sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

AGRADÁVEIS A DEUS EM CRISTO

 
E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. Mateus 3:17

A expressão “Este é o meu filho amado, em quem me comprazo” está registrada no livro de Mateus, em três momentos. O primeiro registro aparece no texto que escolhemos como base deste estudo. Logo após o batismo de Jesus os céus se abrem para Aquele que é digno de adoração – Jesus, objeto de toda a afeição de Deus na terra. O Espírito Santo desce sobre Ele de forma visível. E Ele, Homem na terra, toma o Seu lugar com os pecadores.
Jesus é em Si mesmo, o objeto sobre o qual os céus se abrem. O Céu olha para Jesus como perfeito alvo do Seu amor. O Pai se deleita no Filho, o Homem obediente na terra – o verdadeiro Pastor.
O segundo registro aparece na confirmação do Seu propósito aqui na terra: Para se cumprir o que foi dito por intermédio do profeta Isaías: Eis aqui o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz. Farei repousar sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará juízo aos gentios. Mateus 12:17-18. Esta citação de Isaías 42:1-4, evidentemente, foi introduzida no livro de Mateus pelo Espírito Santo, para que a posição do Senhor ficasse claramente configurada, antes de se abrirem as novas cenas que testemunham a Sua rejeição.
Observa-se nessa passagem que não lhe é dado o título de Filho, mas de Servo, revelando assim, a Sua missão pela qual Ele veio a este mundo - Servir. Deus-Homem entre os homens, em perfeita harmonia com o Seu caráter. Harmonia em que, a Graça e a Verdade iriam atuar no mundo condenado por causa do pecado. Porquanto, agora, na soberana Graça de Deus Pai, é o Filho, como Servo, que vem trazer descanso ao cansado e libertação aos cativos.
O Seu total esvaziamento em forma de homem, na condição de um servo, a morte ignominiosa como um malfeitor e a Sua ressurreição: estas são as etapas do caminho que O levou à glória.
O terceiro e último momento em que aquela expressão aparece foi no monte da transfiguração: Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi. Mateus 17:5. Novamente, o Pai proclama que Seu Filho é o objeto de toda a Sua afeição; que encontra Nele todo o Seu prazer. E, a ênfase aqui está em “a Ele ouvi”. É a Ele que os discípulos devem ouvir.
Cristo está ali só, não mais a lei na figura de Moisés e nem Elias tipificando os profetas. Moisés e Elias saem de cena, eles não falam mais. Cristo está ali só, como Aquele que deve ser glorificado e ouvido.
Deus fala do Seu Filho aos discípulos, não como sendo digno do amor deles, mas como objeto das Suas próprias delícias. O Filho é o alvo de todo o prazer do Pai, assim como, no Filho, também nós tornamo-nos alvos do Seu amor.
Que maravilhosa e divina condescendência! Aquele que sonda os corações entregou o Seu próprio Filho à vontade da Criação. E aqueles que O receberam foram colocados numa mesma relação com o Pai, isto é, foram feitos também objetos do amor do Pai. Isto significa que, em Cristo, nos tornamos alvos do Seu amor: Para louvor da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado. Efésios 1:6.
Observem que no texto não está escrito que nos tornamos agradáveis a Deus em nós mesmos. Se isto fosse possível haveria diferentes graduações pelas quais seriamos contemplados. Isto é, Ele se agradaria mais de um do que do outro. E, isto não condiz com o caráter de Deus. Fomos feitos agradáveis a Deus somente em Cristo. O mais débil e fraco crente está no mesmo nível daquele considerado como o “mais notável e brilhante entre os crentes”.
Este é um dos fundamentos da fé cristã: “tornados agradáveis a Si, no Amado”. É por isso que só em Cristo temos a medida daquilo que somos incapazes de avaliar porque, Ele é, de maneira completa e adequada, as delícias de Deus. .
A maravilhosa verdade é que: Nós nos tornamos agradáveis a Deus pelo fato de estarmos em Cristo, e não porque fizemos ou deixamos de fazer algo. O único fundamento seguro, que nos mantém conscientes da nossa aceitabilidade e agradabilidade diante de Deus, está no fato de estarmos em Cristo.
Não caia na tentação de pensar assim: “Hoje foi um dia maravilhoso, li a Bíblia, orei e preguei, por isso, Deus se agradou de mim e me sinto muito bem diante Dele”. Ou então: “hoje foi um dia péssimo, não orei, não li a Bíblia, não evangelizei, por isso, eu sinto que desagradei a Deus”. No momento em que acharmos que podemos agradar a Deus lendo mais a Bíblia, orando mais ou agregando qualquer outro elemento “religioso” para sermos aceitos diante Dele, estaremos negando o sacrifício de Cristo.

O grande fato é que Deus Pai está plenamente satisfeito com Seu Filho. E se você está seguro quanto à sua experiência em Cristo, Deus está satisfeito com você. É indispensável que se tenha no coração este fato: Que Deus olha tudo a partir de um único ponto de vista; avalia tudo por uma única regra; prova tudo por um único critério, e que governa tudo por meio de Cristo.
Tudo foi feito para Cristo e tudo sem Cristo nada tem valor. Muitos serviços podem ser realizados e oferecidos através de nossos lábios e de nossas mãos, mas aos olhos de Deus será levado em conta somente o “serviço” que procede da Vida de Cristo em nós.
O propósito de Deus é Cristo. O que precisamos aprender diante de Deus é que: Ele nos deu Seu Filho. Tudo o que Deus nos quis dar, Ele nos deu em Seu Filho. Deus não nos deu “coisas espirituais”; Ele nos deu a Si mesmo no Filho.
Pessoalmente, Ele é a imagem do Deus invisível. O amor, a santidade e a perfeição sem mácula estão unidos em todos os Seus caminhos. Nele, “Deus nos fez agradáveis no Amado”.
Tudo isto significa que estamos perante Deus porque Cristo nos introduziu na Sua presença. Porém, Ele não poderia nos levar à Sua presença, sem primeiro nos assemelharmos a Deus. E, a fim de nos fazer semelhantes a Ele e nos tornar Suas delícias, Ele nos conduziu primeiramente para a Cruz, uma vez que, todos nós nascemos sob o peso da condenação e sem forças para sair deste estado.
Como pecadores convictos, contemplamos a Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, e vemos nela aquilo que satisfaz todas as nossas necessidades. A Cruz do nosso Senhor Jesus expressa o profundo amor de Deus aos homens, porque estes nada podiam fazer por si mesmos.
Então, a primeira lição que precisamos aprender é que somos, por natureza, rebeldes, separados de Deus e sem condições de caminhar em Sua direção. Por isso, foi necessário um poder vindo do Céu.
A Cruz foi este poder. Lá na Cruz o Senhor Jesus nos atrai para Si: E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo. Isto dizia, significando de que gênero de morte estava para morrer. João 12:32-33.
Atraídos em Seu corpo lá na Cruz somos identificados com Cristo na Sua morte. Nas palavras de Evan Hopkins: “Nós morremos com Cristo; isto é verdade, como pode ser dito, no sentido judicial. Mas, isto não é o suficiente. Tem que haver a unidade experimental com Cristo na Sua morte. O fato histórico tem que se tornar uma realidade experimental. O que é uma verdade para nós, tem que se tornar verdade em nós”.
Identificados em Cristo na Sua morte e ressurreição nos tornamos a Sua habitação. E, esta Vida de Cristo é a vida que agrada a Deus. Porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória. Colossenses. 3:3-4
Ouça o testemunho de Hudson Taylor: “Como tenho sido feliz, desde que Cristo passou a habitar em meu coração pela fé! Estou morto e fui sepultado com Cristo – ah, e ressuscitei também! E agora Cristo vive em mim, e “esse viver que, agora, tenha na carne, vivo pela fé do Filho de Deus, que me amou a si mesmo se entregou por mim”.
Nem deveríamos olhar para esta experiência, estas verdades, como se fossem pequenas. Elas são o direito de nascença de cada filho de Deus, e ninguém pode desprezá-las sem desonrar nosso Senhor.
O grito em alta voz do Salvador ao morrer é a prova de que Ele mesmo deixou a Sua vida, voluntariamente. Em plena posse de Sua força, Ele nos introduz na presença da Santidade Perfeita e, sem véu, abole o pecado que nos impedia de lá entrarmos.
Por Jesus, temos comunhão com Deus. Em Cristo Jesus, somos santos e irrepreensíveis diante Dele em amor. ...assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor... Efésios 1:4
Fomos admitidos e aceitos incondicionalmente na família de Deus, pelos méritos do Senhor Jesus. Antes, inadequados quanto à natureza pecaminosa, agora, em Cristo, agradáveis a Deus. Podemos não estar em íntima relação com Ele, contudo, somos amados como se estivéssemos em profunda comunhão com Ele. É uma posição de perfeita felicidade estar na Sua presença.
O nosso coração encontra o descanso nesta posição. Porque a nossa aceitação está fundamentada nos méritos de Jesus. Assim, a nossa posição foi construída e estabelecida segundo os planos de Deus e pela eficácia da Sua obra em Cristo.
E assim, somos um povo, uma família celestial, segundo os desígnios e os planos de Deus, que existe como fruto dos eternos pensamentos de Deus e da Sua natureza de amor – o que aqui é chamado “a glória da Sua Graça”.
Tudo isto, pois, é para louvor da glória da Sua Graça, segundo a qual Deus atua para nós em Cristo. Cristo é a medida dessa Graça; toda a plenitude dessa Graça é revelada para nós. Em Cristo somo aceitos por Deus em aroma suave. E andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave. Efésios 5:2. Amém
 
Soli Deo Glória.

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