Aquele que se curva diante do solene e perscrutador ensino da Palavra de Deus, aquele que nela aprende a terrível ruína que o pecado tem realizado na constituição do ser humano, aquele que percebe o padrão elevado que Deus nos tem proposto não falhará em descobrir que é um ser maligno e vil. Se ele se esforça para perceber o quanto tem falhado em alcançar o padrão de Deus; se, na luz do santuário divino, ele descobre quão pouco se parece com o Cristo de Deus, então, reconhecerá que essa linguagem de Romanos 7 é muito apropriada para descrever sua tristeza espiritual. Se Deus lhe revela a frieza de seu amor, o orgulho de seu coração, as vagueações, de sua mente, o mal que contamina suas atitudes piedosas, o crente haverá de clamar: "Desventurado homem que sou!" Se o crente estiver consciente de sua ingratidão e de quão pouco ele tem apreciado as misericórdias diárias de Deus; se o crente percebe a ausência daquele fervor profundo e genuíno que tem de caracterizar seus louvores e sua adoração Áquele que é "glorificado em santidade" (Ex.15.11);se o crente reconhece o espírito pecaminoso de rebeldia que, com frequência, o faz murmurar ou irrita-o contra as realizações dEle em sua vida cotidiana; se o crente admite que está ciente não apenas de seus pecados de comissão, mas também daqueles de omissão,dos quais ele é culpado todos os dias, ele realmente clamará: "Desventurado homem que sou!" Esse clamor não será proferido apenas por aquele crente que se acha afastado do Senhor. Aquele que está em comunhão verdadeira com o Senhor Jesus também emitirá esse gemido, todos os dias e todas as horas. Sim, quanto mais o crente se achega a Cristo, tanto mais ele descobrirá as corrupções de sua velha natureza, e tanto mais ardentemente desejará ser liberto de tal natureza. É somente quando a luz do sol inunda um cômodo que a poeira e a sujeira são completamente revelados. Quando estamos realmente na presença dAquele que é luz, ficamos conscientes da impureza e impiedade que habita em nós e contamina cada parte de nosso ser. E essa descoberta nos levará a clamar: "Desventurado homem que sou!"
"Mas", talvez alguns perguntem, "a comunhão com Cristo não produz regozijo, ao invés de gemidos?" Respondemos que a comunhão com Cristo produz ambas as coisas. Isso aconteceu com Paulo. Em Romanos 7.22, ele afirmou:"Tenho prazer na lei de Deus". Logo em seguida, porém, ele clamou:"Desventurado homem que sou!" Outras passagens também nos mostram isso. Em 2 Coríntios 6, Paulo disse:"Entristecidos, mas sempre alegres"(v.10) -entristecido por causa de suas falhas, por causa de seus pecados diários; alegre por causa da graça que ainda permanecia com ele e por causa da bendita provisão que Deus fizera até para os pecados de seus santos. Também em Romanos 8, depois de haver declarado:"Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus"(v.1);"Opróprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados"(vv.16-17), o apóstolo Paulo acrescentou: "Também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo"(v.23). O ensino do apóstolo Pedro é semelhante ao de Paulo - "Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações"(1 Pe 1.6).Tristeza e gemido não se encontram ausentes no mais elevado nível de espiritualidade. Nestes dias de complacência e orgulho laodicense, existe considerável parola e muita exaltação a respeito da comunhão com Cristo; porém, quão pouca manifestação dessa comunhão nós contemplamos! Onde não existe qualquer senso de completa indignidade; onde não existe qualquer lamentação pela depravação total de nossa natureza; onde não existe qualquer entristecimento por nossa falta de conformidade com Cristo; onde não existe qualquer gemido por havermos sido feitos "prisioneiros" do pecado; em resumo, onde não existe o clamor: "Desventurado homem que sou!", deve haver um grande temor de que ali não existe, de maneira alguma, comunhão com Cristo.
Quando estava andando com o Senhor, Abraão exclamou: "Eis que me atrevo a falar ao Senhor, eu que sou pó e cinza"(Gn.18.27). Estando face a face com Deus, Jó declarou:"Por isso, me abomino"(Jó 42.6). Ao entrar na presença de Deus, Isaías clamou:"Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros"(Is 6.5). Quando teve aquela maravilhosa visão de Cristo, Daniel confessou:"Não restou força em mim; o meu rosto mudou de cor e se desfigurou, e não retive força alguma"(Dn 10.8). Em uma das últimas epístolas do apóstolo dos gentios, lemos:"Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal"(1Tm 1.15). Essas declarações não procederam de pessoas não-regeneradas, e sim dos lábios de santos de Deus. Elas não foram confissões de crentes relaxados; pelo contrário, elas foram proferidas pelos mais eminentes membros do povo de Deus. Em nossos dias, onde encontramos crentes que podem ser colocados lado a lado com Abraão, Jó, Isaías, Daniel e Paulo? Onde, realmente?!Mas eles foram homens que estavam conscientes de sua vileza e indignidade!
"Desventurado homem que sou!"Essa é a linguagem de uma alma nascida de novo; é a confissão de um crente normal(não-iludido, não-enganado). A essência dessa afirmativa pode ser encontrada não somente nas declarações dos santos do Antigo e do Novo Testamento, mas também nos escritos de muitos dos eminentes servos de Cristo que viveram nos últimos séculos. As afirmações e o testemunho pronunciado pelos eminentes santos do passado eram muito diferentes da ignorância e da arrogante jactância dos laodicences modernos! É um refrigério volvernos das biografias de nossos dias para aquelas biografias escritas há muito tempo. Medite nos trechos de biografias que apresentamos em seguida.
Solo Deo Glória.
"Mas", talvez alguns perguntem, "a comunhão com Cristo não produz regozijo, ao invés de gemidos?" Respondemos que a comunhão com Cristo produz ambas as coisas. Isso aconteceu com Paulo. Em Romanos 7.22, ele afirmou:"Tenho prazer na lei de Deus". Logo em seguida, porém, ele clamou:"Desventurado homem que sou!" Outras passagens também nos mostram isso. Em 2 Coríntios 6, Paulo disse:"Entristecidos, mas sempre alegres"(v.10) -entristecido por causa de suas falhas, por causa de seus pecados diários; alegre por causa da graça que ainda permanecia com ele e por causa da bendita provisão que Deus fizera até para os pecados de seus santos. Também em Romanos 8, depois de haver declarado:"Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus"(v.1);"Opróprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados"(vv.16-17), o apóstolo Paulo acrescentou: "Também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo"(v.23). O ensino do apóstolo Pedro é semelhante ao de Paulo - "Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações"(1 Pe 1.6).Tristeza e gemido não se encontram ausentes no mais elevado nível de espiritualidade. Nestes dias de complacência e orgulho laodicense, existe considerável parola e muita exaltação a respeito da comunhão com Cristo; porém, quão pouca manifestação dessa comunhão nós contemplamos! Onde não existe qualquer senso de completa indignidade; onde não existe qualquer lamentação pela depravação total de nossa natureza; onde não existe qualquer entristecimento por nossa falta de conformidade com Cristo; onde não existe qualquer gemido por havermos sido feitos "prisioneiros" do pecado; em resumo, onde não existe o clamor: "Desventurado homem que sou!", deve haver um grande temor de que ali não existe, de maneira alguma, comunhão com Cristo.
Quando estava andando com o Senhor, Abraão exclamou: "Eis que me atrevo a falar ao Senhor, eu que sou pó e cinza"(Gn.18.27). Estando face a face com Deus, Jó declarou:"Por isso, me abomino"(Jó 42.6). Ao entrar na presença de Deus, Isaías clamou:"Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros"(Is 6.5). Quando teve aquela maravilhosa visão de Cristo, Daniel confessou:"Não restou força em mim; o meu rosto mudou de cor e se desfigurou, e não retive força alguma"(Dn 10.8). Em uma das últimas epístolas do apóstolo dos gentios, lemos:"Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal"(1Tm 1.15). Essas declarações não procederam de pessoas não-regeneradas, e sim dos lábios de santos de Deus. Elas não foram confissões de crentes relaxados; pelo contrário, elas foram proferidas pelos mais eminentes membros do povo de Deus. Em nossos dias, onde encontramos crentes que podem ser colocados lado a lado com Abraão, Jó, Isaías, Daniel e Paulo? Onde, realmente?!Mas eles foram homens que estavam conscientes de sua vileza e indignidade!
"Desventurado homem que sou!"Essa é a linguagem de uma alma nascida de novo; é a confissão de um crente normal(não-iludido, não-enganado). A essência dessa afirmativa pode ser encontrada não somente nas declarações dos santos do Antigo e do Novo Testamento, mas também nos escritos de muitos dos eminentes servos de Cristo que viveram nos últimos séculos. As afirmações e o testemunho pronunciado pelos eminentes santos do passado eram muito diferentes da ignorância e da arrogante jactância dos laodicences modernos! É um refrigério volvernos das biografias de nossos dias para aquelas biografias escritas há muito tempo. Medite nos trechos de biografias que apresentamos em seguida.
Solo Deo Glória.
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