quarta-feira, 11 de junho de 2014

CRISTIANISMO DENOREX. PARECE MAS NÃO É!

                                            
Ora, havia certo homem, chamado Simão, que ali praticava a arte mágica, iludindo o povo de Samaria, insinuando ser ele grande vulto; ao qual todos davam ouvidos, do menor ao maior, dizendo: Este é o poder de Deus, chamado o Grande Poder. Atos 8:9-10
Se fosse possível, na linha do tempo, aproximar momentos históricos distantes entre si, quantas atividades e realizações que hoje para nós não passam de banalidades, em outras épocas causariam espanto e admiração? Quantas coisas que hoje são comuns poderiam, em tempos passados, serem consideradas impossíveis e admitidas tão somente como milagres realizados por um ser divino ou, por alguém muito próximo da divindade?
Quanta perplexidade causaria no século primeiro uma simples lâmpada elétrica ou até mesmo um isqueiro, que hoje é comprado em qualquer botequim de esquina, cuspindo fogo e sustentando sua chama, sem que tenha nada visível para consumir e alimentá-lo? Tais coisas poderiam lembrar a sarça ardente da visão de Moisés, que mantinha o fogo sem se consumir.
Voltando um pouco mais no tempo, quanto assombro causaria Salomão aos seus visitantes se, em seu palácio, existisse um forno de microondas capaz de aquecer, cozinhar e até assar os alimentos, sem que para isto fosse necessário o fogo? Divinizado seria Salomão, com certeza. Milagre, diriam todos!
Como cidadãos do século vinte e um, comparando-nos com os povos que viviam no século primeiro, constatamos que certas coisas que para eles causavam espanto, sendo admitidas apenas pela imaginação ou como ações de Deus, hoje fazem parte do nosso cotidiano. Após séculos, o que para eles eram fenômenos inexplicáveis, para nós, não passam de banalidades que qualquer criança razoavelmente instruída saberá explicar a sua lógica e o seu mecanismo de funcionamento!
O que pode explicar todas essas diferenças? A resposta esta na árvore do conhecimento do bem e do mal, no conhecimento e no saber humano. Aquilo que não se podia explicar e nem realizar, tendo em vista a falta de conhecimento, hoje, a partir do conhecimento acumulado pela ciência é perfeitamente possível controlar e manipular. Nada de errado com o conhecimento ou com o saber, se isto é fruto da vida de Cristo, Em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos. Colossenses 2:3.
O problema é quando o conhecimento e o saber resultam da busca humana por ser Deus. Envolto em boas intenções, o homem esconde o desejo real que está por detrás de sua busca, ou seja, servir como via para usurpar o lugar de Deus. O gênero humano caído segue a trilha de morte proposta pela serpente no Éden, de usurpar o lugar de Deus, através do conhecimento.Porque Deus sabe que no dia em dele comerdes se abrirão os vossos olhos e, como Deus, sereis CONHECEDORES do bem e do mal. Gênesis 3:5.
O incrível é perceber que muitos daqueles que deveriam ser testemunhas de Deus aos homens, avisando-os do perigo que se encontra nesta trilha, e das implicações que estão por detrás desta atitude, hoje, conscientemente ou inconscientemente, são na verdade, agentes da serpente, perpetuadores da tentação que diz: “Seja como Deus! usurpe seu lugar! Para tanto, basta saber”.
Para muitos cristãos, atualmente, tem sido ensinado que a vida cristã, ou a vida eterna, é uma questão de conhecimento e não de revelação. Os “mestres” que ensinam tais coisas são aqueles que fecham o reino de Deus a qualquer pessoa sem um título de pós ou posses. Os candidatos têm que saber pelo menos um pouco de quadrado semiótico, pois, sem o MBI da religião, jamais poderão ser plenos. Insinuam com isto, que a causa de suas vidas fracassadas está no fato de não saberem o bem e nem o mal, o certo e o errado, e não na sua incredulidade na palavra de Deus.
Isto não é novo, já nos tempos de Jesus este pensamento vigorava. Os religiosos eruditos costumavam rejeitar as pessoas menos instruídas, chamando-as de plebe maldita. Por isso, quando o cego de nascença expôs aquilo que tinha vivido, coisas que ele não conseguia explicar, mas podia testemunhar dizendo: “Eu era cego agora vejo”, o injuriaram.
Diante do testemunho do cego, o saber só serviu para uma coisa: inchar ainda mais os sábios religiosos do sinédrio. A resposta deles é cheia de soberba e desprezo, diante do testemunho da vida. Tu és nascido todo em pecado e nos ensina a nós? E o expulsaram. João 9:34.
Como é difícil para a religião crer na resposta simples, que tem como chão a Rocha que é a palavra de Deus! Parece que tudo tem que ter uma explicação, que no fundo, servirá para o controle do homem sobre o processo e seu comercio, além de promover a exaltação humana e, ao mesmo tempo, negar Deus. Isto é a evidência de um espírito humanista, que quer fazer do homem o centro, que pretende fazer do homem um deus.
Diante de uma explicação simples como: “Eu era torto agora sou reto”, sustentada simplesmente na graça de Deus e na fé, ou seja, pelo milagre da vida de Deus atuando em alguém - algo que não tem explicação e que só pode ser recebido por fé - a religião humanista manifesta desprezo.
A religião expulsa os que ousam dizer: “a minha vida mudou porque eu fui alvo da bondade e da graça divina”. É mal visto, todo aquele que atribui a Deus e somente a Deus, o milagre de uma vida que dá testemunho de Deus, pelo simples fato que está implícito neste testemunho: “só a Deus glória”.
Para o ser humano caído, que não experimentou a obra do novo nascimento, é inadmissível o fato de não ter glória nenhuma em si mesmo. Olhar para alguém que não merecia e nem sabia como obter o favor divino, e vê-lo testemunhando de Deus como um milagre irrefutável é algo que o homem natural repudia. Pois, para admitir tal coisa teria que abrir mão de si mesmo e reconhecer a verdade de Deus que diz: Não há um justo, nenhum sequer. Não há ninguém que entenda; não a ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nenhum só. Romanos 3:10-12.
Mais uma vez quero reiterar que o problema não está no saber, e sim em fazer do saber um meio para a plenitude: “Cristo é tudo em todos”. A Bíblia nos ensina que: Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. E recebestes esta plenitude Nele. Colossenses 2:9-10. Quando agimos assim, tentamos fazer do conhecimento um meio capaz de proporcionar ao homem, o poder de determinar os rumos da vida e, assim, negando a Cristo.
Esta mentalidade leva em conta que um ladrão pode deixar de roubar, pelo simples fato de ter feito um curso no qual aprendeu os malefícios do ato de roubar e sobre os danos que isso causa à sua reputação. O problema não é de conhecimento e nem a falta dele, mas sim, a cobiça e a avareza, próprias do velho homem, que só a cruz põe fim.
Neste espírito, e inspirado pelo Espírito, Paulo também nos deixou escrito na carta aos gálatas que o saber religioso das práticas corretas, representado pela circuncisão, e nem a ausência desta, representado pela incircuncisão, tem valor algum. O importante é a experiência de fé de estar unido a Cristo e, as implicações deste fato, que culmina no novo ser, como está escrito: Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum, mais sim o ser uma nova criatura. Gálatas 6:15.
Esta fala vem em decorrência do enunciado exposto por Paulo no versículo anterior, o qual, expressa qual deve ser a relação do crente, por fé, com toda esta estrutura mundana que quer fazer do homem um ser independente e autossuficiente, tendo como alimento principal em sua dieta anticristo: os frutos da árvore do conhecimento do bem e do mal, quando escreve: Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo esta crucificado para mim e eu, para o mundo. Gálatas 6:14.
Quanta diferença entre aquilo que só Deus poderia fazer, e que hoje qualquer criança pode? Como a simples passagem do tempo, pode transformar um milagre em banalidade? Hoje, para o mundo como sistema, e para homem degradado pelo pecado e governado pelo egoísmo e que não se contenta com nada menos que o trono de Deus, para este homem, Deus foi infantilizado. Para ele, Deus não passa de um menino diante de suas pretensões soberbas.
Hoje, sem nos darmos conta, é assim que muitos agem na vida cristã. Buscando um conhecimento para imitar a obra de Deus em suas vidas, tendo como origem a capacidade e a sabedoria humana, como fizeram Janes e Jambres diante de Moisés, ou como pensou poder fazer Simão, diante de Pedro e João. Agindo assim, não só promovem a farsa como também impedem as pessoas de experimentarem o milagre do dom de Deus sendo, inexplicavelmente, manifestado em suas vidas pela ação sobrenatural de Deus.
O homem pode imitar a prática Cristã, mas, vida de Cristo, só Cristo pode manifestar. E isto só acontece de modo sobrenatural quando, pela fé, eu entendo que de fato, estou morto, e levo isto em todo tempo e em todo lugar, de modo que não viva mais eu, mas Cristo viva em mim. Levando sempre e por todo lugar o morrer do Senhor Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossos corpos. 2 Coríntios 4:10.
Que Deus nos livre de confiar na carne, posto que:Todos os que querem mostrar boa aparência na carne, esses vos obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo. Gálatas 6:12. Que isto esteja longe de nós, e que nossa glória esteja na cruz de Cristo.

Soli Deo Gloria

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