O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros,
assim como eu vos amei...Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros.
João 15:12 e 17.
Após a queda, estamos continuamente expostos e suscetíveis aos
valores e regras ditados pelo mundo em que vivemos que é movido pela aparência.
Somos valorizados, avaliados e identificados pelo que fazemos, e também pelo que
temos, pelas roupas que vestimos, pelo carro que dirigimos, (que muitas vezes
ainda não é nosso) pela casa onde moramos, pelo nosso sobrenome, a cor da nossa
pele, etc.
Essa forte influência do mundo pode levar-nos a transportar
valores seculares para dentro da Igreja. Muitas vezes identificamos a nós mesmos
como cristãos e aos outros como "outros". Somos fortemente tentados a
individualizar as pessoas e separá-los em grupos. Ex. Pessoas que "não fazem
certas coisas" ou como pessoas que "fazem certas coisas." Eu não fumo, não bebo,
etc.... Como se os únicos pecados fossem esses, ou, como se esses fossem os mais
"graves". Eu leio a Bíblia, vou ao culto, entrego o dízimo... Como se somente
isso bastasse para se delinear a identidade do cristão, ou, como se essas
práticas fossem as "mais importantes" no Reino de Deus.
Somos levados a crer que somos o que fazemos ou o que temos.
Por que é assim?
Antes de responder à pergunta, podemos afirmar que nem sempre
isso ocorreu, no princípio, o projeto de Deus era perfeito e toda criação tinha
um propósito bem definido. Senão vejamos: "O valor intrínseco do ser
humano. O ser humano é distinto do restante da criação. O Conselho Divino
e Triúno determinou que o ser humano deveria ter a imagem e a semelhança de
Deus. O homem é um ser espiritual, que não é apenas corpo, mas também alma e
espírito. Ele é um ser moral, cuja inteligência, percepção e autodeterminação
excedem em muito os de qualquer outro ser terreno."
Especificamente em relação ao homem, desde o início, a vontade
do Senhor Deus era para que o homem tivesse as mesmas características da
Trindade, semelhantes em corpo, alma e espírito.
"Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a
nossa semelhança...Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o
criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos,
multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar,
sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra."
Gn.1:26.a,27,28.
Aprendemos nas Escrituras, que não aparecemos ao acaso e sem
propósito. Fomos criados à imagem do Criador para que agíssemos segundo a
identidade daquele que nos criou à sua semelhança, à sua aparência e, com o
propósito de sujeitar a terra, ou seja, governar o restante da criação. Não o de
sermos governados por ela.
Não podemos esquecer que o homem = raça humana faz parte da
criação, e quando constatamos que o principal governo do coração do homem é o
próprio homem, concluímos que estamos vivendo totalmente fora dos propósitos de
Deus.
Não estamos falando de governo como estado de direito, de
organização institucional válida, legítima e necessária para a vida em
sociedade, mas estamos falando de viver a vida em função das aparências,
considerando que: o que o "outro" pensa a nosso respeito é mais importante do
que o que o propósito de Deus para nossa vida. Não podemos olvidar que o homem
vê somente as aparências, mas somente Deus vê o coração. É mais ou menos assim:
Eu faço o que não me agrada, para ganhar um dinheiro que não preciso, para
comprar coisas que não quero, para mostrar para quem não gosto.
"O domínio delegado ao ser humano.
Ao criar o ser
humano, o Soberano do universo elege delegar ao ser humano o domínio sobre a
terra (v.28). O poder e a autoridade do ser humano para o exercício deste
governo têm a sua origem no desejo de Deus de fazer o ser humano à sua própria
imagem e semelhança. A habilidade do ser humano para manter o seu papel como
governador da terra repousará na sua obediência continua ao governo de Deus como
o rei de tudo. O seu poder para reinar apenas na vida irá até onde vai a sua
fidelidade em obedecer à lei de Deus"
Não temos duas vidas: uma para ser vivida no mundo e outra para
ser vivida no espírito. "Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra
e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente."
Gn.2:7. Um monte de pó da terra não é nada senão um "monte", mas, a partir
do momento da aproximação do Criador, que "lhe soprou nas narinas o fôlego de
vida", há uma transformação radical: no pó foi imputada a vida vinda de Deus e o
homem passou a ser "alma vivente". O que antes era nada, sem vida e sem alma,
passou a ser o homem, com alma e vida.
A intenção inicial de Deus era criar um ser semelhante a Ele
para se relacionar e expressar Seu amor. Infelizmente a queda destruiu e
contaminou toda a criação de forma grotesca! Colocado fora da presença de Deus,
o homem, distante e separado pelo pecado, começou a procurar a sua identidade em
outro homem e não em seu Criador.
A boa notícia é que Ele enviou o Seu filho para que pudéssemos
olhar e nos espelhar Nele! Quando o evangelho entra na vida de uma pessoa a
Palavra diz que somos iluminados. "Ele nos libertou do império das trevas e
nos transportou para o reino do filho do seu amor, no qual temos a redenção, a
remissão dos pecados. Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a
criação. Cl 1:13-15. Deus esta nos dizendo : Olha vou tirar você de onde não
há nada para ver e trazer você para a luz, que é o meu Filho e mostrar a você
por meio Dele quem Eu Sou! Caminhem na vida olhando para Ele, como nos aconselha
Paulo. "Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa
faço: esquecendo das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante
de mim estão, prossigo para o alvo, para o premio da soberana vocação de Deus em
Cristo Jesus. Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se,
porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá. Todavia,
andemos de acordo com o que já alcançamos. "Fp 3:13-16
A sua identidade e a da sua família será construída em Cristo
se andarmos em comunhão com Ele. Jesus nos diz em Jo 15:5 "Eu sou a videira,
vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque
sem mim nada podeis fazer." Não precisaremos nos preocupar com o que estamos
fazendo mas somente em permanecer em Cristo.
Criar uma identidade familiar cristã exige de nós uma escolha.
Escolher amar a Deus acima de todas as coisas, interesses e pessoas! Parece
óbvio para os cristãos confessar este amor, mas na vida diária fica claro que
seus valores e interesses estão voltados para os interesses terrenos e não os
celestiais. Ouvem a Palavra, mas não as põem em pratica como diz em Ezequiel
33-30-32. "Quanto a ti, ó filho do homem, os filhos do teu povo falam de ti
junto aos muros e nas portas das casas; fala um com o outro, cada um a seu
irmão, dizendo: Vinde, peço-vos, e ouvi qual é a palavra que procede do Senhor.
Eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu
povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois, com a boca,
professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro. Eis que tu és para eles
como quem canta canções de amor, que tem voz suave e tange bem; porque ouvem as
tuas palavras, mas nãos as põem por obra."
Deus separou um povo para lhes ensinar e para que este povo
refletisse o caráter Dele sendo um testemunho aos outros povos. "Eis que vos
tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o Senhor, meu Deus, para que
assim façais no meio da terra que passais a possuir. Guardai-os, pois, e
cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os
olhos dos povos que, ouvindo todos estes estatutos, dirão: Certamente, este
grande povo é gente sábia e inteligente." Dt 4: 5 e 6
O que nos identificará como filhos de Deus, no céu, é o sangue
Cristo, e o que nos identificará na terra é o amor. "Nisto conhecerão todos
que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros." Jo 13:35
Nos Salmos 78: 3 e 4 diz: "O que ouvimos e aprendemos, o que
nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à
vindoura geração os louvores do Senhor, e o seu poder, e as maravilhas que
fez." A família que tem formado sua identidade em Cristo fala das coisas
celestiais, almeja conhecer os interesses do Pai celestial.
A partir da vida de Cristo em nós, sabemos que há primeiramente
a mudança de paternidade, e, começamos a agir em obediência à vontade de nosso
Pai celestial. Não querendo fazer-nos ser aceitos pelas nossas aparências
ditadas pelo mundo, que é o reino de satanás, mas, como já fomos aceitos em
Cristo Jesus, queremos ser aceitos e conhecidos pelo desejo em fazer a vontade
de Deus. E a vontade de Deus, dita pelo Filho é: "O meu mandamento é este:
que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei...Isto vos mando: que vos
ameis uns aos outros." João 15:12 e 17.
Meus amados! Se nos amarmos uns aos outros, a começar pela
nossa casa, estaremos vivendo como verdadeiros cristãos, e colhendo os frutos
desse relacionamento. Se alguém perguntar: Qual é a identidade sua e de sua
família? A resposta não deverá ser o padrão do mundo. O nome pomposo, o endereço
valorizado, a profissão respeitada, a posição na sociedade, mas, UM AMADO DE
DEUS, REMIDO PELO SANGUE DO CORDEIRO. Aleleuia! Amém.
Soli Deo Glória.
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O propósito deste blog na sua forma completa é capacitar seus leitores a entenderem a Bíblia. Apresenta instrução básica eficiente do ponto de vista bíblico. Procura remover todas as falsas pressuposições racionalistas, moralistas, antropocêntricas e idólatras que já infectaram,e, na medida desta infecção, cegaram todo homem e toda cultura deste mundo a partir da queda de Adão.
sábado, 17 de novembro de 2012
QUAL É A IDENTIDADE DE SUA FAMÍLIA?
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