quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

UMA VISÃO DE FÉ!


“Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória” 1Pe 5.1-4.
Pedro chamou-nos a todos de presbíteros, anciãos supervisores do rebanho, o que, aliás, já não interessa mais à liderança da Igreja moderna na sua busca incessante por títulos que lhe concedam cada vez mais notoriedade e “status”. O titulo, pastor, que usamos já é uma inserção na História, que dizer das novas propostas mirabolantes? Parece que nos esquecemos do que disse: Eugene Peterson, que somos apenas pecadores cuidando de pecadores, e que a pecadores fica bem a discrição e a modéstia.
Parece, também, que nos esquecemos que o rebanho é de Deus, ora, tratamo-lo como um mercado, uma fonte de renda, um grupo de consumidores, ora, permitimos que outros os tratem como tal. Ora, o tratamos como propriedade, sempre prontos a nos servir, ora, como nossas cobaias, onde testamos toda sorte de teses e modelos sem, nem sempre nos preocuparmos devidamente com as conseqüências; e é gente machucada “pra cá” e “pra lá’; ora, o tratamos como os mantenedores de nossos sonhos megalômanos. O rebanho é de Deus, custou o sangue de Cristo, estamos lá para pastoreá-lo, não para explorá-lo. Será que ainda tememos a Deus? Ou acreditamos que o Senhor do rebanho nos deu uma procuração com poderes irrestritos?
O pastorado não pode ser uma profissão, tem de ser para sempre vocação. Ainda que precisemos de sustento, temos de ser eternos amadores, isto é, movidos só pelo amor, pelo prazer de fazer, pastor tem de gostar de gente. Nem ganância nem domínio, têm de dar exemplo. Para podermos ser os representantes de Cristo, temos de ser os imitadores de Cristo.
Temos de recuperar nossa escatologia, pastorear na perspectiva da volta de Cristo e não da resposta imediata, principalmente no que tange á nossa recompensa. Não é a Igreja que vai nos recompensar, é o Supremo Pastor. Tudo que fizermos, temos de fazê-lo em função Daquele que estamos representando, do jeito Dele.
Não se pode alterar as suas ênfases, como está sendo feito, por exemplo, a visão missionária, que vem diminuindo a olhos vistos, por causa dessa onda de modismos pró-crescimento que nos tem assolado. Temos de cumprir o mandado de anunciar o Senhor simultaneamente em todo o mundo: “tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia, Samaria e até os confins da terra” (At 1.8). Igreja que não faz missão perde relevância no Reino. E Igreja irrelevante no Reino acaba desaparecendo na História.
Talvez essa mensagem não tenha nada a ver com você diretamente, talvez você não tenha caído em nenhuma dessas tentações. Mas olhe para a Igreja que está no Brasil, como um todo. Essa é a nossa maior batalha espiritual. Todos nós somos responsáveis pela Igreja, temos de reagir, temos de deixar de olhar-nos como isolados na Historia, temos de nos levantar para dizer que não concordamos, temos de assumir o papel que o Senhor nos tem reservado nesse momento histórico pelo qual o país está passando, não pdemos ficar passivos, não podemos deixar que a Igreja de Cristo seja jogada na vala comum dos institutos corrompidos desse país. De que adianta nos lamentarmos de estarmos sendo
confundidos com os não sérios, se não marcamos posição, se não nos organizamos para, como Daniel, clamar pela misericórdia de Deus? De que adianta lamentarmos o estado dos muros caídos de Jerusalém, se não nos levantamos como Neemias e nos organizamos para a reconstrução denunciando os Sambaláis da Historia? Não dá para fazer nada dizemos, não temos a mídia, não somos nós que falamos com os formadores de opinião na cidade, com os políticos. Os não sérios são mais ágeis.
E se nos organizássemos? Nós, os sérios, nos reconhecemos nas cidades onde estamos. Por que não nos encontramos? Por que não nos posicionamos? Por que não começamos movimentos paralelos? Por que não mobilizamos nossas comunidades? Por que não organizamos nossas próprias marchas? Quem há de lutar “pela fé de uma vez por todas confiada aos santos”? Jd 3.
Que diremos se o Senhor, na sua volta, nos perguntar: por que vocês deixaram isso acontecer, eu lhes confiei a Igreja, por que vocês deixaram isso acontecer?

Mea Culpa. Mea Máxima Culpa


Solo Deo Gloria




                                                 

Um comentário:

  1. Essas perguntas finais necessitam de profundas reflexões, onde todos deveriam ter conhecimento e um dia responder principalmente na presença de Cristo. Um abraço, de seu amigo em Cristo.

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