Amor induzido é amor conduzido, é amor reduzido, é amor
abatido. Não há uma expressão mais sem sentido de amor, do que esse que depende
do cabresto. Eu não posso apenas como dever, amar alguém por que alguém me ama.
Eu tenho que amar porque o amor que me ama me despertou a amá-lo francamente. Se
o ato de amar não for livre, com certeza não será uma demonstração verdadeira do
verdadeiro amor.
Ninguém é livre se faz o que faz por dever, interesse ou por
troca. Se eu for obrigado a corresponder não sou um ser livre, sou apenas um
item no jogo da contrapartida. Não consigo entender o amor como uma obrigação.
Eu não sou forçado a amar alguém somente por que ele me ama. Eu não posso ser
coagido no âmbito do amor.
Na verdade, não existe amor constrangido ou acuado. Eu não amo
a Deus tão somente porque ele me ama. Eu o amo porque ele é amor e o seu amor
amável me fez amá-lo como uma expressão livre de amor sem coação e sem
cobrança.
Liberdade imposta não é liberdade, mas também não existe
liberdade sem limites. Eu não sou livre para fazer tudo o que quiser fazer. Eu
só sou livre para fazer com liberdade aquilo que ao fazer não infrinja na
liberdade dos outros nem conteste a licitude das leis espirituais reveladas na
criação de Deus.
Paulo fez uma declaração extremamente acentuada. Todas as
coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas
eu não me deixarei dominar por nenhuma delas. 1 Coríntios 6:12. Ele fala da
legitimidade abrangente que lhe permite uma prática sem restrições e esbarra na
conveniência. Para ele tudo é visivelmente legal, mas nem tudo é deveras
apropriado. A ética tem sua fronteira. Se eu for uma pessoa realmente livre
nunca poderei usar da minha liberdade para me tornar escravo daquilo que
desfigura o caráter dos outros ou denigre a glória de Deus.
Richard Sibbes disse que "o cristão é o homem mais livre do
mundo... contudo, em relação ao amor, ele é o maior servo". Compatibilizar
livre-arbítrio com serviço imperativo é o grande desafio da vida cristã
autêntica, pois a liberdade do amor é sempre responsável. Ninguém ama
violentado, mas a licença do amor cristão não dispensa o cumprimento do dever
moral. Você e eu somos livres para amar e a nossa alforria nos torna de fato
escravos duma missão. Desobrigados das formalidades legalistas nos obrigamos a
servir aos outros, como livres da lei, porém servos do amor.
Soli Deo Glória.
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O propósito deste blog na sua forma completa é capacitar seus leitores a entenderem a Bíblia. Apresenta instrução básica eficiente do ponto de vista bíblico. Procura remover todas as falsas pressuposições racionalistas, moralistas, antropocêntricas e idólatras que já infectaram,e, na medida desta infecção, cegaram todo homem e toda cultura deste mundo a partir da queda de Adão.
sexta-feira, 22 de março de 2013
A LIBERDADE DE SERVOS DO AMOR
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