domingo, 15 de abril de 2012

O FUNDAMENTO ETERNO



Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado. 1 Cor:2.2
E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria... Eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor. A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder; para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus. Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; mas falamos a sabedora de Deus em mistério, outrora oculta. 1 Cor:2,1,3-7.


Antes mesmo do apóstolo Paulo manifestar a sua decisão de não pregar outra mensagem a não ser a Jesus Cristo, e este crucificado, ele faz saber aos crentes de Corinto e a “todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus”, que o propósito para o qual foram chamados, já tinha sido revelado: Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor. 1 Coríntios 1:9.


E foi exatamente nesse ponto que os crentes de Corinto se “perderam”, isto é, se distanciaram do mais belo e sublime propósito para o qual foram chamados: andar com Deus. Como resultado desta mudança de direção ou de foco, os problemas começaram a surgir.


Nestes versos Paulo usou o pronome pessoal “eu” quatro vezes e o pronome possessivo “meu” duas vezes. Isto não significou que Paulo estava fazendo de si próprio uma exceção. Ele quis dizer que também era um exemplo vivo da verdade que estava expondo. Ele caracterizava a sua mensagem como um testemunho de Deus.


Em sua mente havia dois assuntos importantes: a mensagem da Igreja e o método pelo qual esta mensagem deveria ser conhecida. Quanto à pregação da mensagem, o apóstolo enfatiza a ineficácia de se utilizar discursos brilhantes, lindamente conduzidos, com suas demonstrações e conclusões porque, essa estratégia não conduzirá as pessoas ao um relacionamento vivo com Deus, mas sim, dar o testemunho daquilo que Deus em Cristo fez pela salvação do homem.


Paulo exclui deliberadamente da sua mensagem tudo, menos a grande verdade central. Tomou a resolução de saber entre eles somente a Jesus Cristo, porque Ele é ao mesmo tempo, o poder e a sabedoria de Deus. O ponto particular acerca de Cristo que é selecionado é a crucificação. Este é o coração do Evangelho e foi nisto que o apóstolo Paulo se concentrou.


Por que deixar de lado tudo em favor de uma coisa só? Será que o apóstolo Paulo não tinha mais nenhum outro assunto ou, ele era limitado no conhecimento? Com certeza, para Paulo, a Cruz é a chave que abre todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento de Deus.


A seguir ele procura mostrar um contraste fortemente desenhado entre a falsa e a verdadeira sabedoria. A falsa sabedoria é representada pela sabedoria do mundo e seus argumentos. A palavra grega para mundo aqui é aion que em sua definição significa um período de tempo limitado.

A sabedoria aion é o resultado da limitação do pensamento humano. Admite-se que alguns na igreja de Corinto estavam dando valor demasiado à sabedoria humana e à eloquência, em harmonia com a típica admiração grega pela retórica e pelos estudos filosóficos.

Em face disso, Paulo insiste que, pregar com sabedoria de palavra, não fazia parte do seu chamado, e que, quão falso e infantil é tratar da vida com discursos filosóficos. Além disso, esta espécie de pregação atrairia os homens para o pregador, anulando assim, a Cruz de Cristo.

Com incansável persistência, Paulo expõe que a sabedoria de que fala não é a sabedoria deste século, aion. E, acrescenta: “nem a dos poderosos deste século” - indicando as forcas malignas do mundo invisível. A Cruz de Cristo é alvo de uma luta gigantesca, não primariamente com os poderes terrestres, mas com as forcas do mundo invisível.

A Cruz parece ser nada mais que uma consumada loucura para a atividade do intelecto humano. Contudo, a Cruz na qual o Filho de Deus foi pendurado pelos homens, provou que é o poder de Deus. Nela o pecador foi derrotado, nela o homem foi vencido. Também provou que é a sabedoria de Deus. A Cruz revelou Deus e deu aos homens o poder de que necessitavam.

A sabedoria deste século aion, não pode conhecer a sabedoria de Deus, que não está contida no tempo e que Paulo chama de: sabedoria de Deus em mistério. Um mistério significa algo encoberto ou escondido de modo que, só pode ser compreendido pelo intelecto humano, quando revelado por Deus.

O propósito eterno de Deus nunca pode ser entendido ou alcançado pela razão humana. Ele precisa ser revelado. À parte da revelação do mistério de Deus que é Cristo, podem existir muitas “coisas” espirituais, mas que não fazem parte do verdadeiro Cristianismo.

A decisão do apóstolo Paulo em não pregar outra coisa ao não ser Cristo e este crucificado, mostra que na mente dele não há outro remédio para a carnalidade, a não ser a Cruz de Cristo. Não há solução para o homem fora da Cruz de Cristo. Cristianismo sem Cruz, não passa de uma mera especulação religiosa sem sentido.

A fiel mensagem da Cruz resulta na substituição dos homens, ou seja, que eles deixem de pôr a sua confiança em algum expediente humano, para depositarem a sua confiança na Pessoa do nosso Senhor Jesus Cristo. “Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus”.

A mensagem da Cruz não agrada os que “perecem”, mas em sua absoluta simplicidade, quando apresentada com “demonstração do Espírito e de poder”, pode salvar aos que creem: Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação. 1 Coríntios 1:21.

Quanto ao método, depois de ter tomado a sua decisão de não pregar outra mensagem a não ser Cristo, e este crucificado, o apóstolo Paulo dirige a sua atenção para a maneira de pregar. Eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor. A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder. 1 Coríntios 2:3-4. O apóstolo Paulo enfatiza claramente e abertamente que o único assunto da sua mensagem, era, “Jesus Cristo e este crucificado” e, a única inspiração da sua mensagem, o Espírito Santo.

Nenhuma outra mensagem no púlpito tem assegurado o aval do Espírito Santo ao não ser a mensagem da Cruz. Filosofia, poesia, psicologia, ética, sociologia são assuntos que podem atrair a atenção de muitas pessoas, e todos estes assuntos podem ser apresentados com genialidade humana, mas não há garantia de que o Espírito Santo esteja corroborando.

A mensagem da Cruz, em moderada simplicidade no falar, possui a garantia da demonstração do Espírito: Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós. 1 Tessalonicenses 1:5. Nosso Evangelho significou uma única coisa para Paulo: a mensagem de Jesus Cristo crucificado no meio do povo.

E, quanto aos que pregam, muitos desejam ardentemente falar com poder e eloquência, anseiam falar de forma brilhante a fim de mover e ajudar as pessoas. Não desconsideramos tudo isto. No entanto, estes falham em reconhecer que este não é o ponto vital. O que precisa ser considerado não é o quanto de conhecimento o pregador tem, mas o quanto ele conhece o Senhor.

O mensageiro não só deve levar a mensagem, mas ser a própria mensagem. Ao pregar a palavra da Cruz, Paulo diz: Eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor. Ele próprio era uma pessoa crucificada. É preciso uma pessoa crucificada a fim de pregar a palavra da Cruz.

Se não formos homens e mulheres crucificados, não estamos aptos para levar a mensagem da Cruz. Caso contrário, tudo que vamos reproduzir será uma religião insípida, vazia e farisaica.

A Cruz é a sabedoria de Deus, embora seja loucura para os que perecem. Quando anunciamos a mensagem da Cruz, devemos assumir a maneira “louca” de viver. Uma pessoa crucificada prega a mensagem da Cruz no espírito da Cruz. Sem a verdadeira morte do ego, a Vida ressurreta, a vida de Cristo não pode fluir.

Que Deus nos ilumine a fim de vermos que aquele que morreu não precisa viver a vida cristã por si mesmo, porque Cristo pode viver nele. No dia em que você ouviu que morreu com Cristo, foi uma notícia maravilhosa. E agora, noutro dia, você ouviu que não precisa viver a vida Cristã. Esta foi também uma notícia grandiosa. Este é verdadeiramente o genuíno Evangelho.

Certa vez, um artista muito talentoso respondeu com sabedoria a uma pergunta que lhe foi feita levando em conta apenas as ferramentas da sua profissão; “Com o que você mistura as suas tintas?”. “Com inteligência, senhor” - respondeu ele.

Se esta pergunta tivesse sido feita para aquele que levou três mil pessoas à Cristo crucificado, ele teria respondido, pelo Espírito Santo enviado do céu: Aos quais foi revelado que, não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam estas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos desejam bem atentar. 1 Pedro 1:12.

A presente geração está rapidamente perdendo a compreensão do que significa pregar “em demonstração de Espírito e de poder”. Que a Tua palavra Senhor não seja apenas letra para nós, mas Espírito e vida para o louvor de Tua glória. Amém.

Solo Deo Glória




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