sexta-feira, 13 de junho de 2014

O PESCADOR DE ALMAS



Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto. João 12:24.
Quando o Senhor nos pescou, Ele nos pescou pela Sua palavra. A palavra é a isca de Deus para pescar homens. Agora, aquele que foi capturado pelo Senhor, foi capturado para pescar outros peixes. Não pescamos para nós mesmos, mas para Cristo. O alvo do pescador é pescar o peixe, não pra si, mas para o Senhor.
Os discípulos do Senhor precisam saber: paraque foram salvos e de que maneira foram salvos. Este é o fundamento dos pescadores de homens. Os discípulos aprendem que eram pecadores e que o pecado os afastou de Deus. Mas, agora, foram reconciliados mediante a morte de Jesus.
Por causa do pecado o céu se fechou para nós. O pecado não só danificou o homem, como também o universo inteiro. O pecado não só nos separou de Deus, como também separou o céu da terra. As melhores filosofias jamais abrirão os céus para o homem entrar.
A mensagem a ser pregada é a mensagem que nos foi anunciada: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!” (João 1:29). Antes de nos tornamos pescadores de homens, devemos conhecer o Pescador e a mensagem a ser pregada. Muitos têm pressa para cumprir o Ide, mas fogem do chamado para vir: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Mateus 16:24.
Depois de irmos a Ele, a nossa vida por inteiro passa a ser o resultado de um milagre de substituição - da vida velha para uma Nova vida. Agora temos uma verdadeira historia para contar. A Cruz pôs fim na velha vida. A nossa historia antiga foi para a Cruz. Uma nova historia começou a ser escrita em nós.
O Espírito Santo bordará em cada filho de Deus a beleza de Cristo. Ele escreverá a biografia de Cristo em nossas vidas. Toda ligação com a vida do passado foi destruída na Cruz. “O escrito de dívida que era contra nós foi cancelado na Cruz”. (Rm 6:6 ;Col 3:9; 2 Cor 5:17) Agora, vamos contar para o mundo a história de Cristo, que vive em nós.
Não há necessidade de discussões acerca da lei ou de pontos teológicos. As discussões só afastam as pessoas. Filipe nos deixa um pequeno segredo de como evangelizar: Vem e vê. Filipe encontrou a Natanael e disse-lhe: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, filho de José. Perguntou-lhe Natanael: De Nazaré pode sair alguma coisa boa? Respondeu-lhe Filipe: Vem e vê. Jo 1:45-46. Se alguém perguntasse para Filipe, qual era a sua teologia, ele diria “Não tenho; encontrei o Senhor”.
Antes a vida estava Neleagora, porém, esta Vida está em nós: A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. João 1:4. A menos que tenhamos a Vida de Cristo, mesmo que tenhamos sido limpos dos pecados, estaremos vazios por dentro. A plenitude da salvação é que a Vida de Cristo esteja dentro de nós. “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2:19).
Na pescaria, o pescador sabe que qualquer movimento ou barulho só vai contribuir para afugentar os peixes. Então, o silêncio é a matéria prima para uma boa pescaria. O pescador também deve ser bastante discreto, o peixe foge ao perceber a presença de alguém.
Outro fator importante que o pescador precisa saber é a natureza de cada peixe, para poder usar a isca certa. O pescador de almas para o reino de Deus deve ter conhecimento de que, cada homem é possuidor de uma natureza pecaminosa, por isso, tem que buscar em Deus a Palavra certa para fisgá-lo.
Muitas vezes pregamos o Evangelho, mas nos projetamos na mensagem. Queremos pescar com as nossas estratégias, ou com a isca inadequada. Assim como na pescaria, o peixe, ao perceber a presença do pescador foge, do mesmo modo, o pecador, ao perceber a “presença” do pregador acaba fugindo. Quando o pescador se projeta, os peixes percebem, e vão embora.
É de suma importância que na pregação o mensageiro não apareça. Não é somente a mensagem que é importante, mas também o mensageiro. O mensageiro não tem historia própria para contar, a única historia que ele tem é a historia de Cristo.
Vida frutífera ou pescar almas para o reino de Deus, não será realidade se o “Vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim” não for a realidade de nossa vida. Enquanto o pregador estiver pregando algo de si mesmo, não haverá frutos. Lembre-se da inutilidade das nossas obras. Precisamos ouvir o Senhor dizendo: Eu te ouvirei e cuidarei de ti; sou como o cipreste verde; de mim procede o teu fruto. Oséias 14:8. Ao ser levantado naquela Cruz, o Senhor Jesus atraiu todos os homens para Si. A Sua morte produziu muitos frutos. E, aquele que morreu em Cristo torna-se canal de vida para outros.
Assim como o Senhor produziu muitos frutos pela Sua morte, o princípio é o mesmo para aquele que quer produzir frutos: é necessário morrer. Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto. João 12:24.
A vida de Deus flui através de nós e flui do nosso interior. Tornamos-nos canais por onde o Espírito Santo nos usará para fluir a Vida de Cruz para aqueles que vivem ao nosso redor.
Esse fluir é algo muito natural; não é por meio de manobras, pelo tom de voz, pela eloquência discursiva, por doutrinas ou por conhecimento. Queremos dizer com tudo isto que esse fluir dispensa qualquer labor humano. Pelo contrário, tudo flui de maneira muito natural: Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. João 7:38. Essa vida que flui de dentro de nós, nada mais é do que a Vida de Cristo.
Devemos, não apenas ter a experiência de morte com Cristo, mas, além disso, ter o espírito de Cruz operando em nosso viver diário. Isso significa que manifestamos no viver diário o Espírito do Senhor Jesus.
A Cruz que levamos diariamente, não só se aplica ao nosso viver diário, mas também, para que outros possam conhecê-la: Levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo. Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal. De modo que, em nós, opera a morte, mas, em vós, a vida. 2 Coríntios 4:10-12.
O que significa o processo de morte de Jesus? Significa a Cruz, isto é, tudo o que está envolvido no princípio da Cruz. A palavra de Deus diz que a morte opera em nós. Isto significa que o processo de morte de Jesus, é o princípio da Cruz que está se movendo dentro de nós.
Quando o Apóstolo Paulo diz aos crentes de Corinto: De modo que em nós opera a morte; mas em vós, a vida, ele está se referindo a ele mesmo e ao seu irmão Timóteo, os quais levavam sempre no corpo o morrer de Jesus (v 10), para que a Vida transbordasse a favor dos corintos. Assim, quando o princípio da Cruz está operando em nós ele, de alguma forma, se manifestará na vida de outras pessoas.O Espírito Santo estará trabalhando em nós, pela instrumentalidade da Cruz, como uma espada de dois gumes, cortando e separando o que é da alma e o que é do espírito.
A palavra “vida” nesse versículo é zoe, que na língua original significa a vida espiritual. É essa Vida que precisa fluir de cada um dos filhos de Deus.
É o espírito da Cruz que trabalhará mesmo quando insultados, perseguidos, abatidos, isto é, sob quaisquer circunstancias há um único propósito em tudo isto, forjar a imagem de Seu Filho, na vida dos Seus.
Sempre que a Cruz opera em nós, nos cortando, nos moendo e nos quebrando tem como finalidade nos curar. É neste processo que Deus estará nos curando do excesso de “gordura” de nossas almas. Gordura na Bíblia significa força natural.
Essa cura não está em nós mesmos. O fundamento da cura de todas as nossas dificuldades emocionais está baseada na obra consumada de Cristo. O Espírito Santo está aplicando em nós o princípio da Cruz para nos tornar “inativos”.
Inativos quanto à força que se origina na alma. Porque, mesmos depois de nascido de novo, descobriremos o quanto somos “fortes”, força essa que a chamamos de “força natural”, da alma que tenta viver a vida cristã.
Cada um de nós tem dons naturais. Alguns podem ter mais; outros menos. Após ter passado pela experiência de morte de Cruz, temos a tendência de confiar na força natural, ou nos valer dela para anunciar a Cruz que acabamos de experimentar.
O poder da manifestação da vida de Cristo em nós está na proporção do “quanto” somos fracos: Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte. 2 Coríntios 12:10.
Então, a parte que nos cabe para que a vida de Cristo se manifeste é “levar sempre” o morrer de Jesus. Na medida em que confessamos o nosso morrer em Jesus, a vida Dele fluirá naturalmente.
Por causa desse processo, a vida de Cristo se manifesta. Assim, podemos ver a vida ressurreta na vida dos filhos de Deus. Ele está sofrendo, está sendo moído, mas podemos ver Cristo em suas vidas.
Podemos ver o quanto Deus é gracioso. A vida de ressurreição está em seus filhos, e está sendo revelada através deles. Quando isto acontece, então outros serão abençoados. Quando nascemos de novo, não só a Cruz vai nos transformar à imagem de Cristo, mas também, o mundo “verá” Cristo em nós.
“De mim procede o teu fruto”. Podemos nos perguntar: É a vida de Cristo que está se manifestando ou, é a nossa própria vida? Se for a nossa vida, é a nós que as pessoas estarão vendo, e não Cristo.
Mas, se for a vida de Cristo que estiver se manifestando, Cristo será engrandecido e glorificado. É dessa forma que este mundo vai ser evangelizado: não somente pela pregação, mas também por meio do viver cristão. Vem e vêAmém.

Soli Deo Glória

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