quinta-feira, 1 de março de 2012

CRISTO, O LOGOS ETERNO



O evangelho de João não se inicia pelo nascimento do nosso Senhor neste mundo, mas sim, pela Sua existência antes do princípio de tudo que tem um princípio. O livro de Gênesis revela-nos a história do mundo no tempo; João revela-nos a história do Verbo, ou seja, da Palavra que existia na Eternidade, antes de o mundo ser feito. Aqui o apóstolo João nos apresenta a glória da Pessoa de Cristo antes que o mundo existisse. O Senhor Jesus é a própria Palavra de Deus, Ele é a verdadeira expressão de Deus, é uma expressão que fala de sua pré-existência eterna.
O Verbo estava com Deus.
Ele está com Deus e Ele é o próprio Deus, isto significa que o Verbo é uma pessoa. Nos é dito que Ele era Deus: Deus na Sua existência eterna, na Sua natureza divina, na Sua Pessoa distinta. Ele é a Palavra de Deus, a expressão exata do seu Ser e do Seu poder. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas. Hebreus 1:3.
É por Ele que Deus opera e Se revela. Ele é também o Filho de Deus, e quem O viu também viu o Pai. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? João 14:9. Tudo o que sabemos sobre Deus é através do conhecimento de Cristo Jesus. O nosso Senhor Jesus, O Filho de Deus é a plenitude da divindade. Porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade. Colossenses 2:9-10. Toda a plenitude da divindade está em Cristo. Ele é a plenitude de Deus. Tudo o que se possa pensar de Deus está em Cristo. Ele é a imagem do Deus invisível.
Embora nascido neste mundo por operação de Deus, pelo Espírito Santo, a Sua entrada misteriosa em carne pura e sem mácula, formada pelo poder do Altíssimo no ventre da virgem, é o início de uma trajetória que se seguiria em morte, ressureição e glorificação. Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória. 1 Timóteo 3:16.
Ele é Filho de Deus, mas isto tem lugar no tempo, quando a Criação já é a cena da manifestação dos caminhos e dos desígnios de Deus. Mas o nome de Filho é também o nome que exprime a relação própria da Sua gloriosa Pessoa com o Pai, antes que o mundo existisse. Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer; e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo. João 17:4-5. O Pai glorificado na terra pelo Filho e o Filho glorificado com o Pai em Cima, no Céu.
Em seguida temos: Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. João 1:3. Toda a criação foi feita por Ele. Foi na Pessoa do Filho que Deus atuou quando criou todas as coisas quer nos céus quer na terra, visíveis e invisíveis, pelo Seu poder.
Tudo o que é poderoso e elevado é obra da Sua mão; tudo foi criado por Ele e para Ele. Pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Colossenses 1:16. Este versículo diz que todas as coisas foram criadas nele porque Ele é o arquiteto. Ele projetou e criou todas as coisas. Ele é o construtor, o engenheiro, o proprietário e o herdeiro de todas as coisas.
E o verbo se fez carne.
Aqui temos a relação do Verbo com o homem quanto à Sua identificação. Ele foi Aquele que nos resgatou, que Se fez homem, um de nós quanto à natureza humana para realizar a nossa redenção. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. João 1:14. A manifestação do Verbo em carne neste mundo, na Pessoa de Jesus Cristo, consumou o propósito de Deus revelado pelos profetas. Filipe encontrou a Natanael e disse-lhe: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, filho de José. João 1:45.
Em Jesus, o Verbo feito carne vivendo entre nós, estava cheio de graça e de verdade, e desta plenitude todos nós recebemos. Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça. João 1:16. Graça sobre graça, é um favor imerecido de Deus em abundância, fruto do Seu amor por nós, graças estas que são acumuladas umas sobre as outras. A verdade brilha, e a graça nos é dada.
O Verbo se fez carne, e habitou entre nós na plenitude da graça e da verdade. A verdadeira relação de todas as coisas com Deus nos foi revelada. A presença de Cristo neste mundo nos revela tudo. O que Deus é e o que somos. A verdade em Cristo mostrou a nossa miserabilidade e a graça nos revelou a bondade de Deus.
O Verbo de Deus tornou-se carne, o Filho encarnado. O mistério de Deus torna-se conhecido, o véu é retirado porque Cristo o nosso Senhor é o mistério de Deus. Que mistério é este? Cristo em vós. O mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória. Colossenses 1:26-27.
Para que Ele se tornasse homem, teve que esvaziar a Si mesmo. Ele não se esvaziou de Sua divindade; Ele esvaziou-se de toda a glória, com a finalidade de assumir a forma de servo, tornando-se em semelhança de homem. E reconhecido em figura humana, Ele, além disso, humilhou-se a Si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Filipenses 2:6-7-8.
Já vimos a maneira como o Senhor Jesus Cristo foi concebido e, ao longo do curso da Sua vida aqui na terra, encontramos exemplos e mais exemplos da mesma imaculada pureza. Passou quarenta dias no deserto, sendo tentado pelo diabo, mas nada em Sua natureza respondeu às vis sugestões do tentador. Podia tocar os leprosos sem ser contaminado. Podia tocar o esquife de um defunto sem contrair o fedor da morte. Podia passar incólume pela atmosfera mais contaminada. Era, quanto à Sua humanidade, como um raio de sol que vinha da fonte de luz, o qual pode passar, sem ser atingido, pelo ambiente de maior contaminação. Foi perfeitamente único em natureza, caráter e constituição. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Hebreus 4:15
Nós tínhamos necessidade não somente de um Cristo encarnado, mas de um Cristo crucificado e ressuscitado. Na verdade, Ele se fez carne para ser crucificado, mas é por Sua morte e ressurreição que a Sua encarnação veio a ser eficaz para nós. Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos. Romanos 6:5-6.
A graça infinita de Deus é manifestada no fato maravilhoso que pecadores, culpados e dignos do inferno, possam ser chamados amigos do Filho de Deus. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer. João 15:15.
A preeminência do Filho não podia ser de outra maneira. Ele é Cabeça sobre todas as coisas. Não existe nada neste universo que não lhe pertença. Toda família nos céus e na terra deve alinhar-se sob a poderosa mão do nosso Senhor Jesus Cristo e confessá-Lo como Senhor. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. Filipenses 2:9-10-11.
A Sua redenção foi completa, final e eterna. Nele fomos redimidos e selados por uma salvação eterna. Não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção. Hebreus 9:12.


Solo Deo Glória

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