Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua
alma?
Segundo a avaliação de Jesus, uma vida ou a alma humana vale
mais do que o universo. A vida é mais importante do que o cosmo. Uma pessoa
poderá fazer um investimento que consiga angariar os recursos do mundo todo,
mas, se vier a perder-se eternamente, terá feito uma péssima aplicação. De
acordo com a estimativa de Jesus, a salvação de uma alma é mais preciosa do que
o montante dos recursos do mundo. A salvação de uma única alma é mais importante
do que a produção de recursos para a preservação física de toda a humanidade. E
o maior empreendimento é de quem está envolvido na salvação das almas.
A maioria das pessoas não sabe fazer cálculo. Gasta-se mais
tempo tentando amealhar as riquezas que têm menos valor. No cômputo geral,
prefere-se dar mais atenção aos recursos de origem terrena, do que cuidar das
verdadeiras riquezas espirituais. Isto reflete o estrabismo da visão humana,
causada pelo pecado. Para a grande maioria, uma empresa, uma fazenda ou os
negócios merecem mais consideração do que a salvação eterna de sua alma. Damos
prioridade aos ganhos vantajosos desta vida e desprezamos os valores permanentes
que podem realmente nos preencher. Quando Jesus disse ao jovem rico que ele
precisava vender tudo, dar aos pobres, para receber o tesouro celestial,
ele, porém, contrariado com esta palavra, retirou-se triste, porque era
dono de muitas propriedades. Marcos 10:22. Na sua contabilidade não
constavam os bens duráveis. Ele não sabia fazer avaliação das coisas de
proporções eternas. As bugigangas e os tesouros perecíveis acabam tomando lugar
do patrimônio imutável.
O homem encontra-se vazio. O coração do ser humano está
buscando satisfação ou significado nos valores deste mundo. Entretanto, nada,
por mais importante que seja, é capaz de preencher a lacuna da alma. Há um
buraco muito grande que só algo absoluto pode completar. O vazio do homem tem a
dimensão de Deus, e ninguém pode ocupar este espaço, senão o próprio Deus. A
busca de contentamento ou bem-estar fora da absoluta necessidade de Deus tem
demonstrado uma atividade enfadonha para a alma. Por mais significativos que
sejam os envolvimentos para rechear este vazio, sempre terminam em decepção.
William Bridge disse que a terra e sua plenitude jamais podem
satisfazer a alma. Glória e brilho não são sinônimos. Podemos ser brilhantes
neste mundo, mas profundamente vazios. A crise da humanidade é fundamentalmente
uma falta de conteúdo, prioridade e direção. Ocupada com assuntos banais, a raça
humana pretende encher o vácuo da alma com as bagatelas econômicas, com as
futilidades culturais, com as ninharias esportivas e com as chochices
religiosas. Muito tempo e investimento têm sido gastos na reparação dos estragos
causados pela inversão dos valores. Mas, na verdade, tudo isto tem sido em vão.
Ninguém pode encontrar aprazimento fora de um relacionamento real com Deus.
Quando falamos de Deus, não estamos nos referindo aos sistemas religiosos
criados pelos homens, para tentar suprir as necessidades da alma.
O miolo da alma tem que ser Deus mesmo. Nenhum conteúdo
religioso pode indenizar os prejuízos causados pela falta de comunhão com o
próprio Deus. Se Deus não for o centro de nossa experiência e a excelência de
nossos relacionamentos, então, estamos envolvidos com trivialidades que jamais
satisfarão as carências profundas de nossa alma. Somente em Deus, ó minha
alma, espera silenciosa; dele vem a minha salvação. Salmo 62:1. A falta
de intimidade pessoal com Deus é a causa da insatisfação dominante do coração
humano. Nada pode completar os desejos íntimos do ser humano, senão o próprio
Deus em pessoa. Nem mesmo as suas bênçãos ou dons são capazes de suprir o vazio
de cada um de nós. Ó Deus, tu és meu Deus forte; eu te busco ansiosamente;
a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem
água. Salmo 63:1. A alma só pode contentar-se com a comunhão íntima de
Deus mesmo. Só a pessoa de Deus pode abastecer a sede do coração. Sem a
consciência real da presença de Deus e sem uma comunhão verdadeira com Ele, a
existência humana perde totalmente o sentido. É por isso que, muitas vezes
ficamos mais sedentos com a secura de nossa religiosidade. Entramos e saímos
destas reuniões, sem gozarmos da intimidade da presença de Deus. O pensador
Martin Buber afirmava: Nada tende a mascarar tanto a face de Deus como
a religião; ela pode tornar-se uma substituta para o próprio Deus. Um
cadáver lembra uma pessoa. Ali está o corpo em que viveu alguém, mas o finado
não tem expressão. Não há diálogo com morto. Religião sem intimidade pessoal com
Deus é funeral. E defunto não cresce, não evolui nem causa progresso. Muita
gente se ilude com suas práticas religiosas supondo que este ritualismo mitiga
as carências de sua alma. O salmista se perturba com o cerimonial religioso do
seu tempo, com o derramar de sua alma, com o festejo da multidão em gritos de
louvor na procissão alegre em busca da Casa de Deus. Havia todo um aparato
estonteante de motivações religiosas, mas a sua alma encontrava-se abatida, e
ele gritava: Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas
dentro de mim? E sua resposta evidencia o grande problema: Espera
em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu. Salmo
42:5. Havia muita religiosidade em sua experiência, mas Deus estava
ausente do seu louvor. A chupeta acalenta o choramingo da criança, mas não
abranda a fome. Só o peito ou a mamadeira podem saciar a ânsia da fome. Nada
neste mundo é capaz de satisfazer plenamente a necessidade pessoal de Deus.
Muitos expedientes podem atenuar a crise, mas não satisfazem o vazio da alma.
Que adianta ao homem gastar todo o seu tempo e empregar todos
os seus esforços no envolvimento com o trabalho, estudo, religião e lazer, não
levando em conta a seriedade da salvação eterna de sua alma? Esta é uma questão
de prioridade. Ninguém pode desconsiderar este assunto e viver com total
significado. Jesus mostrou que, a realização do ser humano passa em primeiro
lugar pela preferência do reino de Deus. Buscai, pois, em primeiro lugar,
o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
Mateus 6:33. A salvação eterna e a comunhão íntima com Deus são assuntos
que fazem parte da primazia de uma agenda inteligente. Fica claro, pelas
Escrituras, que uma vida que exibe sucesso neste mundo, mas não leva em
consideração estes ingredientes eternos, não passa de loucura. Jesus, em uma de
suas parábolas, levanta uma pergunta que Deus faz a um homem que havia se
preocupado apenas em cuidar dos seus interesses terrenos. Louco, esta
noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Lucas
12:20. É estupidez da grossa investir todo o nosso tempo e gastar toda a
nossa energia na aquisição de patrimônios que ficarão para trás da sepultura.
Uma pessoa inteligente é aquela que sabe fazer o julgamento
correto dos fatos. Não podemos reputar como inteligente alguém que é desatento
para os assuntos ligados com a salvação eterna da sua alma. A sabedoria abre
os olhos tanto para as glórias do céu quanto para o vazio da terra. A
lucidez da mente e a agudeza do discernimento encontram-se em fazer, enquanto se
estiver vivo, as coisas que serão desejadas quando se estiver morto. Todo
empreendimento que só trata do aqui e agora não tem significado permanente para
o homem. Por isso, vale a pena ponderar os enfoques e as ênfases de nossa
existência, para não cairmos na armadilha de nos envolvermos apenas com as
coisas de menor valor. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e
perder a sua alma?
Soli Deo Glória.
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O propósito deste blog na sua forma completa é capacitar seus leitores a entenderem a Bíblia. Apresenta instrução básica eficiente do ponto de vista bíblico. Procura remover todas as falsas pressuposições racionalistas, moralistas, antropocêntricas e idólatras que já infectaram,e, na medida desta infecção, cegaram todo homem e toda cultura deste mundo a partir da queda de Adão.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
VALORES NA BALANÇA
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"A sabedoria abre os olhos tanto para as glórias do céu quanto para o vazio da terra." Que frase!
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