Deus, todavia ainda não tinham sido libertas.
Jesus enfatizou
para estes crentes que haviam crido nele a necessidade de permanecerem na sua
palavra, a fim de torná-los seus verdadeiros discípulos. Somos filhos de Deus
mediante a fé
Escrevi aqui
Verdade com letra maiúscula para coligar o termo com a personalidade de Cristo
Jesus. Ele disse: Eu sou o caminho a verdade e a vida e
ninguém vem ao Pai senão por mim. João 14:6. A Verdade é o próprio
Cristo que é também a nossa alforria. Se pois o Filho vos libertar verdadeiramente
sereis livres. João 8:36.
A história da
humanidade é o relato da escravatura do pecado. Somos uma raça dominada pela
altivez e nada neste mundo é capaz de nos emancipar do anseio de chefia e dos
desejos de prestígio. O medo do ostracismo e a aspiração ao pódio geram um
conflito agudo em nosso íntimo que nos mantém prisioneiros dos jogos políticos
mais ardilosos para nos equilibrar na corda bamba do sucesso. Somos uma casta de
arrogantes aprisionados ao egoísmo. Não se iluda, até os salvos estão
encarcerados em si mesmos.
Jesus foi
categórico com os judeus que creram nele: se vocês permanecerem firmes na minha
palavra, sinceramente serão meus discípulos e, por isso mesmo, conhecerão a
verdade do verdadeiro Deus que os libertará. Só Jesus Cristo é capaz de nos
libertar de nossas algemas invisíveis.
A alma é uma
entidade cativa de tradições, preconceitos, sentimentos possessivos, ambições
egoístas, traumas marcantes, juízos de valores e o culto à personalidade, e tem
muita dificuldade de compreender e receber a libertação plena
Há muito mais
gente vivendo nas cadeias invisíveis das tradições vazias do que criminosos
enjaulados nas penitenciárias de segurança máxima. As grades imperceptíveis
destes cárceres são extremamente mais complicadas de serem detectadas e
demovidas do que as barras de ferro dos sistemas penitenciais que podem ser
serradas.
O Senhor tratando
do problema relacionado aos rigores dos usos e costumes do seu povo, que
preferia cumprir ritual a obedecer aos mandamentos de Deus, em que os filhos
devem cuidar dos seus pais, afirmou com ênfase: E
assim invalidaste a palavra de Deus por causa da vossa tradição. Mateus
15:6b.
As tradições
religiosas com freqüência são traições ao evangelho. A comunhão da igreja é uma
festa de contentamento que tem decência e ordem, mas não é nem tradicional nem
protocolar. O formalismo é uma máscara de engessamento das emoções e uma camisa
de força para a vida espiritual. Ainda que possamos ter tradição na ortodoxia
nunca podemos ser tradicionalistas na celebração. A vida tem processo, mas não é
processual ou cheia de processualismo.
Os preconceitos
ridículos são também algemas impalpáveis que aprisionam as almas nas teias das
prevenções. Uma multidão tendenciosa vive contida pelas implicâncias grotescas
da intolerância mesquinha e muita gente inocente sofre com a segregação que
avilta a personalidade, descartando qualquer tipo de relacionamento. A
antepaixão é uma causa gravemente adoecedora no convívio
social.
Um prejulgamento
é um prejuízo que sempre achaca e empobrece a vida comunitária. Por isso o
Senhor foi muito claro quando afirmou: não
julgueis segundo a aparência, e, sim, pela reta justiça. João 7:24. As
lesões morais causadas pelos preconceitos do apart-aide espiritual financiam os
cismas na estrutura da sociedade. Por trás destas grades imateriais existe muito
material asqueroso sufocando as decisões subjetivas.
As ambições
egocêntricas e interesseiras nascem, muitas vezes, destes úteros apertados do
convencionalismo caricato. Quanta gente vive num calabouço de aspirações
imponentes, sonhando com a notoriedade, em razão das sementes de amargura
plantadas pelos sistemas repressores dos preconceitos e desconfiança!
Não restam
dúvidas que o anseio pelo crescimento é uma coisa legítima, mas as pretensões
pelos postos da grandeza são grilhetas que abafam toda a expressão de uma vida
psicologicamente normal. Não há saúde emocional numa pessoa que vive tentando
escalar o lombo dos mais elevados para poder se distinguir dos demais. A ambição
individualista de altar é o estado-maior-de-grades que aprisiona,
invisivelmente, no mais baixo degrau, os pigmeus morais da maior
periculosidade.
A teomania
apadrinha os projetos mais ambiciosos da soberba humana ao pretender transformar
grãos de areia em super-stars no
panteão do mundo. Essa areia inchada do tamanho de uma estrela é um perigo,
quando não recebe os louvores que almeja pelo reflexo de sua chama. O rompante
do vaga-lume que quer brilhar como se fosse o sol ao meio dia é menos presunçoso
do que as ambições do pó que almeja a consignação de divindade. Por isso, o
culto à criatura é mais arriscado do que a ausência de culto ao Criador. Não há
prisão mais insinuante do que o narcisismo disfarçado do solidário.
Um ego altivo e
possessivo arrasta uma corrente com elos pesados e paralisantes. A marcha de um
escravo atado ao peso de seus bens é lenta e gemida. O desgosto com as perdas e
a vontade de ter cada vez mais constrói um xilindró de aparência em que se passa
o dia tentando edificar o patrimônio e a noite é consumida pela preocupação com
aquilo que se amealhou. O servo das coisas é o escravo mais barato no mercado,
pois vale menos que um cara comum, ao ser estimado apenas pela que
tem.
Os sentimentos
possessivos são presídios de almas atoladas. O ciúme ou a dor de cotovelo, a
inveja ou o olho gordo são demonstrações da patologia na psiquê escrava de si
mesma. Ninguém pode viver no pátio da liberdade quando cultiva a autocomiseração
destas emoções viscosas que destroem qualquer sinal de comemoração. Uma pessoa
que não consegue celebrar de coração o sucesso dos outros vive num cubículo
estreito.
Outra prisão
corriqueira é viver sob custódia da opinião dos outros. Um sujeito autônomo é
insuportável em seu amor-próprio, mas um fulano heterônomo é candidato aos
caprichos da vassalagem. Submissão é um atributo elevado de gente obediente, mas
o servilismo é algema que aprisiona um povo carente. Muita gente é negociada por
dinheiro no mercado dos escravos, outros são comprados por elogios e conceitos
favoráveis. A alma que está amarrada aos cuidados especiais é vitima de muitos
escravagistas espertos que conquistam a subserviência com
confetes.
Os traumas também
fecham as portas de prisões complexificadas e levam multidões para os labirintos
escuros de um cativeiro asfixiador. A história da humanidade tem mostrado um
bando de traumatizados apalpando nos corredores apertados de suas vidas, em
busca de uma saída honrosa para o estigma que os enclausura.
Somos uma raça
com alma prisioneira de tradições, preconceitos, ambições egoístas, sentimentos
possessivos, opiniões favoráveis, culto à personalidade e traumas que nos
arrebentam interiormente e precisamos com urgência de libertação. A ciência tem
alguns paliativos, mas só Jesus pode de fato nos libertar.
A proposta do
evangelho é de real libertação. Cristo veio ao mundo para nos vivificar em nosso
espírito e nos alforriar em nossa alma. A salvação implica em nova vida
espiritual e libertação pessoal. Para a liberdade foi que Cristo nos
libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de
escravidão. Gálatas 5:1.
Um espírito
regenerado requer uma alma liberta. A obra da santificação visa desenvolver a
vida de Cristo em nosso interior a ponto de podermos viver sem a dependência dos
cuidados humanos. Ainda que vivamos em comunidade e isto é saudável para o
desenvolvimento das relações, uma pessoa liberta em Cristo não está sujeita aos
tratamentos humanistas, nem fica esperando cuidados
especiais.
A maturidade
emocional demanda crescimento. Uma vida mimada e cercada de atenções exageradas
nunca amadurece. Uma criança deve ser protegida, mas pôr blindagem numa pessoa a
vida inteira é uma sabotagem no processo do seu desenvolvimento emocional.
Precisamos de salvação eterna e de libertação terrena. Uma alma alforriada não
se prende aos sentimentos de vítima e não vive requerendo tratamento vip.
Para o crente não
basta ter o passaporte carimbado para o céu, é preciso também uma carta de
alforria para a escravatura aqui na terra. A lamentação dos escravos denuncia o
desgosto pelo seu cativeiro, mas as ações de graças e os louvores dos libertos
falam de uma realidade mais excelente. Celebrai com júbilo ao SENHOR, todos os
confins da terra; aclamai, regozijai-vos e cantai louvores. Salmos
98:4.
Não há cadeia
mais terrível do que o descontentamento íntimo. Uma alma insatisfeita vive
sempre na prisão da infelicidade, murmurando e criticando tudo e todos, mas uma
pessoa liberta dança na fornalha e canta no cárcere com uma alegria que nunca
murcha. Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez
digo: alegrai-vos. Filipenses 4:4.
Solo Deo Glória.
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O propósito deste blog na sua forma completa é capacitar seus leitores a entenderem a Bíblia. Apresenta instrução básica eficiente do ponto de vista bíblico. Procura remover todas as falsas pressuposições racionalistas, moralistas, antropocêntricas e idólatras que já infectaram,e, na medida desta infecção, cegaram todo homem e toda cultura deste mundo a partir da queda de Adão.
domingo, 17 de junho de 2012
LIBERTANDO DE CADEIAS INVISÍVEIS
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