quinta-feira, 4 de abril de 2013

A ETERNA SEGURANÇA NÃO ASSEGURA A INÉRCIA




As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão e ninguém as arrebatará da minha mão.
João 10:27-28.

Embora os cristão não estejam protegidos de cair, eles estão assegurados eternamente de não se perderem. Não é possível sustentar biblicamente a perda da salvação de modo coerente. Há certos textos que deixam abertura para uma interpretação com este teor. Mas, examinando-se com cuidado, percebe-se que a apostasia sempre está ligada a uma pseudo experiência de salvação. A aparência sempre traz muita confusão. Muita gente que está na igreja e que tem vida piedosa pode ser apenas uma ilusão. Não se pode julgar uma árvore pelas folhas. Jesus condenou a figueira porque dava aparência de ter frutos quando só tinha folhas. A figueira quando está enfolhada é porque é tempo de frutificação. O julgamento no cristianismo é baseado nos frutos. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis. Mateus 7:20. Como dizia Samuel Rutherford: A semente de Deus chegará a sua co-lheita, e Spurgeon acrescentava: As árvores do Senhor são perenes. Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de com-pletá-la até ao Dia de Cristo Jesus. Filipenses 1:6.

A salvação de Deus é eterna. Por definição, eterno não tem fim. Se é eterna a salvação, logo não pode se perder aquele que é salvo com a salvação de Deus. Deus promete ao seu povo uma salvação garantida. Israel, porém, será salvo pelo Senhor com salvação eterna; não sereis envergonhados, nem confundidos em toda a eternidade. Isaías 45:17. Nenhum dos soldados de Cristo se perde, é esquecidos ou deixado morto no campo de batalha, afirmava J. C. Ryle. Pode ser que num momento de disciplina, durante algum tempo, Deus se torne distante de seus filhos, mas nunca deserta seus filhos. Por breve momento te deixei, mas com grandes misericórdias torno a acolher-te; num ímpeto de indignação, escondi de ti a minha face por um momento; mas com misericórdia eterna me compadeço de ti, diz o Senhor, o teu Redentor. Isaías 54:7-8. Alguém já disse que: Em nosso primeiro paraíso, o Éden, havia um caminho de saída, mas não havia forma de entrar de novo. Entretanto, quanto ao reino de Deus, há um caminho de entrada, mas não há forma de sair de novo. Uma pessoa verdadeiramente salva jamais poderá desfazer a sua salvação. É impossível alguém que nasceu, "desnascer." Do mesmo modo fica irrealizável o desmontar da salvação. Uma vez nascido de novo é impraticável anular este ato da soberana graça de Deus. Por outro lado, a vocação de Deus é fundamentada em seus decretos, e seus decretos são imutáveis. Não se pode rescindir a operação do chamamento de Deus, porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis. Romanos 11:29. Quem foi salvo por Deus é verdadeiramente salvo, pois Deus nunca se arrepende do seu amor que nos escolheu, nem da vida eterna que ele nos deu, e, nós jamais podemos abdicar desta vida, que é eterna. E esta é a promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna. 1João 2:25. Se pudéssemos perder a vida eterna, estaríamos numa eterna confusão. Há uma observação que resume o seguinte: Se uma pessoa salva pudesse perder a salvação, então todas poderiam, e assim, Cristo se tornaria uma cabeça sem corpo. O Dr. Lewis Sperry Chafer afirma que: De acordo com as Escrituras, não há debaixo da graça nenhuma salvação proposta, oferecida ou empreendida que não seja infinitamente perfeita e que não permaneça para sempre. Deus não realiza uma salvação que se desfaz ou que possa ser renunciada. Quem é salvo pela graça é salvo para sempre.

Contudo, a segurança da salvação eterna não nos assegura comodismo. Como enfatizava Vance Havner a salvação é um capacete, não uma toca de dormir. Ninguém pode usar a verdade da eterna salvação, para desculpar a sua ociosidade espiritual. Nem um salvo de verdade se acomoda na segurança de sua eterna salvação, para promover o seu estilo indolente. Uma vida ociosa juntamente com um coração santo são uma contradição, ensinava Thomas Brooks. A salvação eterna promove uma permanente perseverança. Não é o acomodado que demonstra confiança, mas o perseverante que busca o seu desenvolvimento. A salvação que não progride não procede do trono da graça. Duas coisas que não podemos esperar no terreno da salvação: Salvação sem a obra de Cristo, e salvação estagnada, sem as obras da santificação. Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. Filipenses 2:12-13. Este aparente paradoxo mostra que eu devo desenvolver a salvação que Deus efetua no querer e realizar. Nós fazemos as obras, mas Deus opera em nós a realização das obras. Sabemos que é a graça de Deus quem realiza em nós o tudo o que somos e tudo que precisamos fazer. A graça que me alcançou é a mesma graça que me faz operante. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo. 1Coríntios 15:10. Nossa eficiência sem a suficiência de Deus é apenas deficiência. Porém, nenhum salvo pode advogar sua inércia. No reino de Deus não há lugar para aposentados ou reformados. Todo o contingente encontra-se na ativa. Se alguém, em razão da doença ou da idade, não pode mais ficar no campo de batalha, ainda pode ficar na sentinela da intercessão. Não há desertores na adoração nem fugitivos da comunhão.

É incompatível uma salvação inoperante. Segundo a Bíblia, ninguém é salvo pelas obras, mas os salvos pela graça são agentes das boas obras. Tiago demonstrou que a fé sem obras é morta, e João Calvino confirmou: É só a fé que justifica, mas a fé que justifica não é só. Se a graça produzir a fé que Paulo ensina, certamente a graça mediante a fé produzirá as obras que Tiago reclama. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas. Efésios 2:8-10. Deus sempre qualifica aqueles que Ele chama. Pensar que você não pode fazer nada é quase tão arrogante quanto pensar que pode fazer tudo. Quando Deus nos salvou por sua graça já providenciou os recursos para suprir em nossa missão. Se a graça de Deus nos põe a trabalhar, o Deus da graça garantirá o sustento e o êxito. Não podemos ficar imobilizados com o pensamento da incompetência ou da insignificância. Como o evangelista americano D. L. Moody temos um desafio: Sou apenas um, mas sou um. Não posso fazer todas as coisas, porém posso fazer alguma coisa. E, o que posso e devo fazer, eu o faço pela graça de Deus. Alguém já disse que o fracasso não é a pior coisa do mundo. Fato mais grave é nunca tentar. Poucas coisas são impossíveis aos homens confiantes em Deus que se aplicam com diligência na perseverança do seu objetivo. Spurgeon dizia que foi pela perseverança que o caracol atingiu a arca. Somente os que confiam podem ser ousados e os que ousam devem fazer com persistência, considerando os resultados e não as dificuldades. Se estivermos em Cristo certamente que o poder de Cristo nos capacitará para uma frutificação abundante. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. João 15:5.
 
Soli Deo Glória.

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