segunda-feira, 16 de abril de 2012

A VONTADE SOB O JUGO DA LEI

Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Romanos 7:22-23.

O texto que adotamos como base deste estudo fala de uma guerra. Ele evidencia um conflito entre um espírito vivificado e uma alma sob o jugo de regras. Falamos de um espírito vivificado; regenerado e, a prova deste fato encontra-se nesta declaração de caráter pessoal: “No tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente...”. Só um espírito regenerado pode falar assim.


A desaprovação do mal, a vontade de fazer e o prazer interior na lei de Deus, todas estas coisas são sinais distintos da nova vida – os frutos preciosos da regeneração. Verdadeiramente, uma pessoa sem Cristo não se expressa com tal linguagem.


Outro ponto que precisamos esclarecer é que, o conflito não é entre a nova natureza e a velha, esta última já foi incluída no corpo de Cristo e crucificada, ou seja, a natureza adâmica foi substituída pela natureza divina Este é um fato que se torna realidade na vida daqueles que crêem.


Assim sendo, podemos definir um cristão como aquele que foi substituído. Usando uma linguagem do futebol: o técnico tira um jogador que ele acha que não está produzindo, e o substitui por outro. Isto significa substituição.


No esporte, ao jogador substituído será dada uma nova oportunidade. Porém, no que se refere à natureza da salvação, o velho homem sai de cena definitivamente pela morte com Cristo, dando lugar à nova vida pela ressurreição. Sair de cena significa que de agora em diante eu não preciso viver. É simples: Já que Ele vive em mim, eu não mais preciso viver.


Assim como Ele morreu na cruz por mim e eu Nele, Ele agora vive em mim, em meu lugar. Este é o segredo da vitória sobre a carne, o pecado e a morte: Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição. Romanos 6:4-5.


Sabemos perfeitamente que muitos estudiosos diferem bastante de opinião quanto à interpretação do capítulo 7 de romanos. Alguns vêem neste capítulo um homem não regenerado tentando cumprir a lei de Deus. Outros sustentam que este capítulo revela algo normal na vida de um cristão.


Na verdade, não podemos aceitar nenhuma destas duas conclusões. Creio que este capítulo está falando de um espírito regenerado, e que está tentando viver a vida cristã sob o jugo das regras.


A prova que temos perante nós de que este homem do capítulo 7 - que pode ser um de nós - não está plenamente liberto; que não está no gozo de libertação conhecida, nem no pleno conhecimento íntimo de vitória e, na posse da suficiência de Cristo, a prova evidente de tudo isto, repetimos, está nestas palavras: “... No tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente...”.


Centenas de cristãos encontram-se, com efeito, nesta situação. Quanto à sua


experiência são filhos de Deus, mas quanto à sua conduta estão sob o jugo das regras: Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo. Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal, e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus.


 
 Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem. Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade.
Colossenses 2:16-23. Infelizmente não estamos gozando da plena libertação que nos foi dada em Cristo Jesus, ao contrário, estamos gemendo e suspirando como escravos esperando que algum “dia” sejamos alforriados.


A grande verdade é que ignoramos o real significado da cruz. Até sabemos que fomos crucificados com Cristo, mas não tocamos na Pessoa de Cristo. Até confessamos que Cristo vive em nós, mas não O conhecemos de fato.


Estamos cheios de temores e dúvidas, quando poderíamos entoar um cântico de vitória pelo privilégio de sabermos que fomos “aceitos no Amado”. Aceitos não pelo que fizemos ou deixamos de fazer, mas simplesmente pelo fato de sermos alvos do amor divino.


A questão é esta: Cristo é suficiente? Será que, o que nos falta não é a revelação da suficiência de Cristo? O apóstolo Paulo ora pelos crentes de Êfeso pedindo espírito de sabedoria e revelação: Não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder. Efésios 1:16-19.


A Pessoa de Jesus é suficiente para todas as necessidades. O que devemos dizer ao pecador? Entrega a tua vida ao Senhor. O que devemos dizer ao cansado? Ide a Cristo. E o que dizer ao aflito? Descanse no Senhor. Porventura, há alguma coisa demasiadamente difícil para o Senhor?


Olhar para o Senhor em todas as coisas. Alguém anseia por salvação? Ele é a nossa salvação. Alguém anseia por justificação? Ele é a nossa justiça. Alguém anseia por santificação? Ele é a nossa santificação. Sim, em todas as coisas Ele é o nosso suficiente provedor: de alimento, água, vestuário, orientação ou proteção, isto porque, todos os recursos estão Nele. Precisamos recorrer a alguém mais? Jamais. Cristo, nosso Senhor, é plenamente suficiente em tudo. Na plena suficiência do nome do Senhor Jesus Cristo para os crentes, em qualquer condição que possa ser achado, durante todo o curso da sua história, está o seu descanso. O que Cristo realizou naquela cruz deveria ser suficiente para tranqüilizar a nossa consciência e trazer o descanso em nossos corações, se tão somente apropriado por uma simples fé.


O descanso da nossa alma está em tão somente contemplar com os olhos da fé a Pessoa do nosso Senhor Jesus Cristo: Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou Deus, e não há outro. Isaías 45:22.


Se, por conseguinte, não nos encontrarmos desfrutando de paz de consciência e se o nosso coração não estiver à vontade, é prova de que não estamos satisfeitos com o próprio Cristo.


Os crentes de um modo geral desconhecem a benção de uma redenção consumada; não estão desfrutando de uma consciência limpa; não podem se aproximar “com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, com os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa” (Hebreus 10:22).


Eles desconhecem que foram aceitos incondicionalmente no Amado. Eles se encontram, de certo modo, separados do mundo, mas sua separação é mais negativa do que positiva. Afastam-se do mundo por verem apenas vaidade e nenhuma possibilidade de nele satisfazer seus corações, mas não por terem encontrado em Cristo o seu prazer.


Muitos crentes se encontram no que diz respeito à sua experiência, sob o comando das regras: o que se pode ou não fazer; na realidade, nunca entraram na profundidade da benção que é estar sob o reinado da graça.


O inimigo de nossas almas produziu um horrível sistema de religião, meio judaico, meio cristão. Uma religiosidade espúria, a qual não é nem puro judaísmo, nem puro cristianismo, mas uma péssima mistura para confundir os desavisados.


O caminho da vitória é a revelação da suficiência da Pessoa de Cristo em nossas vidas. E, a nossa oração deve ser esta: Vem revelar Cristo em mim... Amém!


 

Solo Deo Glória

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