domingo, 24 de março de 2013

O MÉDICO CELESTIAL


Jesus, porém, ouvindo isso, respondeu: Não necessitam de médico os sãos, mas sim os enfermos. Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios. Porque eu não vim chamar justos, mas pecadores. Mateus: 9:12-13.
O pecado é uma epidemia universal. Ninguém escapa deste mal. Qualquer que seja a diferença do clima em que se habita, as faculdades intelectuais de seus habitantes e seu caráter particular, todos aqueles que respiram o sopro da vida foram atingidos por esse mal. A queda de Adão inoculou nas veias de todo homem o veneno da morte. Cada pessoa que nasce neste planeta Terra é um herdeiro da morte. Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram. Romanos 5:12.
Ainda que, nas veias de um homem corra o sangue da nobreza, ou que tenha atraído os aplausos do mundo, o seu coração está sob a sentença da morte. O pecado é um mal que se alastra em sua ruína; é uma planta daninha que se estende por todo o jardim. O pecado maculou todos os homens e tudo o que se acha no interior deles; mergulhou na raiz de sua alma, e dirige suas fibras e ramos por cada uma das faculdades do espírito e do corpo. Por que seríeis ainda castigados, que persistis na rebeldia? Toda a cabeça está enferma e todo o coração fraco. Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã; há só feridas, contusões e chagas vivas; não foram espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo. Isaías 1:5-6.
Veja o que o pecado fez no interior do homem: O primeiro que cai doente é o coração, o qual fica mais duro do que a pedra e torna o foco dos mais torpes desejos. A cabeça também se transforma, rende culto ao mundo como um senhor; considera o inferno como sendo uma fábula; o arrependimento é reservado para os últimos momentos da vida; ridiculariza a Palavra de Deus, acusando-a de páginas confusas, na qual se nutrem de ilusões os cérebros fanáticos e enfermos. A inteligência se desgarra, chamando impossibilidade aquilo que Deus chama realidade. Os ouvidos não distinguem do Evangelho senão notas discordantes. O paladar não sente gosto algum para um alimento santo. Os lábios, a boca, a garganta, a língua ficam cobertas de chagas superantes; e todas as palavras que saem da boca só podem fazer lavrar a sentença de morte. Como está escrito: Não há justo, nem sequer um. Não há quem entenda; não há quem busque a Deus. Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo dos seus lábios; a sua boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Nos seus caminhos há destruição e miséria. Romanos 3:10-16.
O pecado é a reunião de todas as moléstias espirituais, formando uma massa compacta; não é um mal de pouca importância. Por isso, é de grande relevância nos perguntar: Podem os mortos obter vida por meio de rituais religiosos? As mãos levantadas, os joelhos dobrados e toda a santidade das coisas sagradas podem estancar a origem do mal? Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Romanos 7:24.
Parece um quadro sombrio, mas é real, e a pergunta é feita não é o que me livrará, mas quem me livrará do corpo desta morte? O mal é assim demonstrado, para também ficar demonstrado que há um único Médico capaz de nos libertar do poder da morte. Portanto, visto como os filhos são participantes comuns de carne e sangue, também Ele semelhantemente participou das mesmas coisas, para que pela morte derrotasse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos aqueles que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à escravidão. Hebreus 2:14-15.
Vinde todos e ouçam as boas novas: O horizonte rutila os raios do Sol da Justiça que desponta, trazendo em Si mesmo o dom da vida. O Senhor nos atraiu com uma força irresistível. Ele nos atraiu para dentro do Seu corpo naquela cruz. Ele nos lavou com Seu sangue, a condenação foi banida para sempre; morremos na Sua morte; fomos sepultados com Ele e juntamente com Ele ressurgimos para uma vida nova. O homem foi feito senhor da criação, sobre todos os animais e sobre a natureza inanimada. Tudo era absolutamente perfeito e estava num estado de inteira harmonia e unidade. Tudo funcionava harmoniosamente. A harmonia foi destruída pela sua queda. Quando o homem caiu, a terra foi amaldiçoada, e daí por diante a história da criação sempre foi de discórdias, guerras, derramamento de sangue, assassinatos, ciúmes, espinhos, cardos, problemas, enfermidades, pestilência. A harmonia deixou de existir; a perfeição original desvaneceu-se e desapareceu. Essa é a situação do mundo, em conseqüência da queda do homem. Pois é do interior, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as prostituições, os furtos, os homicídios, os adultérios, a cobiça, as maldades, o dolo, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a insensatez; todas estas más coisas procedem de dentro e contaminam o homem. Marcos 7:21-22-23.
O nosso Senhor Jesus veio a este mundo pleno de graça e de verdade. E Nele somos elevados à posição de uma perfeita harmonia com o universo. A antiga harmonia original será restabelecida. A harmonia entre o homem e Deus, tudo sob Este bendito Senhor Jesus Cristo, que será o Cabeça de todos! Todas as coisas voltarão a estar unidas Nele. Vinde! Juntar-se à essa assembléia daqueles que cantam cheio de ardor: O Cordeiro prometido apareceu. A vítima escolhida antes do princípio dos tempos. É o Deus homem, Jesus, o Senhor de todas as coisas, o Príncipe da vida, Ele morreu, a fim de operar a expiação; veio dar a sua vida, a fim de destruir o poder da morte. O altar preparado é bastante forte para suportar esse fardo, porque as colunas em que Ele se firmou são a força da divindade. Verdadeiramente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Isaías 53:4-5.
O nosso Senhor Jesus Cristo cumpriu os desígnios do Pai; porque o decreto eterno assim o diz: A cruz do nosso Senhor Jesus era uma realidade espiritual antes mesmo do mundo ser mundo. Fazendo-nos conhecer o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que nele propôs para a dispensação da plenitude dos tempos, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra. Efésios 1:9-10. Cristo é central, é essencial, e o que quer que se chame cristianismo e não vá repetindo o nome bendito, em última análise é uma negação do cristianismo. D.M. Lloyd-Jones.
Aquele que foi salvo torna-se habitação de Cristo. Cristo é a sua vida, e de Cristo ele vive. Nutre-se pela fé. Uma coisa é sabermos que temos vida em Cristo, e outra, muito diferente, é termos comunhão com Ele, nutrindo-nos Dele pela fé e fazendo Dele o único alimento do nosso espírito. Aquele que se tornou habitação de Deus pode assim dizer: Estou sob nova direção. O Cordeiro nos redimiu. Exaltemos: Ao que está assentado sobre o trono, Venham guerras, venham pestes, seja solto o inferno nada nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor. O inferno foi vencido, a porta dos céus está aberta, e o nome desta porta se chama louvor. Por que louvor? Porque tudo está feito, tudo está consumado. Nele temos plena vitória, vitória sobre o pecado, sobre a carne, sobre o diabo. Ele, Cristo, é a nossa saúde, alegria, paciência, bondade. Tudo que o Pai nos deu está em Seu Filho. Nunca devemos esquecer que o Cristianismo não é um conjunto de opiniões, um sistema de dogmas ou um determinado número de pontos de vista. Não. O Cristianismo é uma realidade viva por excelência, pois se trata de uma Pessoa, Cristo. É um relacionamento pessoal, prático, poderoso, o qual anuncia Cristo em todas as circunstâncias e cenas da vida diária, espalhando a sua influência santa e transmitindo as suas disposições celestiais a todas as relações a que o cristão possa ser chamado por Deus a cumprir.
 
Soli Deo Glória.

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