domingo, 5 de agosto de 2012

COMPLETOS EM CRISTO

Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção. 1 Coríntios 1:30.
Aqui aprendemos que Deus nos deu tudo em Cristo. Deus nos deu um precioso porta-jóias e, quando o abrimos com a chave da fé, as jóias que resplandecem aos nossos olhos, na sabedoria de Deus são: justiça, santificação e redenção. Encontramos tudo isso na Pessoa de Cristo. A primeira jóia que resplandece aos nossos olhos é justiça. Na justificação, o regenerado se torna um com Ele, completo e aceito Nele. A justificação não é um processo ou um trabalho gradual, e progressivo, e sim um ato. E este ato acontece no exato momento em que o pecador é conduzido a crer na Pessoa de Cristo. A justificação é o resultado da nossa ligação com Cristo pela fé, por meio da qual nos tornamos participantes de tudo o que Ele é. Este é um trabalho imediato, completo e eterno.O selo da eternidade é fixado sobre todo o trabalho da mão de Deus: Sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar e nada lhe tirar; e isto faz Deus para que os homens temam diante dele. Eclesiastes 3:14.
Tal é a posição absoluta, a posição estabelecida e eterna do mais fraco bebê na família de Deus. Essa posição é estabelecida e fundamentada no sacrifício do nosso Senhor Jesus Cristo. Trata-se de algo maravilhosamente bendito, poder dizer: Encontrei Alguém que satisfaz perfeitamente meu coração – encontrei a Cristo. É isto o que nos coloca verdadeiramente acima do mundo. Entretanto, o coração inconverso não pode compreender a verdade fundamental da justificação sem obras: Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna. Tito 3:4-7.
E o que é um Cristão? É um homem celestial, um participante da natureza divina. Ele está morto para o pecado, para o mundo, mas vivo para Deus. A obra de Cristo, quando tão somente apropriada por uma fé simples, deverá, por bendita necessidade, atender a falta de paz de consciência; e a Pessoa de Cristo, quando tão-somente contemplada com um simples olhar, irá atender perfeitamente a toda inquietude do coração. Se, por conseguinte, não nos encontramos desfrutando de paz de consciência, só pode ser por não estarmos descansando na obra consumada de Cristo; e se o coração não estiver à vontade, é prova de que não estamos satisfeitos com o próprio Cristo. O sacrifício do nosso Senhor é suficiente para a consciência, Sua bendita Pessoa é suficiente para o coração. O arquiinimigo de Cristo foi bem sucedido ao produzir um horrível sistema de religião, meio judaico, meio cristão, combinando, da maneira mais habilidosa, um certo montante de passagens das Escrituras para enganar o povo de Deus e confundir os incrédulos. Muitos salvos são arrastados para baixo, pela escura e depressiva influência da atmosfera religiosa que os cerca e os sufoca. É do mais profundo gozo para o coração do regenerado poder se desvencilhar dessa “salada religiosa” e entrar na tranqüila luz da revelação da suficiência do nosso Senhor Jesus Cristo.
A segunda jóia que resplandece aos nossos olhos é a santificação. A alma que verdadeiramente se apossou de Cristo é deveras desejosa de santidade, porém está ciente do que Cristo é para si. Tal pessoa encontrou seu tudo em Cristo, e o desejo supremo do seu coração é crescer à Sua semelhança. Esta é a verdadeira santificação prática. E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito. 2 Coríntios 3:18.
Que imenso gozo seria para milhares de cristãos zelosos, ansiosos por santificação, se compreendessem que, assim como a justiça está em Cristo, da mesma forma, a santificação também o está. Depois de muitos esforços infrutíferos buscando conseguir justiça em si mesmos, foram a Cristo para obtê-la; e, no entanto, não querem fazer o mesmo quando se trata de buscar por santificação. Receberam justiça sem obras e esperam conseguir santificação com obras. Receberam justiça pela fé, mas acham que a santificação deve ser conseguida por esforço próprio. Não percebem que recebem santificação exatamente da mesma maneira que recebem justiça, visto que Cristo para nós foi feito por Deus tanto uma coisa como outra.
Fomos justificados pelo esforço? Não, pela fé! Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça. A Palavra de Deus não nos autoriza a separar o texto de 1 Coríntios 1:30 sobre o assunto da santificação, colocando-o em um plano diferente das outras riquezas que o versículo engloba. Também não temos sabedoria, justiça, santificação e, tampouco redenção em nós mesmos; e nem podemos adquiri-las por algo que possamos fazer. Mas, Deus fez que Cristo fosse todas estas coisas em nós: Porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade. Colossenses 2:9-10.
Todos os nascidos de novo com algum discernimento concordam quanto à verdade fundamental da justificação sem obras. Todos admitem plenamente que não podem, por esforço próprio, produzir uma auto-justificação e nem mesmo produzir santificação diante de Deus. Podem tentar, mas cedo ou tarde descobrem que terá sido totalmente em vão. Podem prometer e decidir, podem trabalhar e lutar, mas um dia descobrem o quão infelizes são. Ah! Que doce alívio para o que sofre e tem buscado por justiça e santificação em sua própria força, quando descobre, após anos de luta vã, que exatamente aquilo que tanto buscou está entesourado para ele em Cristo. Ao descobrir isto, sua alma torna-se serena e tem completo descanso. O lugar do nascido de novo é em Cristo, e se está em Cristo para uma coisa, deve estar em Cristo para todas as coisas. Não pode estar em Cristo para a justificação e fora de Cristo para a santificação. Não há dúvida de que o salvo cresce no conhecimento de sua santificação, na consciência do poder e do valor que ela tem, na sua influência e em seus resultados práticos, e na experiência e gozo. O que significa isto? Tão logo a verdade em Cristo é revelada pelo Espírito Santo em nosso espírito, nossa alma entra numa compreensão mais profunda do fato de estar separada para Cristo e, assim, logo se submete ao Seu governo. Então, disse Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador. Lucas 1:46-47.
A santificação na vida do salvo é feita por meio do gracioso ministério do Espírito Santo. Como? O propósito do Espírito Santo é indicar-nos o conhecimento em Cristo, a experiência e a exibição prática daquilo que tornou-se verdadeiramente nosso no momento em que cremos. Neste aspecto, não existe progresso, pois nossa posição em Cristo é eternamente completa. Porém, no aspecto prático, o Espírito Santo, por meio da palavra de Deus, trabalhará em nossas vidas para que Cristo cresça. Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Hebreus 10:10 e João 17:17. Nestas passagens, encontramos os dois aspectos da santificação. Vemos que a santificação não é apenas algo absoluto e eternamente verdadeiro para nós em Cristo, mas também que é algo trabalhado em nós, a cada dia e hora, pelo Espírito Santo em parceria com a Palavra de Deus. O fundamento sobre o qual o Espírito Santo executa a obra subjetiva no nascido de novo, nada mais é do que a verdade objetiva de sua eterna perfeição em Cristo. Aquele que foi justificado não está satisfeito com a sua condição atual, mas quer cumprir o propósito de Deus que é transformá-lo a imagem de Cristo. Essa é a atmosfera daquele que foi lavado, santificado e justificado: aspirar pelas mais sublimes alturas da santidade pessoal, e ter seu coração e seus hábitos sob os cuidados Daquele que pode todas as coisas. Deus começa, Deus termina. Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus. Filipenses 1:6.
Finalmente, a terceira jóia: redenção. Por que o apóstolo Paulo cita redenção por último? Porque ela se cumpre no livramento final. O corpo está agora sob o poder da mortalidade, fraco, extremamente limitado, mas, ao ressoar da trombeta de Deus, os corpos serão transformados e entrarão em uma nova dimensão num abrir e fechar de olhos. Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. 1 Coríntios 15:51-56.
O corpo está agora numa condição e, num momento, estará em outra. No curto espaço de tempo expressado pelo rápido movimento das pálpebras, o corpo passará da corrupção para a incorrupção, da desonra para a glória, da fraqueza para o poder. Que mudança! Será imediata, completa e eterna! Sem dúvida, quando o corpo tiver passado pela gloriosa mudança, haverá picos de glória a serem atingidos, profundezas de glória a serem penetradas e extensos campos de glória a serem explorados. Todas estas coisas irão nos ocupar através da eternidade. E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. João 17:3.
Todo o louvor e graças sejam ao nosso Deus. Ele nos deu, em Seu amado Filho, tudo o que necessitamos para a consciência, para o coração, para o nosso caminho aqui, para o tempo, com todos os seus cenários em constante mutação. Para a eternidade, com suas eras incontáveis. Não há, e nem poderia existir, qualquer falta no Cristo de Deus. A poderosa atração de Sua divina Pessoa deve satisfazer as mais intensas aspirações e desejos daquele que está em Cristo. 

Solo Deo Glória.  

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