domingo, 14 de outubro de 2012

CONFORMIDADE COM SUA MORTE

Para conhecê-lo, e a virtude da sua ressurreição, e a comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte. Filipenses 3:10.
Foi por inspiração divina que o Apóstolo Paulo escreveu na seguinte ordem: primeiro, o poder da Sua ressurreição; depois, a comunhão em Seus sofrimentos e, finalmente, ser conformado à Sua morte. A grande verdade é que, só conseguiremos conhecer o poder da Sua ressurreição se, participarmos com Ele, de Sua experiência de morte. Isto significa que precisamos tomar a cruz diariamente: E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.
Por que precisamos tomar a cruz dia a dia, conforme revelado pelo nosso Senhor Jesus Cristo? Esta necessidade tem como causa o fato de que, o nascido de novo, sofre as consequências deixadas pelo pecado. Esta é uma realidade que não podemos ignorar. Não é verdade que ainda carregamos interesses pessoais? Não é verdade que ainda somos perseguidos pelo egoísmo e pelo orgulho? Não é verdade que, muitas vezes, ainda somos assaltados por desejos de notoriedade pessoal ou de poder para fazer prevalecer a nossa vontade?
Tomar a cruz significa entregar absolutamente tudo, e que nada pode ser retido, nem mesmo a própria vida. Isto quer dizer que, nossa vontade, nossas ambições, nossos desejos, nossas esperanças foram definitivamente entregues a Cristo. Tomar a cruz, em ultima instância é considerar-se morto, para que Cristo possa viver e reinar em nós.
O apóstolo Paulo expressa a mesma verdade quando afirma: Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. Gálatas 2:20. Tomar a cruz é algo que ocorre nos recônditos do espírito humano – uma experiência fundamental para o relacionamento com a pessoa com Cristo.
Como foi que o pecado entrou neste universo, antes de Adão? Isto ocorreu quando Satanás disse: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, eu serei como o Altíssimo. Isaías 14:12-13. E depois, como foi que o pecado entrou no homem? Pela mesma fala, satanás suscitou à mente do homem o mesmo desejo: ser como Deus.Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. Gênesis 3:5. A ambição de poder entrou na raça humana, desde então vivemos a síndrome da teomania.
A nossa vitória sobre as consequências deixadas pelo pecado é obtida quando, na prática, levamos o nosso morrer: Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na carne deixou o pecado. 1 Pedro 4:1 Somente uma experiência prática de conformidade a Cristo em Sua morte pode nos libertar.
Quando ideias, preferências e desejos humanos são colocados à parte, isto pode parecer no primeiro instante, um estado desagradável de privação. Mas, quando esses interesses pessoais são mortificados, Cristo preenche e governa nossas vidas, então, seremos simplesmente vasos condutores da manifestação da Pessoa de Cristo.
Não pensemos nós que Satanás não vem sussurrar em nossos ouvidos, de forma sutil, algo que desperte nossos interesses pessoais! Foi em Filipos que Satanás proclamou publicamente que Paulo era um servo do Deus Altíssimo, que apresentava aos homens o caminho da salvação: E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores. Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo. E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu.
Paulo poderia ter sido seduzido pela oportunidade: fazer marketing gratuito! Podemos estar certos de que um plano sutil do diabo está a caminho, quando ele começa a “patrocinar” o Evangelho, contribuindo para que pregadores se tornem astros populares. O apóstolo percebeu isso e, buscando em Deus o discernimento, logo viu que era uma cilada.
Mais do que nunca precisamos de “olhos de águia”; olhos penetrantes que veem à longa distância. Sim, precisamos de olhos capazes de discernir com profundidade aquilo que está sendo pregado nos púlpitos. Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras. 2 Coríntios 11:13-14-15. Veja a sutileza dos falsos obreiros. Eles são ministros de “justiça” e não da graça. Muito sutil, não é verdade!
Como posso discernir o que eu estou ouvindo? Não é muito simples, mas toda pregação centrada no humanismo; que coloca cargas sobre os ombros do homem, e que tem como pretensão determinar o que você deve ou não fazer, esta pregação é falsa. Bem ao contrário, o que vem de Deus não gera peso, e tudo está centrado na graça do nosso Senhor Jesus Cristo.
A graça nos convida para um banquete que já foi preparado. A graça não aceita nenhuma participação humana, mas diz: Tudo está preparado: O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho;E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: Eis que já preparei o meu banquete; os meus bois e cevados já foram abatidos, e tudo está pronto; vinde para as bodas. Mateus 22:2-4.
O chamado do evangelho é para pecadores infelizes que, de si mesmos, nada têm para oferecer: Então, disse aos seus servos: Está pronta a festa, mas os convidados não eram dignos. Mateus 22:8Por que não eram dignos? Porque não eram indignos. Então o rei ficou irado, disse ao seu servo: Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade, e traze aqui os pobres, e aleijados, e mancos e cegos. Lucas 14:21.
O que nos torna mais do que vencedores na vida espiritual é o fato de que o mesmo poder de ressurreição que levantou Cristo é o poder que opera em nós: Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera. Efésios 3:20. Essa Vida é algo que confrontou todas as forças e estratégias diabólicas do universo, e provou que não pode ser tocada ou corrompida. Portanto, é a vida que triunfou sobre a morte.
A vida de ressurreição não é uma ideia abstrata ou uma sensação mística, mas é uma expressão muito prática da vitória sobre o pecado e sobre Satanás. Se essa vida pudesse ser maculada ou corrompida, então Satanás teria alcançado seu intento final. Porém, a possibilidade desta tragédia acontecer simplesmente inexiste, pois a vida de Cristo é plena e, definitivamente, venceu a morte.
Ainda que a Sua vida de ressurreição O tenha elevado a uma posição inacessível, “acima de tudo”, ela visa levar cada um de nós a compartilhar da Sua vitória e de Seu trono. Portanto, o princípio foi revelado: o poder da vida de Cristo que opera em nós. E, esse poder se manifesta pelo princípio da morte: Trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo. 2Coríntios 4:10.
O desejo de conhecer a Cristo no poder da Sua ressurreição, e estar pronto a penetrar nas aflições por causa Dele, e com Ele, coloca o sofrimento no seu devido lugar, relacionado ao caminho para a glória. Frequentemente o sofrimento está fora de lugar em nós, nos causando problemas ao ser aquilo que nos preocupa e que prejudica tudo mais.
O Senhor pode nos fazer ver o sofrimento conforme deve ser visto, ou seja, em relação a algo que nos faz vê-lo bem menor, quando comparado com a glória que em nós há de ser revelada: Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Romanos 8:18. Essa foi a glória que Paulo descreveu como grande prêmio por ganhar a Cristo.
Se perguntarmos o que significa ganhar a Cristo, temos que considerar o texto da carta de Paulo aos crentes de Roma, a qual expressa o propósito de Deus: que sejamos conformados à imagem de Seu Filho: Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. Romanos 8:29.
O processo de ser conformado à Cristo é, de fato, ganhar a Cristo. Este é o prêmio, este o galardão. Ganhar a Cristo implica alcançar a plenitude de Cristo, isto é, Cristo é o meu tudo: “O Senhor é o meu pastor e não preciso de mais nada”. Assim, para os salvos, a questão fundamental é esta: estar moral e espiritualmente onde Cristo está. Estar em Seu lugar de exaltação é o propósito, o prêmio e o galardão.
Não podemos perder de vista esse objetivo glorioso: “que é ser conformados à imagem de Seu Filho”, ainda que, no tempo presente estejamos com “dores de parto”, gemendo: Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal. 2 Coríntios 4:8-9-11.
Que Deus pela Sua infinita graça nos leve a confessar dia-a-dia a nossa morte com Cristo.
 
Solo Deo Glória.

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