São muitas, SENHOR, Deus meu, as maravilhas que tens operado e também os teus
desígnios para conosco; ninguém há que se possa igualar contigo. Eu quisera
anunciá-los e deles falar, mas são mais do que se pode contar. Salmos
40:5
A vida dos filhos de Aba na terra é uma temporada alegre de
louvor e uma marcha contínua de gratidão permanente. Ainda que sejamos afligidos
neste mundo, não podemos dizer que fomos enganados pelo Senhor. Ele foi
categórico quando disse aos seus discípulos: Estas coisas vos tenho dito
para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom
ânimo; eu venci o mundo. João 16:33.
Jesus nunca será processado por propaganda enganosa, nem levado
ao Serasa da fortaleza de Anu, pai dos demônios, por qualquer dívida contraída.
Tudo o que prometeu tem se cumprido à risca. Tudo que falou vem fazendo
rigorosamente. Nada ficou até agora sem realização e nada ficará sem pleno
cumprimento.
O fim de um período fiscal é tempo de balanço na contabilidade.
É a hora da verdade dos livros que comprovam lucros e perdas nas empresas. É o
momento de fazer a avaliação dos acontecimentos anuais. É uma boa ocasião para
se fazer a valuação dos fatos.
Para as empresas, o ano fiscal pode ser ótimo, bom, razoável ou
mau. Para as pessoas, de modo geral, as estações podem ser de tempo mais alegre,
imaginavelmente feliz, mais difícil, triste ou com intenso desgosto. As perdas
pessoais são desgastantes, quer sejam por falecimento, separação ou ausência.
Assim, as dores da alma esfolam a memória.
O salmista fala, entretanto, das maravilhas e dos desígnios de
Deus para conosco. A Escritura mostra que a vida dos filhos de Aba tem problemas
como todas as pessoas, mas a história deles é diferente, pois Aba transforma as
aflições em algo fora do comum.
Veja, por exemplo, o que aconteceu com José no Egito. Os irmãos
invejosos tinham intenção de fazer-lhe uma maldade daquelas, mas Deus mudou o
script da tragédia. Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém
Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente
em vida. Gênesis 50:20.
Não existem complôs na caminhada para a nova Jerusalém. Aquilo
que parece uma tragédia pode ser o primeiro degrau da escada na intimidade com o
Senhor. O motim promovido pelos irmãos invejosos foi o motivo que moveu a mão de
Deus para levar José até o governo do Egito. Nunca devemos nos sentir vítimas
dos conflitos quando o nosso futuro está sendo conduzido pelas mãos soberanas do
Senhor.
Javé com freqüência nos pega em lances fora de série, para nos
levar aos lugares nunca dantes sonhados. As crises na vida dos cristãos são vias
inacreditáveis de progresso. A existência do povo de Deus é uma peregrinação de
surpresas. Quando os astutos armam as ciladas, o Senhor transforma a cama de
gato num trono de ascensão para os membros da sua corte real. O escravo se torna
o amo e o prisioneiro, em governador do reino. O Pai gosta de maravilhar-se com
os seus filhos maravilhados por suas maravilhas. Se o mundo é cheio de
sofrimentos, Aba excede em fazer maravilhas. Neste mundo não há vacinação contra
desgosto, embora a particularidade da graça é transformar o dó menor num sol
maior. Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a
Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Romanos 8:28.
Quando o povo de Judá foi levado para o cativeiro na Babilônia,
em razão dos seus próprios pecados, Deus falava pelo profeta Jeremias, que
estava planejando o melhor para eles. Porei sobre eles favoravelmente os
olhos e os farei voltar para esta terra; edificá-los-ei e não os destruirei,
plantá-los-ei e não os arrancarei. Jeremias 24:6.
Os objetivos de Javé são de abençoar e promover a paz. Sua
gente tem a mesma índole. Quem gosta de contenda e vive provocando desavenças é
a turma amargurada de Belial, a classe arrogante das trevas, mas, mesmo assim, é
incapaz de mudar os intentos do Senhor. Eu é que sei que pensamentos tenho
a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o
fim que desejais. Jeremias 29:11.
Uma das características do Senhor que o torna ímpar ou
singular, é converter as maldições em bênçãos eternas. Quando os profetas
agoureiros levantam os seus presságios fúnebres, o Senhor costuma inverter o
cano da arma ou fazer o tiro sair pela culatra. Porém o SENHOR, teu Deus,
não quis ouvir a Balaão; antes, trocou em bênção a maldição, porquanto o SENHOR,
teu Deus, te amava. Deuteronômio 23:5.
Deste modo, é impossível contabilizar as bênçãos do Senhor. Os
adversários soltam as raposas no galinheiro, mas o Bom Pastor acaba por
contundi-las ao confundi-las em seus ardis. A maldição de Saul se converteu na
bendição de Judá. O reino de Davi é o trono do louvor e as perseguições do
invejoso terminaram com soberba na falência de sua casa.
O trono de Saul despencou-se com a inveja e a desobediência e
sua casa foi devastada por aquilo que semeou. Aquele que planta malquerença
colhe o desmoronamento do seu império. Os impostores pagam impostos pesados
pelas suas imposturas. Todas as vezes que alguém atira o bumerangue da maldição
nos filhos de Deus, a lei soberana de causa e efeito faz voltar a lâmina maldita
ao pescoço do atirador, transformando o anátema em benignidade eterna e
convertendo o pranto passageiro em canto permanente na vida dos santos.
Amaldiçoem eles, mas tu, abençoa; sejam confundidos os que contra mim se
levantam; alegre-se, porém, o teu servo. Salmos 109:28.
Contar as maravilhas incontáveis de Deus é impossível. Seria
mais fácil contar a areia do mar, pois ele transforma o choro em canção, a dor
em alegria, o luto em consolação, a maldição em bênção eterna de modo que o
drama do inferno vai sendo transformado dia a dia pela graça em sucessivas
colheitas de benefícios com gratidão. Andar com Deus é viver extasiado
escriturando deslumbramentos. O peregrino vê a maravilha do sofrimento como a
magnífica escola da sua maturidade. Ele vê os espinhos como benévolos emissários
divinos, totalmente responsáveis pela prostração rumo à dependência de Deus.
Quanto mais fraco estivermos, mais fortes estaremos. Este é o paradoxo da graça.
No reino de Deus não há fracassos ou derrotas. Em todas estas coisas,
porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Romanos
8:37.
A fé cristã é uma demonstração dinâmica da operação da graça em
quaisquer circunstâncias. Os números deste demonstrativo são sempre de caráter
prático e de valor afirmativo. Nunca ouvi falar da falência de falidos supridos
pela onipotência divina. Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos
conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do
seu conhecimento. 2 Coríntios 2:14.
Não há ruína espiritual na vida de um mendigo financiado pela
graça. Se o advérbio de tempo sempre significa uma cobertura em toda a
existência, logo não há espaço para acidentes ou catástrofes aqui e agora. Não
existe fracasso para o fracassado que depende da soberania de seu Pai celestial.
Ora, se Cristo sempre conduz os impotentes em triunfo, não sei quando esses
falidos amparados pela suficiência divina vão contabilizar derrotas. Além do que
há um perfume divino exalando o aroma penetrante da eternidade.
O tempo da criatura tem validade. A lápide no sepulcro encerra
qualquer pretensão de sucesso para os mortais descendentes de Adão, mas os
filhos de Aba são eternos. Aquele que ganhou a guerra, mesmo que tenha perdido
algumas batalhas é o vencedor final. Como se pode falar de falência para quem já
foi registrado no cartório do amanhã? O seguro da ressurreição garante qualquer
sinistro no percurso da cronologia. De fato, a vontade de meu Pai é que
todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei
no último dia. João 6:40.
A apólice da vida abundante é a ressurreição de Cristo, única
vitória sobre a morte e garantia exclusiva para assegura a continuidade da
existência dos maltrapilhos, sustentados pelo sangue derramado e nutridos pela
carne do Cordeiro que foi moído. Sem a encarnação do Verbo não haveria esse
cardápio sangrento, e, consequentemente, a segurança da vida eterna estaria sem
um penhor inabalável. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a
vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. João 6:54.
O ego obeso jamais se satisfará com essa dieta de carne
esfolada pela morte na cruz de Cristo e pelo quebrantamento diário. A alma
rechonchuda de si própria e vaidosa dos seus feitos gosta mesmo é de comer
alimento gorduroso que faça brilhar a sua fanfarronada diante da platéia. A
glória de Deus é uma bóia magra para quem tem fome de reconhecimento público. A
cruz de Cristo é um menu enjoativo para os promotores de si mesmos.
Contudo, a maior das maravilhas que o cristão precisa contar é
exatamente aquela, produzida pela cruz de Cristo, que ele nunca deve contar
publicamente: A sua vida de intimidade com o Pai. A comunhão do serviço, da
prece e do quebrantamento são assuntos de familiaridade Paterna e jamais um
espetáculo aparente. A morte do pecador na cruz com Cristo silencia sua
propaganda pessoal e suas reivindicações de artista.
A esmola nunca será mencionada. A oração será sempre feita num
quarto fechado com tranca e trinco para que ninguém veja prostrado um atrevido
propenso a se orgulhar de sua modéstia. E quem jejua não terá aparência de quem
faz greve de fome. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e,
fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em
secreto, te recompensará. Mateus 6:6.
O segredo da vida secreta estará sendo contado no silêncio dos
lábios e no estilo da vida sem grife. Aquele que vive na presença de Deus
transparece essa comunhão sem alarde e sem pieguice. Nós não fomos chamados para
computar as inumeráveis maravilhas, pois elas são infinitas. Ao mesmo tempo
fomos chamados para contá-las ao mundo; algumas em palavras, outras no silêncio.
Aquelas que Deus fez por todos devem ser anunciadas verbalmente. Aquelas que
Deus faz em nós e através de nós devem ser ditas ao emudecer. Enquanto eu tento
calcular as incontáveis maravilhas do reino de Aba, sou compelido a contar aos
outros com palavras a respeito daquelas formidáveis maravilhas relacionadas às
insondáveis riquezas de Cristo, embora não possa contar nas preleções, sobre
aquelas que estão ligadas à minha intimidade com o Pai. Contudo, boca calada não
significa ausência de comunicação. A vida secreta do espírito se estampa na
ternura da alma dos legítimos adoradores que estão sendo tratados pelos efeitos
permanentes da cruz de Cristo.
Os filhos de Aba são os verdadeiros adoradores. Eles, em assembléia, são a evidencia pública desta vida oculta em culto privado ao Pai. O que conta no ajuntamento dos verdadeiros adoradores é que eles não contam com a platéia na sua adoração, mas enquanto cantam diante do trono com profunda alegria as maravilhas incontáveis da Trindade Santa, contam extasiados com palavras ou ainda no sigilo do coração, que Cristo é a maravilha das maravilhas e o Maravilhoso Senhor deles, por eles e para eles. Amém.
Solo Deo Glória.
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O propósito deste blog na sua forma completa é capacitar seus leitores a entenderem a Bíblia. Apresenta instrução básica eficiente do ponto de vista bíblico. Procura remover todas as falsas pressuposições racionalistas, moralistas, antropocêntricas e idólatras que já infectaram,e, na medida desta infecção, cegaram todo homem e toda cultura deste mundo a partir da queda de Adão.
domingo, 15 de julho de 2012
CANTANDO E CANTANDO AS MARAVILHAS INTOCÁVEIS
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