domingo, 12 de agosto de 2012

FATOS DOS QUAIS PRECISAMOS SABER

Iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos. Efésios 1:18.
O pensamento que envolve o verbo saber, em grego, é de natureza experimental. Não é um conhecimento de natureza hipotética, mas de uma convicção real e experimental. Não é um assentimento mental, ou simplesmente um conhecimento teórico, mas sim uma realidade viva. Os fatos que precisamos saber são de grande importância para que Deus cumpra o Seu propósito na vida dos Seus.
O primeiro fato: Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo. 2 Pedro 1:20-21. Está aqui um terreno seguro para cada filho de Deus: que nenhuma profecia ou palavra revelada foi de particular interpretação ou de imaginação humana, mas fruto da revelação de Deus. Centenas de predições referentes a Israel, como a vinda do nosso Senhor e tantas outras, se cumpriram de forma tão detalhada e definida que nenhum mortal poderia tê-las antecipado.
A Palavra de Deus é como uma lâmpada que brilha sobre o nosso caminho de modo que não fiquemos confundidos. O nascido de novo sabe para onde está indo e, à medida que caminha, algo acontece em sua vida, o amanhã começa a aparecer. Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração. 2 Pedro 1:19. Cristo é a estrela da alva que já habita em nossos corações, embora tudo em nossa volta evidencie que ainda estamos no meio da noite. No nosso coração, o dia já começou a nascer e a estrela da alva já apareceu.
O segundo fato: Sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado. Gálatas 2:16. A origem imediata do verdadeiro Evangelho anunciado por Paulo aos gentios era da total impossibilidade de se juntar a lei com a graça, de se ligar, num mesmo feixe, a religião da carne, com suas ordenanças, com a liberdade do Espírito que nos foi dada em Cristo. A nossa justificação, portanto, a qual obtemos, não é pelas obras mas sim pela fé, oferecida graciosamente por Deus. E é suficiente para comunicar paz às mentes humanas e estabelecer sua eterna salvação.
Os gálatas tinham perdido de vista que Cristo Se deu a Si mesmo por nossos pecados a fim de nos livrar do presente século mau. A justiça que o homem queria cumprir na carne é dirigida segundo os seus padrões. Cristo, pelo contrário, nos viu como pecadores, injustos, e sem esperança. Por isso, Ele Si deu por nós, para que Nele fôssemos feitos justos. Essa justificação é segundo a Sua graça. O propósito de Deus é adquirir para si um povo resgatado, em harmonia com essa graça, e, nos fazer andar na liberdade e na santidade que Ele nos deu em Seu Filho, o nosso Senhor Jesus Cristo.Tudo o que há para nós está em Cristo.
A justificação do homem é pela fé em Cristo. Fé significa tomar a Palavra de Deus e simplesmente crer no que Ele diz. O homem passa a possuir uma justiça divina através da instrumentalidade da fé. A fé não é uma obra meritória; é simplesmente a mão que se apodera dos méritos de outro. Paulo relaciona diretamente a justiça de Deus com a obra redentora de Cristo. A glória do evangelho é que a justiça de Deus, em Cristo, se estende para todo aquele que crer.
O terceiro fato: Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos. Romanos 6:6. A expressão "velho homem" aparece em outras passagens e significa tudo aquilo que estava em Adão, tanto moral como judicialmente, ou seja, refere-se ao homem antigo, à natureza corrupta e humana, a tendência inata para o mal de todos os homens. A compreensão desta revelação deve nos levar a considerar que "o nosso velho homem foi crucificado". Isto significa que o velho homem não vive mais, pois o mesmo foi crucificado com Cristo. O nascido de novo é um novo homem, uma nova criação. Ele é necessariamente o objeto de uma renovação progressiva. Aqui, o apóstolo Paulo está falando de uma crucificação como um ato completo, e não de um processo contínuo.
O ensino do apóstolo Paulo é que, em virtude da união do crente com Cristo, o crente possui a posição inalienável de ser um homem que foi santificado por um ato definitivo. É este ato que provê a base para sua crescente conformidade com Cristo, como também dá a garantia de sua completa glorificação. Todos os que morreram em Cristo ressuscitaram com Cristo. Este ressuscitar com Cristo é uma ressurreição para novidade de vida, à semelhança da ressurreição de Cristo. Morrer com Cristo é, portanto, morrer para o pecado e ressuscitar com Ele para uma nova vida.
A morte do velho homem e a nossa nova vida em Cristo é provada pelo fato de que a identidade com Ele, na semelhança da Sua morte, é necessariamente seguida pela identidade com Ele na semelhança da Sua ressurreição. Esta certeza é baseada no caráter definitivo da ressurreição, que é a garantia de que os salvos continuamente participarão da vida ressurreta de Cristo. Cristo Se tornou sujeito à punição do pecado; entretanto, na Sua morte, o preço foi pago, quebrando para sempre o senhorio da morte sobre os seus filhos. Assim, Sua ressurreição é o penhor de que esta vitória sobre o pecado é uma realidade na vida daquele que está em Cristo.
Deus, em Sua infinita graça, nos trouxe à vida por meio da ressurreição de nosso Senhor Jesus, por meio da palavra viva, a palavra de Deus que permanece em nós. Ser nascido de novo é ser participante de um grande milagre da parte de Deus; nós não merecíamos, mas Deus, ainda assim, teve misericórdia de cada um de nós. Ele nos trouxe à vida. Somos nascidos do alto. Ele nos purificou e nos concedeu Sua própria vida. Agora, somos da família de Deus.
O quarto fato: Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou. Romanos 8:28-30. Este versículo é o ponto culminante do capítulo. "Sabemos", novamente, não é uma linguagem no campo da hipótese, mas da certeza experimental. Esta passagem não inclui os incrédulos, mas "aqueles que amam a Deus". São apenas os filhos de Deus que recebem esta promessa.
Sendo que todas as coisas cooperam juntamente para o bem, não há nada dentro da totalidade do ser que não seja, de uma forma ou de outra, vantajosa para os filhos de Deus. Todas as coisas, quer favoráveis, quer adversas, todas as ocorrências, acontecimentos – todas as coisas, quaisquer que sejam – cooperam para o seu bem. Elas não o fazem por si mesmas: é Deus que opera todas as coisas para o bem de Seus filhos. As aflições dos nascidos de novo, de um modo especial, contribuem para este fim. Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo a tua palavra. Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos. Salmos 67- 71.
O fato de que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, é prova da doutrina da perseverança dos santos. Não importa o que seja, os filhos de Deus estão nas mãos Daquele que traz luz onde há trevas. E este poder de transformar a luz em trevas é obra de Deus, e não nossa. Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos. Lucas 22:31-32.
Devemos guardar em nossas corações que tudo quanto nos sobrevém é controlado por Deus, que o resultado final revela que aquilo que o mundo tem como nocivo, para os santos, é benção. Aqueles que, desta forma, amam a Deus são "os chamados", não segundo os méritos humanos, mas de acordo com a propósito divino. Paulo descreve uma cadeia inquebrável de acontecimentos procedentes do propósito eterno de Deus em Sua presciência para a glorificação do Seu povo. Por isso, todas as coisas contribuem para que este propósito se cumpra, e o propósito de Deus é que sejamos conformes à imagem de Seu Filho.
Deus nos salvou com um destino: a conformidade à imagem de seu Redentor, é nada menos que sua conformidade à imagem do Filho eterno de Deus. Portanto, uma verdadeira compreensão deve tomar conta de nossas mentes: Deus está reunindo todas as coisas, quer boas ou ruins, para que este propósito seja realizado. Pois tu, ó Deus, nos provaste; acrisolaste-nos como se acrisola a prata. Tu nos deixaste cair na armadilha; oprimiste as nossas costas; fizeste que os homens cavalgassem sobre a nossa cabeça; passamos pelo fogo e pela água; porém, afinal, nos trouxeste para um lugar espaçoso. Salmos 66:10-12.
"Iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes". A oração do apóstolo Paulo é para que os santos tenham olhos abertos para compreenderem ou saberem a esperança da chamada de Deus, e, não somente isto, mas também saberem qual é a glória da Sua herança nos santos. Deus nos chamou para estarmos diante Dele, e, como filhos, participarmos da glória manifestada em Jesus. A chamada é de harmonia com o próprio Deus; com a plenitude da Sua graça. Nós somos a herança de Deus, e, nessa herança, encontra-se um tesouro, o nosso Senhor Jesus Cristo. A nosso oração é para que Deus abra os olhos do nosso coração para contemplarmos a beleza do nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

Solo Deo Glória.

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