sábado, 2 de março de 2013

NA PORTARIA DO TRIUNFO

Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas. João 10:7
Todo aprisco tem uma porteira. Nenhuma ovelha pode entrar no cercado sem passar pelo acesso central, a portaria do redil. Toda casa com segurança tem porta. Ne-nhuma pessoa honesta pode penetrar na residência sem passar pela passagem principal, a portaria. Ninguém pode ingressar no palácio do rei sem transpor os portões do castelo.
A portaria é o ambiente de entrada de qualquer pessoa ao recinto de um lugar re-servado ou privado. No Reino de Deus, Jesus é a única porta. Não há duas portas de entrada para a casa de Aba. Se alguém quiser embarcar nesta comunhão tem que passar necessariamente pela única porta. Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem. João 10:9.
Jesus é o único acesso ao ambiente da sala do trono. Tendo, pois, irmãos, in-trepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sa-cerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena cer-teza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura. Hebreus 10:19-22.
O Tabernáculo era dividido em três recintos. A parte ao redor do Tabernáculo era o Átrio, com cerca de 45 m de comprimento por 22,50 m de largura, todo cercado com cortinas de linho fino retorcido, presas às colunas de sustentação. E havia uma por-ta de entrada no Átrio. À porta do átrio, haverá um reposteiro de vinte côvados, de estofo azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino retorcido, obra de bordador; as suas colunas serão quatro, e as suas bases, quatro. Êxodo 27:16.
No Átrio havia dois móveis. O Altar de bronze onde se realizavam os sacrifícios e a bacia de bronze, feita com os espelhos das mulheres que prestavam serviços ao Ta-bernáculo para a purificação dos sacerdotes. Nenhum sacerdote poderia entrar no Santo lugar, isto é, o segundo recinto do Tabernáculo, sem os efeitos do sacrifício que perdoa os pecados e sem a purificação através da água. Qualquer pessoa que estava fora do Tabernáculo precisava passar pelo reposteiro de estofo azul, púrpura, carmesim e linho fino retorcido. Todas estas cores e materiais estão apontando para Cristo, a única porta. O Tabernáculo era um tipo de Cristo e todos os seus elementos materiais assinalam para a realidade espiritual que é Cristo. A Bíblia fala essencialmente de Cristo e suas manifestações. O azul, a cor celes-te, distingue a divindade de Cristo, enquanto as cores púrpura e carmesim dizem de sua realeza e da sua humanidade. O linho fino retorcido está mostrando os efeitos do seu sacrifício na cruz. O Deus-Homem, Rei do universo se submetendo ao vexame do Cal-vário é a porta exclusiva de acesso ao Reino de Deus.
Cristo é a portaria principal do Tabernáculo, mas é também a porta de ingresso ao ambiente Santo. O segundo cômodo desta habitação de Deus entre os homens é o lugar requintado do candelabro de ouro, da mesa revestida de ouro onde eram postos os pães da proposição, e o local do altar de incenso que também era de ouro. Havia um acesso entre o Átrio e o Santo com as mesmas características do portal de entrada. Fa-rás também para a porta da tenda um reposteiro de estofo azul, e púrpura, e car-mesim, e linho fino retorcido, obra de bordador. Êxodo 26:36.
Os elementos que compõem o portão do Átrio são os mesmos que compõem a porta do Santo lugar. O Cristo crucificado que permite a admissão do pecador no vestí-bulo da intimidade cristã é também aquele que faz a promoção para o serviço de vida consagrada. No Reino de Deus não há atalhos nem portas secretas. Tudo é rigorosamen-te veiculado pela passagem principal, e Cristo é a única via de acesso.
A santidade é um assunto que depende da vida de Cristo. Não há santificação pe-los méritos pessoais, nem consagração com o cheiro de transpiração. Tudo no cristia-nismo legítimo é totalmente pela graça através da vida de Cristo. Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santifi-cação, e redenção, 1 Coríntios 1:30.
Os quatro lados da experiência plena com Deus são ênfases do caráter perfeito de Cristo. A sabedoria, justiça, santificação e redenção não pertencem ao desempenho e diligência do crente, mas à essência do Cordeiro. Quando o pecador passa pela portaria do Reino de Deus, ele recebe, pela graça, todo o suprimento da vivência cristã, isto é, a própria vida de Cristo, pois ele é a porta e também o ambiente. Sendo o ser humano tricotômico, isto é, corpo, alma e espírito, e havendo três peças como mobília do Santo lugar, é interessante observar a Cristo como a luz do can-deeiro que ilumina os nossos olhos, como o pão sobre a mesa que satisfaz a fome de significado de nossa alma e o incenso no altar da adoração como o alento para o culto em nosso espírito. Ele é a suficiência de Deus para a nossa deficiência. Ele é a plenitude da salvação, a perfeita santificação e a arrebatadora glorificação da igreja. Todos os sacerdotes poderiam entrar no Santo lugar para desempenhar as suas tarefas de acordo com o seu turno de serviço. Naquele cômodo não havia cadeira, por isso mesmo os sacerdotes permaneciam todo o tempo de pé. Aliás, em nenhum lugar do Tabernáculo havia assento. Isto nos faz refletir em torno de uma realidade ainda não consumada. Só depois que o trabalho fosse concluído, o obreiro poderia sentar-se. O que nos chama a atenção é a afirmativa da carta aos Hebreus. Ora, o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal sumo sacerdote, que se assentou à destra do trono da Majestade nos céus, como ministro do santuário e do verdadei-ro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem. Hebreus 8:1-2. Somente o sumo sacerdote poderia entrar, uma vez por ano, no Santo dos Santos, mas lá não havia trono. O Tabernáculo aqui na terra era uma réplica do verdadeiro Tabernáculo no céu. O curioso é que Cristo, o sumo sacerdote dos bens já realizados, encontra-se assentado no trono da Majestade. Isto significa que ele já consumou a obra da redenção. Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. Hebreus 10:12-13.
Entre o Santo e o Santíssimo havia uma porta que separava os cômodos. Esta passagem tinha os mesmos materiais das outras, todavia apenas o sumo sacerdote pode-ria cruzá-la. Farás também um véu de estofo azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino retorcido; com querubins, o farás de obra de artista. Êxodo 26:31. A singulari-dade era o bordado dos querubins representando a excelência da presença de Deus. Cris-to Jesus é também a única porta para a intimidade com o Pai. Ele é a causa da redenção, é o agente da santificação e o motivo da comunhão com Deus.
No Santo dos Santos ou o Santíssimo lugar encontrava-se a Arca da aliança com o Propiciatório e os dois querubins esculpidos em ouro. Neste ambiente a mobília era revestida de ouro ou de ouro maciço e apontava para a consciência da presença de Deus. O ouro tipifica a divindade e este lugar expressava o fato da presença de Deus, que só poderia ser visitado pelo sumo sacerdote. Aqui também vemos a hegemonia de Cristo para o relacionamento da família do Pai. Cristo é a porta para a sala do trono e o caminho para a intimidade com Aba. No dia da sua crucificação este véu foi partido de cima para baixo e o sumo sacerdote Anás perdeu o emprego. E o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo. Marcos 15:38. De cima para baixo significa que não foram os homens os agentes desta abertura e que agora não existe mais intermediário. Uma vez aberto o caminho da presença de Deus todos nós somos feitos sacerdo-tes sem hierarquia ou posição clerical. Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as vir-tudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcança-do misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia. 1 Pedro 2:9-10.
Agora o povo de Deus, a nação santa, o sacerdócio real é convidado pelo único Sumo Sacerdote para a vida de perfeita comunhão com o Pai. Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compa-decer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna. Hebreus 4:14-16.
Jesus é o único portal que nos dá acesso ao Átrio da casa de Aba. Cristo é a úni-ca portaria que nos faz entrar no Santo recito da santidade divina. Jesus Cristo é a única porta que permite o nosso ingresso ao Santíssimo lugar da intimidade com o Pai. O sa-crifício de Cristo Jesus é o nosso Átrio. A vida de Jesus Cristo é a nossa santidade. A exaltação de nosso Senhor Jesus Cristo é a garantia de nossa identidade como filhos legítimos e amados de Deus. O Tabernáculo é um tipo da realidade espiritual que é Cristo. As três portas do Tabernáculo representam a plenitude da divindade de Cristo como o único caminho de acesso às ovelhas do rebanho. Tanto a filiação, como o crescimento e também a comu-nhão e intercessão com o Pai estão todos ligados à pessoa e obra de Cristo. Em Cristo está a plenitude de Deus e o nosso aperfeiçoamento. Porquanto, nele, habita, corpo-ralmente, toda a plenitude da Divindade. Também, nele, estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade. Colossenses 2:9-10.
O Tabernáculo é a figura de Jesus Cristo. As três portas e os móveis falam de sua pessoa e de sua obra. Tudo o que Deus tem para nós é através de Cristo, em Cristo e para Cristo. Ele é a plenitude da Divindade e a nossa a nossa suficiência. Aleluia.
 
Soli Deo Glória.

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