Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de
Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da
minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.
Romanos 7:22-23.
O texto que adotamos como base deste estudo fala de uma guerra.
Ele evidencia um conflito entre um espírito vivificado e uma alma sob o jugo de
regras. Falamos de um espírito vivificado; regenerado e, a prova deste fato
encontra-se nesta declaração de caráter pessoal: “No tocante ao homem
interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei
que, guerreando contra a lei da minha mente...”. Só um espírito regenerado
pode falar assim.
A desaprovação do mal, a vontade de fazer e o prazer
interior na lei de Deus, todas estas coisas são sinais distintos da nova
vida – os frutos preciosos da regeneração. Verdadeiramente, uma pessoa sem
Cristo não se expressa com tal linguagem.
Outro ponto que precisamos esclarecer é que, o conflito não é
entre a nova natureza e a velha, esta última já foi incluída no corpo de Cristo
e crucificada, ou seja, a natureza adâmica foi substituída pela natureza divina
Este é um fato que se torna realidade na vida daqueles que crêem.
Assim sendo, podemos definir um cristão como aquele que foi
substituído. Usando uma linguagem do futebol: o técnico tira um jogador que ele
acha que não está produzindo, e o substitui por outro. Isto significa
substituição.
No esporte, ao jogador substituído será dada uma nova
oportunidade. Porém, no que se refere à natureza da salvação, o velho homem sai
de cena definitivamente pela morte com Cristo, dando lugar à nova vida pela
ressurreição. Sair de cena significa que de agora em diante eu não preciso
viver. É simples: Já que Ele vive em mim, eu não mais preciso viver.
Assim como Ele morreu na cruz por mim e eu Nele, Ele agora vive
em mim, em meu lugar. Este é o segredo da vitória sobre a carne, o pecado e a
morte: Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como
Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também
andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos unidos com ele na semelhança
da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição.
Romanos 6:4-5.
Sabemos perfeitamente que muitos estudiosos diferem bastante de
opinião quanto à interpretação do capítulo 7 de romanos. Alguns vêem neste
capítulo um homem não regenerado tentando cumprir a lei de Deus. Outros
sustentam que este capítulo revela algo normal na vida de um cristão.
Na verdade, não podemos aceitar nenhuma destas duas conclusões.
Creio que este capítulo está falando de um espírito regenerado, e que está
tentando viver a vida cristã sob o jugo das regras.
A prova que temos perante nós de que este homem do capítulo 7 -
que pode ser um de nós - não está plenamente liberto; que não está no gozo de
libertação conhecida, nem no pleno conhecimento íntimo de vitória e, na posse da
suficiência de Cristo, a prova evidente de tudo isto, repetimos, está nestas
palavras: “... No tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas
vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha
mente...”.
Centenas de cristãos encontram-se, com efeito, nesta situação.
Quanto à sua
experiência são filhos de Deus, mas quanto à sua conduta estão
sob o jugo das regras: Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e
bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido
sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo. Ninguém se faça
árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se
em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal, e não retendo a
cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e
ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus.
Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por
que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies isto,
não proves aquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas dos
homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem. Tais coisas, com
efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa
humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a
sensualidade. Colossenses 2:16-23. Infelizmente não estamos gozando da plena
libertação que nos foi dada em Cristo Jesus, ao contrário, estamos gemendo e
suspirando como escravos esperando que algum “dia” sejamos alforriados.
A grande verdade é que ignoramos o real significado da cruz.
Até sabemos que fomos crucificados com Cristo, mas não tocamos na Pessoa de
Cristo. Até confessamos que Cristo vive em nós, mas não O conhecemos de fato.
Estamos cheios de temores e dúvidas, quando poderíamos entoar
um cântico de vitória pelo privilégio de sabermos que fomos “aceitos no Amado”.
Aceitos não pelo que fizemos ou deixamos de fazer, mas simplesmente pelo fato de
sermos alvos do amor divino.
A questão é esta: Cristo é suficiente? Será que, o que nos
falta não é a revelação da suficiência de Cristo? O apóstolo Paulo ora pelos
crentes de Êfeso pedindo espírito de sabedoria e revelação: Não cesso de dar
graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações, para que o Deus de
nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e
de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração,
para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da
sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que
cremos, segundo a eficácia da força do seu poder. Efésios 1:16-19.
A Pessoa de Jesus é suficiente para todas as necessidades. O
que devemos dizer ao pecador? Entrega a tua vida ao Senhor. O que devemos dizer
ao cansado? Ide a Cristo. E o que dizer ao aflito? Descanse no Senhor.
Porventura, há alguma coisa demasiadamente difícil para o Senhor?
Olhar para o Senhor em todas as coisas. Alguém anseia por
salvação? Ele é a nossa salvação. Alguém anseia por justificação? Ele é a nossa
justiça. Alguém anseia por santificação? Ele é a nossa santificação. Sim, em
todas as coisas Ele é o nosso suficiente provedor: de alimento, água, vestuário,
orientação ou proteção, isto porque, todos os recursos estão Nele. Precisamos
recorrer a alguém mais? Jamais. Cristo, nosso Senhor, é plenamente suficiente em
tudo. Na plena suficiência do nome do Senhor Jesus Cristo para os crentes, em
qualquer condição que possa ser achado, durante todo o curso da sua história,
está o seu descanso. O que Cristo realizou naquela cruz deveria ser suficiente
para tranqüilizar a nossa consciência e trazer o descanso em nossos corações, se
tão somente apropriado por uma simples fé.
O descanso da nossa alma está em tão somente contemplar com os
olhos da fé a Pessoa do nosso Senhor Jesus Cristo: Olhai para mim e sede
salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.
Isaías 45:22.
Se, por conseguinte, não nos encontrarmos desfrutando de paz de
consciência e se o nosso coração não estiver à vontade, é prova de que não
estamos satisfeitos com o próprio Cristo.
Os crentes de um modo geral desconhecem a benção de uma
redenção consumada; não estão desfrutando de uma consciência limpa; não podem se
aproximar “com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, com os corações
purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa” (Hebreus
10:22).
Eles desconhecem que foram aceitos incondicionalmente no Amado.
Eles se encontram, de certo modo, separados do mundo, mas sua separação é mais
negativa do que positiva. Afastam-se do mundo por verem apenas vaidade e nenhuma
possibilidade de nele satisfazer seus corações, mas não por terem encontrado em
Cristo o seu prazer.
Muitos crentes se encontram no que diz respeito à sua
experiência, sob o comando das regras: o que se pode ou não fazer; na realidade,
nunca entraram na profundidade da benção que é estar sob o reinado da graça.
O inimigo de nossas almas produziu um horrível sistema de
religião, meio judaico, meio cristão. Uma religiosidade espúria, a qual não é
nem puro judaísmo, nem puro cristianismo, mas uma péssima mistura para confundir
os desavisados.
O caminho da vitória é a revelação da suficiência da Pessoa de
Cristo em nossas vidas. E, a nossa oração deve ser esta: Vem revelar Cristo em
mim... Amém!
Solo Deo Glória.
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O propósito deste blog na sua forma completa é capacitar seus leitores a entenderem a Bíblia. Apresenta instrução básica eficiente do ponto de vista bíblico. Procura remover todas as falsas pressuposições racionalistas, moralistas, antropocêntricas e idólatras que já infectaram,e, na medida desta infecção, cegaram todo homem e toda cultura deste mundo a partir da queda de Adão.
sábado, 11 de agosto de 2012
A VONTADE SOB O JUGO DA LEI
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