As minhas
ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida
eterna; jamais perecerão e ninguém as arrebatará da minha
mão.
João
10:27-28.
Embora
os cristão não estejam protegidos de cair, eles estão assegurados eternamente de
não se perderem. Não é possível sustentar biblicamente a perda da salvação de
modo coerente. Há certos textos que deixam abertura para uma interpretação com
este teor. Mas, examinando-se com cuidado, percebe-se que a apostasia sempre
está ligada a uma pseudo experiência de salvação. A aparência sempre traz muita
confusão. Muita gente que está na igreja e que tem vida piedosa pode ser apenas
uma ilusão. Não se pode julgar uma árvore pelas folhas. Jesus condenou a
figueira porque dava aparência de ter frutos quando só tinha folhas. A figueira
quando está enfolhada é porque é tempo de frutificação. O julgamento no
cristianismo é baseado nos frutos. Assim, pois, pelos seus frutos os
conhecereis. Mateus 7:20. Como dizia Samuel Rutherford:
A semente de Deus chegará a sua co-lheita, e Spurgeon
acrescentava: As árvores do Senhor
são perenes. Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de com-pletá-la até ao Dia de
Cristo Jesus. Filipenses 1:6.
A
salvação de Deus é eterna. Por definição, eterno não tem fim. Se é eterna a
salvação, logo não pode se perder aquele que é salvo com a salvação de Deus.
Deus promete ao seu povo uma salvação garantida. Israel, porém, será salvo
pelo Senhor com salvação eterna; não sereis envergonhados, nem confundidos em
toda a eternidade. Isaías 45:17. Nenhum dos soldados de Cristo se perde,
é esquecidos ou deixado morto no campo de batalha, afirmava J. C. Ryle. Pode
ser que num momento de disciplina, durante algum tempo, Deus se torne distante
de seus filhos, mas nunca deserta seus filhos. Por breve momento te
deixei, mas com grandes misericórdias torno a acolher-te; num ímpeto de
indignação, escondi de ti a minha face por um momento; mas com misericórdia
eterna me compadeço de ti, diz o Senhor, o teu Redentor. Isaías
54:7-8. Alguém já disse que: Em nosso primeiro
paraíso, o Éden, havia um caminho de saída, mas não havia forma de entrar de
novo. Entretanto, quanto ao reino de Deus, há um caminho de entrada, mas não há
forma de sair de novo. Uma pessoa verdadeiramente salva jamais poderá
desfazer a sua salvação. É impossível alguém que nasceu, "desnascer." Do mesmo
modo fica irrealizável o desmontar da salvação. Uma vez nascido de novo é
impraticável anular este ato da soberana graça de Deus. Por outro lado, a
vocação de Deus é fundamentada em seus decretos, e seus decretos são
imutáveis. Não se pode rescindir a operação do chamamento de Deus,
porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis. Romanos
11:29. Quem foi salvo por Deus é verdadeiramente
salvo, pois Deus nunca se arrepende do seu amor que nos escolheu, nem da
vida eterna que ele nos deu, e, nós jamais podemos abdicar desta vida, que é
eterna. E esta é a promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna. 1João
2:25. Se pudéssemos perder a vida eterna, estaríamos numa eterna confusão. Há
uma observação que resume o seguinte: Se uma pessoa salva pudesse perder a
salvação, então todas poderiam, e assim, Cristo se tornaria uma cabeça sem
corpo. O Dr. Lewis Sperry Chafer afirma que: De acordo
com as Escrituras, não há debaixo da graça nenhuma salvação proposta, oferecida
ou empreendida que não seja infinitamente perfeita e que não permaneça para sempre. Deus não realiza uma
salvação que se desfaz ou que possa ser renunciada. Quem é salvo pela graça é salvo para sempre.
Contudo,
a segurança da salvação eterna não nos assegura comodismo. Como enfatizava Vance
Havner a salvação é um capacete, não uma toca de dormir. Ninguém pode
usar a verdade da eterna salvação, para desculpar a sua ociosidade espiritual.
Nem um salvo de verdade se acomoda na segurança de sua eterna salvação, para
promover o seu estilo indolente. Uma vida ociosa juntamente com um coração
santo são uma contradição, ensinava Thomas Brooks. A salvação eterna promove
uma permanente perseverança. Não é o acomodado que demonstra confiança, mas o
perseverante que busca o seu desenvolvimento. A salvação que não progride não
procede do trono da graça. Duas coisas que não podemos esperar no terreno da
salvação: Salvação sem a obra de Cristo, e salvação estagnada, sem as obras da
santificação. Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na
minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa
salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer
como o realizar, segundo a sua boa vontade. Filipenses
2:12-13. Este aparente paradoxo mostra que eu devo desenvolver a salvação que
Deus efetua no querer e realizar. Nós fazemos as obras,
mas Deus opera em nós a realização das obras. Sabemos que é a graça de Deus quem realiza em nós o tudo o que somos e
tudo que precisamos fazer. A graça que me alcançou é a mesma graça que me faz
operante. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me
foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles;
todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo. 1Coríntios
15:10.
Nossa eficiência sem a suficiência de Deus é apenas deficiência. Porém,
nenhum salvo pode advogar sua inércia. No reino de Deus não há lugar para
aposentados ou reformados. Todo o contingente encontra-se na ativa. Se alguém,
em razão da doença ou da idade, não pode mais ficar no campo de batalha, ainda
pode ficar na sentinela da intercessão. Não há desertores na adoração nem
fugitivos da comunhão.
É
incompatível uma salvação inoperante. Segundo a Bíblia, ninguém é salvo pelas
obras, mas os salvos pela graça são agentes das boas obras. Tiago demonstrou que
a fé sem obras é morta, e João Calvino confirmou: É só a fé que
justifica, mas a fé que justifica não é só. Se a graça produzir a fé que
Paulo ensina, certamente a graça mediante a fé produzirá as obras que Tiago
reclama. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de
vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Pois somos
feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de
antemão preparou para que andássemos nelas. Efésios
2:8-10. Deus sempre qualifica aqueles que Ele
chama. Pensar que você não pode fazer nada é quase tão arrogante quanto
pensar que pode fazer tudo. Quando Deus nos salvou por sua graça já
providenciou os recursos para suprir em nossa missão. Se a graça de Deus nos põe
a trabalhar, o Deus da graça garantirá o sustento e o êxito. Não podemos ficar
imobilizados com o pensamento da incompetência ou da insignificância. Como o
evangelista americano D. L. Moody temos um desafio: Sou apenas um, mas sou
um. Não posso fazer todas as coisas, porém posso fazer alguma coisa. E, o que
posso e devo fazer, eu o faço pela graça de Deus. Alguém já disse que o
fracasso não é a pior coisa do mundo. Fato mais grave é nunca tentar. Poucas
coisas são impossíveis aos homens confiantes em Deus que se aplicam com
diligência na perseverança do seu objetivo. Spurgeon dizia que foi pela
perseverança que o caracol atingiu a arca. Somente os que confiam podem ser
ousados e os que ousam devem fazer com persistência, considerando os resultados
e não as dificuldades. Se estivermos em Cristo certamente que o poder de Cristo
nos capacitará para uma frutificação abundante. Eu sou a videira, vós, os
ramos. Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim
nada podeis fazer. João 15:5.
Soli Deo Glória.
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O propósito deste blog na sua forma completa é capacitar seus leitores a entenderem a Bíblia. Apresenta instrução básica eficiente do ponto de vista bíblico. Procura remover todas as falsas pressuposições racionalistas, moralistas, antropocêntricas e idólatras que já infectaram,e, na medida desta infecção, cegaram todo homem e toda cultura deste mundo a partir da queda de Adão.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
A ETERNA SEGURANÇA NÃO ASSEGURA A INÉRCIA
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