sábado, 7 de julho de 2012

A VIDA ANTES DO PRINCÍPIO

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. João 1:1.
O Verbo ou o Logos era antes das eras, portanto anterior ao princípio. O começo de tudo é a abertura da temporada em relação ao espaço. Sem a ma-téria não há espaço e sem o movimento da matéria no espaço não há tempo. A matéria foi formada pela ação do Verbo ou pela operação da Palavra de Deus. Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem. Hebreus 11:3. A energia invisível do átomo se esconde no poder do Verbo.
Precedendo ao princípio de tudo o que existe, não há criação, nem cria-tura, só há o Criador. Elohim é o Criador, plural de Elohá, que significa Deus. Este plural majestático aponta para a pessoalidade coletiva da unidade Divina. Elohim é o Deus triúno, atemporal e imaterial, criador de tudo o que existe des-de o princípio, sem nunca ter sido criado, portanto, jamais teve um princípio e nunca terá um fim.
Nada existia antes da criação, nem mesmo o Criador, uma vez que Ele é a única realidade espiritual essencialmente pré-existente. Elohim é a Causa de todas as causas, e a origem da existência de tudo o que existe. Elohim é Deus e Deus é o único que é, sem nunca ter existido ou, jamais deixar de existir.
Sua realidade espiritual independe da matéria no espaço e do seu mo-vimento temporal. Ele simplesmente é na eternidade o que sempre foi, é e será nas eras da existência e na eternidade sem começo e sem fim, é o presente eterno, sem passado nem futuro
Elohim é a composição trina das pessoas do Pai, do Filho ou Logos e do Espírito em um só Deus. O Logos é a Palavra, o Verbo. É Javé Elohim. É o Eu Sou atemporal que, nesta condição, é o Filho eterno do Pai sempiterno.
Ele é a Vida não criada vivificando a criação do homem à semelhança divina do Criador. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. João 1:4. Assim, Ele é a Vida eterna. É a Vida que dá vida iluminando os homens e a Vida que gera Vida tornando-nos filhos do Pai. Antes da existência da criação pré-existia a Vida que dá vida e gera Vida.
O Deus Trino disse: Façamos o homem à nossa imagem e conforme a nossa semelhança. Então, Javé Elohim ou o SENHOR Deus tomou o en-cargo da Trindade, a fim de fazer o ser humano conforme o conselho da vontade Divina. Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. Gênesis 2:7. (No original, o fôlego das vidas).
Adão foi feito homem com um sopro vital provisório ou uma vida criada e optativa capaz de decidir livremente. A sua existência era provida por uma alma vivente criada, interina, mas nem mortal, nem imortal. A vida antes do pecado não estava contaminada pela morte, tão-pouco era a Vida eterna. Era uma vida criada não-perecível, embora não fosse a Vida incriada ou eterna de Deus.
A vida criada sem pecado dava a Adão a condição de liberdade para ele poder escolher entre a Vida eterna de Elohim, tipificada na árvore da Vida, e a vida sujeita à morte, representada pela árvore da ciência do bem e do mal. Ele poderia optar por ser um filho de Deus, gerado pela a Vida de Deus ou ser apenas uma criatura divina sujeita à morte, se tomasse uma decisão pessoal a favor ou contrária à vontade de Deus.
O ser humano não foi criado uma máquina, como se fosse uma espécie de robô. Ele não tinha a mente de um computador já determinada e moldada pelo seu fabricante. Elohim não era o Bill Gates da Microsoft fabricando laptops e Adão foi criado como uma pessoa livre, capaz de preferir, voluntariamente, entre ser uma mera criatura de Deus ou um filho de Deus, movido pela Vida do próprio Deus, a Vida não criada.
O que torna uma pessoa livre é a sua capacidade volitiva de escolher entre A e B. Ninguém é livre se já vem programado ou determinado em sua estrutura. Se o ser humano viesse com a Vida eterna ele não poderia escolher ser filho de Deus por opção. Ele viria predeterminado a ter a Vida eterna ou a Vida do próprio Deus.
Com a vida criada Adão poderia escolher a Vida incriada e, deste modo, se tornar um filho de Deus voluntariamente. Elohim sempre deu opção ao ser humano, e sempre dará, veja, por exemplo, a sua proposta a Israel: Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência. Deuteronômio 30:19.
O Senhor não é um programador de sistemas para os aparelhos eletrô-nicos, nem um déspota impondo a sua decisão de cima para baixo. Ele jamais instituirá a sua vontade à revelia de um ser livre, ainda que tenha todo o poder para isto. Por isso um sujeito que possui o seu caráter preordenado, não pode-rá ser considerado como uma pessoa livre.
A vida da criação tinha uma existência livre, mas temporária ou interina, podendo ser substituída pela Vida eterna ou a Vida do próprio Deus, se Adão decidisse comer da árvore da Vida. Deste modo Adão seria gerado filho de Deus através de sua decisão livre e voluntariamente manifesta. (Os meus filhos não puderam escolher a sua família).
A árvore da Vida era um tipo do Filho eterno do Pai que é aquele que tem a Vida. Se o Pai quer ter uma família com muitos filhos, só aquele que comesse daquela árvore poderia se tornar filho de Deus Pai. A vida soprada era uma vida criada, logo, o ser humano não seria filho de Deus, mas criatura divina. Do ponto de vista espiritual, Adão só poderia se tornar filho de Deus se quisesse comer da árvore da Vida. A Vida eterna não é transmitida sem o consentimento voluntário daquele que a recebe.
A Divindade não força a humanidade a receber a sua Vida. Por causa do pecado a raça adâmica caiu de sua posição de inocência para um estado de rebeldia contra Deus. O ser humano tornou-se um ente perdido em si mesmo e separado da Vida eterna.
Quando o Verbo se encarnou e a Vida veio buscar e salvar os que se haviam perdido no pecado que traz a morte, o princípio continuou o mesmo, era preciso receber aquele que foi dado como a Vida. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. João 1:11. Se não recebermos o Filho de Deus, nenhum de nós pode ser filho de Deus.
Os filhos de Abba são aqueles que têm a Vida do próprio Abba fluindo em seu ser e esta Vida encontra-se emanando do seu Filho Jesus Cristo. Aquele que tem o Filho tem a Vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a Vida. 1 João 5:12.
Adão foi feito alma vivente com uma vida criada, mas podendo se tornar filho de Deus se tivesse comido da árvore da Vida não criada. Por causa de sua desobediência pessoal os seus descendentes ficaram separados da Vida de Deus, em morte espiritual, mas também, agora, têm a condição de se torna-rem filhos de Deus, recebendo, pela fé, a Vida que está no seu Filho. Aquele que recebe o Filho de Deus recebe a Vida do filho de Deus.
Javé Elohim, aquele que é a Vida antes da criação, fez o homem do pó da terra e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida criada, a fim de capacitá-lo a escolher entre a Vida eterna como filho de Abba e a vida criada, sujeita à morte.
Depois da opção sinistra da criatura ao comer o fruto proibido, Javé Elo-him se encarnou na humanidade. O Verbo se tornou carne e o Filho do Deus veio com o propósito de retirar da sua criatura pecaminosa, através de sua própria morte na cruz, a vida contaminada pelo pecado. Cristo não só morreu por nós, mas também nos incluiu no seu corpo para nos fazer morrer juntamente com ele.
Em seguida, pela sua ressurreição dentre os mortos, Jesus Cristo concedeu aos que o receberam como Salvador de suas vidas corrompidas pelo ego, a Vida eterna, ou seja, a Vida de filhos de Abba. Só é filho de Deus quem tem a Vida do Filho.
Uma coisa é ser uma criatura divina portando uma vida criada, outra, muito diferente, é ser filho de Deus Pai com a Vida do seu Filho, recebida pela fé. Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se man-tém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus. João 3:36.
A vida que nos salva de nós mesmos não é a vida biológica de Jesus, mas a Vida de Cristo antes do princípio da criação. O Logos, isto é, o Filho e-terno do Pai, precisou se encarnar no Jesus histórico para poder crucificar a vida enferma pelo pecado e, na ressurreição, nos conceder a Vida que não pode mais ser aprisionada pelo pecado.
Se o pecado gerou a morte e Jesus morreu a nossa morte para o pecado, nos incluindo em seu corpo, então nós morremos com Ele para o pecado, a fim de recebermos a Vida que não está mais sujeita à morte eterna. Agora somos filhos do Pai com a vida do Seu Filho. E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! Gálatas 4:6.
Uma criatura divina pode ser uma pessoa grande, importante e moralmente digna neste mundo, mas nunca será herdeira do Reino de Deus, porque não tem a Vida de filha de Deus dada pelo Filho unigênito do Pai. A herança é um capítulo para filhos e a filiação uma questão de Vida. Jesus explicou: Pois não podem mais morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição. Lucas 20:36.
A Vida de filhos de Deus é o patrimônio do novo pacto que Cristo Jesus adquiriu em sua morte e ressurreição compartilhadas com a humanidade, e, doado aos chamados que crêem. Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados. Hebreus 9:15.
A vida bios adoece e morre com o tempo. A vida psique ensoberbece e precisa ser substituída pela Vida zoe, a única que é eterna e que enobrece o ser humano com a condição de filho de Deus. Nenhum pecador pode ser salvo sem a morte da vida psique e a entronização da Vida zoe eterna através da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. A salvação é, pois, a troca ou substituição da vida de Adão pela Vida eterna de Cristo.

Solo Deo Glória.

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