Salvador Jesus Cristo. A ele seja
dada a glória, assim agora, como até o dia da eternidade. Amém. 2 Pedro 3.18
É impressionante a diversidade das
descrições a respeito da pessoa de Jesus. Elas, em sua grande maioria, não tem
nada a ver com o Jesus da Bíblia. Os que falam Dele tem mania de domesticá-lo.
Escolhem uma característica que mais se adapta à sua religião, plataforma
política ou estilo de vida, e assim tentam nos convencer de que Ele "é um dos
seus". Um exemplo atual e marcante é do presidente da Venezuela, Hugo Chaves, o
qual exibiu em passeata pelas ruas do país, cartazes de Jesus com a seguinte
frase: "O primeiro Revolucionário". Assim fazem os malucos, os socialistas, os
anarquistas, os "crentes" fundamentalistas, liberais, reacionários,
revolucionários. Mas todos, a partir apenas do conhecimento histórico,
apresentam um Jesus incompleto, distorcido e piegas.
T. A Sparks diz que em relação a
Jesus existem três tipos de conhecimento: o histórico, o teológico e o
espiritual . O grande perigo e erro, é tentar conhecer Jesus Cristo apenas como
homem, como dizem, os teólogos o "Jesus de Nazaré." Muitos se debruçam em
desvendar os mistérios de Jesus Cristo através da pesquisa histórica e
acadêmica, o que encontram é apenas o Jesus histórico. Porém a via que permite
conhecer a beleza do resplendor de Jesus Cristo inicia-se em Deus. "Ninguém
conhece plenamente o Filho senão o Pai". Mateus 11.27. Este conhecimento se
realiza pelo caminho da revelação, onde o Espírito de Deus age para nos levar a
uma percepção direta da pessoa de Jesus.
Jesus é o único completo. Completo
em sua humanidade e completo em sua divindade. Como registrou o apóstolo Paulo,
"pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade"
Colossenses 2.9. Ele é atemporal. Não é apenas o menino que nasceu
O perigo de depositarmos a nossa fé
em Jesus que não corresponda o Cristo das Escrituras, não é coisa nova. O
apóstolo Pedro já advertia a Igreja para tomar cuidado com ensinamentos que eram
apenas caricaturas de Jesus. Foi por esta razão que o apóstolo Pedro ao concluir
o que chamamos de segunda carta de Pedro, o faz com as seguintes palavras:
"Antes de tudo, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo." 2 Pedro 3.18. Diante dos perigos de enveredar por algum novo
ensinamento, "antes" de mais nada, preste a atenção em duas coisas. Primeiro
avance somente se estiver pisando no caminho da graça. Segundo, o foco do nosso
conhecimento deve ser o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Pedro sabia do que
estava falando, ele mesmo escreve: "Porque não vos demos a conhecer o poder e
a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fabulas engenhosamente
levantadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade." 2
Pedro 1.16.
Porém quando vemos nos Evangelhos a
história de Pedro desde o seu chamado, percebemos que o seu aprendizado em
crescer na graça e no conhecimento de Jesus não foi algo
tão tranqüilo e isento de crises. Mesmo tendo oportunidade de conhecer o Jesus
encarnado pessoalmente, descobriu que este tipo de conhecimento era insuficiente
e ineficaz. Ele aprendeu por experiência a diferença de conhecer Jesus segundo a
carne e conhecer Jesus segundo o Espírito. Descobriu que conhecer Jesus implica
em transformação, ou seja, conhecer a si próprio à luz do conhecimento divino.
Encontramos um Pedro passando por um
processo de quebrantamento contínuo, onde conforme avançava com Jesus ficava
evidente as intenções não transformadas de seu coração. O mesmo ocorre com todos
os que já tiveram uma experiência de salvação com o Senhor Jesus e iniciaram a
caminhada na estrada da santificação. Estes descobrem que seguir o Senhor Jesus
não é algo teórico, mas sim uma experiência pessoal, envolvente e
transformadora. Conforme avançam no terreno da graça, ganham uma auto-percepção
mais acurada das intenções e pensamentos ocultos de seu íntimo. Pois na verdade
a luz que irradia de Jesus expõe toda a pecaminosidade, religiosidade e
egocentrismo de cada um de seus discípulos. Crescer na graça e manter
relacionamento permanente com o Senhor Jesus significa transformação continua,
marcada primeiramente por abalos sísmicos, desmoronando valores, conceitos e
paradigmas tão incrustados no nosso eu. Esta foi a realidade na caminhada do
apóstolo Pedro com o Senhor Jesus.
Em Cesaréia de Filipos, Jesus fez um
teste com os discípulos para ver se eles haviam entendido o tipo de Messias que
ele era. Isso aconteceu cerca de seis meses antes de sua crucificação e
ressurreição. Ele perguntou: "Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?"
Mateus 16.13. Eles deram várias respostas. O povo atribuiu ao Senhor a
identidade de profeta. É verdade que o compararam aos profetas mais contundentes
que Israel já conheceu: Elias, Jeremias e João Batista. Mas apenas um profeta. A
partir deste julgamento equivocado as pessoas mantinham um relacionamento
equivocado com Jesus.
Então ele lhes perguntou
diretamente: "Mas vós, quem dizeis que eu sou ?" Foi Pedro, num de seus
repentes, quem deu, em síntese, a resposta correta: "Tu és o Cristo, o Filho
do Deus vivo". Mateus 16:16. " O Cristo" se refere Àquele a respeito
de quem Deus profetizou no Antigo Testamento por meio dos profetas. Àquele que
viria para realizar a vontade de Deus. O ungido de Deus. "O Filho do Deus
vivo", refere-se a segunda pessoa da Trindade, fala de sua Pessoa de Deus. O
Deus vivo, estava agindo na história, através de Cristo com a missão de cumprir
o Seu propósito eterno.
Jesus disse a Pedro:
"Bem-aventurado é você, Simão, filho de Jonas! Pois isto não lhe foi revelado
por carne nem sangue, mas por meu Pai que está nos céus". Mateus 16.16. Mas
Pedro foi uma pessoa inusitada. ao mesmo tempo que recebe uma revelação
majestosa do Pai, é usado por satanás para impedir que Cristo fosse para a cruz.
Em outro momento Pedro nega covardemente o Cristo por três vezes. Aquele líder
forte e impetuoso passará por um tratamento antes de reconhecer com o coração,
Jesus como o Cristo. Nós somos como Pedro, confessamos com a boca, mas o nosso
coração está distante do Senhor.
A partir da revelação de Deus para
Pedro, o Senhor Jesus começou a mostrar que deveria ir a Jerusalém e provar a
cruz. Foi quando Simão Pedro imediatamente fala sem pensar: "Não, Senhor.
Deve haver outro caminho. O Senhor não precisa ser tão tolo. O Senhor pode obter
a coroa e o trono sem a cruz. Seja bondoso para Consigo mesmo." Mateus
16.21 Pedro revelou ser uma pessoa de mentalidade própria, independente do
Senhor. O homem natural nunca está disposto a tomar a cruz. "Para trás de
mim, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de
Deus, e sim, nas dos homens." Mateus 16.23 Quando não cogitamos das coisas
de Deus, e sim, nas dos homens, tornamo-nos como Satanás, uma pedra de tropeço
para o Senhor no seu Caminho de cumprir o propósito de Deus. Portanto, a palavra
do Senhor Jesus foi: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome
a sua cruz e siga-me" Mateus 16.24. Negar a si mesmo é abrir mão da vida de
alma, da vida natural.
Parece que somos como Pedro queremos
um Cristo sem cruz. Mas, se quisermos conhecer Jesus Cristo é preciso olhar a
partir da perspectiva da cruz. A missão do Cristo somente podia se concretizar
por meio de sua crucificação, ressurreição, ascensão e segunda vinda. O Cristo
crucificado é a única garantia de salvação dos pecadores. Para os crentes a cruz
tem dois momentos. O primeiro onde fomos crucificados juntamente com Cristo. No
momento que Cristo foi suspenso entre os céus e a terra, o lugar de demônios,
ele nos incluiu para participarmos de sua morte. O segundo momento, carregamos a
cruz para poder segui-lo. Carregar a cruz é permanecer sob o efeito aniquilador
da morte de Cristo, para dar fim ao nosso ego, à nossa vida natural e ao nosso
velho homem. Assim fazendo, negamos a nós mesmos para seguir o Senhor.
Poucos dias depois, Pedro recebe
outra confirmação divina da identidade de Jesus e do seu compromisso com a cruz:
"Este é o meu Filho amado em quem me agrado. Ouçam a ele!" Mateus 17.5.
Novamente Pedro fala demais, propõe construir tendas no monte da transfiguração.
Ele queria perpetuar a experiência espiritual que estava vivenciando. Era um
caso de auto-satisfação. Mas, Pedro, precisava ainda aprender a falar menos e a
ouvir mais, principalmente a Jesus.
O conhecimento de Pedro sobre Jesus
entrou em colapso depois que o Senhor anunciou que ele iria nega-lo três vezes.
Pedro, não admitiu e insistiu com Jesus: "Ainda que me seja necessário morrer
contigo, de modo nenhum te negarei." Mateus 26.33-35. Quais palavras
prevaleceram, a de Pedro ou a de Jesus? Brennan
Manning, escreveu:"O Apóstolo Pedro construira todo o seu relacionamento com
Cristo no pressuposto de que era capaz de agir da forma adequada. É por isso que
foi tão difícil para ele encarar a sua negação ao Senhor. A sua força, a sua
lealdade e a sua fidelidade eram bens fornecidos por ele ao discipulado. A
falácia na mente de Pedro era a seguinte: ele cria que o seu relacionamento
dependia da sua consistência em produzir as qualidades pelas quais ele achava
que havia conquistado a aprovação do Senhor." A revelação de Jesus
como o Cristo estava fazendo efeitos. O orgulho e jactância de Pedro caíram tão
drasticamente que ele chegou ao fim de si mesmo.
Mentalidade própria, deleite
próprio, decisões próprias e justiça própria. Estas são algumas das
características auto-centrada que Pedro exibiu diante do Senhor. Porém, o Senhor
não deixou passar nenhuma delas, de expor o "eu" que havia no seu discípulo. E
após cada ponto ser exposto, era corrigido pelo Senhor. Os incidentes na vida de
Simão Pedro,revelam a condição interior dos discípulos de Cristo Muitos de nós enfrentamos o mesmo problema. "Projetamos
no Senhor o nosso padrão mensurado de aceitação. Toda a nossa compreensão Dele
está baseada num toma-lá-dá-cá de amor permutado. Ele nos amará se formos bons,
éticos e diligentes. Mas nós trocamos as perspectivas: tentamos viver de
modo a que Ele nos ame em vez de viver porque ele nos
amou"
Quando Deus faz o processo de
desmantelamento, então corremos para Cristo. Um relacionamento pessoal e
permanente com o Deus vivo que afeta todas as dimensões da vida humana. É um
conhecimento libertador, que nos solta das amarras da tradição e religião. Nos
dá consciência dos mecanismos que usamos para manter a nossa incredulidade e
aparentar piedade para os outros. Jesus foi lapidando a pedra Pedro e
esculpindo-a em Sua própria imagem. É isto que ele deseja fazer conosco. Jesus
permite situações em nossa caminhada onde percebemos a nossa necessidade Dele
mesmo. É a necessidade que nos faz se voltar para Cristo. As nossas fraquezas
manifestas servem de espelho para enxergar que em nossa carne não há nada de
bom, e que carecemos urgentemente de Cristo em nosso
viver.
A vida de Cristo no nosso tem o
poder de demolir e transformar em pó os pensamentos, sentimentos e vontades que
tiveram origem na carne e não no Espírito de Deus. Esvaziados de nós mesmos, dos
sentimentos de retidão, da justiça própria e das realizações apreciáveis, sem
nada para nos recomendar a não ser a nossa profunda necessidade. Como dizia
Santo Agostinho: "Veres a ti mesmo como pecador, é o começo da salvação". Então
a graça é atraída para aquela necessidade, a fim de atende-lá, tal como a água é
atraída para as profundezas, enchendo-as.
Conhecer o Senhor Jesus Cristo não é
meramente chegar a um conhecimento teórico dele. É um relacionamento objetivo e
experimental que começa em nosso intimo, mas se manifesta às pessoas que estão
ao nosso redor. Este tipo de conhecimento afasta toda a prepotência, orgulho,
arrogância e julgamento e nos faz identificar com os mais miseráveis dos
pecadores. Venho a ele tão somente por causa dos seus méritos e nada mais, e
nisto reside a força do nosso testemunho ao mundo. Por esta razão, antes de tudo
continuemos crescendo na graça e no conhecimento de Jesus Cristo. A ele seja
dada toda glória hoje e sempre. Amém.
Soli Deo Glória.
|
O propósito deste blog na sua forma completa é capacitar seus leitores a entenderem a Bíblia. Apresenta instrução básica eficiente do ponto de vista bíblico. Procura remover todas as falsas pressuposições racionalistas, moralistas, antropocêntricas e idólatras que já infectaram,e, na medida desta infecção, cegaram todo homem e toda cultura deste mundo a partir da queda de Adão.
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
ANTES DE TUDO...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário