domingo, 1 de julho de 2012

ONDE ESTÁ O SÁBIO?

Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? 1 Coríntios 1:20.
As perguntas acima chocam a mentalidade dos escolados e dos pernósticos. O mundo aca-dêmico valoriza quem sabe mais, sendo este, o guru dos broncos. O universo da ciência e da filosofia avalia o saber pelos títulos universitários, uma vez que, quem é mais graduado deve ter um maior grau de informações e de sabedoria. Este é um pressuposto universal no âmbito do academicismo.
Porém, do ponto de vista de Deus, a sabedoria desta época é julgada como insana, insensa-ta ou pirada. Talvez porque ela, quase sempre, enfatue aquele que se acha portador de um saber maior. Paulo foi crítico com este tópico: O saber ensoberbece, mas o amor edifica. 1 Coríntios 8:1b
A sabedoria deste mundo tem uma paranóia estonteante por diplomas, títulos e reconheci-mentos. O fruto do pecado se despencou da árvore da ciência do bem e do mal e acabou fazendo a humanidade se desesperar na corrida por saberes competitivos que classificam uns poucos, enquanto a maioria é desclassificada no meio do caminho, pelo exagero das informações. Quem sabe mais se acha maior e melhor ao julgar os que sabem menos como ignorantes.
A órbita do saber humano é alucinantemente insaciável. O Espírito Santo chamou este sa-ber insaturável de loucura, diante da verdadeira sabedoria demonstrada na cruz, que se basta com a restauração da amizade do homem rebelde com o Deus conciliador. Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. 2 Coríntios 5:18-19.
Deus estava em Cristo reconciliando o homem com ele mesmo e nunca se reconciliando com o homem, uma vez que, Deus jamais fora inimigo do homem. Portanto, a verdadeira sabedo-ria é aquela que promove a reconciliação do homem com Deus, em Cristo. De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. 2 Coríntios 5:20.
A sabedoria pura não concorre com ninguém, mas coopera com todos a favor da salvação do ignorante mais indigno. Ser diplomado na Universidade não denota que se é um diplomata no Reino de Deus. Tornar-se um sujeito culto, neste mundo, não quer dizer que se tenha o credencia-mento para tomar parte do culto de adoração a Deus. Ser sabido nunca foi sinônimo de ser sábio. Uma pessoa sábia é alguém simples, sensata, sóbria e sempre pronta a aprender. O sábio é ensinável.
Onde está o sabido deste mundo? Na cátedra da arrogância, julgando os outros que não têm a mesma competência, que ele julga ter. Onde está o sábio do Reino de Deus? Na cruz com Cristo, pregando a reconciliação aos indigentes indignos. Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. 1 Coríntios 1:22-24.
O evangelho não é assunto para gente graúda, sabichona e importante. É para gentinha. Por aquele tempo, exclamou Jesus: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Mateus 11:25.
O apóstolo Paulo, homem culto e esclarecido, entendeu, e muito bem, este ponto de vista de Jesus ao declarar. Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus. 1 Coríntios 1:26-29.
O apóstolo nos ordena a considerar também o assunto com muita atenção. Não foram cha-mados muitos sabidos segundo a concepção carnal. Para ele há uma sabedoria mais elevada do que a acadêmica. O mundo de Sofia não é protagonista nem da salvação, nem da santidade divina. Ser filósofo não quer dizer ser sábio em relação à vida santa. Temos muitos doutores indoutos da excelência divina e muitos professores que não professam a fé em Cristo promovendo uma cultura vã.
Esta sabedoria humana, que Paulo se opõe, não é a tese do saber intelectual, mas de uma falsa independência de Deus. É a soberba daquele que tentando se auto dirigir, desvale a obra da cruz de Cristo. Deus rejeita toda sabedoria que se vangloria por causa do cabedal da ciência altiva.
Mas, "crer é também pensar", já disse o teólogo inglês John Stott, por isso mesmo, pode-mos afirmar que, o problema da insanidade mental ou o delírio acadêmico, não pode ser o intelecto do ser humano em si mesmo, mas o intelectualismo empafiado de gente esnobe, que tenta medir o mistério da cruz pelos critérios limitados de sua razão medíocre. Achar que a cultura deste século pode explicar a grandeza da sabedoria de Deus é um verdadeiro absurdo da presunção humana.
Paulo explana, muito bem, sobre a vocação divina, mostrando que ela não se encontra vinculada à sabedoria humana, nem ao conhecimento escolar, nem ao poderio econômico e social ou à nobreza pessoal. De fato, na maioria das vezes, Deus escolhe os fracos, os sem família, (no grego – agene) sem genealogia, os plebeus, a gentalha pobre, para confundir os fortes, poderosos, sábios e nobres, a fim de que, ninguém possa se vangloriar, diante dele, por causa de sua eleição.
A história da Igreja tem exposto este fato de modo muito claro. Os romanos denominavam os cristãos do primeiro século de: "a plebe". Muitos dos lideres da Igreja foram pessoas incultas do ponto de vista da sabedoria deste século e sem qualquer importância social, mas foram pessoas nobres e sábias, no que dize respeito à sabedoria de Deus. (Havia também muita gente culta).
O primeiro missionário da chamada era moderna, William Carey, foi um simples sapateiro. Nunca estudou em seminário, nem cursou uma Universidade. Entretanto, ele sabia grego e he-braico e aprendeu tudo o que foi necessário para o exercício do ministério do Senhor, tendo, depois, traduzido a Bíblia para vários idiomas e dialetos da Índia. Ele não foi um intelectual formado em escola superior, mas foi superior a muitos que, tendo o saber escolar, não sabem fazer nada mais do que esfolar e criticar os que são aprovados por Deus, para a obra do seu ministério na face da terra.
Um dos maiores evangelistas da historia da Igreja foi um mero balconista, vendedor de sapatos na América do Norte. D. L. Moody era um homem sem cultura, todavia deixou uma marca singular como pregador do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Diante destes dois expoentes que lidavam com os sapatos, talvez possamos confirmar: Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas! Romanos 10:15b.
Na época de Moody, muitos o censuravam porque ele falava num vernáculo pobre e com erros gramaticais acentuados. Assim ele respondia aos seus críticos que o vergastavam: "prefiro o meu inglês falho e cheio de erros de gramática ao proclamar o evangelho, do que seu linguajar cor-reto, porém infrutífero na comunicação da mensagem de Cristo". Que sabedoria! E que tapa de luva!
Os discípulos de Jesus também foram homens incultos, contudo, cultivaram o saber do Es-pírito Santo por meio do culto pessoal ao Cordeiro. Os religiosos da ocasião viram que eles eram pessoas que demonstravam ousadia, por causa do conhecimento pessoal que tinham de Jesus. Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus. Atos 4:13.
O próprio Jesus foi considerado por sua gente como uma pessoa sem escolaridade. Os seus contemporâneos ficavam admirados com o seu conhecimento e comentavam uns com os outros: Como sabe este letras, sem ter estudado? João 7:15b.
Este tipo de sabedoria era um mistério para eles. Em que lugar Jesus teria estudado? Qual foi o seu ensino médio? Quem foram os seus mestres? Não era ele um carpinteiro, filho de José? Tudo isto parecia um enigma para o seu povo. Chegando o sábado, passou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se maravilhavam, dizendo: Donde vêm a este estas coisas? Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos? Marcos 6:2.
Todos estes não foram meros autodidatas. Foram, sim, ditados pelo alto. Eles tinham revelação de cima, embora, também, se esmerassem na busca do conhecimento humano. Uma coisa não descarta a outra, ainda que a primeira seja essencial.
Todavia, os pseudo-intelectuais do tempo de Jesus, como os atuais têm o mesmo questio-namento: como pode a pessoa inculta, ser culta, espiritualmente falando? Como o iletrado pode ser um sábio, na Igreja de Deus? Como um cabeleireiro, um latoeiro ou um artesão podem ser líderes na Igreja de Cristo? Esta foi a inquisição feita a mim ao me envolverem com a verdadeira sabedori-a.
Respondi: há muita gente estudada que é estulta, espiritualmente, não obstante, há iletrados que são, de fato, sábios. Aqui constatamos a diferença marcante entre dois tipos de sabedoria. A deste do mundo que é loucura para Deus, e a de Deus que é loucura para este mundo.
Os mundanos acham que a sabedoria de Deus é uma aberração total, enquanto os santos percebem que a sabedoria deste mundo é uma demência de gente ensimesmada. Qual é das duas a ciência que está dirigindo o seu modo de pensar? A de cima, ou a daqui de baixo?
Nem os escolados, nem os diplomados, nem os autodidatas metidos e inchados têm valor algum para a obra do Reino de Deus, se não forem crucificados com Cristo e revestidos do poder e da sabedoria do Espírito Santo. Na Igreja de Deus, mais vale um analfabeto cheio do Espírito San-to, do que muitos espíritos de porco, camuflados e cheios da soberba desta sabedoria mundana.
Nós podemos observar em muitas pessoas letradas, eruditas e detentoras de uma cultura a-preciável, mas humildes, que o seu saber não traz prejuízo algum à sua vida espiritual. Mas se tivermos de escolher entre o mero saber acadêmico e o conhecimento pessoal de Deus, com certeza, eu prefiro ficar com aqueles loucos para o mundo, mas sábios para Deus, por uma única razão. Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação. 1 Coríntios 1:21.
Só há um saber que vale, de fato, a pena viver e morrer por ele: e este é Cristo crucificado e nós crucificados com ele. Fora disto, só há um grande risco de inchaço e presunção. Por isso, Pau-lo foi enfático: Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo. Filipenses 3:8. Aleluia! Amém.

Solo Deo Glória.

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