sábado, 21 de abril de 2012

RAZÕES PARA LOUVAR

Por isso, restabelecei as mãos descaídas e os joelhos trôpegos; e fazei caminhos retos para os pés, para que não se extravie o que é manco; antes, seja curado. Heb 12: 12-13

Quando falamos em louvor e adoração, geralmente muitos pensam em música e canto congregacional. Sem dúvida isso faz parte da vida do regenerado, porém é muito mais uma questão de consequência do que de essência em si. Na vida congregacional da igreja é um assunto que costuma levantar tensões e facções, por causa das preferências pessoais. Já disse um escritor que se o foco está em como louvamos, talvez tenhamos perdido o rumo da questão.


Na verdade, apenas quando entendemos o quê é o louvor e o porquê do louvor é que podemos começar a trabalhar o como. Mesmo assim, continuamos a ter conflitos sobre estilos de louvor como se isso fosse o mais importante. O que acontece na maior parte do tempo é que apenas defendemos nossas preferências pessoais até mesmo com argumentos com roupagem teológica.


A Bíblia nos mostra que o louvor é uma reação pessoal correta diante da revelação de Deus. O fundamento bíblico é que adoração é um estilo de vida que se expressa nos termos mais comuns sobre o assunto no Antigo e Novo Testamento. No hebraico hawah e do grego proskuneo respectivamente, significam prostrar-se em reverência, que dá a ideia de honra a Deus expressa na atitude de submissão. O louvor deve ser dirigido somente a Deus, porém esse conhecimento nem sempre está claro na prática.


Vivemos em um mundo egocêntrico que busca sua auto-gratificação, auto-satisfação que determinam o tipo de reação. Corremos o risco então de praticarmos o louvor que não está ligado a Deus, mas a nós mesmos, conforme nossos interesses. Porém, baseados no texto do capítulo 12 de Hebreus, que conclui dizendo: Portanto, já que estamos recebendo um Reino inabalável, sejamos agradecidos e, assim, adoremos a Deus de modo aceitável, com reverência e temor, pois o nosso Deus é fogo consumidor, precisamos observar que louvor em tempos de alegria e prazer é bem fácil, mas a pergunta que devemos fazer é a seguinte: Como estamos lidando com o assunto “Adoração” em outras circunstâncias, ou como estamos encarando o aspecto do louvor no nosso dia-a-dia, em meio aos muitos problemas?


As dificuldades na vida do cristão fazem parte do trato de Deus para com seus filhos. Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue e estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado (achado em falta e corrigido); porque o Senhor corrige (ser instruído ou ensinado; moldar o caráter de outros pela repreensão e admoestação) a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. Hebreus 12:4-6.


O autor de Hebreus está argumentando com os irmãos para que não desistam; não usem as dificuldades como desculpa para desistirem da corrida. Apesar de mostrar, no capítulo anterior, o exemplo de vários irmãos que correram e foram vencedores, ele finalmente aponta para Jesus Cristo como sendo a causa da vitória na “maratona” cristã. O quadro exposto pelo autor de Hebreus é de lutas, dificuldades, perseguições e morte. Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Hebreus 12:1-2.


O propósito de Deus é nos corrigir e nos aperfeiçoar, exortando-nos a desembaraçar-nos e tirar todo o peso do pecado, para que possamos correr com perseverança, olhando para Jesus Cristo que já venceu por nós. Neste trecho o autor mostra a maneira certa de encarar as dificuldades dessa vida. Ele afirma que nós que enfrentamos dificuldades ainda não resistimos até o sangue, até o ponto de morrer. A outra coisa que o autor está dizendo é que o sofrimento e até a perseguição fazem parte da vida do cristão e que Deus corrige seus filhos por meio do sofrimento porque ele os ama.


Louvarei ao SENHOR durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus, enquanto eu viver. Salmos 146:2.



Agora os destinatários da Carta ouvem a definição dos termos: É para disciplina (Paidéia - todo o treino e educação infantil; que diz respeito ao cultivo de mente e moralidade, e emprega para este propósito ora ordens e admoestações, ora repreensão e punição. Também inclui o treino e cuidado do corpo; tudo o que em adultos também cultiva a alma, especialmente pela correção de erros e contenção das paixões; instrução que aponta para o crescimento em virtude; castigo, punição, (dos males com os quais Deus visita homens para sua correção)que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos. Hebreus 12:7-8.


Este ensino é contrário ao que muitos dizem atualmente em programas chamados evangélicos. Muitos ensinam que os filhos de Deus, se forem fieis, serão abençoados com prosperidade e saúde, com uma vida boa aqui na terra. Estes dizem que sofrimento é sinal de fraqueza, fracasso e Deus não está com eles, pois Deus não deixaria um filho sofrer. Isto é um engano que provém de falsos pastores e mestres, que aproveitam a ganância das pessoas para encherem seus bolsos de dinheiro.


Jesus Cristo sofreu, o próprio Filho de Deus passou sofrimento. Os apóstolos sofreram muitas perseguições, perderam bens. Os cristãos verdadeiros podem sofrer perseguições, doenças e dificuldades financeiras e não é verdade que quando isto acontece é porque Deus está longe. A prosperidade e a saúde também não são provas da aprovação de Deus. O fato é que Deus disciplina e corrige aos seus filhos amados.


O SENHOR é a minha força e o meu escudo; nele o meu coração confia, nele fui socorrido; por isso, o meu coração exulta, e com o meu cântico o louvarei. Salmos 28:7.



 
 
 
O autor usa o exemplo da correção que nossos pais amorosos nos davam quando éramos crianças, conforme bem lhes parecia (vs. 9-10). Fazíamos coisas erradas e eles nos corrigiam justamente para nos ajudar a crescer, nos preparando para a vida. Deus também nos corrige afim de nos preparar para a vida, a vida eterna. O pai que realmente ama a seus filhos os corrige. Assim também Deus que nos ama também nos corrige com amor, a fim de sermos participantes da sua santidade.


Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua misericórdia; pois tu me tens sido alto refúgio e proteção no dia da minha angústia. A ti, força minha, cantarei louvores, porque Deus é meu alto refúgio, é o Deus da minha misericórdia. Salmos 59:16.



Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça
(integridade; pureza de vida; pensamento, sentimento e ação corretos). Hebreus 12:11.Ninguém gosta do sofrimento, mas a disciplina traz sofrimento e dor. O autor de Hebreus diz que no momento que recebemos a disciplina não conseguimos sentir alegria, mas se aprendermos a lição passaremos a sentir a alegria pelo trato que Deus teve conosco.


É nesse ponto que quero refletir com você sobre a motivação e as razões para louvar a Deus. Se a reação certa de louvor e adoração a Deus depende de sua revelação, e certamente Ele tem se revelado a nós, onde está todo o problema? Sem dúvida, na resposta que temos dado. Se formos egocêntricos nossa resposta será sempre definida em termos dos nossos interesses egoístas para com Deus. Se formos submissos à Sua vontade, nosso louvor e adoração serão libertos e espontâneos.


Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade. A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele. Lamentações 3:21-24.



 

A partir disso, os irmãos são encorajados a restabelecer as mãos descaídas e os joelhos trôpegos; e fazer caminhos retos para os pés, para que não se extravie o que é manco; antes, seja curado (vs. 12-13). A corrida continua, não estamos sozinhos, mas temos outros irmãos na mesma corrida. Portanto, sabendo que Jesus Cristo é o autor e consumador da nossa fé, corramos como igreja a carreira que nos está proposta olhando firmemente para nosso alvo – Jesus Cristo - e dando suporte uns aos outros.


De fato e de verdade, como isso pode acontecer? O texto nos responde: Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados; nem haja algum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um repasto, vendeu o seu direito de primogenitura. Pois sabeis também que, posteriormente, querendo herdar a bênção, foi rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora, com lágrimas, o tivesse buscado (vs.14-17).


Solo Deo Glória

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